LIVRO: Manual de aplicações da acupuntura no tratamento de dores craniofaciais e das patologias da cabeça e pescoço



SAÚDE E EDUCAÇÃO

No ano de 1979, sob os auspícios da ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), foi realizada na cidade de Colombo, Sri Lanka, a Conferência Parlamentar Internacional sobre População e Desenvolvimento, na qual foi discutida a qualidade de vida dos povos, tendo se confirmado a necessidade de promoção de Saúde e Educação, como pré-requisitos para o desenvolvimento e justiça social.
O crescimento acelerado das populações tem preocupado o governo de diversos países. Essa explosão demográfica vem ameaçando a qualidade de vida, exercendo uma pressão sobre os recursos naturais não-renováveis do Planeta, gerando crise energética e criando a expectativa sombria de fome e morte de milhões de seres humanos, no futuro, devido ao esgotamento da capacidade produtiva dos sistemas biológicos destinados a alimentar a humanidade.
Naquela conferência, duas correntes de opinião emergiram: a do controle da natalidade e a do desenvolvimento.
A primeira, preconizando ações emergenciais para reduzir ritmo de crescimento demográfico, baseada prioritariamente na educação. A segunda, enfatizando a restruturação do sistema econômico promovendo uma distribuição de renda de modo mais eqüitativo, que bastaria para baixar as taxas de natalidade e mortalidade.
Aquela Conferência Internacional, que deveria ser eminentemente técnica, acabou se transformando em acalorados debates de natureza política, prevalecendo uma visão mais lúcida, que incorporava as visões das duas correntes de opinião.
Concluiu-se que População e Desenvolvimento são inseparáveis, assim como Educação e Saúde não podem existir a não ser em conjunto e em complementação.
Somente com educação e saúde pode-se melhorar a qualidade de vida das pessoas, através do desenvolvimento social, econômico e cultural, do qual os objetivos e políticas em matéria de população constituem partes integrantes.
OS ANOS DE PÓS-DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA


As Conferências Internacionais de Atendimento Primário em Saúde, patrocinadas pela OMS e pela UNICEF, ocorreram em Alma-Ata, URSS2, em 1962 e em 1978. As decisões tomadas pelos estados membros, na Assembléia Mundial de Saúde, em 1977, e a subseqüente Declaração de Alma-Ata lançaram o movimento Saúde Para Todos Até o Ano 2000. Os resultados deste movimento têm encontrado seu lugar na história dos movimentos globais em saúde pública.
Levantam-se, hoje, as seguintes perguntas:
O que aconteceu desde Alma-Ata? Qual foi o progresso alcançado? Quais foram os sucessos e fracassos? Em que pé está o movimento Saúde para Todos? A idéia ainda está viva e sendo introduzida nos serviços, políticas e programas de saúde? Conticua a se desenvolver diante de novos problemas e de novas informações? Ou será que houve uma perda dos objetivos ou uma redução da determinação em alcançá-los? Quais são os novos recursos que se fazem necessários? E quais são os novos parceiros? Quais são as novas estratégias essenciais?
A questão maior - “Quais foram os maiores problemas encontrados e quais são os progressos alcançados pelo movimento Saúde Para Todos, desde Alma-Ata?” - é imensamente complexa. É uma questão que apresenta aspectos econômicos, ecológicos, políticos, bioquímicos e organizacionais que se aplicam a seis continentes, mais de 160 países e inúmeras culturas e comunidades.
Nossa abordagem é pessoal e reflexiva - como nesta década vimos nossa participação neste movimento, ora de maneira central, ora de maneira periférica, mas sempre com interesse. O que se segue é, portanto, uma tentativa de considerarmos amplamente o complexo terreno a que chamamos de Saúde Para Todos, procurando identificar os principais acidentes da topografia, tais como: os problemas mais sérios e abrangentes, os obstáculos mais difíceis, e as possibilidades mais promissoras.
O primeiro princípio norteador do movimento Saúde Para Todos reside no atendimento primário em saúde. A descrição de atendimento primário formulada na Declaração de Alma-Ata é esplêndida e sucinta.
O atendimento primário em saúde é a chave para se alcançar Saúde para Todos e inclui os seis conceitos básicos que se seguem:

1. Cobertura universal da população e atendimento de acordo com as necessidades.
Isto se chama de eqüidade. Ninguém pode ficar de fora, não importa o quão pobre ou o quão distante. Se todos não puderem ser atendidos, então, os mais necessitados devem ter prioridade. Isto é o que significa “Todos”, em Saúde para Todos.

2. Os serviços devem promover a saúde, através da prevenção, da cura e da reabilitação.
Os serviços não devem ter caráter apenas curativo, mas devem também levar a população a se conscientizar dos princípios básicos de um estilo de vida saudável, além de procurar as causas das doenças, dando ênfase à prevenção. O tratamento das doenças e a reabilitação são importantes, mas a prioridade deve recair sobre a prevenção, particularmente sobre a educação sanitária.

3. Os serviços devem ser eficientes, culturalmente aceitáveis, economicamente acessíveis e simples de serem administrados.
Os serviços que não são eficientes zombam da cobertura universal de Saúde Para Todos. Mas a eficiência não pode se dar a expensas da aceitação cultural; na verdade, as duas são interdependentes. Os serviços devem ser economicamente acessíveis em padrões locais, pois os recursos governamentais são escassos, especialmente no Terceiro Mundo e porque freqüentemente recaem sobre a população os custos.

4. As comunidades devem estar envolvidas de forma a promoverem a participação.
O papel das comunidades deve ir além de usar os serviços planejados e projetados de cima para baixo. As comunidades devem participar ativamente em todo o processo da definição dos problemas de saúde e de suas necessidades, desenvolvendo soluções e implementando programas.

