A FORÇA DO AMOR CRISTÃO



LIÇÃO 5 – A FORÇA DO AMOR CRISTÃO

INTRODUÇÃO

Nesta lição nos deparamos com o atributo mais elevado da vida cristã – o amor, que a cada dia tem sido "bombardeado" com sentimentos e práticas perniciosas, oriundas de uma sociedade cada vez mais entrelaçada com a vida material (temporal).

João nos mostra que o amor é o firme fundamento para ter uma vida cristã genuína e próspera, levando-nos gradativamente ao envolvimento absoluto com o segundo maior mandamento – o amor ao próximo (Mt 22. 39), é sobre este amor que iremos estudar.

I.O MANDAMENTO ATEMPORAL

AtemporalIndependente do tempo.

Para entendermos melhor a lição é necessário compreendermos sobre qual tipo de amor estamos falando, segue as quatro expressões do amor:

1. O AMOR "PHILEO"- É o amor expresso em amizade, afeição e fraternidade;

2. O AMOR "STERGO"- É o amor conjugal, o amor em família. É uma expressão do amor que une uma Família, é o chamado amor familiar.

3. O AMOR "EROS"– É o amor físico e sensual, aplicado à relação entre um homem e uma mulher, na perspectiva conjugal.

4. O AMOR "ÁGAPE"- I Jo 4:8 - Amor divino; amor cristão.

O Amor Ágape

Usado no Novo Testamento para descrever:

a)Descrever a atitude de Deus para com o Seu Filho (Jo 17.26); para com o gênero humano em geral (Jo 3.16; Rm 5.8); e para com aqueles que crêem em Jesus em particular (Jo 14.21);

b)Transmitir Sua vontade aos seus filhos concernente à atitude deles uns para com os outros (Jo 13.34), e para com todos os homens (I Ts 3.12; I Co 16.14; 2 Pe 1.7);

c)Expressar a natureza essencial de Deus (I Jo 4.8).

Este é um amor incondicional que só existe nas pessoas que passaram pelo novo nascimento em Cristo, portanto o amor cristão é a essência do verdadeiro Cristianismo, este amor não flui com os impulsos esentimentos naturais; mas tem sua força motriz em Cristo Jesus.

1.Mandamento "antigo" e "novo".

Comparando o mandamento no Antigo e Novo Testamento

A ordem de amar no A.T.

No Antigo Testamento podemos encontrar a força do amor de Deus revelado na legislação mosaica (Lv 19.18, Dt 6.5, Dt 7.7,8), onde é revelado um dos atributos morais de Deus – o Amor, desde então o homem tem a consciência que Deus é amor, contudo encontramos muitas referencias no A.T em que vimos atitudes por parte dos homens de Deus e até mesmo na Lei, que inspiram vingança aos inimigos (Sl 139:19-22; 140:9-11; Pv 24:28-29; Pv.25:21,22; Lm. 3:30-31; Ex 21.24/Mt 5.38-42), contrastando com as do N.T.

A ordem de amar no N.T.

No Novo Testamento a força do amor recebe uma nova roupagem revelada por Jesus, "Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos amei. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (Jo 13:34-35). Jesus mostrou esta questão de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mt 22:36-40), Jesus nos mostra um amor incondicional, alem disso é um amor que flui naturalmente do interior de um cristão verdadeiro.

Considerando que o amor é atemporal e que Deus é imutável, logo entendemos que se trata de um assunto que já era conhecido na Antiga Aliança, mas foi apenas aperfeiçoado e completamente revelado aos homens na Nova Aliança, e esta revelação foi manifestada em Cristo (Jo 3.16).

Quando o cristão pratica esse amor que emana da graça de Deus, a lei é cumprida (Mt 22.34-40, Rm 13.8-10).

2.Em que sentido que o mandamento de amar é antigo e novo

Se analisarmos o "amor" desde o A.T perceberemos que de fato é antigo, mas é novo ao mesmo tempo, por quê?

