Dificuldades de aprendizagem em crianças consideradas normais



Maria Zilda Vaz¹

Resumo: Quando uma criança ingressa na escola, sua primeira tarefa explícita é o aprender a ler e escrever. A alfabetização é o centro das expectativas de pais e professores. Entretanto essa atividade exige novas habilidades, que, muitas vezes não faziam parte do cotidiano da criança. Por isso, a aquisição da leitura e escrita é quase sempre uma tarefa complexa e difícil para a maioria dos pequenos. No entanto, alguns têm mais dificuldades do que outros na questão do aprender. E várias são as questões que podem causar dificuldades na aprendizagem. Os fatores vão desde diferenças individuais, questões físicas e ambientais ao próprio sistema de ensino. É fundamental que a individualidade da criança seja respeitada e que seus interesses e preferências sejam levadas em conta pelo professor e pela escola.

Qualquer problema observado implicará em amplo trabalho do professor junto à família do aprendiz, com o objetivo de tentar descobrir o que está causando dificuldade para a aprendizagem do mesmo. É possível que agindo com critérios a aprendizagem aconteça de forma significativa e eficiente pautada no conhecimento, compreensão e respeito ao educando.

Palavras-chave: dificuldades, aprendizagem, aluno, professor, inclusão.

INTRODUÇÃO

O Brasil, ao longo de sua história, estabeleceu um modelo de desenvolvimento excludente, impedindo que milhões de brasileiros tivessem acesso à escola ou nela permanecessem. Com o objetivo de corrigir injustiças, eliminar discriminações e promover a inclusão social e a cidadania para todos no sistema educacional brasileiro, o MEC (Ministério da Educação e Cultura), comprometido com a pauta de políticas afirmativas do governo federal, vem fortalecendo as políticas e criação de instrumentos legais de gestão para a afirmação cidadã, valorizando a riqueza de nossa diversidade.

Com isso, na busca de se tornar uma sociedade que reconhece e respeita a diversidade que a constitui, é preciso garantir o acesso e a permanência de todas as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino. "A educação é um direito fundamental de todos, mulheres e homens de todas as idades, no mundo inteiro." Ao assinar esta declaração o Brasil assumiu, perante a comunidade internacional, o compromisso de erradicar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental no país.

É importante construir critérios para a organização das salas de aula inclusivas, observando normas especificas que visa à realidade social que cada instituição vai atender. A medida que todos forem envolvidos na reflexão sobre a escola, sobre a comunidade a qual se origina seu aluno, sobre as necessidades dessa comunidade e sobre os objetivos a ser alcançados por meio da ação educacional, a escola passa a ser sentido como ela realmente é: de todos e para todos. O respeito à diversidade, considerando que em cada escola existem pessoas com diferentes desejos, necessidades, habilidades e conseqüentemente com diferentes formas de aprender.

Porém nem todos os alunos conseguem assimilar da mesma forma e ao mesmo tempo os ensinamentos que a escola oferece. A proposta primordial deste trabalho é refletir sobre as possíveis causas de crianças consideradas normais terem dificuldades de aquisição do conhecimento veiculado pela escola.

Inicialmente apresentaremos estudos e reflexões com algumas maneiras de diagnosticar dificuldades de aprendizagem em alunos normais, lembrandoque, quando as diferenças individuais do educando não são reconhecidas pelo professor, ou quando o mesmo faz um diagnóstico errado e rotula o aluno como "problema" este passa a ser um forte candidato à repetência ou evasão escolar. As dificuldades de aprendizagem não devem ser confundidas com incapacidade de aprender.

Em seguida serão abordados os principais fatores que contribuem para o fracasso escolar. E uma tentativa de esclarecer que alguns fatores são inatos, outros, porém são ambientais e psicológicos. Isso reforça a idéia de que o professor precisa ser bem preparado não apenas pra reconhecer a origem dos possíveis problemas do educando, mas também para saber quais as providências a tomar para minimizar a questão da não aprendizagem.

Nesse sentido vale ressaltar que o professor e a escola como um todo podem ser um elo muito importante entre educando, família e sociedade, no intuito de observar ou até mesmo apontar solução a problemas que interferem diretamente no fim maior da educação que é a aprendizagem do aluno.

É sabido que a sala de aula é o espaço onde o ensino é a aprendizagem escolar se efetiva. Por isso, retratamos a importância da inclusão pedagógica no processo ensinar e aprender. Repensar o currículo, a metodologia e a avaliação são fatores fundamentais para obter êxito em turmas heterogêneas.

Porém, esse processo de re-inventar as aulas merece atenção especial do docente. Propostas simples e inovadoras podem direcionar o trabalho pedagógico tradicional para uma maneira diversificada e dinâmica capaz de atender a turma como um todo e a cada aluno em especial. Essa idéia também está estruturada neste estudo, uma demonstração de que toda e qualquer atividade que o professor desenvolva em sua sala de aula poderá ser um fio condutor para a aprendizagem de todos se for bem planejado.

Para realização deste trabalho foram feitas análises bibliográficas, encontros e discussões com educadores e co-relação das idéias dos autores com nossas experiências e vivências em sala de aula. Outro fator que merece ser mencionado é que praticamente todas as atividades sugeridas neste trabalho já foram desenvolvidas e analisadas durante a nossa pesquisa.

Um ponto que merece destaque são as brincadeiras e jogos cooperativos. A criançada gosta e o resultado é maravilhoso. Lembrando que nem sempre na primeira tentativa tudo dá certo. A persistência deve partir do professor, aliás, a maior mudança para a transformação do ensino e conseqüentemente da aprendizagem é sem dúvida a mudança de atitude do professor.

COMO DIAGNOSTICAR DIFICULDADES DE APRENDIZAGENS EM ALUNOS "NORMAIS"?

Cada indivíduo é único. Apresenta diferenças nas aptidões mentais, nas reações emotivas, nas preferências por certas atividades, especialmente na capacidade para aprender. Partindo deste pressuposto, não se pode idealizar um ensino homogêneo, onde todos os alunos aprendem da mesma forma, sonho de quase todo professor! Mas o que fazer com as crianças que não se desenvolvem no mesmo nível dos colegas de classe?

A dificuldade de aprendizagem vem sendo objeto de estudo há muito tempo. Segundo Auredite, era rotina submeter à criança que apresentasse um comportamento diferente no domínio de operações escolares como leitura, escrita e cálculos a uma bateria de testes padronizados criados no inicio do século xx, com a finalidade de determinar o potencial de inteligência em crianças da mesma idade. As crianças que ficassem aquém do esperado nesta faixa eram consideradas como débeis rotuladas como incapazes intelectualmente. Estes testes, muitas vezes mal interpretados ou desacatados à realidade, apresentavam um resultado incoerente com a realidade da criança testada. Este fato contribuiu para uma crescente demanda de crianças tidas como incapazes e privadas de uma escolaridade regular, submetendo-se a classes especiais "que muito contribuíram para acentuar o estigma da insuficiência mental." (20001, p. 32).

As crianças portadoras de dificuldades para aprender, eram denominadas como portadoras de distúrbios psicomotores e de aprendizagem, geralmente diagnosticados como portadores de Cerebral mínima (DCM), expressão substituída posteriormente por Distúrbio do Déficit da atenção (DDA) especificamente como, dislexia, disgrafia, discalculia, disortografia, afasia como ou sem hiperatividade. Tais dificuldades eram decorrentes de uma lesão cerebral. Assim, a escola pouco ou nada podia fazer, uma vez que a origem destes distúrbios era puramente orgânica, embora não encontrassem argumentos científicos que justificassem todas as causas dos distúrbios de aprendizagem.

Com a evolução das pesquisas, a relação dificuldade de aprendizagem com deficiência neurológica, foi-se modificando, dando lugar ao estudo de vários outros fatores que interferem na aprendizagem da criança independente de lesão cerebral.

O esquema de desenvolvimento é comum a todas as crianças, mas vários fatores contribuem para que crianças com a mesma faixa etárias perfeitamente normais comportem-se de maneira diferente e criem obstáculos no aprender. Os fatores vão desde diferenças de caráter, questões físicas e ambientais do próprio sistema de ensino. Levando em consideração os diversos fatores que desencadeiam um problema ou distúrbio de aprendizagem, é preciso considerar a criança como um ser social dotada de cultura, linguagem e valores específicos, bem como suas condições de vida familiar e não se preocupar apenas com uma anomalia. Dessa forma:

"Distúrbios de aprendizagem estão mais ligados a fatores orgânicos. Os problemas de aprendizagem estão mais ligados às questões emocionais, sociais e familiares. As dificuldades de aprendizagem estão mais ligadas ao processo de aprendizagem normal e podem ser decorrentes de oscilações que marcam a diferentes etapas do desenvolvimento, mas podem ter como causa uma inadaptação a uma metodologia, ou a uma relação mal estabelecida com a escola ou professor" (AUREDITE, 2001, p.35).

Embora independente de qualquer um dos conceitos apresentados pela autora, na questão do não-aprender, estão presentes os fatores biológicos, emocional, cognitivo e motor. No entanto, é preciso descobrir em qual área a criança se encontra mais afetada.

As causa das dificuldades de aprendizagem não são claramente identificadas, uma vez que vários fatores contribuem para isso e, não se pode atribuir a nenhuma delas isoladamente a responsabilidade pela inadaptação da criança na escola. A criança ingressada em uma nova pauta de relações, em outro ambiente, com novos papéis e funções, certamente irá criar obstáculos frente à nova situação. Desenvolvem uma série de estratégias de resistência aos esquemas normativa impostos pelos professores. O aluno pode-se tornar apático, não se interessar pelas atividades, não realizar as tarefas previstas, nada perguntar, não respeitar professor e colegas, tornar-se agressivo, briguento ou uma criança retraída."O negar-se a aprender é um sintoma que pode ser uma defesa e tem um efeito positivo sobre o sujeito". (AUREDITE, op. cit. p.35).