5. A abordagem para a saúde deve estar relacionada a outras áreas de desenvolvimento.
As causas das doenças não estão limitadas apenas a questões pertinentes à área da saúde. A maneira de se lidar com a doença não deve restringir a medidas terapêuticas. Alfabetização, melhoria da renda familiar, fornecimento de água potável e medidas de saneamento, acesso a habitações adequadas, equilíbrio ecológico, comercialização mais eficiente de produtos, estabelecimento de rodovias e de vias fluviais, mais oportunidades de trabalho para as mulheres - todos esses aspectos podem ter um impacto substancial sobre a saúde. Merecem atenção ainda: o uso abusivo de remédios, o tabagismo, o alcoolismo, a dependência química e a obesidade.
6. Saúde para Todos não é um sonho distante - é uma realidade palpitante.
O que tem sido a realidade de “Saúde para Todos”? Depende da direção em que se olha, a quem se pergunta e das expectativas que se tem. É claro que encontramos esperanças ingênuas e falsas promessas, mas também encontramos clareza de visão e progressos cuidadosamente construídos passo a passo. A complexidade dos problemas que encontramos não admite respostas categóricas como “sim’ ou “não”, como também não devemos buscar generalizações muito abrangentes e simplistas.
Devemos ficar claro que: Saúde Para Todos tem sido mais que um sonho distante, capturado num slogan, sustentado anualmente no pódio das Assembléias Mundiais de Saúde. Surgiram compromissos políticos que forçaram a criação de políticas, orçamentos e programas apoiando o Atendimento Primário em Saúde em lugares onde se faziam necessários. As pessoas estão se dando conta de que a equidade é mais importante do que apenas um maior número de leitos disponíveis. Os estudantes de Medicina estão aprendendo que mérito pode ser definido em termos de serviços prestados à comunidade, tanto quanto no uso de tecnologia sofisticada. Estes eventos foram estimulados pelo movimento Saúde Para Todos. Mas o quanto? Com que freqüência? Em quantos lugares? Como se quantifica a difusão do compromisso e da conseqüente ação? Ouve-se e lê-se na mídia. Vê-se acontecendo no campo e, então, sabe-se qual é real. Faz-se, registra-se, mostra-se aos demais, que, por sua vez, mostrarão a outros, e assim por diante, num efeito cascata.
Devemos lembrar-nos de onde o movimento se originou. Não nasceu na OMS ou da UNICEF sem antecedentes, tampouco do homens e mulheres que o conceituaram, há três décadas, em Alma-Ata e em Genebra. Os conceitos em que está embasado vieram se enraizando, em todo o mundo, há décadas. O Atendimento Primário em Saúde teve um início sólido em alguns países desenvolvidos, e foi esse fato que sugeriu pensar num compromisso em tornar o atendimento em saúde melhor, a nível mundial, empregando-se os métodos de tratamento disponíveis.
Além do mais, o que agora estava sendo visto como tecnicamente possível, logo passou a também ser visto como imperativo, do ponto de vista social e político - que a metade do mundo desprovida de recursos e serviços, também pudesse almejar uma pequena parte do que a outra metade gozava através dos benefícios da afluência, da modernização e da tecnologia.
A genialidade da determinação, em 1962, do objetivo Saúde Para Todos é a presença de serviços de atendimento primário. A maioria dos países desenvolvidos possui esses serviços, mas mesmo nesses países, alguns grupos, como os pobres e as populações de áreas remotas, têm um acesso limitado a eles. Nos países em desenvolvimento, a disponibilidade dos serviços de saúde é muito desigual, estando a população rural e a população, que pode ser vista como um indicador da disponibilidade, cresceu de 5% para 40%, no período de 1970 a 1980; em alguns países, atingiu um nível ótimo, mas em diversos outros, menos desenvolvidos, ela é menor que 15%.
Em 1960, havia 72 países onde a taxa de mortalidade infantil, relativa a crianças abaixo de cinco anos de idade, era de 178 ou mais por 1.000 nascimentos; em 1985, esse número foi reduzido à metade, em apenas 34 desses países.
Fica bem claro, portanto, que muitos países tiveram um progresso considerável ou mesmo impressionante nas áreas da saúde e social. Outros, no entanto, ou não fizeram nenhum progresso ou este foi muito discreto. Por exemplo, na Índia e no Paquistão, a taxa de mortalidade das crianças abaixo de 5 anos de idade é maior do que em todos os 46 países africanos.
Também é importante observamos outros indicadores que não pertencem propriamente à área da saúde, mas estão estreitamente correlacionados a ela: o número absoluto de mulheres analfabetas está crescendo nos países em desenvolvimento, e a diferença entre o número de homens e mulheres analfabetos está aumentando; a pobreza esta crescendo - dois bilhões de pessoas no Terceiro Mundo vivem na miséria.
Torna-se aparente, então, que os avanços alcançados em direção a Saúde Para Todos variam imensamente de um país para outro, de uma região para outra, e que, se compararmos os países mais adiantados, estaremos comparando o progresso com a tragédia.
Alguns dos participantes da última conferência de Alma-Ata estavam preocupados com o fato de que o princípios de Saúde Para Todos se aplicariam principalmente aos países desenvolvidos, principalmente a Europa, tomaram medidas concretas para a implantação da estratégia Saúde Para Todos, é curioso olhar para trás e ver que, um dia, se questionou o fato deste tópico se quer se aplicar a tais países. Esta curiosidade nos mostra o quanto esta abordagem se desenvolveu conceptualmente, metodologicamente e politicamente desde os dias de Alma-Ata, e o quanto progredimos em sua aceitação. Com as marcantes mudanças ocorridas na Europa Oriental, certamente ocorrerão profundas mudanças na indústria farmacêutica até o ano 2.000; não menos do que na Comunidade Européia em 1992. A crise do Golfo acrescentou uma nova dimensão à miséria do Terceiro Mundo, assim como uma recessão nos países ricos.
Do lado positivo, houve um acentuada queda nas taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, nos Estados Unidos, no Japão e na Austrália; no entanto, na Europa Oriental, continuam a crescer.
Mas os sucessos na área de saúde não estão limitados ao mundo desenvolvido. Muitos dos países em desenvolvimento, como a Tailândia, vêm fazendo claro progresso em diversas áreas, não apenas na área da saúde. Em termos da mortalidade em crianças abaixo de cinco anos de idade, passou de 195 por mil nascimentos, no período de 1950 a 1955, para 61 por mil nascimentos, no período de 1980 a 1985, e faz projeções de 32 por mil nascimentos, para o período de 1995 a 2000. Esse país está conduzindo uma abordagem muito interessante, baseada na identificação, a nível de suas vilas, das necessidades mínimas para uma vida decente e nos esforços para assegurá-las a seus cidadãos.

