Liberdade: A relatividade de um desejo de todos



Eu sempre quis entender o verdadeiro significado desta palavra. Acredito que liberdade seja sonho, desejo ou meta da maioria das pessoas.

Quando somos crianças queremos liberdades simples, como abrir a janela de trás do carro para sentir o vento forte no rosto e se pudéssemos então, colocar os braços para fora da janela, seria a liberdade plena! Quando adolescentes, talvez a mais desejada liberdade era de sair à noite sem pedir, sem combinar a hora de retorno com os pais, sem dar o telefone do lugar para onde íamos etc. Quanto chegamos a fase adulta achamos que podemos ter a famosa liberdade por direito conquistado pela idéia. Daí paramos para pensar: - E agora que eu já mando em mim, sou livre?

Segundo a filosofia, a liberdade qualifica a independência do ser humano. Pelo lado negativo, é a ausência de submissão, pelo lado positivo, é a garantia de autonomia.

Vamos tentar dissecar estes dois lados da moeda. No primeiro exemplo, nos vemos livres como pais, afinal, não somos submissos aos nossos filhos, mas quando fazemos a escolha de gerar filhos, abrimos mão de tempo, de horas de sono, de investimentos, de viagens e muito mais coisas em nome do amor que sentimos por estes maravilhosos seres pelos quais damos a própria vida. Sendo assim, nem toda ausência de submissão é liberdade. Tomando um segundo exemplo, agora do mundo dos negócios, pegamos um gerente de vendas para avaliarmos o lado positivo, o da autonomia que pressupõe liberdade. Este profissional é responsável por estratégias e metas de vendas. Ele decide tudo, manda na equipe externa, define região de atuação, cria mecanismos de controle, enfim, tem liberdade para agir em direção aos objetivos do negócio. Tem liberdade mesmo? Acho que este exemplo não serve, pois o universo corporativo atrelou este profissional à empresa, ao mercado e à sua própria equipe, sem contar as necessidades da sua família. Mais uma vez, não encontrei o verdadeiro significado de liberdade.

Penso em quando eu sou realmente livre e descubro que não fazer nada útil é uma forma incrível de se sentir livre, mas... Quando podemos? E por quanto tempo ficamos sem fazer nada útil até que já sejamos apontados por outras pessoas ou por nós mesmos?

Eu escolho o tema sobre o qual escrevo, mas afinal, esta ação é totalmente desprovida de vínculos de controle ou está atrelada a algum sentimento, de poder ou perda, de medo ou entusiasmo, etc.? Creio que isto é relativo ao que representa o ato de escrever para cada pessoa. No meu caso, é um doce deleite e uma rara oportunidade de vivenciar o milagre de ser livre.

E quanto mais penso, mais segurança sinto em afirmar que temos a liberdade de pensar o que quisermos, mas não temos a liberdade de manifestar ou agir livremente e inconsequentemente de acordo com os nossos pensamentos. A lei de ação/reação provará isto rapidamente. Também acredito que viver a liberdade no seu sentido absoluto é muito raro e neste caso, ela se parece com a felicidade, pois são breves momentos que devem ser saboreados intensamente.

Mas se resolvermos ser mais complacentes com nossas próprias vidas, então podemos viver melhor usufruindo da liberdade relativa, sem culpa e com muito amor e alegria. Assim, pode ser breve e lindo! Tudo, mais uma vez depende principalmente das nossas atitudes e você tem a liberdade de acreditar ou não. Tudo depende do quão livre é sua mente e seu coração.

Elis Rejane Busanello


Autor: Elis Rejane Busanello


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