A Avaliação Escolar



1.Avaliação como processo (controle da eficiência do trabalho)

De acordo com o propósito do texto de Vitor Paro, a partir da função social historicamente atribuída à escola, enquanto instituição que passou a assumir tarefas na área do conhecimento e da especificidade, de que se reveste a tarefa relacionada com o ofício de ensinar, pretendeu-se socializar as primeiras informações, em torno da atividade de apoio didático-pedagógico e psicológico.

Inicialmente, chamou-se a atenção para a fundamentação teórica metodológica que embasa a proposta da experiência, destacando-se a trajetória que deu configuração à educação, no longo período da comunidade primitiva, até a constituição da educação escolar, historicamente. E nesse contexto, destacou-se a especificidade do ofício de ensinar, não circunscrito à uma atividade exclusiva dos profissionais da pedagogia, mas sim, a todas as áreas do conhecimento,entretanto, o profissional que se habilitar e decidir assumir essa tarefa, terá de encará-la com todos os requerimentos que, como qualquer outra profissão, exige preparo teórico, capacidade técnica e habilidades de relacionamento e interação humana e social.

Tudo isso, para atingir os objetivos relevantes da Instituição escolar, em qualquer nível e modalidade de ensino, tendo como finalidade última o sucesso do aluno e a permanente atualização e redimensionamento da prática docente.

Paro (2001) ao estudar um dos aspectos fundamentais da atuação docente e estratégia decisiva no sucesso ou fracasso do aluno denuncia que a reprovação escolaré a renúncia à educação.

2.Ensino/Aprendizagem como processo de trabalho

O autor chama a atenção para a idéia de que Avaliar é um momento de reflexão sobre a prática educativa do professor. Deve ser vista como instrumento que possibilite o aluno tomar consciência de suas dificuldades, como também de seus avanços e possibilidades. Avaliar não é apenas um momento do processo.

O ato do professor é coerente com o princípio de avaliação estabelecida pelo Regimento Escolar que diz ser a mesma parte integrante do processo ensino-aprendizagem. Percebe-se que o professor ao fazer referência ao ato de avaliar, não apenas como momento do processo, tem clareza de que o mesmo ao se constituir parte integrante do ensino e da aprendizagem, requer um processo de avaliação, ou seja, ensinar e avaliar estão intrinsecamente relacionados.

PARO (2001, p.39) ressalta que:

"na escola, a avaliação educativa deve significar precisamente o cuidado com a qualidade do ensino".

3.Avaliação Educativa como Processo Contínuo

Para o autor logo, faz-se necessário focalizar a avaliação da aprendizagem como um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objetivos, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas do planejamento do trabalho do professor e da escola como um todo.

Assim, a avaliação deve ser focalizada como um processo orientador e interativo que deve ser "a reflexão transformada em ação". Ação essa que nos impulsione a novas reflexões.

4.Avaliação e Construção da Autonomia

Segundo o autor o professor que deseja ser um profissional competente,responsávele seguro de sua prática docente, que orienta as atividades de aprendizagem dos alunos colaborando com eles naconstrução/reconstrução do conhecimento,tenderáa encarar aavaliaçãocomo um processo orientador e interativo, como uma forma de diagnóstico dos avanços e dificuldades dos alunos e como indicador para o replanejamento de seu trabalho docente.

Nessa perspectiva, a avaliação ajuda o aluno a progredir na aprendizagem, ajudao professor a aperfeiçoar sua prática pedagógica ea escola a reconstruirseu projeto pedagógico.

Logo, a escola responsável não ensina a memorizar, mas a refletir, fazerrelaçõesentre dados,informaçõeseidéias, desafiar o senso comum, aprender a pesquisar, saber trocar idéias, ou seja, aprender a aprender aprendendo.

5.Mudar a Avaliação

A avaliação pressupõe a ruptura da velha lógica, aprovação ou reprovação. Para construir uma nova concepção de avaliação fundamental na aprendizagem. O que não significa aprovação automática. A aprendizagem exige presença física, emocional e intelectual do aluno. Exige muito esforço e dedicação.

A ameaça de reprovação é uma motivação negativa que, quando muito, leva o aluno a "livrar-se" das obrigações de estudar (...)

O aluno deixa assim de exercer ativamente, prioritariamente, essencialmente, sua condição de estudante, já que sua principal função não é a de alguém que estuda, mas de alguém que se desvencilha da ameaça de ser reprovado."(PARO, p. 111)

"A escola não se sentia responsável pelas aprendizagens, limitava-se a oferecer a todos a oportunidade de aprender: cabia a cada um aproveitá-la! (PARO, p. 14)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

PARO,  Vitor  H.  Reprovação  escolar:  renúncia  à  educação.  2ª  ed.  São  Paulo,Xamã, 2003. 168 p.


Autor: Maria Anunciacao Souza


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