O professor deve contar com seus próprios conhecimentos para detectar as dificuldades de aprendizagem que surgem dentro da sala de aula. Para isso é necessário que esteja mais atento e mais consciente de sua responsabilidade como educador. Pois "é o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas características de personalidade, que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos". (GRAPPA, p. 115)

E necessário que o professor observe cada aluno cuidadosamente durante as atividades realizadas em classe, bem como na relação entre os colegas, observando seus comportamentos, conversando com o grupo, investigando as causas de forma ampla, o que envolve vários aspectos, inclusive o próprio método de ensino, para que possa descobrir o que está comprometendo a aprendizagem e criar meios que possam auxiliar o desenvolvimento forma significativa.

1.1 Diferenças individuais e aprendizagem

As diferenças entre os indivíduos "são mais de natureza quantitativa do que qualitativa. Diferem mais no grau do que na espécie". (Martins 1984, p.147). Os alunos considerados normais possuem a mesma espécie de aptidões e capacidades, porém em quantidade diversa. Possui maior ou menor capacidade de memória, atenção, raciocínio, equilíbrio emocional etc. Dessa forma, as aquisições e realizações na vida escolar vão variar.

É interessante a analogia feita por Jan Hunt em seu artigo "Distúrbios de aprendizagem": Uma rosa com outro nome, em que compara a criança a uma rosa. Uma rosa sempre desabrocha no momento mais oportuno para ela, não importa quando. Só precisa satisfazer as exigências de água e luz da planta e deixar o resto por conta da natureza. Tentar retardar ou apressar o seu processo natural de desabrochamento resultaria no murchamento da rosa. Assim acontece com a criança. Elas nascem com a capacidade de aprender e aprendem em ritmos diferentes, de modos diferentes, e em tempo diferente. Desde que hes proporcione situações adequadas, que favoreçam seu desenvolvimento total. Oferecer-lhes a motivação de que necessitam para se sentirem seres humanos competentes e bem sucedidos, num ambiente de ensino seguro, estimulante, paciente e sem ameaças. Deve-se ver cada criança como um caso único, evitar rótulos traumatizantes e buscar maneiras de intervenção que não poupem esforços, nem para encontrar caminhos específicos para cada indivíduo, nem para buscar novos jeitos de ensinar e de fazer escola.

1.2 Condições de aprendizagem

A aprendizagem se acha na dependência de inúmeras condições, que freqüentemente, atuam interelacionadas. Assim o interesse do educando por determinada atividade depende de sua idade, do ambiente sócio-cultural, das necessidades imediatas, enfim da motivação que orienta seus comportamentos.

    1.2.1 Maturidade

"Maturidade em termos psicológicos, é o nível de desenvolvimento em que a pessoa se encontra em comparação com as outras pessoas da mesma idade." (PILETTI, 1997 p. 182). Um comportamento é maduro na medida em que for adequado à idade do individuo.

Em qualquer fase da vida pode-se falar em maturidade. A maturidade ocorre no momento em que o organismo está pronto para a execução de determinada atividade. Não adianta querer ensinar alguma coisa à criança antes da hora, cada criança tem sua própria hora para aprender a andar, a falar, a ler, etc. se o aprendiz não está maduro para executar uma atividade, evidentemente não poderá aprendê-la, porque não disporá de condições para sua realização. O bebê que anda com onze meses apresenta maturidade na habilidade de andar enquanto que outro bebê pode não apresenta esta mesma habilidade aos quatorze meses. O que não quer dizer que o primeiro está mais perto do normal que o segundo. Assim ocorre o processo de aprendizagem. Para que o educando aprenda é preciso que esteja maduro para isso, que suas habilidades psicomotoras estejam desenvolvidas – o que pode variar de criança para criança.

Muitas dificuldades escolares surgem exatamente porque o aluno não está preparado para as aprendizagens que lhes são propostas. O ensino e o treinamento antes da maturação adequada podem ser inúteis e até prejudiciais. No momento de sua entrada no sistema escolar, a criança precisa apresentar um nível de maturidade, de desenvolvimento físico, psicológico e social, pois isto lhe facilitaria enfrentar adequadamente as situações de aprendizagem.

   1.2.2 Tipos de Maturidade

O processo de maturação constitui um dos fatores que determina a prontidão para a aprendizagem e compreende quatro tipos principais: intelectual, social, emocional e física.

·Maturidade intelectual: refere-se ao desenvolvimento da inteligência, ou seja do conhecimento do conhecimento que a pessoa tem de si mesma e do mundo que a cerca. Na medida em que se desenvolve, a criança amplia seu conhecimento tanto no sentido espacial quanto no sentido temporal.

·Maturidade social: compreende a evolução da sociabilidade, no sentido da superação do egocentrismo infantil. De egocêntrica, preocupada apenas consigo mesma, a criança passa a abranger um numero crescente de pessoas em suas relações, deixa de brincar só para brincar também com os outros; quanto mais cresce, mais aceita os outros e se torna aceita.

·Maturidade emocional: diz respeito à expressão e ao controle das emoções nas diversas idades. Está ligada ao desenvolvimento dos sentidos básicos de amor, ódio, medo, raiva, prazer, afeição e outros. Com o desenvolvimento, a pessoa vai aprendendo a reconhecer suas emoções, a aceitá-las, a não deixar que elas prejudiquem outras pessoas.

·Maturidade física: engloba o desenvolvimento das características físicas. Para ajudar a criança a alcançar sua maturidade física, são importantes as atividades de educação física, práticas esportivas, a expressão corporal, a dança, o teatro... Se a escola reservar um tempo para tais atividades, estará contribuindo para um desenvolvimento integral da criança.

Tais aspectos da maturidade são interdependentes. Um não se desenvolve sem o desenvolvimento simultâneo dos outros. Não se aprende a escrever sem a maturidade física do organismo, que permite segurar e movimentar o lápis ao desenho das letras. Também não se aprende escrever sem a maturidade social necessária para ser capaz de aceitar o outro, no caso o professor que ensina. E não se aprende a escrever sem maturidade emocional, pois é preciso ser capaz de concentrar-se nas tarefas repetitivas que compõem o aprendizado da escrita. (PILETTI, 1997 p.182).

Nenhum aspecto da maturidade pode ser esquecido pela escola. Todos são igualmente importantes para o desenvolvimento do ser humano, para a formação da pessoa adulta.

1.2.3 Motivação

A motivação é a base para a aprendizagem. Sem motivação não há aprendizagem, por mais que o professor se esforce para ensinar de mil maneiras diferentes e interessantes, se o aluno não estiver motivado ele não vai aprender. Não adianta o aluno estar amadurecido ou ter experiências anteriores favoráveis. Recompensas e punições também não resolvem se o aluno não quiser aprender.

Antes do inicio de qualquer processo de aprendizagem, é preciso ver quais as motivações do aluno e procurar adequar a aprendizagem a tais motivações. O aluno só aprenderá se estiver convencido de que essas aprendizagens satisfarão suas necessidades. É importante que os objetivos propostos pela escola e pelo professor coincidam com os objetivos do aluno. Caso contrário, o aluno não se preocupará em atingi-los, pois não satisfarão suas necessidades.

Quanto mais motivado o aluno, mais disposição terá para aprender, e melhores serão seus resultados. Uma parte importante dessa motivação reside no interesse do aluno naquilo que ele está aprendendo. Quando o aluno aprende algo que tem interesse para sua vida quotidiana, isso adquire maior significado para ele e torna-se imediatamente identificado como formação útil. Nessas circunstâncias, ele aprende melhor.

Muitas vezes uma pessoa sente-se levada a fazer algo para evitar uma punição ou para conquistar uma recompensa. Em ambos os casos, a iniciativa para a realização da tarefa não partiu da própria pessoa, mas de um terceiro que a estimulou de alguma forma para que ela se movimentasse em direção ao objetivo pretendido. A pessoa não teria caminhado em direção ao objetivo coso não houvesse a punição ou recompensa.

As pessoas podem também agir levadas por um impulso interno, por uma necessidade interior, neste caso, existe vontade própria para alcançar o objetivo.

Quando uma pessoa se põe a caminho de um objetivo, os fatores que a levam a caminhar naquela direção podem-lhe ser intrínsecos ou extrínsecos. Dessa forma pode-se dizer que existem dois tipos de motivação: a intrínseca e a extrínseca.

·Motivação extrínseca: refere-se a uma valorização que vem do meio externo. Estímulo, reforços, prêmios, elogios, incentivos, tudo isso são fatores que surgem de fora da pessoa para movê-la rumo à realização de certas ações que ela normalmente não colocaria em prática. É nisso que consiste a motivação extrínseca.

·Motivação intrínseca: refere-se a algo que as pessoas fazem por razões próprias e para satisfação interna. Ela decorre dos interesses naturais do aluno, da curiosidade que o professor conseguiu despertar nele, do desejo de sucesso e de auto-realização.

A motivação ideal é a intrínseca, mas nem sempre esta ocorre ou está presente. As pessoas não nascem gostando de tudo. O gosto também vai sendo aprendido, em função de necessidades, da maturidade e de experiências anteriores bem sucedidas. Toda criança precisa aprender muita coisa, e inicialmente muitas dessas coisas não lhe oferecem qualquer interesse. Daí a necessidade da motivação externa. Recompensas e estímulos são úteis para começar e para encaminhar os interesses e formar hábitos nas crianças para apreciar as coisas pelo que são e não para ganhar recompensas. (ARAUJO E CHADWICK, 2001 p. 276).