Os pobres que habitam os centros urbanos
Os problemas de saúde dos pobres que habitam os centros urbanos parecem representar um dos piores aspectos do subdesenvolvimento do Terceiro Mundo, constituindo-se num mosaico das sociedades desenvolvidas e em desenvolvimento; serviços de saúde que são uma mistura ineficiente de alta tecnologia para os que podem pagar, com nada ou quase nada para atender uma inquieta população de favelados, que aumenta a cada dia, em cidades cujo crescimento, descontrolado como um processo cancerígeno, é econômica e ecologicamente nocivo.
Os custos de manutenção das cidades, particularmente os grandes conglomerados urbanos, são grandes. O abastecimento de água e alimentos, assim como a eliminação do lixo e dos dejetos humanos são muito mais dispendiosos para os grandes centros urbanos do que para as cidades pequenas. Além disso, há grande devastação ecológica nas regiões vizinhas às grandes cidades, sendo seu custo de manutenção um dos principais fatores do endividamento, da pobreza e do baixo nível de saúde do Terceiro Mundo.
Outra deficiência disseminada no Terceiro Mundo está relacionada ao pessoal de saúde que não possui uma preparação adequada para atuar eficientemente em serviços comunitários ou distritais, Isto é válido para todos os níveis de profissionais da saúde, mas a maior carência está nos médicos. A formação típica dos médicos, e muitas vezes também das enfermeiras, é orientada para o intervencionismo terapêutico conduzido em hospitais e ministrada por instituições onde a Medicina Sanitária recebe pouca atenção e ainda menos respeito. Tais profissionais dificilmente serão úteis para exercer funções que exijam liderança comunitária, levantamento de carências, planejamento, administração e avaliação de programas e a supervisão do treinamento prático do pessoal que atuará no atendimento preventivo. Pior ainda, desprovido de tais capacidades, mas ocupando cargos de chefia, o médico, na verdade, acaba por obstruir a atuação efetiva do resto da equipe de saúde.
Fazendo justiça à enfermagem, caba lembrar que sua atuação e seu treinamento não se colocam tão distantes de tais características quanto os dos médicos. Embora haja muitas exceções, as lideranças na área da enfermagem têm geralmente se mostrado sensíveis aos problemas e às possibilidades apresentadas pelo movimento Saúde Para Todos, o que se tem refletido na literatura e nos programas. Na prática, a Enfermagem tem freqüentemente se constituído na espinha dorsal dos serviços de saúde pública e de orientação sanitária.
A busca de Saúde Para Todos não terminará no ano 2000, nem no ano 2100. Nenhum país irá conseguir resolver todos os seus problemas de saúde, além do que, outros surgirão. Portanto, embora os objetivos gerais permaneçam os mesmos, os específicos irão se atualizando. No período compreendido entre Alma-Ata e o ano 2000, os objetivos deveriam ser:
• identificar os principais obstáculos a serem conquistados até a virada do século;
• mostrar que é possível fazer progresso nas questões de difícil solução;
• preparar o terreno para que ocorram as mudanças apropriadas das estratégias necessárias, para consolidar a meta Saúde Para Todos além do ano 2000
Novos problemas, como a AIDS, ou a dependência química, fazem parte de um quadro de doenças do século XX, que constituem a moderna epidemia global. As soluções não são fáceis de serem encontradas. A poluição da terra, do ar e do mar, assim como o buraco de ozônio são questões de maior importância, mas que ainda não receberam a devida atenção. A
tecnologia moderna e uma galopante explosão demográfica destruindo o Tao de nosso ambiente legam à humanidade um péssimo prognóstico para o próximo século. A insuficiência de combustíveis fósseis e a limitação dos recursos naturais, incluindo água potável, provocarão
sérios problemas no próximo século, ou até mesmo antes do fim deste. A produção e a venda indiscriminada de armas, a nível mundial, por empresários gananciosos, vêm trazendo muito sofrimento a multidões de refugiados em todo o mundo. 

FUTURO DAS MEDICINAS COMPLEMENTARES

As Medicinas Tradicionais e Naturais respondem diretamente às necessidades de saúde psicossocial e de bem-estar físico do Terceiro Mundo. São também congruentes com os intensos anseios dos seres humanos para a realização estética e espiritual. Para um oriental, a Medicina Tradicional representa o somatório de medidas, ingredientes, costumes e uma diversidade de procedimentos criativos, tanto materiais quanto espirituais, os quais, desde os tempos pré-históricos, permitiram-lhe manter-se saudável, protegendo-se contra doenças, aliviando seu sofrimento e curando seus males. A maioria dos orientais considera a vida como uma síntese total de corpo, mente e espírito. De acordo com esta firme convicção, acreditam que a saúde resulta do bem-estar físico, mental, social, moral e espiritual. Terapeutas naturistas são, portanto, parte de uma herança naturalista num sistema de atendimento em saúde. Neste trabalho, detalhamos uma argumentação pragmática, encorajando esta integração nos sistemas de saúde, em todas as partes do mundo. No próximo século, a Indústria de Saúde terá que tomar consciência das doenças do século XX criadas pelo ser humano e encontrar soluções para sua prevenção ou para sua cura.


Considerações Práticas
O desenvolvimento dos sistemas de atendimento primário em saúde, com o emprego de terapeutas naturalistas e tradicionais, como mão de obra básica, nos países do Terceiro Mundo, é hoje determinado por duas considerações práticas e importantes: em primeiro lugar, a evolução das estruturas políticas que acompanham a independência nacional, e em segundo, a escassez de recursos atualmente disponíveis para a realização do desenvolvimento social e material na maioria dos países do Terceiro Mundo. O primeiro fator diz respeito à consciência nacional e, também, está intimamente associado à herança nacional. O segundo fator está ligado à questão prática da utilização de todos os recursos humanos e materiais disponíveis. Uma vez que os praticantes das Medicinas Tradicionais já possuem um status respeitável nas comunidades a que servem, a adoção das Medicinas Naturais nos planos que orientam a estratégia de implementação dos programas nacionais de saúde tem um sentido pragmático. Os “médicos de pés descalços”, na China, constituem um exemplo bem sucedido desta estratégia.


