Permissão para ser criança



Nos dias atuais muito tem se falado em Distúrbio de Déficit de Atenção (D.D.A.) no processo de aprendizagem escolar. Porém, o que se percebe é que pouco se sabe sobre o assunto, visto que qualquer dificuldade que o aluno apresenta em determinada disciplina está sendo relacionada à D.D.A.

Vale esclarecer que as pessoas que têm D.D.A, ao tentar se concentrar, a atividade do córtex pré-frontal diminui, ao invés de aumentar. Assim, o aluno portador de D.D.A. mostra sintomas como: desatenção e distração; excitação corporal; super-atividade; impulsividade; incapacidade de pensar e refletir antes de suas ações; desastrado, ou seja, constantemente derruba objetos por onde passa e costuma não aceitar o insucesso. Entretanto, não há uma apresentação de danos significativos em sua inteligência.

É comum não se saber lidar com alunos que apresentam esses sintomas. Uma das coisas que se deve fazer sempre é manter a calma. Tanto a família quanto a escola precisam manter estratégias que auxiliem o aluno a manter organizadas suas atividades. As intervenções escolares devem ter como foco o desempenho escolar. Rotinas diárias consistentes e ambientes escolar previsíveis ajudam esses alunos a manterem o controle emocional.

Muitas vezes, os alunos com D.D.A. precisam de reforço de conteúdo em determinadas disciplinas devido apresentarem lacunas no aprendizado no momento do diagnóstico, em função do déficit. Outras vezes, faz-se necessário um acompanhamento psicopedagógico centrado na forma do aprendizado ligado a aspectos como organização e planejamento do tempo e de atividades. Além disso, o tratamento para a reeducação psicomotora pode ser indicado para melhorar o controle dos movimentos.

Entretanto, não podemos considerar que o aluno que apresenta, de forma isolada, qualquer comportamento que venha dificultar seu aprendizado, seja portador de Distúrbio de Déficit de Atenção (D.D.A.). Devemos lembrar que apesar de vivermos em um mundo mais tecnológico, nossas crianças continuam gostando de brincar, correr, pular, “fazer arte”. Aliás, esses são sintomas de que o ser humano ainda se permite viver a infância de forma pura e prazerosa.

Carmem Appel
Psicopedagoga
e-mail: [email protected]
Autor: Carmem Appel


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