Uma das principais tarefas para professores é provocar interesse e envolvimento no assunto até quando os estudantes não estiverem inicialmente interessados nele. O objetivo é fazer o aluno passar da motivação externa para a motivação interna, pois a motivação que decorre de um genuíno interesse em aprender é muito mais duradoura e valiosa do que a que provém do interesse de aprender apenas para ganhar uma recompensa. Contudo os professores não são responsáveis pela motivação de seus alunos. Eles podem apenas encorajar por palavras e ações. A motivação real vem de cada individuo.

Principais fatores que contribuem para o fracasso escolar.

2.1 O fracasso escolar nas escolas brasileiras.

Um dos mais graves problemas da educação brasileira é o fracasso escolar, principalmente nas classes sociais menos favorecidas. Manifesta-se pelo grande número de reprovações nas séries iniciais do ensino fundamental, insuficiente alfabetização, exclusão da escola ao longo dos anos, dificuldades escolares não superadas que comprometem o prosseguimento dos estudos. Vários alunos são retirados da escola para ajudar os pais no campo, devido a necessidades especificas, prejudicando assim, a sua vida escolar. Nem todos têm objetivos definidos, tais como: sobressair no mercado de trabalho, ter uma vida digna, ser um indivíduo ativo, pensante e formador de opinião.

Percebe-se que as escolas brasileiras não estão preparadas para trabalhar com crianças de vários níveis, tanto social, econômico e cultural.

Libâneo admite que: "o aluno na maioria das vezes é discriminado pelo professor no início do ano, quando o professor olha na face dos alunos e diz: quais terão sucesso no final do ano. Geralmente, essa previsão acaba-se concretizando, pois os reprovados no final do ano são aqueles já marcados pelo professor. Além disso, alunos com diferente aproveitamento recebem tratamento desigual, pois o professor prefere os que melhor correspondem as suas expectativas do bom aluno". (1994 p.41)

Muitas vezes, por falta de cautela, os professores estabelecem padrões, níveis de desempenho escolar tendo como referência o aluno considerado "normal", estudantes com poder aquisitivo alto, intelectuais vistos como modelos de aluno ótimo. Crianças que não se enquadram nesse aspecto são consideradas fortes candidatos à reprovação escolar. Essa é uma maneira de discriminar as crianças menos favorecidas, dessa forma, pode-se dizer que a assimilação de conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos estão ligados às condições econômicas e culturais dos mesmos.

É comum os professores justificarem as dificuldades apresentadas pelos alunos como pouca inteligência, imaturidade, problemas emocionais, falta de acompanhamento dos responsáveis e outros. Esses problemas existem, mas nem por isso é coerente colocar a culpa do fracasso na família. A influência do meio, especialmente do ensino, pode facilitar ou dificultar o desenvolvimento intelectual. Se o meio social da criança não pode dar boas condições para o desenvolvimento intelectual, o ensino deve proporcionar um ambiente estimulante, calmo e harmonioso com a finalidade de resgatar o aluno. Para que isso aconteça, o professor necessita estar preparado emocional e intelectualmente

"há também, deficiências na organização do ensino que decorrem dos objetivos e programas ( muito extensos ou muito resumido; da inadequação à idade e ao nível de preparo dos alunos para a sua assimilação; da sua não vinculação com os fatores e acontecimentos do meio natural e social: das formas de organização da rotina escolar ( por exemplo, em boa parte das escolas públicas há uma redução do período de permanência das crianças na escola, suspensão de aulas por qualquer motivo, substituição de professores etc.' ( Libâneo op. Cit. P.42)

Todos os fatores supracitados interferem no ensino e na aprendizagem, podendo causar vários transtornos na vida do indivíduo.

A qualidade de ensino não se separa das características econômicas, sócio – culturais e psicológicas da clientela atendida. Percebe - se que o aluno que tem maior contato com os livros e realizam tarefas educacionais, o rendimento é bem melhor ao comparar com os alunos que não tenham os requisitos citados. O ensino pode contribuir para a superação do fracasso escolar, desde que os objetivos e os conteúdos sejam atraentes e adequados.

2.2 Fatores que interferem na aprendizagem

Existem inúmeros fatores que podem provocar um problema ou distúrbio de aprendizagem. São considerados fundamentais:

a)Fatores orgânicos – Saúde física deficiente, falta de integridade neurológica (sistema nervoso doentio), alimentação inadequada etc.

b)Fatores psicológicos – Inibição, fantasia, ansiedade, angústia, inadequação à realidade, sentimento generalizado de rejeição etc.

c)Fatores ambientais - o tipo de educação familiar, o grau de estimulação que a criança recebe desde os primeiros dias de vida, a influência dos meios de comunicação e outros.

Nota – se que há vários fatores que exercem influência na aprendizagem dos alunos. Deve-se refletir em todos e não colocar toda a culpa nas crianças ou nos responsáveis e repensar na prática pedagógica. Esses fatores dividem em orgânicos, psicológicos e ambientais.

A proposta do sistema educacional brasileiro é dar, para cada criança, a oportunidade de aprender tanto quanto sua capacidade permitir. O que percebe, é que todos são capazes, não importa a sua deficiência.

Quem trabalha com crianças deve conhecê-las, não precisa ser especialista, mas precisa ter conhecimentos básicos sobre o que é uma criança. Seus aspectos biológicos, psicológicos e sociais. A partir do momento que o professor perceber qualquer comportamento estranho no aluno, tentar resolver ou encaminhá-la para os canais competentes tais como: gestores da escola, família, sociedade, especialistas e outros.

De acordo com alguns estudos feitos compreende-se que a criança depende do meio em que vive. Se for criada no ambiente conturbado, seu desenvolvimento escolar estará prejudicado, tais como: falta de interação, inquietação, timidez, fobia, agitação, retardamento mental...

No estabelecimento de ensino, o professor deve estar sempre atento às etapas do desenvolvimento do aluno, pois cada etapa necessita de uma atenção especial, facilitando a aprendizagem, atribuindo confiança e afeto ao aprendiz.

Segundo Piaget, são quatro as etapas de desenvolvimento:

a)Sensório- motor, b) Pré- operatório, c) Operatório-concreta, d) Operatório formal.

Período sensório motor- vai do nascimento até aproximadamente os dois anos de idade. Os esquemas sensório-motor são construídos a partir de reflexos inatos (o de sucção, por exemplo), usados pelo bebê para lidar como o ambiente. Dentre as principais aquisições do período sensório-motor, destaca-se a construção da noção "eu", através da qual a criança diferencia o mundo externo do seu próprio corpo.

a)Período pré- operatório- marcado pelo aparecimento da linguagem oral, por volta dos dois anos. Nessa fase, a criança é capaz de interiorizar ações, porém, diferente do pensamento adulto, porque nesta fase a criança é muito egocêntrica.

b)Período operatório- concreto- por volta dos sete anos de idade é a etapa do pensamento lógico e das atividades concretas.

c)Período operatório formal - a partir dos treze anos de idade; nessa fase, o pensamento se torna livre das limitações da realidade concreta; é a fase da liberação do pensamento, das amarras do mundo concreto. Permitirá ao adolescente pensar e trabalhar, não só com a realidade concreta, mas também com a realidade possível. (1997, p.20)

2.3 Família, escola e aprendizagem.

É a família que primeiro proporciona experiências educacionais à criança, com objetivo de orientá-la. Tais experiências resumem-se num treino, que, algumas vezes, é realizado no nível consciente, mas que, na maior parte das vezes, acontece sem que os pais tenham consciência de que estão tentando influir sobre a conduta dos filhos.

Este tipo de aprendizagem e ensino em diferentes níveis de consciência dá-se durante todo o tempo, dentro ou fora da escola. Os pais e os professores estão sempre ensinando simultaneamente em diferentes níveis de consciência, e as crianças estão sempre aprendendo em diferentes níveis. "As coisas ensinadas ou aprendidas conscientemente podem ou não ser importantes e podem ou não fixar-se". Lindgren (1997, p. 86)

Para Gagné "A experiência é o maior dos mestres; isto significa que os acontecimentos vividos pelo indivíduo em desenvolvimento em sua casa, em seu meio geográfico, na escola e em seus vários ambientes sociais - determinaram o que ele vai aprender e, também, em grande parte, a espécie de pessoa que se tornará". (1975 p.2)

Qualquer problema de aprendizagem requer grande trabalho do professor junto à família da criança, para diagnosticar situações e levantar características, com a finalidade de descobrir o que está representando dificuldade ou empecilho para que o aluno aprenda.

Os distúrbios de comportamento constituem um assunto de grande preocupação para os professores porque, embora muitos casos exijam assistência especializada, a "criança problema" geralmente permanece em sala, mesmo enquanto o tratamento está-se realizando.

Muitos psicólogos classificam os distúrbios de comportamento em duas categorias: problemas de conduta e de personalidade.

Os problemas de conduta relacionam-se a comportamentos que perturbam totalmente as outras pessoas e podem ser dirigidos contra elas, visto que são inimigos, agressivos, destrutivos, às vezes envolvendo delito e psicopatologia.