A Organização Mundial de Saúde
O primeiro passo para o reconhecimento das Medicinas Alternativas foi dado na reunião de Alma-Ata, na União Soviética1, em 1962, com a criação do Medicina Alternativa Institute2.
Em 1977, a 30ª Assembléia da Organização Mundial de Saúde (OMS) adotou uma resolução histórica, urgindo os governos interessados a dar “adequada importância à utilização de seus sistemas tradicionais de Medicina, com regulamentação apropriada para atender às necessidades nacionais em saúde”. Tanto nos países em desenvolvimento quanto os países desenvolvidos vêm, desde então, demonstrando grande interesse e consciência no emprego de recursos terapêuticos tradicionais nacionais, ou nativos de outras culturas, na implementação dos programas nacionais de saúde. A atual tendência de tratamento com produtos biológicas e práticas tradicionais, como a Homeopatia ou a Acupuntura, evitando-se assim o emprego das drogas sintéticas, que são mais drásticas, como terapêutica de primeira linha, em doenças agudas “autolimitadas” e em doenças crônicas, tem sido a principal
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(1) N.T.: Atualmente, Comunidade dos Estados Independentes.
(2) N.A.: Atualmente, funcionando como MEDICINA ALTERNATIVA INSTITUTE, afiliado a The Open International University, com sede administrativa em Colombo, Sri Lanka. Existem instituições afiliadas e representações em mais de 120 países.

motivação por trás do renovado interesse nas medicinas nativas em certos países. Em muito países, como o Sri Lanka, tais tendências obtiveram um apoio governamental e foram sustentadas por legislação apropriada. Alguns dos países desenvolvidos começaram a examinar a possibilidade de introduzir em seus currículos médicos alguns sistemas médicos alternativos e que não são atualmente ensinados em escolas médicas ortodoxas. Este processo já vem ocorrendo em diversos países em desenvolvimento. Por exemplo: já foram criados institutos de pesquisa em Acupuntura em mais de cem escolas médicas ocidentais de prestígio. Uma cadeira de Acupuntura foi estabelecida há dez anos na Universidade de Paris Norte, na França. Homeopatia e Fitoterapia (“Herbologia”3) estão em franca ascendência em todo o mundo. Os médicos que empregam as práticas de manipulação corporal também são muito respeitados como profissionais.
Imediatamente após a resolução de 1977 da OMS, foi lançada uma campanha a nível mundial para promover as Medicinas Naturais e Tradicionais. O sucesso desta campanha pode ser avaliado pelo crescente interesse nestas disciplinas por um grande número de praticantes bem sucedidos. O volume de artigos e de relatórios de pesquisas sobre temas relacionados cresce a cada dia em periódicos especializados e em revistas leigas. Conseqüentemente, muitas instituições científicas vêm procurando colaborar nas pesquisas e no treinamento em Medicinas Tradicionais. A Medicina Alternativa estabeleceu um centro de ensino para a Acupuntura, “Laserterapia” e “Homeopuntura”4 no Instituto de Acupuntura, “Homeopuntura” e “Laserterapia”, no Hospital Geral Governamental de Colombo Sul, Kalubowila, Colombo, Sri Lanka.
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(3) N.T.: Do autor, em inglês, “herbology”, que exprime o estudo das “ervas” e/ou “plantas medicinais”.
(4) N.T.: Combinação da Homeopatia com a Acupuntura, que se faz ao puncionar o paciente com uma agulha - “agulha medicada” - que foi imersa num remédio homeopático (em solução aquosa ou alcoólica, em solvente potencializado). Esta técnica é chamada de “Homeopuntura”.

O Instituto Karolinska, Estocolmo, Suécia, cidade onde são adjudicados os Prêmios Nobel em Medicina, tem sua Clínica de Dor, onde são empregadas a Acupuntura e a
Shiatsuterapia. A Fundação do Prêmio Nobel, contudo, ainda jaz adormecida num estado de apartheid vis-à-vis das Medicinas Tradicionais, por ainda não ter agraciado não alopatas. Os recentes desenvolvimentos positivos também levaram a um reexame da posição que as Medicinas Tradicionais ocupam na maioria dos países em desenvolvimento, onde vêm surgindo uma nova consciência cultural e orgulho dos valores tradicionais. Este orgulho nacional da cultura nativa terá pouca conseqüência, a menos que seja traduzido em atos objetivos e numa logística adequada.


Objetivos Imediatos
Os diversos e variados métodos de tratamentos tradicionais originados de cada país precisam ser identificados, coletados, filtrados e avaliados de forma crítica. Essas práticas, incluindo as ervas e os remédios caseiros, poderiam se constituir em novas ferramentas a serem usadas nos sistemas de saúde. Um mecanismo logístico orientado pragmaticamente torna-se necessário para que tais práticas estejam disponíveis para aqueles que sofrem. De qualquer forma, o atendimento em saúde, atualmente, na maioria das áreas rurais, e mesmo em alguma áreas urbanas, é, de fato, um mistura das Medicinas Tradicionais e da Medicina Moderna. Muitas vezes, é difícil determinar ode uma começa e a outra termina.
Um estudo crítico das Medicinas Tradicionais servirá para identificar, classificar e desenvolver as diversas disciplinas envolvidas e elaborar uma estratégia clara para um crescimento da saúde no futuro. O ideal seria que houvesse uma sólida e constante expansão de conceitos, experiências e do ensino, nas próximas décadas. Práticas inúteis devem ser abandonadas. Muitas das práticas tradicionais são nocivas, como a circuncisão feminina, na África, ou o uso de excremento de vaca para tratar ferimentos, no Oriente, e devem ser eliminadas. Já vimos muitas mortes por tétano neonatal, devido à aplicação de excrementos de vaca no cordão umbilical.
O campo das Medicinas Tradicionais é hoje uma área infestada de grupos que apenas querem defender seus próprios interesses, inclusive os interesses comerciais das multinacionais, as quais já disputam entre si o prestígio de um mercado promissor.
Diversas linhas principais de estratégias são contempladas pela Medicina Alternativa. A avaliação das atuais práticas das Medicinas Tradicionais tem prioridade máxima. Um certo “jogo de poder profissional” tem muitas vezes, impedido a legitimação das Medicinas Tradicionais em alguns países. É, portanto, de fundamental importância separar o mito da realidade. O possível valor dos sistemas médicos tradicionais, em termos de diagnóstico, terapêutica e capacidade de reabilitação, deve ser adequadamente definido e demarcado.


