Estudo do Vírus da Gripe Suína: Influenza H1N1



Ana Cristina Barbosa dos Passos

Biologia – Gama- DF

Resumo

Vírus é uma palavra latina que significa veneno (TORTORA, p. 360). Os cientistas comprovaram através Parasitam todos os tipos de organismos vivos. E que se reproduzem dentro de células. Os animais selvagens e domésticos são os principais vetores de doenças virais emergentes. O vírus da gripe suína é uma doença respiratória presente nos porcos. Este vírus do grupo Influenza A H1N1 sofreu uma mutação com o vírus da gripe aviária, humana e do porco ocorrendo uma transformação no seu material genético. Seus sintomas são similares ao de uma gripe comum, porém com mais intensidade. Este é um tipo de vírus que sofre recombinação no seu material genético RNA, por isso os pesquisadores afirmam que há vários tipos de antígenos e subtipos do vírus, sendo esse mais um. Um vírus novo, que já atingiu o nível epidêmico no México e rapidamente foi elevado para o nível pandemico, ou seja, atingiu várias regiões. Neste trabalho será feito uma pesquisa sobre a cepa que explica a falta de imunidade. Por ser uma doença recente que está preocupando o mundo, não apenas os responsáveis pela saúde pública, como também toda a faixa social, isto por ser um vírus emergente que está se dispersando para vários países através das viagens internacionais, feitas do país de origem do México para outros países e até outros continentes. A prevenção recomendada pela OGM (Organização Mundial de Saúde) é que as pessoas que tenham passado ou vive em local de risco é para que lavem sempre as mãos com sabão ou esterilizem com álcool e usem máscara. Por isso é importante saber detalhadamente os meios de contágios, a prevenção, os sintomas e o nível de preocupação das pessoas para com essa doença como também a profilaxia usada atualmente.

PALAVRAS-CHAVE: INFLUENZA H1N1. CEPA. RECOMBINAÇÃO GÊNICA

1. Introdução

O vírus da Influenza faz parte da família Ortomixovirus e são do tipo A, B e C. O Influenza tipo A é a causa de gripe que causa epidemias, este vírus atinge humanos e animais. O tipo B afeta apenas humanos e causa leves epidemias, o tipo C não é epidêmico.

Os vírus são formados, essencialmente por uma molécula de ácido nucléico (DNA ou RNA) envolvida por uma cápsula de proteína (Vasconcelos, 2003). São os menores agentes infecciosos (20-300 nm de diâmetro) (Brooks, 1998).

Em 1892, o bacteriologista russo, Dimitri Iwanoski, em uma experiência para descobri a doença do mosaico do tabaco, filtrou a seiva de plantas doente com um filtro de porcelana construído para reter bactérias. Ele esperava encontrar o micróbio preso ao filtro. Descobriu ao contrário, que o agente infeccioso havia passado dos diminutos poros do filtro. Quando ele injetou o fluído filtrado em plantas sadias, elas contraiam a doença (Tortora, 2003). As literaturas comprovam que esta foi à primeira descoberta de um vírus, porém o russo não sabia que este micro-organismo tratava-se de um vírus. Ele concluiu que era uma espécie de bactéria menor que as existentes até o momento.

Em 1935 o químico norte-americano Wendell M. Stanley isolou o vírus do mosaico do tabaco tornando possível, pela primeira vez, o desenvolvimento de estudos químicos e estruturais de um vírus purificado (Tortora, 2003).

A família Orthomyxoviridae (vírus da influenza) constitui o principal determinante de morbidade e mortalidade causadas por doenças respiratórias, e, algumas vezes, a doença ocorre sob a forma de epidemia mundial (Brooks, 1998).

Sabe-se que este vírus que para muitos são de causa doenças comum é um grande causador de milhões de morte no mundo, sendo que uma das causas é a fácil recombinação gênica. É comprovado em publicações científicas que os vírus são seres dependentes de maquinaria de outros tipos de organismos para se reproduzirem e nem todos os tipos não podem ser cultivados em meios de cultura.

