MUITOS FALARES



Está escrito certo, sim!

A intenção é falar a respeito de muitas coisas sobre as quais se pode falar muita coisa e do muito que se pode dizer a respeito do que nem sempre temos o que dizer. E, nos dois casos, sempre temos muito a dizer pois sempre temos alguma coisa a dizer de alguma coisa, mesmo que a coisa não mereça muitos falares e comentários...

Não entendeu?

Explico. Inclusive a repetição de palavras que tem o propósito de chamar a atenção, extravagantemente.

Com certeza você já passou por aqueles dias ou momentos nos quais lhe pedem para falar algo sobre alguma coisa, e você não tem nada a dizer! Ou aquelas situações em que você tem muito a dizer, mas não tem a quem ou como falar! Pois hoje é uma dessas ocasiões: tenho como falar, mas sobre o quê? É o que está acontecendo agora, comigo. Estou diante de muita coisa sobre as quais poderia falar, mas fico me perguntando: o que falar? Principalmente porque sobre algumas delas muito já se falou, e não deu resultado as repetições soam como eco... é como falar sobre algo que não tem importância, embora seja algo importante!

Então veja: Na China, há pouco tempo grupos rivais vem se atracando e se matando. O que dizer disso, uma vez que, dizem eles, esse é um conflito étnico? Uma minoria étnica defronta-se com um grupo majoritário que, por ser majoritário, detém o poder total no país. Mas, por ser uma questão cultural, é o que alguns alegam, deve ser analisada em seu contexto.

Em Brasília a farra da impunidade chega às margens da comédia com bufões de rabo de palha incendiando o rabo de outros. Já virou tradição o show de impunidade aquilo que os corporativistas representantes do povo brasileiro fazem: a mídia ou a Polícia Federal descobre as falcatruas e formaliza a acusação. Ato contínuo, os membros do congresso buscam alternativas para justificar a permanência do larápio. Todos sabem que o acusado é culpado, mas seus pares o absolvem... e ainda querem que acreditemos que são merecedores de confiança; mas, simultaneamente, esses mesmos que votam para a permanência dos seus pares, se digladiam em acusações mutuas. Ou seja: quase se matam entre si, mas no momento de fazer a faxina moral, a imoralidade se alastra pela casa magna da legislação nacional, envergonhando um país inteiro.

A mídia alardeia uma pandêmica gripe, como uma catastrófica praga apocalíptica que, na realidade, é tão mortal como todas as outras gripes. Ela mata em menos de meio por cento dos enfermos. E isso ocupa espaço permanente nos noticiários. Quem está ganhando com isso? Por que não se faz o mesmo escarcéu com relação à dengue?

Um paiseco de primeiro mundo arremessa um navio de lixo nos portos brasileiros... e, somente quando o caso já caiu no esquecimento é que foi devolvido. Estavam nos chamando de depósito de lixo ou no meio daquilo havia algo não confessado e muito bem disfarçado no meio da sujeira?... Depois do contrabando (armas? Droga? CD pirata?) descarregado devolveu-se o lixo que serviu de disfarce. Poder ser uma suposição absurda, tirada de filmes de aventura, mas não custa nada desconfiar....

Estou mencionando tudo isso porque cheguei a este ponto: não sei de que falar, tantos são os temas e problemas merecendo a atenção deste escriba e, seguramente, dos leitores.

Isso tudo sem contar que uma mãe rodoniense, na capital do estado, se desesperou não tanto porque seu filho nasceu com problema de formação cefálica e, portanto, com poucos dias de expectativa de vida, mas por ver a impossibilidade de fazer doação dos órgãos do filho. Motivo? O hospital que deveria fazer a coleta desses órgãos não pode realizar a operação por falta de equipamento e profissionais competentes para a coleta. Lembrando que o fato de não coletar os órgãos implica em manter parada fila dos que esperam transplantes. Diante disso e de outros tantos absurdos, nos inquieta a pergunta: porque são feitas tantas campanhas em favor das doações???

Isso para mencionar somente alguns casos. Não vamos nos lembrar das cuecas e malas cheias de dólares... dos casos de impunidade das acusações dos figurões da política... não queremos nos lembrar das tragédias do transporte aéreo tanto dos acidentes do aeroporto de São Paulo, ou daquele que se perdeu no mar... ou outros em diversos lugares do mundo, colocando uma antiga questão levantada pelos que tem medo de voar: realmente existe segurança no transporte aéreo?

E então, amigo leitor: qual seria um tema merecedor de algumas linhas de comentário? Alguns desses, mencionados acima? Ou a inoperância de muitos prefeitos que assumiram nas últimas eleições? Quem sabe falar contra aqueles que foram eleitos e estão usando o cargo para a reeleição? Talvez condenar os senadores que ganham espaço na mídia com agressões mútuas com vistas nas eleições presidenciais em 2010? Copa do mundo, poucos meses antes das eleições? Brasil, sede das olimpíadas? Ou Brasil sede da copa do mundo? Ou, ainda, o que o povo brasileiro sairá ganhando com esses eventos? Quem sabe devesse falar dos dedos sujos que os senadores apontam, uns para os outros, com os rabos de palha pegando fogo

Então veja, amigo leitor, tantas coisas a serem comentadas, mas por qual deles começar?...

Neri de Paula Carneiro – Mestre em Educação, Filósofo, Teólogo, Historiador.

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Autor: NERI P. CARNEIRO


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