Métodos
A tecnologia moderna pode ser usada para evidenciar a eficiência e a segurança de algumas dessas práticas, atualmente em voga em diversos países, ou para reconhecer uma ação placebo. (O efeito placebo é um efeito terapêutico positivo que os pacientes muitas vezes obtêm ao usarem uma medicação qualquer, mesmo não havendo nenhum princípio ativo). Este efeito é freqüentemente visto em distúrbios de natureza psicossomática e, é claro, o placebo é tão usado na Medicina Moderna quanto nas Tradicionais. Na Homeopatia, contudo, o efeito curativo acontece além do efeito placebo, mesmo que teoricamente não haja mais o princípio ativo na diluição prescrita. Isto se deve à dinamização, um mecanismo que necessita de
maiores investigações5. O placebo é o remédio mais seguro até hoje descoberto. Através da História, provavelmente os placebos têm curado mais gente que as medicações ativas. A História médica é um cemitério de terapêuticas mal aplicadas e de teorias descartadas. Hoje,
as faculdades de Medicina, quase não ensinam a História da Medicina, uma vez que esta claramente evidencia o valor questionável dos tratamentos empregados no passado pela “Medicina Científica”, o que não nos dá nenhuma garantia de que as terapêuticas científicas modernas estejam em melhor situação.
Já existem centros que colaboram com a Medicina Alternativa, estabelecidos em países desenvolvidos e em desenvolvimento, que estão realizando pesquisas específicas em “Etnofarmacologia” e em “Homeopuntura”, a “Laserterapia”, a Moxibustão, a “Magnetoterapia”, os métodos de manipulação, etc., além do acompanhamento epidemiológico de seus resultados. Procurarão identificar substâncias ativas derivadas das plantas herbáceas, para diversos fins, como: controle da fertilidade, doenças cardiovasculares, doenças mentais, diabetes mellitus, bem como testarão o melhor e mais seguro meio de utilizá-las. Estas práticas e estes remédios poderiam, então estar disponíveis para a população. A identificação do emprego de diversos pontos de Acupuntura, assim como a elaboração de tabelas terapêuticas simplificadas já foram realizadas. A atualização da matéria médica homeopática também está sendo realizada. Em muitos centros, estes dados já estão informatizados.
A pesquisa em Medicina Tradicional, como parte do sistema nacional de saúde, é muito importante. Além da China, onde uma síntese das Medicinas Moderna e Tradicional está sendo feita, e em países como a Birmânia, a Índia, o Paquistão, o Sri Lanka, as Filipinas, o México, a Indonésia, a Nigéria e a Tailândia, onde a Medicina Tradicional se desenvolve
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(5) N.A.: No entanto, nossa ignorância, atualmente, quanto a seus mecanismos de ação não diminui o seu valor terapêutico.
paralelamente coma Medicina Alopática, pouquíssimo se sabe, em outras regiões do Terceiro Mundo, acerca das possibilidades existentes para o emprego de tecnologia médica tradicional, nos sistemas nacionais de atendimento em saúde.



Homeopatia e “Homeopuntura”
A Homeopatia foi criada pelo célebre médico alemão Christian Samuel Freidrich Hahnemann, no começo do século passado, como uma alternativa viável aos métodos médicos convencionais. Cada vez mais preocupado com os riscos e complicações dos rudes métodos físicos dos tratamentos de seus dias, ele desenvolveu uma abordagem mais sutil e eficiente, baseado nos antigos princípios de cura. Apesar de encontrar grande oposição, ele empregou, de maneira muito eficaz, substâncias naturais de origem animal, vegetal e mineral, que têm ação sobre os mecanismos curativos do organismo. Começando com sua clássica experiência com a casca da quina (Cinchona officinalis) no tratamento da malária, através do princípio “semelhante cura semelhante” (similia similibus curentur), foi capaz de desenvolver, após muitos anos de pesquisa, um amplo espectro de substâncias curativas que hoje formam a infra-estrutura da moderna farmacopéia homeopática.
Embora os tratamentos alopáticos tenham se tornado mais sofisticados desde dos tempos de Hahnemann, de várias formas, medidas terapêuticas excessivamente agressivas, acompanhadas de prescrições excessivas e do uso de drogas supressoras6, como único objetivo de eliminar temporariamente os sintomas podem deixar o paciente tão exaurido e fatigado quanto os antigos tratamentos que consistiam em sangrias e purgantes. Na Medicina Alopática
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(6) N.A.: Segundo o princípio contraria contraris.
moderna ajuntaram-se as indesejáveis complicações dos efeitos colaterais, e o freqüente problema da habituação a certas drogas e da dependência delas. Uma vez que os efeitos dissimuladores dessas medidas paliativas desaparecem, freqüentemente o distúrbio inicial ressurge de forma mais severa e mais difícil de controlar, juntamente com uma variada gama de outras complicações. Muito pode ser dito sobre a necessidade de se criar uma denominação para um novo tipo de doença - a doença iatrogênica - provocada pelo próprio tratamento médico. Muitas das doenças do século XX são provocadas pelos tratamentos ou devidas à degradação ecológica.
Um exemplo bem conhecido da aplicação do princípio homeopático pode ser observado no emprego da Beladona (Atropa belladona), uma planta ornamental, originária da Europa e da Ásia, dotada de folhas grandes e de bagas globosas. Em sua forma natural, é um veneno bem conhecido (possui o alcalóide atropina), que provoca febre alta, agitação, sede, irritabilidade, sensação de calor e de queimação na pele, ardência e dor de garganta. Nas diminutas doses homeopáticas, possui efeito curativo para os pacientes com justamente estes sintomas, como ocorre numa inflamação de garganta ou numa infecção de ouvido. Este é o princípio básico da cura pelo semelhante.
Os remédios homeopáticos são preparados através de diversas diluições de substâncias naturais que apresentaram nos ensaios clínicos e nas experiências (provas) uma capacidade de provocar uma reação curativa. A diluição dos remédios a proporções infinitesimais, nos seus preparos, é uma das características singulares da Homeopatia, proporcionando uma margem de segurança contra a toxicidade e os efeitos colaterais que poderiam decorrer do tratamento. Ao mesmo tempo, essa diluição do remédio é responsável por sua singular capacidade de estimular no organismo uma resposta. A diluição, muitas vezes, ultrapassa o número de Avogadro (6,023 x 1023), que é o número de moléculas por grama, não restando nem mesmo uma única molécula do soluto no solvente. Ao contrário do que se poderia esperar, geralmente quanto mais diluída estiver a substância, tanto mais intensa sua ação sobre o paciente. Este fenômeno é conhecido como potencialização devida à dinamização.
Para se escolher um remédio para o paciente, é feito uma levantamento de suas reações e preferências quanto a uma série de fatores, tais como: alimentação, tempo, barulho, aglomerações de pessoas, etc. Desta forma, é selecionado um remédio que não apenas se encaixe no quadro sintomático, mas que, também, combine com o indivíduo, com seu estilo de vida e com seu padrão de doença e recuperação.
A combinação da Homeopatia com a Acupuntura, que se faz ao puncionarmos o paciente com uma agulha - “agulha medicada” - que foi imersa num remédio homeopático (em solução aquosa ou alcoólica - em solvente potencializado) é chamada de “Homeopuntura”, e está sendo utilizada com sucesso no Instituto de Acupuntura, “Homeopuntura” e “Laserterapia” do Hospital de Kalubowila, no Sri Lanka, indicando um futuro promissor para esta modalidade de tratamento. A “Homeopuntura” apresenta bons resultados e poucas reações adversas.