São seres visíveis apenas ao microscópio eletrônico. Diferente das células bacterianas, os vírus contêm apenas um tipo de ácido nucléico, que é circundado por um envelope protéico ou capa. (Pelczar Jr. 1999). Ou seja, nunca ocorrem os dois ácidos nucléicos juntos em um mesmo vírus. O ácido nucléico da Influenza é o RNA (ácido Ribonucléico).

O vírus do gênero Influenzavirus de oito segmentos de RNA fracamente unidos, de diferentes comprimentos, envolvidos por uma camada interna de proteína e uma camada externa dupla de lipídeo (...). Existem dois tipos de projeções: espículas de hemaglutinina (H) e espículas de neuranimidade (N). (Tortora, 2003). São variações nessas espículas que fazem combinações em variadas espécies de hospedeiros. A Hemaglutinina (HA) liga as partículas virais às células suscetíveis, constituindo o principal antígeno contra o qual são dirigidos os anticorpos neutralizantes (protetores). A sua variabilidade é o principal fator responsável pela contínua evolução de novas cepas e subsequentes epidemias de influenza. (Brooks, 1998). A antigenicidade da NA, a outra glicoproteína de superfícies das partículas virais da influenza, também é importante ao determinar o subtipo do vírus da influenza. (Brooks, 1998). A NA Ajudam o vírus a se separar das células infectadas à medida que o vírus sai após a reprodução intracelular. (Tortora, 2003).

Os antígenos H e N de um vírus tem importância prática porque os anticorpos contra esses antígenos podem prevenir a aderência do vírus as células do hospedeiro e após recuperação da Influenza, conferirão um grau de imunidade natural a população. No entanto, anticorpos formados por uma população hospedeira contra um subtipo antigênico do vírus da Influenza A, por exemplo, A (H2N2), que é a cepa que causou a gripe asiática humana e A Influenza (H3n2) cepa da gripe Hong Kong não protegem contra outros subtipos como o vírus de Influenza A, como o (H1N1), ou qualquer outra mutação deste vírus tipo A.

Sabe-se que a Influenza Tipo A ocorrem naturalmente em aves, em animais mamíferos e no homem. Presume-se que o que ocorre com o H1N1 Tipo A é mais uma recombinação genética de subtipos que infectaram o mesmo animal, no caso o suíno.

Segundo Pelczar Jr. (1997), o vírus da Influenza A pode ser classificado em subtipos, conforme a presença das proteínas, que podem levar as diferentes combinações para produzir vários subtipos de Influenza A. Essas combinações foram comprovados através de estudo da cepa que causou a epidemia da gripe asiática humana, que atingiu grande parte do mundo em 1957, foi o subtipo A H2N2. Estudos da cepa causadora da gripe de Hong Kong , em 1968, foi o subtipo A H3N2. Durante o período de 1989-1990, cepas do subtipo A H3N2, causaram a maioria das Epidemias pelo mundo inteiro.

Pesquisadores afirmam que variações de cepas do vírus do tipo A ocorrem em intervalos de 10 ou 30 anos. Por isto especula-se que esta cepa H1N1, seja mais uma variação recombinante que poderia levar a uma pandemia.

Tema importante dentro da Biologia, mais especificamente nas áreas da microbiologia e imunologia. Pesquisadores destas áreas estão constantemente tentando descobrir os processos de mutação de vírus e outros tipos de micro-organismos, para que a medicina possa usar com confiança e eficácia os mecanismos profiláticos disponíveis.

O interesse por esse tema é para entender o que faz com que uma gripe se torne uma ameaça mundial. Uma doença tida como comum, chegar a um nível epidêmico, levando a morte. Daí a importância em estudar esta nova cepa por que quanto mais souber sobre este vírus, mais fácil será o controle sobre ele.