Mediante os estudos de José e Coelho:

"Os problemas de personalidade são de caráter neurótico e podem ser chamados de "comportamentos esquivo", isto é, a criança tem medo dos outros, sente, se ansiosa, evita situações que possam expô-la à crítica, ao ridículo ou à rejeição." (COELHO, 2004, p.168)

Os problemas de conduta geralmente chamam mais atenção do que os problemas de personalidade. Os problemas de personalidades não são facilmente identificados pelo fato de que, em geral, crianças com problemas de personalidade são submissas e obedientes, dificultando a observação.

O meio onde a criança convive, influência no comportamento, acarretando danos ou benefícios para a aprendizagem.

2.4 Alguns comportamentos que influenciam na vida escolar e social dos alunos

2.4.1 O autismo infantil

A criança não interage com outras pessoas. O sintoma pode aparecer desde os primeiros anos de vida. A criança vive num mundo particular e não socializa.

Segundo José e Coelho, "No momento do nascimento, a criança é de aparência normal". Só aos oito meses é que se observa a ausência dos movimentos antecipadores habituais. Quando chamamos uma criança normal de oito meses para vir ao colo, ela estende os braços e se adapta ao nosso corpo. O autista já não estende os braços e não se ajeita se o pegarmos. (2004, p. 170)

É freqüente o diagnóstico incorreto do autista, confundindo-o com casos de retardamento mental, surdo-mudez, afazia e outras síndromes.

Quanto mais cedo se identificar o autismo, mais rápido será o tratamento e, em alguns casos é possível a recuperação.

O tratamento indicado é a psicoterapia prolongada, que em certos casos devem-se atender também os pais. É importante o trabalho multidisciplinar (psiquiatria, psicologia, neurologia etc.). São catorze os sintomas característicos e a presença de sete já é o bastante para definir o autista.

Características da criança autistas mais evidentes:

·Não se mistura com outras crianças.

·Não demonstra medo de perigos reais.

·Risos e movimentos não apropriados.

·Resiste ao contato físico.

·Modo e comportamento indiferente e arredio.

·Acentuada hiperatividade física.

·Usam pessoas como ferramentas.

Embora a presença de uma criança totalmente autista seja rara na escola do ensino fundamental, é importante que o professor tenha conhecimento dos sintomas característicos desse distúrbio, pois as crianças que conseguem se recuperar parcialmente podem vir a freqüentar classes normais.

2.4.2 Agressividade

Encontram-se crianças agressivas, devido à influência do seu meio social. Vários fatores contribuem: rejeição dos pais ou parentes, excessiva tolerância da agressividade; falta de supervisão dos pais ou responsáveis; desvios sociais dos pais e parentes: desavenças em família; tratamento inadequado (superproteção e / ou punição); uso de punições físicas dolorosas; ameaças de punição física. Para amenizar agressividade no estabelecimento escolar é necessário orientar os alunos quanto à importância da harmonia, mostrando que nenhum indivíduo vive sozinho.

Segundo José e Coelho, várias atitudes podem ser feitas, evitando agressividade no recinto escolar tais como:

·Estabelecer contrato didático, juntamente com a classe, aceitando sugestões e argumentando com seriedade sobre as conseqüências dos atos violentos;

·Selecionar os alunos e atribuir tarefas. Exemplo: supervisionar a sala;

·Incentivar os alunos com símbolos comportamentais;

·Trabalhar sempre com atividades relevantes, com intuito de não deixarem os alunos ociosos;

·Sugar as energias dos alunos, atribuindo tarefas de acordo com os seus talentos, ex.: pintura, montagem, encenações teatrais... (op.cit.p.175)

2.4.3 Fobia escolar

De acordo com os estudos feitos de José e Coelho, à incapacidade total ou parcial de freqüentar a escola dá-se o nome de fobia escolar. Ocorre com alunos de todos os níveis sociais, qualquer grau de escolaridade e diferentes níveis de inteligência. Manifesta-se através de ansiedade, susto, náuseas, vômitos, diarréia, dores de cabeça e de barriga, falta de apetite, palidez, febre etc. A criança até vai à escola, mas quando chega começa a sentir esses sintomas ou chora. (op.cit, p.178)

Para combater a fobia escolar, precisa do apoio da família e professores. Professores no sentido de orientar as mães para ser mais calma, tranqüila, carinhosa, mas firme e determinada, no sentido de fazer com que o filho permaneça sozinho na escola. A família pode ficar com o filho na escola até que o mesmo se acostume e se adapte.

Não se deve confundir a fobia escolar com o medo natural dos primeiros dias de aula, sobretudo na pré-escola. Se persistir a reação por várias semanas, deve-se suspeitar de fobia escolar. A criança é mais fácil para se tratar e contornar o problema. Adolescentes e adultos só conseguem algum resultado através da psicoterapia intensa.

O comportamento de uma criança fóbica é gerado através de uma superproteção dos pais, que com este comportamento encoraja o filho a ficar em casa, inventando desculpas ou até mesmo doenças. Outro caso é quando o aluno teve experiências infelizes.

Os alunos com fobia escolar necessitam de atenção especial tanto fora como dentro do estabelecimento de ensino.

2.4.4 Timidez

A criança já nasce com uma série de características mais ou menos pronunciadas. Algumas são inibidas e outras extrovertidas. Quando é superprotegida e lesada, não consegue sobressair devido a sua timidez. A falta de independência limita o meio escolar e social. Não se deve confundir a criança tímida com a parada ou desinteressada. Todas precisam de amor, apoio, paz, afeto dos pais, professores e demais funcionários.

Para José e Coelho, a timidez excessiva de uma criança deve ser encarda com seriedade. Provém em geral de um complexo de inferioridade cultivado por pais, irmãos, outros adultos e colegas através de frases que depreciem, subestimem ou ofendam. São frases que impedem a criança de confiar em sim mesma e geram a timidez que pode acompanhá-la durante toda a vida, prejudicando suas relações futuras. (op.cit, p.180).

2.4.5 Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade – TDAH

Ansiedade, inquietação, euforia e distração freqüentes podem significar mais do que uma fase na vida de uma criança: os exageros de conduta diferenciam quem vive um momento atípico daqueles que sofrem de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDHA), doença precoce e crônica que provoca falhas nas funções do cérebro responsáveis pela atenção e memória.

O transtorno de déficit de atenção / hiperatividade é um problema que atinge uma parte do cérebro do ser humano causando algumas variações de comportamento como: desatenção, agitação e impulsividade. Estes transtornos levam as crianças a desenvolverem grandes dificuldades em relacionamentos bem como apresentarem comportamentos variados. Esses distúrbios são percebidos nas crianças que se distraem com facilidade e em muitos casos são prejudicados na aprendizagem escolar e no seu dia a dia social. Por isso é importante que a escola capacite seus profissionais e também contrate profissionais especializados que possa encaminhar essas crianças à especialista para que se realizem diagnóstico preciso.

De origem genética, o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade tem como fatores predominantes, e não necessariamente simultâneos, a desatenção, a impulsividade e a hiperatividade, além de influências externas relevantes, como traumas inclusiva cerebrais, infecções, desnutrição ou dependência química dos pais.

Segundo, "Não se trata de rotular essas crianças, mas de reconhecer que apresentam um conjunto de sintomas que as colocam em risco." (Rohde, p.48, 2003- Revista Pátio.)

Muitas crianças hiperativas são classificadas pelos pais e profissionais da educação como preguiçosos, incapazes, indisciplinados, mal educados, inquietos... No entanto antes de classificar estas crianças com rótulos depreciativos é importante que os educadores procurem estar informados sobre o assunto para tomar as devidas providências.

Sintomas mais conhecidos da hiperatividade

1.Desatenção

·Tem dificuldades em organizar tarefas e atividades;

·Perde coisas necessárias para as tarefas e atividades, tais como brinquedos, obrigações escolares, lápis, livros ou ferramentas;

·É esquecido em atividades diárias.

·É facilmente distraído por estímulos externos;

·Tem dificuldades de manter a atenção em tarefas ou jogos;

2.Hiperatividade/impulsividade

·Agita mãos ou pés ou se remexe na cadeira;

·Tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer;

·Fala demais;

·É impulsiva;

·Dá respostas precipitadas, antes de ouvir a pergunta inteira;

·Intromete-se na conversa dos outros ou a interrompe.

Para que se considere um indivíduo com TDAH, os sintomas devem se manifestar em vários ambientes (Escola, casa, viagens...).

2.4.6 Dislexia

Dislexia é uma disfunção neurológica que tem como conseqüência dificuldades acentuada que ocorrem no processo da leitura, escrita, soletração e ortografia. É um termo abrangente onde descreve grandes dificuldades em assimilar sons e letras resultantes de discretas anomalias na organização dos circuitos cerebrais responsáveis pela coordenação visual-auditivo-motora-verbal e que sustentam o complexo da percepção e compreensão da linguagem escrita.

A dislexia não é uma doença e sim um distúrbio de aprendizagem inato que de alguma forma interfere de maneira significativa na integração dos símbolos lingüísticos e perceptivos, que por meio de estimulação permitirá certa organização das estruturas psiconeurológicas. Tudo isso sendo possível com a ajuda de uma equipe multidisciplinar, isto é, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo e se necessário, um neurologista e um geneticista, para direcionar a aprendizagem. Assim sendo a criança começará a perceber seu universo orientado, irá desenvolver seus sentidos, a razão de sua percepção.

Como afirma NUNES, "É possível que as crianças disléxicas levem desvantagem, ou seja, mais lentas do que outras crianças no reconhecimento de formas em geral. Uma diferença dessa natureza provavelmente constituiria uma deficiência, uma vez que, ao ler, muitas pessoas podem reconhecer algumas palavras, como um todo, com base em sua forma global", (1992. p. 26). Esse comprometimento vem sempre associado a dificuldades na coordenação motora geral ou fina, no equilíbrio, ritmo, na noção do espaço temporal, localização de conceito, antes e depois, embaixo e em cima, na identificação e localização do esquema corporal, datas e fatos históricos.