Medicina Tradicional Tibetana
A Medicina Tradicional do Tibete alcançou resultados que a Medicina ocidental reconhece e admira.
O Tibete é uma região autônoma da China, cujas práticas curativas nativas possuem 3.000 anos de história. Já no século III a.C., os tibetanos empregavam a manteiga do iaque para conter sangramentos e a cerveja tibetana de cevada, para limpeza de ferimentos externos.



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(7) N.A.: Medicina Tradicional Chinesa.
A Medicina tibetana é especialmente eficiente nas doenças cardíacas, na hipertensão arterial, nas úlceras gástricas e nas artrites que são afecções comuns entre os tibetanos, devido ao clima frio e à relativa hipoxia dos 4.000 metros de altitude do Planalto Tibetano. A Medicina tibetana é ainda mais complexa do que a Acupuntura7.
Os médicos tibetanos acreditam que as doenças humanas estão diretamente relacionadas com as alterações astronômicas e, por séculos, a Astrologia foi desenvolvida paralelamente à Medicina local.
Atenção especial é dada ao diagnóstico pelo exame da urina. Os curandeiros só decidem, após examinar cuidadosamente a primeira urina, da manhã, do paciente. A urina de um paciente com febre, por exemplo, é amarelo escura, tem um odor nauseante e aspecto turvo pela impurezas que contém8.
A Medicina tibetana considera que o corpo humano é composto de sete tipos de elementos: quimo, sangue, carne, gordura, osso, medula óssea e os órgãos reprodutivos.
Esses elementos atuam conjuntamente para produzir a energia vital, o calor interno e a mucosidade para o funcionamento do organismo. Uma pessoa se mantém saudável apenas, quando essas três funções estão em harmonia. De certa forma, existem paralelos entre os seguintes sistemas médicos: Ayurvédico, Siddha e Tibb9.


Treinamento Profissional
Existem certos problemas fundamentais de integração com a Alopatia. Por exemplo, a impossibilidade de integrar alguns aspectos das Medicinas Naturais e Tradicionais
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(8) N.A.: A urinoterapia também foi desenvolvida pelos tibetanos, sendo, nos dias atuais, amplamente empregada na Índia.
(9) N.A.: Também chamada Medicina Unani, um sistema greco-árabe.
baseados em princípios espirituais, morais ou outros de natureza fundamentalmente metafísica, como: exorcismo, meditação, cura pela fé e as práticas curativas especiais relacionadas ao Espiritualismo, à Ioga e ao Taoísmo. Um exemplo das dificuldades encontradas pode ser observado na integração da prática da imposição das mãos. Estes problemas e outras questões a eles relacionados tornam a definição de currículo ainda mais complexa.
O treinamento adequado dos profissionais que atuam na área das Medicinas Tradicionais é uma questão muito negligenciada em todo o mundo. Até o presente, os governos dos diversos países têm dado pouquíssima atenção ao treinamento desses profissionais. Como introduzir elementos das Medicinas Tradicionais, de eficácia comprovada, nos currículos dos profissionais da área de saúde é uma questão ainda em aberto. Um aspecto importante da estratégia a ser adotada é tornar os praticantes das Medicinas Tradicionais aliados, ao invés de competidores dos alopatas. O treinamento de parteiras, em muitos países, é um excelente exemplo desse tipo de colaboração. Para que seja possível se ter uma perspectiva mais clara dos aspectos social, político e econômico, é fundamental uma definição de programas operacionais em Medicina Tradicional, como também é crucial se obter a colaboração dos especialistas existentes em cada nação, com sua variada formação e experiência. É óbvio que será necessária uma abordagem multidisciplinar. O governo de Sri Lanka tomou uma decisão exemplar, em 1990, ao determinar, em seu programa de ação para a área da saúde, que os médicos ayurvédicos fossem treinados para serem agente de saúde em todo o país, apesar da oposição dos sindicatos médicos de formação ocidental.


Os Ventos da Mudança
A Medicina Tradicional está, atualmente, num ponto historicamente crítico. Já existe, internacionalmente, uma consciência da riqueza e da importância dos recursos tradicionais que vem se traduzindo num renascimento nas Medicinas do passado e que, talvez, venha a ajudar a humanizar a Medicina do futuro.
Algumas décadas atrás, havia um certo consenso dentre a comunidade científica de que as plantas medicinais, as doses homeopáticas e as agulhas de acupuntura não ocupariam mais que uma nota de pé de página na História da Medicina. Esta foi, sem dúvida, uma suposição prematura. Durante as duas últimas décadas, a Fitoterapia, a Homeopatia e a Acupuntura tiveram um crescimento fantástico em muitos países. As práticas de manipulação, por sua vez, estão sendo seriamente examinadas, principalmente sua aplicação nos distúrbios locomotores. As Medicinas complementares vieram para ficar e precisam ser integradas com a Medicina alopática o quanto antes.


