MEMÓRIA COLETIVA E HISTÓRIA CIENTÍFICA



Dhiogo José Caetano

Graduando da UEG-Universidade Estadual de Goiás

Palavras-Chave: História, Le Goff, Subjetividade, Cientificidade, Coletividade,

Memória e Sociedade.

A partir o texto de Norberto Guarinello, percebe-se que devemos fazer algumas reflexões sobre a relação entre memória e sociedade. Podemos perceber as fraquezas da memória, com os esquecimentos forçados acasos da preservação. Para os arqueólogos, memória e esquecimento são dois produtos inseparáveis de seu próprio trabalho.

A memória que produzimos é frágil e seletiva. A produção historiográfica não é senão um pequeno segmento a memória coletiva, pois possui uma esfera e atuação uma influência social relativamente limitada. Os vínculos entre memória coletiva e história científica, podem ser pensados em termos opostos. Podem ser vistos como uma relação positiva, pois enriquece as representações possíveis da memória coletiva. Mas também pode ser vista sob um ângulo negativo, porque a história cientifica se volta regularmente contra as representações produzidas pela memória "espontânea" da sociedade; mas essa contraposição entre história e memória não é um mero capricho de historiadores muitos zelosos.

A história como ciência carrega uma condenação a memória espontânea da sociedade desautorizada como ideologia, como senso comum, como falsa consciência, verdades impuras contaminadas pelos interesses dos agentes sociais.

Para Le Goff há duas história, a da memória coletiva e a dos historiadores: a primeira é essencialmente, mítica, deformada e anacrônica; a tarefa da história científica é corrigir essa memória falseada, esclarecê-la e ajudá-la a retificar seus erros.

A história enquanto disciplina, possui sua subjetividade esta não é a subjetividade individual de cada historiador. História cientifica e memória coletiva não confundem, assim como facetas intercambiáveis e uma mesma visão irracional do mundo, mas se constituem e se diferenciam pelos lugares distintos em que são produzidos. A história, como conhecimento cientifico, seria uma forma de pode e uma espúria, um instrumento de dominação e de legitimação as estruturas existentes, um modo e fazer calar as memórias espontaneamente produzidas pela sociedade.

A oposição entre história e memória e a própria situação da história como um dos lugares de reprodução da "memória coletiva". Memória é uma palavra que nos veio do latim, memória em primeiro lugar é algo que não esta em lugar algum, porque ocupa e preenche todos lugares. Mas a memória não é apenas, um substrato passivo, um manancial e sobrevivências vestigiais; ela é um principio ativo, um trabalho; a memória é uma reflexão sobre o passado, um debruçar-se sobre vestígios.

Memória é uma forma de ação representativa. É no fundo, um jogo dos sentidos possíveis, nos quadros, mais ou menos indefinidos do tempo.

A memória não é somente, uma eterna repetição do mesmo, do idêntico a si. É uma ação reflexiva, uma inquisição proposta ao tempo. Ela pode ser, a afirmação do próprio tempo, de sua eficácia transformadora. Uma reflexão sobre a mudança. A memória coletiva é deste modo, um meio fundamental da vida social, uma das dimensões da ação coletiva e um vinculam de poder.

Para Le Goff a memória coletiva foi um importante elemento a luta das forças sociais em busca do poder. São analisadas algumas vertentes da historiografia contemporânea, que procuram pensar tal relação, propagando uma total cisão entre memória e história, seja fundindo as completamente com dimensões equivalentes da atividade representacional das sociedades contemporânea.


Autor: DHIOGO JOSÉ CAETANO


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