O sistema funcional da linguagem precisa de certa estrutura bem vivenciada para que determine a maturação do sistema nervoso para facilitar a aprendizagem da criança. No entanto, é preciso perceber a importância a aprendizagem sensorial desde zero até seis anos. É nesta fase que o indivíduo adquire todas as suas capacidades humanas, como sendo, a locomoção, linguagem e o pensamento, estabelecendo assim condições corticais necessárias para esta aprendizagem. Mesmo sendo um distúrbio da aprendizagem, o disléxico é capaz de evidenciar sua inteligência. A dislexia não implica no comprometimento do nível intelectual, muito pelo contrário, um ser humano considerado disléxico pode ter inteligência acima da media, como é o caso dos cientistas Albert Einstein e Thomas Edison, o ator Tom Cruise, o pintor Pablo Picasso entre outros.

As causas da dislexia e outras patologias podem ser genéticas, desconhecidas e congênitas. Não se deve dizer que uma criança é disléxica em decorrência dos fatores como gestação fragilizada ou mesmo uma alimentação inadequada ou nascimento prematuro. E sim pode ser um portador de conduta típica com alguma síndrome, apresentando quadro de ordem neurológica, e ou psicológica, podendo assim comprometer sua aprendizagem da leitura e escrita. Como também em decorrência de algum tipo de lesão cerebral ou acidentes ou mesmo de remoção de um tumor cerebral pode ocasionar a dislexia adquirida.

Características mais evidentes da criança disléxica

·Incapaz de falar ou de ler com a mesma facilidade das outras crianças ditas normais.

·Não consegue acompanhar os colegas de classe e tem grande dificuldade no aprendizado e na fixação da linguagem escrita

·Tem letra ilegível, apresenta lateralidade indefinida, a maioria é canhota e possui vocabulário limitado.

·Para ler e escrever deita na mesa ou posicionam a cabeça de lado ou seguram-na.

Nem sempre a dislexia é a causa das dificuldades no ambiente escolar. E nem toda a demora no aprendizado é sintoma de dislexia. Portanto é preciso que os professores estejam preparados. Eles são os primeiros a perceberem os sinais, é, pois função de escola e dos pais ajudar a criança a persistir nos estudos. Cabe ao professor conhecer os modos de identificar a dificuldade, verificar se o problema é eventual ou persistente e encaminhar, depois de constatar a permanência da situação. A dislexia não tem cura porque não é uma enfermidade, e sim um acentuado distúrbio de aprimoramento. Essas dificuldades são amenizadas com terapia adequada e com estratégias de compensação que moderam seus efeitos. Mesmo com todas as dificuldades que a dislexia pode trazer para a vida escolar de uma criança, é possível contornar o problema. O mais importante é que os pais e eventualmente os professores estejam sempre atentos, pois o grau do distúrbio varia e os sinais costumam ser inconstantes.

De acordo com os estudos feitos, percebe-se que todas as crianças têm capacidades de aprender. Não importa se tem alguma anomalia. Seu aprendizado será de acordo com o seu potencial.

BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A palavra Inclusão na Educação tem dois significados distintos, um quando se fala em possibilitar às pessoas com deficiência, iguais oportunidades de aprendizado e outro quando se refere ao conceito de educação inclusiva. O primeiro significado diz respeito ao acesso físico à escola, treinamento e desenvolvimento de atividades educacionais que estimulem as aptidões culturais, artísticas e laborais das pessoas com deficiência.

A educação especial atende o primeiro conceito, uma vez que visa oferecer escolaridade, apesar de segregar os indivíduos com necessidades educativos especiais. Já a Educação Inclusiva, não é apenas a simples colocação em sala de aula, significa a criação de uma escola onde pessoas com e sem deficiência possam conviver e estudar em ambientes onde os indivíduos aprendem a lidar com a diversidade com a diferença. Nesse caso o aspecto segrega dor da educação especial dá espaço a um novo conceito de escola, chamada escola Inclusiva, cujas crianças, jovens e adultos portadores de deficiência fossem admitidos em classes comuns, em contato com alunos sem deficiências, com intuito de aprender e situar a deficiência no meio dos outros (Mota, 1999 pg.34).

Criar as condições para o desenvolvimento de escolas para todos e que garantam educação de qualidade com equidade, implica promover transformações nos sistemas educacionais, na organização e no funcionamento das escolas, nas atitudes e nas práticas dos docentes, bem como nos níveis de relacionamentos entre os diversos atores. Nesse sentido, o sistema escolar tem que ajustar-se para satisfazer as necessidades de todos os discentes.

No material elaborado pelo MEC-Ministério da Educação e Cultura – "Educar na Diversidade", encontra-se normas e acordos internacionais elaborados sobre educação de qualidade para todos:

"1989 - Convenção sobre os Direitos da Criança (Nações Unidas): dispõe sobre os direitos que devem ser aplicados a todas as crianças, jovens e adultos sem qualquer exceção, com base nos quais o Estado é obrigado a adotar as medidas necessárias para proteger a criança contra todas as formas de discriminação contra todas as formas de discriminação.

1990- Conferência Mundial sobre Educação para todos (Jontien, Tailândia): recomenda especial atenção às necessidades básicas de aprendizagem das pessoas com deficiência e a adoção de medidas para assegurar igualdade de acesso a educação como parte integrante do sistema educacional.

1994- Normas Padrão das Nações Unidas sobre Igualdade de Oportunidades para pessoas com Deficiência: garantem que os membros deste grupo social possam ter os mesmos direitos e responsabilidades que qualquer outro indivíduo na sociedade.

1994- Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade (Salamanca): dispõe sobre a obrigatoriedade das escolas de acolher todas as crianças, independentemente de suas condições pessoais.

1996- Reunião de Ministros da Educação na América Latina e Caribe (Kingstom): uma das recomendações estabelece o fortalecimento das condições e estratégias para que as escolas atendam a crianças com necessidades educacionais especiais ou que apresentem dificuldades de aprendizagem em virtude de diferentes razões, tais como, deficiências, ensino ou escolaridade inadequada e ambiente social precária.

2000-Reunião Regional das Américas, preparatória do Fórum Mundial de Educação para Todos (São Domingos): estabelece o compromisso de formulação de políticas de educação inclusiva dando prioridade, em cada país, aos grupos mais excluídos; estabelece marcos legal e institucional para tornar obrigatória a inclusão como responsabilidade coletiva.

2001- VII Reunião Regional de Ministros da Educação (Cochabamba): reafirma a necessidade de valorizar a diversidade e a interculturalidade como elementos de enriquecimento da aprendizagem, recomendando que os processos pedagógicos levem em conta as diferenças sociais, culturais, de gênero, capacidade e de interesses, com vistas a uma melhor aprendizagem, á compreensão mútua e à convivência. "(Duk, 2005 pg.58).

No Brasil, a integração escolar com base na Constituição preconiza o atendimento ao portador de deficiência preferencialmente na rede regular de ensino (art.208, Constituição Federal, 1988), o que devem fortalecer a idéia de Educação Inclusiva. Com base neste artigo da Constituição, vários Decretos foram criados com intuito de garantir o acesso, na educação e o sucesso de todos na educação escolar.

O principio fundamental das escolas Inclusivas consiste em que todos os alunos aprendam juntos, independentemente das dificuldades das diferenças que apresentem para garantir um bom nível de educação. Partindo dessa idéia, um dos maiores desafios que os países, estados e municípios enfrentam diz respeito a como avançar na direção de um modelo de educação Inclusiva, que ensine e eduque todos os alunos simultaneamente, reconheça as diferenças individuais como um valor a ser levado em consideração no desenvolvimento e na materialização dos processos de ensino e de aprendizagem, (Fonseca, 1989).

Em linhas gerais, pode-se dizer que é necessário uma política educacional cujo objetivo estabeleça que a escola se comprometa com a igualdade de oportunidades e condições para todos os estudantes a fim de garantir que todos possam ser bem sucedidos educacionalmente.

3.1 A inclusão pedagógica no processo ensino aprendizagem

No decorrer da história, o Brasil tem gradativamente se movimentado na busca de se tomar uma sociedade que reconhece e respeita a diversidade que a constitui. É preciso garantir o acesso e a permanência de todas as crianças, jovens e adultos com necessidades
educacionais especiais ou não no sistema regular de ensino.

A escola deve ser um ambiente que reflita a sociedade como ela é, os alunos inclusos deverão ter garantido seu espaço e oportunidade. A organização de um sistema educacional inclusivo exige a transformação dos saberes e das práticas de todos os participantes da comunidade educacional e, portanto, o envolvimento de todos.

De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial Básica, no artigo 3°, parágrafo único, os sistemas de ensino devem construir e fazer funcionar um setor responsável pela educação especial, dotado de recursos humanos, materiais e financeiros que viabilizem e dêem sustentação ao processo de construção da educação inclusiva.

Nesse sentido, o Projeto Político Pedagógico da escola que é Poe excelência o instrumento teórico metodológico que define as relações da escola com a comunidade a quem vai atender, deve estabelecer a ponte entre a política educacional do município e a população acadêmica. Ao educador compete compreender a força e o impacto das causas que o processo pedagógico exerce sobre o aluno, favorecendo seu sucesso ou fracasso na
escola, e esse impacto ocorre de forma negativa, já a partir do momento em que se adota, inadequadamente, o princípio de que é o aluno que deve ajustar-se ao processo educacional e não o processo a ele. Com relação a essa situação, o sistema de ensino brasileiro tem procurado encontrar novas formas de responderás necessidades de criança com dificuldade de aprendizagem.