A Indústria Farmacêutica
Antigamente, a indústria farmacêutica obtinha das plantas a matéria prima para manufaturar novas e potentes drogas, mas, atualmente, os laboratórios multinacionais preferem a fabricação industrial de produtos sintéticos, a um custo inferior e em enormes quantidades. Isto também assegura uma oferta constante de remédios confiáveis para as sociedades desenvolvidas. As plantas medicinais e suas antigas propriedades curativas se tornaram uma coisa do passado, uma vez que os segredos de suas composições químicas foram sendo desvendados e seus “princípios ativos” foram identificados e isolados.
Esta época das grandes descobertas fitoquímicas e da identificação dos grupos básicos dos compostos naturais deu início à era da taxionomia das drogas e das patentes industriais. Os poderosos gigantes farmacêuticos, então, determinaram os padrões de segurança e estabeleceram os procedimentos para o emprego desses compostos na Medicina moderna. Também estimularam o desenvolvimento de inúmeras variações químicas, tanto de produtos naturais quanto de sintéticos, rivalizando a própria Natureza, na obtenção de uma ampla variedade de derivados terapêuticos, a partir de uma única substância. O uso de plantas medicinais na forma de cataplasmas, infusões, banhos e óleos aromáticos são práticas ultrapassadas para a Ciência moderna. Somente nas culturas primitivas e nos países subdesenvolvidos é que os herbanários e as parteiras continuam empregando as plantas e usando métodos que contribuíram para enriquecer a literatura antropológica do século vinte.
No entanto, por volta do início da década de setenta, esse quadro começou a mudar. As primeiras manifestações da era pós-industrial começaram a ganhar terrenos nas sociedades afluentes. Vários movimentos sociais questionavam a definição de saúde do sistema médico prevalecente e abordavam a questão da ecologia, da nutrição e do ambiente de trabalho nas cidades. Estes questionamentos também influenciaram o consumo de remédios. Os cidadãos dos países industrializados começaram a condenar o uso excessivo de produtos farmacêuticos. O adjetivo “iatrogênico” passou a ser aplicado aos distúrbios causados pelos tratamentos modernos e uma sopro de mudança começou a se infiltrar nos programas de saúde. Ao mesmo tempo, um conhecimento cada vez maior das culturas orientais, propiciou um novo ímpeto à busca de metodologias alternativas, na manutenção da saúde e no tratamento de diversas doenças.
A Fitoterapia, a Homeopatia e a Acupuntura, em particular, atraíram a curiosidade das sociedades industrializadas. O estudo das plantas medicinais teve um renascimento no Ocidente, por influência dos movimentos “de volta à Natureza”, os quais, embora não sem um certo elitismo e um certo interesse comercial, estabeleceram-se nas classes alta e média das sociedades industrializadas e nos movimentos “contraculturais”, que surgiram em países como os Estados Unidos.
Tudo isso encorajou o estudo e o desenvolvimento, no Ocidente, das Medicina Naturais e Tradicionais nos países do Terceiro Mundo. O papel social dos terapeutas tradicionais vem sendo cada vez mais reconhecido. A dignidade humana também está sendo recuperada nas culturas onde a Medicina de linha de montagem parece tê-la perdido. Os países menos favorecidos economicamente estão se dando conta do valor terapêutico das Medicinas nativas e da necessidade de melhor investigação de suas propriedades curativas.