Porque esse vírus Influenza tipo A sofre mutações genéticas e porque organismos que já foram vitimas desta gripe Influenza Tipo A, como a gripe asiática, a espanhola e a de Hong Kong não produzem anticorpos contra a cepa da gripe suína?

2. Materiais e Métodos

Este trabalho foi realizado entre Abril e Junho de 2009. O Material utilizado foram livros de Microbiologia, de Biologia geral e Saúde. A pesquisa eletrônica foi feita em sites especializados neste assunto. A metodologia da pesquisa foi a partir do histórico do vírus para posteriormente tratar da cepa H1N1 tipo A.

3. Resultados

De acordo com os cientistas o vírus da Influenza sofre de forma constante alterações que levam as mudanças antigênicas leve. O H1N1 sofreu uma mutação, com o vírus da gripe aviária, humana e do porco, isto levou a uma recombinação no material genético.

Com essa pesquisa foi possível verificar que se trata de uma nova variante. Vírus identificado como mutável e virulento. Foi possível entender o que favorece o surgimento de novas cepas e porque estas variações nas cepas dificultam a produção de vacinas.

Estudiosos afirmam que dentro de um subtipo como (H1N1) pode acontecer o desenvolvimento de variações contendo diferentes propriedades antigênicas. Esse e um dos fatores a que os pesquisadores atribuem as pandemias em população que já sofreram qualquer outra pandemia do Influenza tipo A.

O vírus da gripe H1N1 A é classificado pelos cientistas como emergente, porque é um vírus novo que ainda não foi descoberto o meio eficaz de prevenção, a vacina. É uma doença contagiosa descoberta em março de 2009, o primeiro caso foi detectado no México. Oriunda de um suíno doméstico, passado depois ao homem. Supõe-se que um garoto foi o primeiro a ser infectado no país. Daí a doença se irradiou rapidamente para outros países. Progressivamente assumiu caráter epidêmico, com qualificações que rapidamente elevou para o nível pandemico.

Cientistas afirmam que o vírus da gripe H1N1 é uma mistura de duas variantes que já circulavam em porcos da América do Norte e da Eurásia. Esses dois vírus originaram a atual variante da gripe suína. Pesquisadores afirmam que um ou vários porcos foram coinfectados pelas duas formas virais. No organismo do animal, teria acontecido uma recombinação genética entre as duas formas virais.

O Ministério da saúde orienta para que ao perceber os sintomas da Influenza procure um hospital, isso é fundamental para as pessoas que tiveram contato com grupo de risco.

A Transmissão ocorre através da exposição direta ou indireta dos animais doentes. É possível também o contágio pelo contato próximo as pessoas infectadas. Através de secreções contaminadas ao tossir ou espirrar. Ou até mesmo por meios do aperto de mão mãos ou recipientes contaminados pelas secreções. Em maio de 2009 aconteceu um caso no Brasil, aonde um passageiro que chegou do México transmitiu para um amigo através de um recipiente onde os dois dividiram uma bebida. Os dois foram internados em um mesmo hospital do Rio de Janeiro para o tratamento da doença.

Segundo a OMS, não há risco do H1N1 ser transmitido através da ingestão de carne de porco, porque ele será eliminado durante o cozimento em temperatura elevada (71º Celsius).

Os Sintomas são semelhantes a uma gripe comum, com febre alta e repentina superior a 38, 39 graus °C, tosse, coriza, dor de cabeça intensa, dor nos músculos e nas articulações, falta de apetite, vômitos e diarréia.

A Prevenção é feita através de hábitos comuns como lavar as mãos com água e sabão ou desinfeta-lás com produtos a base de álcool. Após tocar superfícies, deve-se evitar levar os dedos aos olhos e bocas. Usar lenço de papel descartável, Não compartilhar copos, talheres ou objetos de uso pessoalo doente deve evitar sair de casa no período de ate 5 dias, evitar local com grande movimentação de pessoas, manterem a casa sempre iluminada e arejada.

