De corpo e alma



De corpo e alma, tarde eu descobri, que o meu amanhecer já não dependia do sol existente fora de mim.

Tarde eu percebi, que o amor que eu buscava encontrar estava tão intimamente ligada a mim que não via.

Tarde eu acordei para uma vida tão longa, que meus pensamentos, mesmo banhados em sono profundo, podiam sonhar.

Tarde me toquei, que a beleza do entardecer necessitava mais da minha presença do que das horas que passavam e marcavam presença.

De corpo e alma, tarde eu reconheci, que o verdadeiro carisma estava mais para os sentimentos espontâneos e genuínos da vida que para o aprendizado da vida que corre aos nossos pés.

Tarde eu entendi, que para alcançar a vitória de uma alma precisava mais que estudos e esforços, de vivência e carência, de luta e glória do que de derrota.

Tarde, mais ainda vou alcançar aquele trajeto o qual não segui, aquele portão o qual não atravessei, aquele “corpo” do qual não vivi, aquela felicidade da qual não almejei.

Tarde, mas nunca passado.
Autor: Marcia Ribeiro Malucelli


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