A CULPA FOI DA BOLA



Ensaio sobre a derrota do Brasil na Copa do Mundo de 2006.

* Heráclito Ney Suiter

Precisamos aprender a analisar certos aspectos importantes para nossa vida, e em grande parte das vezes isso fica mais fácil quando surgem alguns percalços no dia-a-dia, pois como já dizia "o velho sábio chinês", as maiores lições são aprendidas com nossas derrotas e dificuldades.

E foi o que aconteceu nesta Copa do Mundo. Muitas pessoas ficaram perplexas e tristes com a derrota do Brasil por um a zero para os vovôs franceses na última sexta (30), mas uma coisa é certa, tivemos grandes aprendizagens com essa derrota.

Percebemos que de nada adianta ter estrelas e não ter garra e atitude; que a direção e liderança de um grupo é tão importante quanto o time; vimos que disciplina é fundamental e pode fazer a diferença; aprendemos que é muito perigoso contar com o ovo na galinha; que copa do mundo começa mesmo é nas oitavas de final; que a falta de patriotismo pode levar a derrota e, principalmente que devemos respeitar os mais velhos e muitas outras lições que é bom que sejam guardadas na memória.

De nada adiantou "certos comentarista esportivos" inflamar o povo brasileiro, até mesmo porque toda pessoa que conhece um pouco de futebol percebeu, desde o início da copa, que seria difícil a seleção chegar as finais, mas não tinha coragem de falar. A derrota da seleção brasileira foi um prato cheio para os argentinos, que por sinal jogou melhor do que o Brasil desde o início.

A única emissora de TV que conseguiu pagar o alto royalty para transmitir os jogos inventou até um novo programa de reality show, que não dava descanso para alguns jogadores até na hora das refeições e que chegou a irritar toda nossa seleção; a cada telejornal, cerca de metade do tempo era sobre a copa, e como se tinha muito tempo para falar e muito pouco assunto para discorrer, inventaram verdadeiras "pérolas jornalísticas" como as bolhas do pé do "fenômeno" e outras. Criaram até um mega promoção para poderem ganhar o máximo possível com a Copa do Mundo, em uma promoção estranha que não se sabe sequer como são realizados os sorteios; sem contar que tivemos o castigo de ter que assistir um certo apresentador chato de TV que outrora só pintava na telinha nos dias de domingo em um programa "calhau" cujo objetivo é só a promoção artistas da própria emissora.

Interessante foi o fato de que uma marca de bebida alcoólica era patrocinadora oficial de uma seleção esportiva, algo inusitado que só acontece no Brasil; deve ser porque o álcool "faz bem para saúde" e tem tudo haver com prática esportiva.

E agora? De quem foi a culpa da derrota? Do Parreira? Do "fenômeno"? Do Roberto Carlos? Do velho Cafú? Do sistema tático ou da forte culinária alemã, com seu chucrute com joelho de porco e salsichões. Não meu amigo, não adianta caçar a bruxa, a culpa foi mesmo é da bola, até porque ela é redonda e não queria ficar parada nos pés de nossa seleção. Ainda bem que futebol não é tudo, e seria bom continuar com nossas bandeiras erguidas e nosso espírito nacionalista aceso. Você já pensou o quanto nosso país poderia estar melhor se toda a nação se unisse como em uma copa do mundo, para melhorar nosso Brasil? Seria com certeza um show de bola com direito a gol de placa e tudo mais.

* O autor é publicitário e consultor de marketing atuando neste segmento de mercado a 16 anos na região de Tocantins e Goiás. Ocupa o cargo de Diretor Comercial e de Criações da Multi Mídia Marketing & Comunicação.


Autor: HERÁCLITO NEY SUITER


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