RASCUNHO AMIGO



Rascunho amigo

 

Desculpe-me pelo rascunho. Amigo você é o cunho cinzelado com forte pu­nho. No improviso o aviso: Os dias são todos iguais. Uns alegres, outros tris­tes, mas você sempre resiste, ora com pouco, ora com mais. Amigo a hora é amarga e braba; braba por ser de luta, e brava por ser de herói! Como pode­ria ser agora: Belo crepúsculo ou linda aurora, ratifico sem es­crúpulo: Os dias são todos iguais. Nossos dias, nossas histórias, calejam nossas memórias de con­tumazes mortais. Passa a noite, vem o dia, ora quente, ora frio, viver é para fortes, pois, não acreditam na morte, realmente são imortais. Como antes lhe dizia: Os dias são todos iguais. Fome, viaduto, corpos frios, fartas iguarias, belos jardins, e lindos quintais. Antiga é essa história, sem luta não há vitória. Dia de labuta, feliz, ou de força bruta, dia de dialética, semana de semântica,  quinzena de redundância, ano de cacofonia, como antes lhe dizia: Os dias são todos iguais. Porém, nada me trava, nem a força dessa clava! Aqueço o meu motor, arrefeço minha mente, seguindo sempre em frente, ando por onde for. Não tomo nenhum atalho, e procuro não ser falho. Estou indo muito fundo, talvez ao fim do mundo, na alegria ou na dor. Caminho sozinho,  sobre flores ou es­pinhos. Desculpe-me meu amigo, falei pelo umbigo, não sei andar sol­teiro, preciso de um companheiro, conhecido por amor. No dia-a-dia me bara­lho, pois, meu irmão de trabalho tornou-se escorregadio, jamais me admite, vadio! Fico triste, mas adio, pois, na ira sou tardio. Estas linhas vão descendo ladeira da memória, vou-me apercebendo, descem aleatórias, porém, inverto o seu rumo, sem usar esquadro nem prumo, direcioná-las-ei agora. Voltando ao meu colega, ando dias, ando léguas, acompanhando-o até nas trevas, nem ao me­nos peço trégua. Já que falei de prumo, não perderei meu rumo, tampouco minha régua. Nada mais me importa, do meu peito abro a porta com emoção infantil, tento ser gentil. Sinto amá-lo com ardor! É o perdão da tolerância, que recebi por herança de Jesus o bom pastor. Pois, não tomo nenhum atalho, faço de alegria os meus dias, e também, meu malho! Embora, ratifique: Os dias são todos iguais. Alegria é o meu trabalho, e jamais a minha dor. Sendo ultrajado pelo ócio, matarei o pensamento ocioso, mesmo que caia eu prostrado, serei um santo criminoso! Assim me es­pelho à mercê em amigo como você, sincero e generoso! Se não fora assim, ai de mim, pois, amigo assim quase não se vê! Sucesso, amigo cavalheiro, apesar de muitos janeiros, sempre ao seu dispor. De que vale o mundo inteiro, se não relembrarmos do favor? Pois é, meu com­panheiro, da alegria, ou da dor. Nossas míseras feridas, só se curam com o amor! Amigo, agüente o tédio, paz é o grande remédio. Que esta modesta fala não seja apenas um poema, e sim um diadema, irradiando o seu calor! Apesar desse improviso, com palavras informais, Eis o aviso: Os dias são todos iguais.

 

jbcampos


Autor: joão campos


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