CUIDADO COM AS ILUSÕES! (I)



CUIDADO COM AS ILUSÕES! (I)

“Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela”. Gênesis 3.5,6.

 

Pobre mulher! Talvez jamais tenha pensado em algo tão esdrúxulo, tão fora de questão e de ordem – ser como Deus! Misericórdia! Mas, olhe bem quem veio com esta idéia horripilante – a serpente, o diabo, o inimigo.

 

Muitos não se apercebem que certos pensamentos, certos desejos, certos anseios, certas aspirações, certas cobiças não partem do próprio coração. São injunções externas, tentações, impulsos do homem exterior.

 

Eva ficou extasiada e hipnotizada pelo desejo de saber. A cultura é uma bênção e uma dádiva de Deus, mas alguns se iludem, querendo saber demais ou penetrar no oculto, no desconhecido tenebroso. Veja o que Jesus falou para a igreja de Tiatira, provavelmente uma igreja que estava se imiscuindo nas religiões de mistério daquele tempo: “Mas eu vos digo a vós, e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei”. Ap 2.24.

 

O casal possuía um conhecimento abençoado, o conhecimento do bem. Era uma situação monista, gloriosa. Quando passaram a conhecer o bem e o mal, a confusão penetrou em suas vidas. Agora era tudo misturado – o bem parecendo mal e o mal parecendo bem. O diabo não mentiu. Eles passaram a conhecer o bem e o mal. Deus também já conhecia o bem e o mal. Mas Deus tem o filtro que separa estas partículas. O ser humano entrou nesse turbilhão sem escudo, sem proteção. Passou a viver uma realidade dualista que extrapolou suas forças.

 

O apóstolo Paulo, muito mais tarde, recebeu de Deus a dádiva de fazer a separação. Veja o que ele diz: “Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo. Como me foi este mistério manifestado pela revelação, como antes um pouco vos escrevi. Por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo”. Ef 1.9, 3.3,4.

 

Paulo recebeu a compreensão maior do Evangelho de Cristo. A epístola aos Efésios é chamada de “Os Alpes do Novo Testamento”, porque nela o servo de Deus emite conceitos altíssimos, semelhantes ao salmista que extasiado diante do que percebia, declarou: “Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir”. Sal 139:6.

 

Foram necessários muitos anos para que a igreja pudesse chegar ao conhecimento verdadeiro: “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos. Aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória”. Cl 1.26,27.

 

Quanto mais o apóstolo Paulo penetrava nesses caudais magníficos, mais se deslumbrava, mas caía em um santo delírio, até ao ponto de exclamar esta jóia primorosa de declaração: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” Rm 11.33.

 

Este seria o caminho correto para você, minha mãe Eva e para você, meu pai Adão. Se tivessem trilhado esta vereda de desvendamento, hoje seus filhos seriam pessoas felizes e equilibradas. Não haveria violência, nem devassidão, nem lubricidade, nem rebeldia, nem consciências cauterizadas.

 

Quiseram ser como Deus, mas terminaram como humanos, sem a presença diuturna do Pai das luzes. Foram lançados para fora do Éden, o lugar paradisíaco de glória, de comunhão e de gozo espiritual.

 

Deus tinha dado para eles todos os frutos do jardim, mas reservou somente um.

 

Dele não comerás!

 

É uma pena que tantos continuam à busca desse único fruto, desprezando todo o pomar de Deus. Querem uma ilusão, uma fantasia. Perseguem miragens nos desertos da vida. Sonham com uma utopia inexistente ou distante demais. Caem nos blefes, logros e tapeações de satanás.

 

Mas a boa notícia, irmão, é que Deus tem bênçãos e vitórias incomensuráveis para nós. Ele nos quer ver focados em seu plano, em sua vida, em sua orientação. “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas”? Rm 8.32.
Autor: Paulo de Aragão Lins


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