Porque Cisto nos revelou uma dimensão maior e mais excelente do amor que já existia (conhecido através da lei), a prova disso é o fato de toda lei se resumir no "amor" (Mt 22.34-40), João também enfatiza que Cristo nos trouxe um novo mandamento (Jo 13.34 ).

Quando analisamos a epístola de I João isoladamente podemos aplicar outra interpretação sem prejuízos para a exegese, pois é direcionada a uma comunidade cristã, e enfatiza o amor como fundamento básico e essencial do cristianismo, apontando sempre para Cristo – autor desse amor.

Portanto é "antigo" quando se refere ao inicio da vida cristã desses irmãos (I Jo 3.11) e "novo" porque eles passaram a conhecê-lo em maior profundidade, ou seja, era algo que eles conheciam, mas não sabiam o seu real significado (I Jo 3.16), eles conheciam vagamente, João vai alem e mostra que é possível viver nesse amor.

3.O Senhor Jesus é o nosso exemplo de amor

Cristo é a razão da existência do cristianismo, portanto todo cristianismo que suplanta o poder do Senhor Jesus Cristo não é verdadeiro (Gl 1.8), portanto Ele é o nosso exemplo de vida "E andai em amor, como, também, Cristo nos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave." Ef. 5.2.

"Jesus quebrou os conceitos antigos (Mt 9.17) e nos revelou outro paradigma (Jo 13.34 ) do amor".

Exemplos do amor do Senhor Jesus Cristo:

-      Ele comeu com pecadores e publicanos – Mt 9.10,11;

-      Ele tem amor pelo pecador desprezível – Lc 15.7,10;

-      Ele não faz acepção de pessoas – Lc 10. 29-37;

-      Ele entra na casa de um chefe dos publicanos – Lc 19.5, e entra na casa de um discípulo – Mt 8.14;

-      Ele entra na casa de um fariseu – Lc 7.36, e recebe adoração de uma mulher pecadora – Lc 7.38;

-      Ele cura um servo de um centurião – Mt 8.5 e cura um marginalizado – Mt 8.1-4;

-      Ele trouxe o Reino de Deus para todos os povos independente de língua, cor da pele, cultura, classe social ou etnia – Mt 5.1-12.

Este é o exemplo que nós cristãos devemos buscar, amar sem diferença, não fazer acepção de pessoas, mas deixar que a luz de Cristo resplandeça em nós e os homens da sociedade vejam que somos diferentes.

II.O CONTRASTE ENTRE LUZ E TREVAS

João usa a luz como figura de linguagem para representar de maneira simples e precisa o reino das trevas e o Reino de Deus.

1.Os Filhos da luz

Porque somos chamados de "filhos da luz"?

Na primeira epistola de João existem várias passagens que facilita nosso entendimento sobre o significado figurado da luz e ao mesmo tempo leva-nos a refletir se o nosso estilo de vida condiz com a luz que estamos estudando.

Seguem as passagens:

"... Deus é luz e não há nele trevas nenhumas." I Jo 1.5;

"Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado." I Jo 1.7;

"... vão passando as trevas, e já a verdadeira luz alumia." I Jo 2.8;

"Aquele que diz que está na luz, e aborrece o seu irmão, até agora está em trevas." I Jo 2.9;

"Aquele que ama o seu irmão está na luz, e nele não há escândalo." I Jo 2.10;

"... aquele que aborrece o seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos." I Jo 2.11.

Somos chamados filhos da luz por somos filhos de Deus (Jo 1.12); Deus é Luz (I Jo 1.5)e pai das luzes (Tg 1.17), Portanto se estamos em Cristo devemos praticar as obras da luz e não das trevas, devemos aperfeiçoar o amor cristão a cada dia.

2.Evitando o ódio e mantendo-se na luz

O ódio não faz parte do cristianismo; ele está presente nas obras da carne (Gl 5.19-21), isso não significa que o cristão não tenha seus momentos de ira contra seu irmão, o que João está falando é do ódio como estilo de vida ou habitual. Um exemplo claro disso é quando ouvimos alguém falar "eu não agüento olhar na cara desse irmão..." isso torna-se um embaraço para o avança na vida espiritual do crente (Hb 12.1).