Freqüentemente os professores se queixam que seus alunos não possuem estimulação necessária à alfabetização e que isto interfere no ensino. Em vez de culpar seus alunos, os docentes devem procurar desenvolver as capacidades dos mesmos levando-os a sentirem a necessidade de valorizarem os instrumentos da cultura e as atividades que se relacionam com ela. O relacionamento professor-aluno também é um fator que pode influenciar o processo ensino-aprendizagem. O professor tem que ser aberto às perguntas e indagações dos alunos e trata-los com respeito (Oliveira, 1997, p.119).

Frente a essa reflexão constata-se que muitas das dificuldades apresentadas pelos alunos podem ser facilmente sanadas no contexto da sala de aula, isso se o professor estiver atento e consciente de sua responsabilidade como educador e dedique seus esforços para aumentar o potencial do aluno em todos os aspectos. E sabido que a atuação dos professores, as decisões que tomam as experiências que proporcionam e as relações que estabelecem com os alunos têm uma grande influência no desenvolvimento cognitivo dos
mesmos. Por essa razão, as dificuldades de aprendizagem podem ser encaradas em termos curriculares.

Partindo do principio que toda criança é especial e por isso aprende de maneira diferente, o objetivo da educação deve ser responder individualmente a todos os alunos e reconhecer que se deve respeitar a individualidade e o ritmo de aprendizagem cada um.

Preocupado com a formação do educador para adequar às atuais exigências da educação, em 1998 o MEC - Ministério da Educação e Cultura em consonância com as ações da UNESCO, organizou um manual de capacitação de professores, com o objetivo de ajudá-los a agir de forma positiva às necessidades especiais de seus alunos em sala de aula.

De acordo com esse manual, três critérios são essenciais para o sucesso da aprendizagem:

a)Os professores precisam conhecer bem os alunos, suas capacidades, anseios, limitações e suas experiências anteriores;

b)Os alunos precisam ser orientados a atribuir um sentido às atividades de que participam;

c)As aulas devem ser organizadas de modo a estimular a participação e o esforço do aluno. Os professores conseguem por em prática esse aspectos de maneira criativa que pode ser realizada de diversas formas, porém, devem basear-se nos seguintes conceitos:

1. Finalidade: geralmente, os alunos que não assimilam bem a aula ignoram a finalidade do que lhes foi proposto para fazer. Se lhes perguntar, porque estão fazendo aquilo, podem responder que é porque o professor mandou. Nesse sentido, a atividade é inútil para os alunos, a experiência não tem nenhum sentido. Nesse caso, o professor precisa encontrar uma forma de ajudar os alunos a compreenderem para que serve as diferentes tarefas, as razões porque foram propostas, como e quando devem ser realizadas. Assim, os alunos serão capazes de responsabilizarem-se por sua própria aprendizagem e de trabalhar por um objetivo real. Mas, de que forma o professor pode ajudar os alunos a compreender melhor a natureza e a finalidade das atividades que lhes são dadas? Não se tem uma receita pronta para essa questão, o que se sabe é que muitos professores utilizam metodologias diferenciadas que na maioria das vezes são positivas.

Alguns profissionais preferem recorrer a uma abordagem direta, utilizando a palavra para ajudar os alunos a compreender o que lhes é pedido. Outros, porém, preferem um estilo menos diretivo, procurando favorecer a compreensão por meio de um processo de discussão e negociação com os alunos. Pode acontecer de alguns alunos terem dificuldades em seguir as explicações. O professor menos diretivo pode privilegiar a discussão individual ou em pequenos grupos enquanto se movimenta pela sala observando o trabalho dos alunos e intervindo quando necessário. Essa maneira de atuar oferece oportunidade de adaptar as explicações em nível adequado a cada aluno e verificar a sua compreensão.

Outra maneira de facilitar a aprendizagem é a apresentação do conteúdo de maneira clara apoiada por uma demonstração que inspire e estimule o pensamento e a participação de todos os alunos. Vale ressaltar que qualquer método ou metodologia que o professor utilizar em sala de aula pode não promover a aprendizagem geral do grupo, isto porque alguns alunos necessitam de acompanhamento individualizado.

Assim sendo, o professor deve encontrar maneiras de manter toda a turma ocupada para poder estabelecer diálogo com um ou com um pequeno grupo a respeito do que estão fazendo e o porquê da atividade. Para tanto, a organização do tempo e dos recursos são aspectos de fundamental importância:

2. Variedade e escolha: o professor tem de certa forma, um público garantido que é obrigado a estar ali. E certo que muitas crianças gostam e interessam em aprender, querem descobrir algo diferente e novo no mundo em que vivem. Em geral, também estão interessadas em agradar ao professor e aos pais. Ao contrário de outras que só vão para a escola porque são obrigadas a obedecer à imposição da família e do próprio sistema organizacional do Brasil.

É tarefa do professor, despertar e aguçar a curiosidade e desejo do educando, respeitando as diferenças individuais do mesmo. Um fator essencial para conquistar o publico no contexto da sala de aula é a variedade. Ao falar em variedade referimo-nos tanto ao que se az, com à maneira como se faz. Ou seja, as aulas devem ser preparadas de modo a proporcionar aos alunos assuntos diversificados, variedade de contexto de aprendizagem bem como materiais didáticos apropriados, procurando assim atender às diferenças individuais entre os alunos.

Outro aspecto que pode contribuir para o sucesso dos alunos é proporcionar a eles a oportunidade de escolher o que querem fazer, como e quando realizar as atividades propostas. E dar-lhe a oportunidade de relacionar as atividades da aula com suas experiências anteriores e com os conhecimentos já adquiridos. E assegurar que as crianças tragam para a aula, aspectos de sua cultura pessoal, não só para ter claro o sentido que dão às atividades, mas também como fonte de enriquecimento.

Muitas vezes, alunos oriundos de famílias que adotam estilos de vida pouco habituais, são vistas como "problemas"; porem, é necessário reconhecer que nesse caso, crianças com estas características trazem consigo conhecimentos, idéias e perspectivas que podem ser utilizadas para esclarecer a compreensão e o respeito à diversidade.

3. Reflexão e análise: foi evidenciada a importância do professor conhecer bem seus alunos, suas capacidades, conhecimentos, interesses atitudes e suas experiências anteriores. O professor aprende a conhecer melhor seus alunos por meio de observações cuidadosas e de controle sistemático dos seus progressos, através de métodos de acompanhamento, que podem ser registros ou outros que o professor achar conveniente, para acompanhar, avaliar e conversar com os alunos conjuntamente e/ou individualmente se necessário for, sobre como realizar seus estudos com sucesso.

É fundamental reconhecer a importância de feedback. Observando que os alunos aprendem por meio de seus sucessos e dos seus fracassos. Desse modo, o feedback dado pelo professor e pelos colegas pode oferecer orientação e estimulo para ajudar a obter melhores resultados Convém especialmente, corrigir os erros o mais rapidamente possível para evitar que os alunos voltem a comete-los.

Existem vários métodos que podem ser utilizados para verificar o nível de compreensão dos alunos. Variam, evidentemente, com a natureza da atividade. E viável que o professor priorize as atividades que condicionam os alunos a assumirem a responsabilidade de verificar seus progressos. Pó exemplo, pedir para as crianças registrarem o que fazem, assinalando as atividades realizadas com sucesso e identificando as que precisam ser melhoradas.
Outro método importante é, no final de uma atividade levar as crianças a refletir e relatar em dupla ou em pequenos grupos sobre o que estiveram fazendo, o que conseguiram, o que foi mais importante e o que sentiram ao fazer a tarefa. Essa experiência faz com que as crianças (mesmo as menores), se sensibilizem e assumem na maioria das vezes responsabilidade e controle de seu progresso.

4. Utilização flexível de recursos no ensino é fundamental a gestão do tempo: turmas bem organizadas são geridas de modo a facilitar uma utilização eficaz do tempo, Os materiais e equipamentos a serem utilizados na sala de aula devem estar guardados de modo a serem encontrados quando necessários, tomando assim os alunos relativamente independentes do professor.

Por outro lado, nas aulas menos organizadas, os alunos dependem do professor para dispor dos materiais para correções e para decisões sobre a orientação do trabalho. Desse modo, o tempo do professor é desperdiçado em questão de organização e de administração de rotina.

Os dois recursos mais importantes da aprendizagem em qualquer sala de aula são o professor e os alunos. A utilização de seu tempo é importante e decisiva para um ensino e uma aprendizagem eficazes. As dificuldades surgem geralmente, quando se pede para os alunos trabalharem de forma independente. O professor tem de assegurar que todos trabalhem adequadamente, e as crianças têm que resolver as possíveis dificuldades que encontrarem quando trabalharem com menos indicação e supervisão. As atividades independentes permitem em geral que os alunos pratiquem e apliquem habilidades e conhecimentos anteriormente adquiridos.

Em determinadas circunstâncias a oportunidade de praticar consideravelmente para ajudar as crianças a conseguir aprender o que não tinha aprendido anteriormente. São. Contudo, de pouco proveito, se a criança não adquiriu previamente as habilidades e os conhecimentos necessários para realizar a tarefa com um mínimo de sucesso. Dessa forma, é fundamental saber quando a criança adquiriu um nível de aprendizagem que lhe permite prosseguir na realização da tarefa com menos supervisão.

