Poetas Virtuais - Hermínio Vasconcelos



Hermínio Vasconcelos é o poeta bucólico urbano, é a passividade com a vida, é a frouxidão moral ,é a flexibilidade moral, e o leviano e a leveza da vida sem regras, é a moralidade individualizada e com base apenas na índole pessoal. É o poeta do submundo, porém , é mais um observador da vida degenerada que um homem próprio destas regiões de baixezas morais. Este poeta simpatiza com as baixezas humanas porque vê e reconhece nos homens este estado que está sempre escondido nas aparências. Talvez seja um espécie de amor incondicional aos homens. Hermínio Vasconcelos é um poeta que transitaria se quisesse entre as mais variadas classes sociais, porém, decidiu viver entre as baixezas humanas porque certamente reconhece em si todo tipo de inferioridade. Este poeta representa a liberdade absoluta que tirou do homem o direito de ter opinião e conceito de certo ou errado. É o poeta de um tempo que em a liberdade é tanta que tudo é preconceito, de um tempo em que a ter opinião é preconceito, formando assim a ditadura do despreconceito. O poeta têm suas opiniões, porém, reservadas para si mesmo. Sua poesia revela que ele vivencia e se esbalda da liberdade sexual conquistada pelas mulheres, é neste ponto que ele se mostra mais leviano.

Frio de medo

(bucolismo urbano)

Por hoje me deixe...Largado à própria sorte.

Vista sua roupa, pegue suas chaves na estante,

Não esqueça nada que tome espaço,

Depois saia na ponta dos pés,

Não Bata à porta para não espantar

Meu quase um sono.

Por hoje me deixe...

Você já pousou em meu corpo,

Roubou meu néctar,

Agora rouba meu dinheiro

E por favor, vá embora, me deixe à deriva.

Mas não pise muito forte em meu chão,

Sou água estagnada, poeira assentada

E posso facilmente emergir.

Por hoje me deixe...

Largado nos escombros,

Sai sem abrir a porta,

Não ponha a mão em nada,

Para que não desalinhe o caos.

Por hoje me deixe...

Você já me usou, como um lenço de papel

Que se guarda no bolso,

Agora pegue o que mais desejar,

E por favor, vá embora,

Mas se esqueça lá dentro do meu coração,

Porque sou parasita e posso a qualquer hora,

Precisar de você.

Por hoje me deixe...

Não precisa fazer cerimônias,

Porque eu também não faço cerimônia...

Você já arrancou de mim o que lhe interessa,

Agora por favor, vá embora,

Sai antes que o dia amanheça,

Ou sem que à claridade entre e espante

O meu frio de medo.


                                        Hermínio Vasconcelos

                                         J.Nunez
http://oimparcialismo.zip.net


Autor: José Nunez


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