Se odiamos o nosso irmão como esperamos que Deus vai receber a nossa oferta de adoração, será que vai ser como cheiro suave? (Mt 5.23). Mas agora sabemos que Cristo uniu o seu povo universalmente com o seu amor, devemos tão somente permanecer na luz e buscar sempre a comunhão uns com os outros (Jo 13:34-35).

3.Em relação ao pecado, os princípios da graça são mais profundos que as exigências da lei.

A lei apontava a transgressão e não oferecia solução imediata ao transgressor e sim punição, com a graça somos livres para viver em santidade de coração, ou seja, somos transformados de dentro pra fora, não temos que seguir um lei imposta, mas sim expressar a presença do Espírito Santo dentro de nós.

Enquanto que a lei condenava o adultério com a graça sabemos que a cobiça é pecado;

Se a lei condena o homicídio com a graça sabemos que o ódio habitual é pecado;

Se a lei dizia .... dente por dente, pé por pé ... , com a graça temos que oferecer a outra face;

Se a lei condenava o adultério, com a graça temos que resgatar das trevas os que se prostituem.

Isso tudo sabemos por que o véu foi rasgado e temos livre acesso ao lugar santíssimo e o próprio Deus habita dentro de nós (Jo 14.23).

III.A DEMONSTRAÇÃO COMUNITÁRIA DO AMOR

A prática do amor na vida do cristão deve ser evidente, é o mesmo que refletir a luz.

Ora se somos filhos da luz, logo somos luz e temos que refletir as bênçãos do evangelho de Cristo.

1.O primeiro motivo para demonstrarmos o amor.

Joao nos lembra em sua carta que estávamos em trevas e que passamos da morte para a vida (I Jo 3. 14.16), portanto o primeiro motivo é que Cristo pagou a cédula que estava contra nós (Cl 2.14) nos resgatando das trevas para sua divina luz (Cl 1.13).

Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Jo 13.34.

2.O desenvolvimento progressivo do amor.

Sabemos que todos profissionais independente do seu oficio, gradativamente vão se aperfeiçoando naquilo que fazem, na vida cristã não é diferente, sabemos que a ética cristã também é algo que deve ser aprendido a cada dia, com as experiências, com as lutas e provações aperfeiçoamos o nosso caráter cristão, e aprendemos amar mais os nossos irmãos.

É interessante lembrar que a carreira cristã é dinâmica em todos os relacionamentos do crente, ou seja, no relacionamento com Deus, com o próximo e consigo mesmo – deve haver constante melhora.

Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Ef 4.13.

3.A necessidade do ensino sobre o amor cristão.

O senhor Jesus é exemplo de Mestre (Mt 9.35) e nos manda que ensinemos também (Mt 28.20).

É necessário o ensino constante do amor cristão, uma vez que vivemos em uma época onde o relativismo está cada vez mais próximo da igreja, e muitos são os conceitos que já não se praticam mais, porque "estamos vivendo em outra época e isso não se aplica mais", esta frase é muito comum em nosso meio.

Mas se deixarmos de ensinar as verdades da vida cristã podemos ser cobrados.

Mas se, quando o atalaia vir que vem a espada, não tocar a trombeta, e não for avisado o povo; se a espada vier e levar uma vida de entre eles, este tal foi levado na sua iniqüidade, mas o seu sangue demandarei da mão do atalaia. Ez 33.6.

Sejamos um atalaia para ensinarmos o amor de Cristo.

Conclusão

Devemos ensinar e motivar os nossos alunos a serem multiplicadores desse amor incondicional, fazendo assim estamos cumprindo um dos mandamentos de Cristo, e praticando o amor ao próximos estamos vivendo nEle.

Deus te abençoe ricamente, boa aula.


Autor: Alan Fabiano Pereira da Silva Fabiano


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