Também frequentemente, os alunos sentem dificuldades no trabalho por não terem compreendido bem o que estão fazendo. Em outras palavras, sua falta de sucesso é, pelo menos em parte, resultado da não apresentação adequada por parte do professor, das idéias trabalhadas ou, falta de orientações suficientemente claras sobre como realizar o trabalho. Essa situação acentua, mais uma vez, a necessidade de se verificar cuidadosamente a compreensão das crianças durante as fases iniciais da aprendizagem ou do desenvolvimento de novas habilidades.

As deslocações e inferências do professor durante o período de atividades independentes do aluno podem também contribuir consideravelmente para mantê-lo ativo nas tarefas proporcionadas. os alunos tendem a se sobressair melhor quando são encorajados e elogiados em seus trabalhos. E conveniente ressaltar que quando um professor gasta muito tempo voltando a explicar as coisas a muitos alunos, tem seguramente a indicação de que as explicações iniciais e os períodos de pratica orientado foram insuficientes, por alguma razão.

5. Cooperação: partindo do principio que as salas de aula são locais em que as pessoas são capazes de trabalhar em conjunto, partilhar idéias e apoiar-se mutuamente, o professor deve organizar as suas aulas de forma a promover a cooperação. E habitual ver alunos trabalharem sozinhos na sala de aula. Muitas vezes estão sentados em grupos, mas é ainda raro vê-los realizar tarefas em colaboração com os colegas, é difícil saber por que é assim, embora uma explicação possível seja que muitos professores não recebem formação a respeito das formas de organizar trabalho de grupo na sala de aula embora trabalhar sozinho em tarefas individualizadas seja uma forma importante para todas as crianças, sua utilização em excesso é uma modalidade limitada de aprendizagem. Experiências e estudos comprovam que promover estudos em grupos diversificados de alunos, mesmo em sala uni seriada é uma forma dinâmica e proveitosa de organizar os trabalhos, essa tarefa não é fácil porque requer planejamento, reorganização de grupos de acordo com as habilidades e objetivos da aula alem de acompanhamento especifico direcionados aos grupos. Muitos professores se sentem pouco preparados para atuarem de forma diferenciada, porém, percebem que precisam adequar-se às reais necessidades dos alunos.

A introdução de formas cooperativas de trabalho deve ser planejada e implementada de forma sistemática, como qualquer outra nova experiência de aprendizagem. Implica, com efeito, a introdução de um conjunto adicional de exigências que requer dos alunos, alem do trabalho relativo aos objetivos curriculares, prosseguir, ao mesmo tempo, com novos objetivos relativos a sua capacidade de colaboração.

É importante reconhecer que a aprendizagem cooperativa pressupõe uma abordagem planejada que vai muito alem de uma simples intenção de encorajar os alunos a trabalharem em conjunto. Exige, por exemplo, prestar uma atenção cuidados a:

a)Organizar atividades em que a colaboração seja necessária;

b)Ajudar os alunos a perceber o seu sucesso depende em boa parte do sucesso do grupo;

c)Determinar a dimensão e a composição dos grupos de forma adequada ás capacidades e experiências dos alunos como também à natureza das tarefas atribuídas;

d)Desenvolver a capacidade dos alunos no domínio do trabalho em grupo, principalmente no campo da comunicação, cooperação e tomada de decisões.

Vale acrescentar que é mais fácil para os professores fomentar a utilização de métodos cooperativos de aprendizagem quando estes se inserem no contexto geral de toda a escola. Ou seja, a aprendizagem cooperativa na sala de aula é facilitada por uma planificação cooperativa realizada por todos os educadores.

ATIVIDADES QUE ESTIMULAM A APRENDIZAGEM

A sala de aula é um dos contextos educacionais de maior importância no desenvolvimento do aluno. A qualidade da aprendizagem do educando é influenciada, em grande parte, pela qualidade dos processos educacionais que acontecem na classe e pela capacidade do professor de analisar sobre sua prática a fim de tomar decisões que promovam a aprendizagem e a participação de todos.

O construtivismo enfatiza a necessidade de promover aprendizagens significativas em lugar de aprendizagens mecânicas, repetitivas e não relevantes para o desenvolvimento do educando. Também ressalta a importância da atividade e da atividade e da atuação do aluno como protagonista em seu processo de aprendizagem, sendo interessante então, partir de seus conhecimentos prévios, a incidência da aprendizagem cooperativa e a autonomia e auto-regulamentação do processo de aprendizagem.

A aprendizagem significativa implica proceder a uma representação interna e pessoal dos conteúdos escolares, estabelecendo relações substantivas entre o novo conteúdo de aprendizagem e o que já se sabe. Neste processo de construção modifica-se conhecimento esquemas prévios e cria-se uma nova representação ou conceituação. Nesta perspectiva, a aprendizagem não é um processo linear de acumulação de conhecimentos, mas uma nova organização do conhecimento, que diz respeito tanto ao "saber sobre algo"( esquemas conceituais), como o " saber o que fazer" e, ainda, como " saber o que fazer" e, ainda, como " com o que se sabe"(esquema de procedimentos) e o " saber quando utilizá-lo"( conhecimentos sobre em que situações usar o que se sabe).

O aluno chega à aula trazendo uma série de conceitos sobre o mundo físico e social que lhes serve de base na apropriação dos novos conhecimentos estabelecidos no currículo escolar. "Estes conceitos prévios ou alternativos podem ser reconstruídos em sala de aula, aprimorados e direcionados aos "conceitos científicos", significa que o ensino deve situar-se na" zona de desenvolvimento proximal", postulado por Vigostsky (in Duk,2005 pg.173), a qual se encontra entre o que o aluno pode fazer por si só e o que é capaz de fazer e aprender com ajuda de outros mais capazes.

Como Já foi mencionado, não existe um método único ou uma estratégia ideal para que todos aprendam, porque cada aluno tem forma de aprendizagem, competência e interesses distintos; uma metodologia que pode ser muito eficaz para um aluno pode não dar resultado com outro. Por outro lado, existem estratégias de ensino que podem ser muito úteis para aprender conceitos, mas não procedimentos. Assim, o professor precisa contar com grande repertório de estratégias instrucionais que dêem respostas às variadas necessidades e situações de aprendizagem. Isso não significa, porém, que vale tudo, quer dizer, não se trata de adotar uma postura eclética fácil, mas, sim, de selecionar um conjunto de estratégias no contexto de alguns princípios pedagógicos essenciais que sejam coerentes com a forma em que deseja que os alunos aprendam.

Convém lembrar que as crianças com necessidades educacionais especiais não aprendem de forma muito diferente, ainda que necessitem, em muitos casos, de mais ajuda e/ou ajudas diferenciadas dos demais. Outro aspecto importante para favorecer a autonomia e atender as diferenças é oferecer aos alunos a possibilidade de escolher entre diversas atividades e decidir como realiza-las. Para conseguir maior autonomia, é preciso dar oportunidade para que o aluno decida sobre o planejamento de seu trabalho e se responsabilizar pela aprendizagem. A escolha de atividade permite ao aluno se adaptar às diferenças individuais e que se reconheça na condição de aprendiz.

4.1 Metodologias de aprendizagem cooperativa

Já se sabe que as crianças não aprendem apenas com o professor, mas também com as outras crianças. As atividades cooperativas têm efeitos positivos no rendimento escolar, na auto-estima, nas relações sociais e no desenvolvimento pessoal. A utilização deste tipo de técnica pressupõe uma grande ajuda para o professor, por facilitar o trabalho autônomo dos alunos, permitindo-lhe dedicar mais atenção àqueles que mais necessitarem.

É fundamental estimar o respeito e a valorização mútua entre os alunos e promover atividades que fomentem cooperação e solidariedade, no lugar de competitividade. Os alunos devem reconhecer o potencial de seus colegas e valorizá-los como pessoas únicas. A titulo de exemplo ilustraremos a brincadeira "dança das cadeiras cooperativa". No jogo convencional o objetivo é mutuamente exclusivo, ou seja, apenas um dos participantes pode sair vitorioso, ao passo que todos os outros terminaram como perdedores.

Na dança das cadeiras cooperativa o objetivo comum é a participação de todos, sendo assim ao terminar o jogo todos os participantes deverão estar sentados. Procedimento: coloca-se um numero de cadeiras menor que o número de participantes envolvidos, da mesma forma que na brincadeira tradicional; a diferença, portanto consiste no momento em que se dá a pausa na musica, todos deverão sentar utilizando os recursos que estiverem no jogo – cadeiras e pessoas. Poderão sentar nas cadeiras, nos colos uns dos outros; em seguida eliminam-se algumas cadeiras, mas ninguém sai do jogo e a dança continua. É possível observar que dessa forma os participantes vão se libertando dos padrões competitivos e passam a resgatar e fortalecer a expressão do "potencial cooperativo" para brincar e viver: ao invés de ficarem colado às cadeiras, ir todos na mesma direção, ficarem ligado na interrupção da musica, dançar travado, ter pressa para sentar com medo de "sobrar" e sair da brincadeira, passam a movimentar-se livremente uma vez que não há competição. O jogo prossegue ate onde o grupo desejar. Em geral, a motivação é tão intensa que, mesmo depois de sentarem todos em uma única cadeira, o jogo continua com uma cadeira imaginaria...

È possível observar que quase todos os jogos e brincadeiras convencionais podem ser adaptados para a modalidade cooperativa. Para tanto é necessário que o professor tenha objetivos definidos, criatividade e disposição para fazer as alterações necessárias levando em consideração a turma como um todo e cada aluno em especial.