O Tratamento

Segundo O Ministério da Saúde o tratamento está sendo feito com os princípios ativos fosfato de oseltamivir e zanamivir, presentes em alguns antigripais (Tamiflu e Relenza), têm-se mostrado eficazes contra o vírus H1N1. O isolamento hospitalar ou domiciliar para evitar a transmissão. O período de incubação do vírus é em média de 3 a 5 dias e os sintomas podem aparecer até o sétimo dia e pode ser transmitido até 24 horas antes de o infectado apresentar sintomas.

No dia 11 de junho de 2009, a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou em rede mundial que a gripe suína vira a 1ª pandemia do século XXI. A OMS elevou ao nível máximo de alerta, os especialistas concluíram que o vírus já é um fenômeno global, impossível de ser freado.

Elevar o nível de alerta é de 5 para 6, indica que a doença é transmitida de forma consistente em um grande espaço geográfico. De acordo com a OMS, essa decisão foi após uma consulta feita aos países de maior índice de casos confirmados. Tais como: EUA, México, Canadá, Chile, Austrália, Reino Unido e Japão.

Até a data do dia 28 de julho de 2009, a gripe suína já contaminou mais de 100 mil pessoas e 440 mortes Segundo o balanço mais recente da OMS (Organização Mundial de Saúde).

Sabe-se que o século XX, teve três pandemias de gripe, a pior foi a gripe espanhola, em 1918 que matou 20 milhões de pessoas. Em 1957 a gripe asiática deixou cerca de 2 milhões de mortos. A última foi há 41 anos, a gripe de Hong Kong que matou 1 milhão de pessoas.

3. Conclusão

Cientistas têm descoberto os mais complexos tipos de micro-organismos e suas possíveis curas, tais como vacinas e antibióticos. O Influenza tipo A é um tipo de desafio, isto por sua fácil mutação genética e variações nas espículas H e N. São essas variações que determinam o tipo de cepa a que o vírus pertence.

Mesmo com todas as precauções que vem sendo tomadas em desembarques internacionais, ela atingiu rapidamente o nível epidêmico e posteriormente o pandemico atingindo vários países de continentes diferentes.

É importante entender porque tais variantes acarretam em mutações genéticas impossibilitando uma vacina para qualquer espécie de Influenza tipo A. As variações das espículas são determinantes para especificar a cepa viral, pois ela é a variante genética para este micro-organismo. Por é importante saber o grau de disseminação de cada cepa.

Como para qualquer doença causada por micro-organismo viral é recomendado estar alerta com a higiene das mãos, dos utensílios e evitar contato direto com pessoas portadora da doença. Cabe as autoridades sanitárias monitorar a evolução da doença para adotar as medidas adequadas.

Referências Bibliográficas

·BROOOKS, Geo. F./ BUTEL. Janet S./ Ornston, L. Nicholas. Microbiologia medica. 20 ed. Rio de janeiro? Guanabara Koogan S.A., 1995.

·PELCZAR Jr., Michael J./ CHAN, E. C. S/ Krieg, Noel R. Microbiologia: conceitos e aplicações. 2 ed São Paulo? Makron books Ltda. , v.1 e v.2, 1997.

·PAULINO, Wilson Roberto. Biologia atual. 4 ed. São Paulo? Atica. (3 vols.), 2000.

·SOARES. Jose Luis. Programas de saúde. 2 ed. São Paulo Editroa scipione, 1999.

·TORTORA. Microbiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: artmed, 2003.

·http://www.opas.org.br/informacao/UploadArq/Presentacion_INFLUENZA_04_maio_OPAS_Brasil_padrão_para_NN_UU.pps#424,3,Slide 3

·http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area=124&CO_NOTICIA=10305

·http://www.virtual.epm.br/uati/2009/influenza.htm


Autor: Ana Cristina Barbosa dos Passos


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