O mesmo critério deve ser observado pelo professor ao preparar as aulas; tem que se pensar em variadas metodologias pedagógicas para que o ensino seja eficaz e aprendizagem se efetive realmente. Um aspecto do ensino que merece atenção é sem duvida, como planejar atividades que tenham sentido para os alunos, a fim de que compreendam o propósito do que esta fazendo. Assim, os alunos não só ficam mais motivados para aprender, mas também obtêm maior aproveitamento no processo de aprendizagem.

A seguir apresentaremos algumas estratégias apontadas por Duk (2005) que poderão ajudar o professor a preparar atividades significativas para os alunos:

a) Incentivar os alunos a expressar espontaneamente suas idéias e opiniões sobre determinado tema, deixando que compartilhem o que sabem. Por exemplo: numa aula de ciências, sobre classificação dos animais, os alunos poderão relacionar todos os animais que conheçam enquanto o professor, ou algum aluno anota os nomes citados no quadro. Em seguida, os alunos poderão ser agrupados, podem-se dizer o que se sabe sobre os animais, quais suas características comuns..., o professor por vez, incorpora outras contribuições à dos alunos e, certamente o conhecimento prévio dos educandos será enriquecido.

b) Resolução de problemas – ao apresentar aos alunos um "problema", o docente pode pedir que juntos recorram a tudo o que já aprenderam individualmente para resolver a tal situação colaborativamente. Após o envolvimento ativo dos alunos e o levantamento das diversas formas que os estudantes encontrarem para resolver o problema, o professor explicará uma nova maneira ou habilidade. Por exemplo:

* na disciplina de matemática – conteúdo curricular: divisão – para explicar a operação de divisão, o professor pode solicitar aos alunos que dividam equitativamente quinze livros entre três crianças. Quando todos os alunos tiverem encontrado a solução, o professor apresenta a operação de divisão como uma maneira mais pratica e eficiente de resolver o problema;

* na disciplina de ciências – conteúdo curricular: meio ambiente – em uma aula sobre meio ambiente, o professor poderá indagar os alunos que medidas podem ser adotadas para reduzir os lixos tóxicos procedentes das indústrias localizadas em suas respectivas cidades ou no país. Após obter as respostas, o professor devera acrescentar outras medidas possíveis.

c) Compartilhar o conhecimento com um colega – antes de abordar um novo tema, pede-se ao aluno que escreva seus conhecimentos, idéias ou opiniões sobre o assunto. Em seguida, os na sala de aula. Sem dúvida, a sala de aula e os processos educacionais que envolvem docentes e estudantes constituem o contexto que explica em grande parte o êxito ou o fracasso acadêmico dos educandos.

Compartilhe com um colega que ouve com atenção, isto pode ser feito com facilidade na grande maioria das aulas de leitura, antes que os alunos leiam o texto. O mesmo pode ser aplicado a inúmeros temas científicos ou sociais.

d) Utilizar as experiências cotidianas dos alunos ao ensinar um novo conteúdo, o professor deve procurar ilustra-lo com exemplos extraídos das vivencias dos alunos. Isto esclarecerá a pertinência do que lhes está sendo ensinado. Por exemplo:

* na disciplina de ciências – conteúdo curricular: condutividade – para explicar a noção de capacidade, o professor poderá pedir aos alunos que tragam para a sala garrafas de bebidas vazias, para comparar seus diferentes volumes. Em uma aula sobre a condutividade, os alunos poderão deduzir de suas experiências em casa que materiais deixam ou não transmitir calor.

e) Historias par despertar o interesse, geralmente, historias de todo tipo despertam o interesse das crianças, em qualquer idade. Para cada um dos temas propostos aos alunos existem muitas historias, para cada disciplina a trabalhar existem muitas historias ou episódios oriundos de diversas fontes que o professor poderá consultar. Esse procedimento poderá tornar a aprendizagem mais agradável para o aluno e para o professor.

f) Inter-relacionar as diferentes disciplinas, trabalhando as distintas matérias como se fossem completamente independentes umas das outras, quando na realidade os conteúdos curriculares costumam estar inter-relacionados e ser interdependentes. Para que os alunos não tenham uma idéia compartimentada dos conhecimentos, é conveniente que o professor mostre, sempre que seja possível, o relacionamento existente entre os diferentes âmbitos de aprendizagem. Por exemplo:

* Em matemática utiliza-se as coordenadas para localização de determinado ponto em um mapa, do mesmo modo que em geografia se utilizam as altitudes e as longitudes para localizar determinado lugar nos mapas. Os gráficos por sua vez, não são utilizados somente em matemática, mas também em ciências, geografia, historia e em muitos aspectos da vida. Assim como as formas geométricas podem ser aplicadas na arte para fazer decorações e desenhar.

* O estudo das descobertas cientificas pode tornar-se mais interessante se mostrada sua fluência na evolução histórica, como a que a descoberta da força de expansão do vapor exerceu na Revolução Industrial.

* Algumas noções de matemática e ciências podem ser facilmente ilustradas, fazendo com que os alunos participem de algum tipo de receita culinária: medem-se as quantidades nos recipientes, o valor nutritivo dos ingredientes e as calorias dos alimentos.

* O estudo da luz, em ciências, pode ser relacionado com o estudo das cores, na área de artes.

h) Excursões e trabalhos "in loco" – as excursões e atividades "in loco" podem ser realizadas constantemente ao longo do ano escolar. São atividades que, alem de ser divertida para os alunos, se devidamente organizadas, podem servir para aplicar às situações da vida real os conteúdos já aprendidos. Essas atividades permitem que apliquem o que foi aprendido e consolidem a sua aprendizagem no contexto real da vida.

Existem inúmeras atividades que podem ser adaptadas pelos educadores para melhor atender seus alunos. As propostas mencionadas neste trabalho poderão ser adequadas a qualquer disciplina e quanto maior for a experiência do professor mais capacidade terá de adaptar e idealizar seus trabalhos pedagógicos com intuito final de servir todos os alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Educação Inclusiva não constitui uma nova expressão para designar a integração de alunos com necessidades educacionais especiais. A inclusão constitui um enfoque inovador para identificar e abordar as dificuldades educacionais que emergem durante o processo ensino-aprendizagem.

A maioria das crianças que enfrentam barreiras para aprender a participar na vida escolar é capaz de superá-las rapidamente, sempre que suas necessidades são levadas em conta e ajuda compatível é oferecida. A origem das dificuldades do educando pode estar situada no âmbito das diferenças pessoais, culturais ou lingüísticas, ou ainda no fato da escola não considera-las.

Oferecer uma educação que assegure participação e aprendizagem de qualidade para todos os alunos não apenas exige o desenvolvimento da escola como um todo, mas é imprescindível que o processo de melhoria da escola se traduza em mudanças concretas na maneira de conduzir o processo de ensino e aprendizagem na sala de aula. Sem dúvida, a sala de aula e os processos educacionais que envolvem docentes e estudantes constituem o contexto que explica em grande parte o êxito ou o fracasso acadêmico dos educandos.

Portanto, o resultado educacional é o que definitivamente expressa a qualidade da educação e a capacidade que a escola tem (ou não) de potencializar ao máximo a aprendizagem de todos e de cada um dos alunos. Nesse sentido, a atitude e o estilo do ensino do docente representam fatores primordiais para assegurar o êxito de todos. Uma nova abordagem educacional pressupõe pensar o ensino a partir de uma atitude aberta, flexível e, sobretudo reflexiva em relações à prática educacional inclusiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AQUINO, Julio Croppa. Relação professor-aluno. São Paulo: Summus, 1996. V. 42

BRASIL. Secretária de Educação Especial, conjunto de materiais para capacitação de professores, MEC / SEESP, 1998.

CAMPOS, Dinah Martins de Souza.Psicologia da Aprendizagem. 16. ed. São Paulo: Vozes, 1984.

DUK, Cynthia. Educar na diversidade: material de formação docente / org. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2005.

FONSECA, V. Educação especial. Lisboa: Edição Notícias, 1999.

GAGNÉ, Robert M. Como se realiza a aprendizagem. 1. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos. 1975.

JOSÉ, Elisabete da Assunção; Coelho, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. 12. ed. São Paulo, 2004.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 19. ed. São Paulo: Cortez, 1994.

LINDGREN, Henry Clay. Psicologia na sala de aula: o aluno e o processo de aprendizagem. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos. 1997. 2 vols.

MOTTA, C. O. Por que a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais no ensino fundamental da rede pública? Rio de Janeiro: Universidade Candido Mendes, 1999.

NUNES, Teresinha. Dificuldades na aprendizagem da leitura: teoria e prática / Terezinha Nunes, Lair Buarque, Peter Bryant, com a colaboração da Maria Eneida Didier do Rego Maciel – São Paulo: Cortez, 1992.

PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. 15. ed. São Paulo: Ática, 1997.

_____________ Psicologia Educacional: 15. ed., São Paulo: Ática, 1997.

ROHDE, Luis Augusto. Transtorno de déficit de atenção / Hiperatividade. Pátio. Porto Alegre, RS, Editora Artmed S.A, N. 24, p.48, novembro 2002/ janeiro 2003.


Autor: Maria Vaz


Artigos Relacionados


A Avaliação Na Educação Infantil

Avaliação

Políticas Educacionais Eficientes Favorecem O Bom Desempenho Dos Alunos

O Jogo Como Forma De Ensino Na Educação

O Universo Da Matemática Na Educação Infantil

Os Jogos Na Clínica Psicopedagógica

Educação Física Escolar