O Paradoxo Herbáceo
Surge, então, o seguinte paradoxo farmacêutico: enquanto os países em desenvolvimento lutam para criar sua indústria farmacêutica, explorando matéria prima nacional para fabricar remédios, que atualmente são importados às custas de uma balança comercial exígua, os países desenvolvidos se voltam para as substâncias naturais e que ainda não foram processadas quimicamente, para obter os “remédios naturais”, atualmente em demanda por uma sociedade pós-industrial afluente.
Os estudos científicos estão começando a explicar alguns dos efeitos curativos associados ao uso tradicional das ervas, como, por exemplo, o emprego tópico de um pó produzido da casca do salgueiro branco, um método antigo no tratamento de afecções reumáticas, que hoje sabemos conter o salicilato de metila, substância de conhecido efeito analgésico e antiinflamatório local. Tem-se comparado essa aplicação tópica com a administração oral de salicilatos. A absorção percutânea, ou seja, através da pele, pode ter excelente efeito terapêutico, numa quantidade muito menor da droga do que na administração via oral, sem que esta tenha que alcançar a corrente sangüínea, ou sem que afete o aparelho digestivo, principalmente o estômago, reduzindo teorias clássicas da distribuição de drogas via corrente sangüínea. A absorção percutânea também explica a eficácia da terapêutica também explica a eficácia da terapêutica de banhos quentes de imersão com óleos essenciais, tem sido demonstrada além de vinte e quatro horas após o banho; a eficácia desta prática, que combina as plantas medicinais com a hidroterapia, no tratamento das diversas afecções reumáticas, tem sido investigada. À luz destes estudos, a aplicação de cataplasmas, massagens com linimentos à base de plantas, o uso de óleos de essências e outros métodos tradicionais semelhantes estão tomando uma nova dimensão na Medicina do futuro. A “Aromaterapia”10 é toda uma nova área que surgiu baseada nesses estudos11.
Um desenvolvimento semelhante está ocorrendo no estudo dos efeitos farmacológicos produzidos por infusões de plantas. Argumentava-se que os compostos químico-farmacêuticos puros deviam ser superiores às misturas complexas de substâncias geralmente encontradas nas infusões, por ser muito difícil padronizarem- se estas, de forma a poderem ser administradas em doses acuradas. Mas, com o advento de uma tecnologia extremamente eficiente de análise química, como a cromatografia de alta resolução, a espectrofotometria de massa e a ressonância nuclear magnética, ficou mais fácil identificarem-se e quantificarem-se com exatidão os componentes químicos de uma mistura de ervas.
Há lugar, na Medicina científica moderna para as infusões vegetais, que são descritas como remédios “brandos” para o tratamento de afecções de menor gravidade ou não-específicas. Estudos sobre a forma como o chá de camomila ou de coentro alteram o equilíbrio hormonal ou ajudam a reduzir um processo inflamatório parecem revolucionar alguns dos dogmas da farmacologia “ortodoxa”. O tratamento do diabetes melito com extratos vegetais está se tornando uma prática da Ciência médica ocidental. Investiga-se, atualmente, a ação combinada das substâncias vegetais que compõem os remédios tradicionais empregados no tratamento dessa doença. Quando freqüentávamos a escola médica ocidental, há mais de quarenta de três anos, os líderes da corrente alopática ridicularizavam os médicos ayurvédicos por tratarem o diabetes melito com fitoterápicos. Hoje, é reconhecido que a Karawila, cujo
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(10) N.T.: Do inglês, “Aromatherapy” (terapia pelo aroma).
(11) N.A: O olfato é um sentido muito negligenciado na moderna sociedade civilizada e detergida, e necessita ser redescoberto, para se aproveitar seu potencial terapêutico.
nome botânico é Mormodica Charantia, é uma fruta útil no tratamento do diabetes melito. Foi identificado um efeito hipoglicemiante em diversas outras plantas.
Os efeitos dos extratos vegetais também se fizeram notar na esfera da fisiologia da reprodução. O desenvolvimento de novos produtos à base de plantas que provocam o aborto, efeito conhecido pelos povos indígenas da América Central e da Ásia há mais de 2.500 anos, sugere a possibilidade do emprego de uma infusão como método de controle da natalidade ou para o aborto terapêutico. A flor da Plumeria acuminata (Árvore do Pagode ou Araliya) é, há muito, usada nas Filipinas para facilitar a menstruação nos casos de dismenorréia funcional. Descobriu-se recentemente que ela também pode aliviar os perturbadores sintomas do herpes genital. Essa árvore foi originalmente introduzida nas Filipinas, trazida do México pelos colonizadores hispânicos e, portanto, considerada de má sorte, sendo apenas cultivada nos cemitérios. Na Índia, no Sri Lanka e na Indonésia, ela é freqüentemente plantada em volta dos templos e pagodes, por suas flores decorativas. Já os árabes, muito engenhosamente, empregam uma pedrinha no útero das fêmeas de camelo como meio de contracepção desde os tempos antes de Cristo.
Remotamente, indivíduos envolvidos no tratamento de doentes vêm usando plantas nativas, derivados animais e minerais como fontes de remédios, tal qual ocorre nos sistemas de tratamento ayurvédico, siddha, unani e chinês, para a cura, alívio ou prevenção de doenças. Hahnemann também incluiu essas fontes de recursos em sua Matéria Médica Pura (1812). Determinadas plantas, ou substâncias derivadas delas, têm servido de substrato para diferentes tipos de remédios com efeitos cardiovasculares, analgésicos, antidiarréicos, antidisentéricos, anticancerígenos, respiratórios, dermatológicos, gastrintestinais, anti-hemorroidários, anestésicos locais, ocitócicos, anti-helmínticos e estimulantes do sistema nervoso central, desde a pré-história, no Oriente. Diversos princípios ativos foram identificados: alcalóides, como a estricnina, reserpina, vimblastina, vincristina, atropina, hioscina, hiosciamina, escopolamina e conossina; ou glicossídeos, como a dioscina; lactonas como a andrografolide, panicolide; ou antraquinonas, como a alaemodine, crisofanol; ou enzimas, como a papaína, bromelina; ou óleos essenciais, como o de capim limão. Todas as plantas de onde foram isoladas estas substâncias são empregadas nas zonas rurais em métodos de tratamento nativo (deshiya).
A partir de uma infinidade de materiais disponíveis, várias plantas medicinais foram analisadas. Os ingredientes ativos disponíveis e as diversas possibilidades de seu emprego nos sistemas de tratamento nativos têm sido examinados em muitos artigos científicos recentemente publicados, especialmente os provenientes de centros de pesquisa no Japão, na Índia e no Paquistão.
Descobriu-se que a droga natural é, freqüentemente, mais ativa do que a droga sintética. Por exemplo, a vitamina C (ácido ascórbico), no suco do limão, é mais ativa in vivo do que a vitamina C sintética. Além disso, os remédios preparados à base de substâncias naturais apresentam uma quantidade muito inferior de efeitos colaterais indesejáveis do que seus análogos sintéticos. O Medicina Alternativa Institute incentiva as pesquisas sobre plantas em sua forma de uso tradicional, como decocções de raízes laxantes, flores ou folhas antipiréticas, cataplasmas oleosos de vegetais estimulantes ou analgésicos, extratos para regular o fluxo menstrual, vegetais hipoglicemiantes, ingeridos oralmente em combinação com alimentos, e massagens com substâncias naturais antiinflamatórias. Os sedativos de origem vegetal ganham cada vez maior aceitação na Medicina clínica do século vinte. Há uma grande expectativa de que, no futuro, os vegetais, juntamente com outros recursos terapêuticos naturais mais familiares, como os antibióticos ou os hormônios, farão parte de uma nova farmacopéia, adequada às necessidades do século XXI, principalmente no Terceiro Mundo. Neste sentido, a destruição das florestas tropicais se constitui num sério problema de âmbito global.
É irônico que os cientistas de alguns países em desenvolvimento, onde séculos de conhecimento das ervas medicinais fazem parte de sua tradição cultural, persistiam na crença de que a pesquisa nessa área está ultrapassada e que o emprego de plantas medicinais é apenas parte do folclore de grupos étnicos nativos e desprivilegiados de suas nações. Também acreditam que, uma vez que a industrialização e a alta tecnologia dominem as remotas áreas rurais e propiciem a essas populações os benefícios da “moderna sociedade televisiva”, as Medicinas Naturais se tornarão uma coisa do passado histórico.
Tal forma de pensar, que ocorre em alguns dos países do Terceiro Mundo, está em descompasso com o que ocorre nas sociedades industrializadas e tecnológicas, onde as pesquisas científicas em terapias naturais são consideradas da maior importância para o futuro. A nova era dos produtos medicinais naturais, ou “biodrogas”, já começou e, mais uma vez, são os gigantescos conglomerados da indústria farmacêutica que estão desenvolvendo grande parte das pesquisas tecnológicas pertinentes. Para os países em desenvolvimento, surge a questão de termos, no futuro, que importar dos países desenvolvidos nossas próprias plantas nativas e seus extratos vegetais, onerando a balança comercial. Tendo perdido o primeiro round da Revolução Industrial, será que nós, do Terceiro Mundo, também vamos perder a batalha novamente, e desta vez em nosso próprio terreno?
No meio do presente século, quando as grandes indústrias farmacêuticas estavam se desenvolvendo, os países do Terceiro Mundo não possuíam tecnologia, nem recursos financeiros, nem tampouco o know-how científico para fabricar remédios. Seu papel era, no máximo, limitado ao fornecimento de matéria prima vegetal. Atualmente, é nesses países que a tradição do emprego das plantas medicinais sobrevive em sua forma menos adulterada, o que facilita a identificação das plantas que devem ter prioridade de avaliação científica. Neste sentido, a farmacopéia ayurvédica se constitui num excelente guia.
Os tipos de drogas que estão atualmente sendo investigados pela Ciência moderna poderiam ser produzidos com a tecnologia já existente em diversos dos países em desenvolvimento. Os dados de que dispomos atualmente já são suficientes para mostrar que o abismo conceptual entre as Medicinas Naturais e a Medicina Científica está, no mínimo, estreitando-se, não podendo mais ser considerado um obstáculo no caminho para a futura integração de seus recursos terapêuticos.


Mobilização de Recursos
Se o único motivo para se empregarem os terapeutas tradicionais nos serviços de saúde fosse apenas a deficiência crônica de pessoal treinado convencionalmente, ainda assim seria mais que suficiente. Há muito, tornou-se claro que jamais haverá médicos o bastante para atender a população mundial, mesmo se estiverem distribuídos igualmente pelo interior e não, como ocorre atualmente, concentrados nos centros urbanos. O mesmo se dá com as enfermeiras, os dentistas e demais profissionais da saúde. Os doentes que estão aqui conosco hoje; não podem ficar esperando até o ano 2.000 para se curarem. A retórica, mesmo a da OMS (em inglês, World Health Organization, cujo acrograma WHO é decifrado é decifrado por alguns críticos como World Holiday Organization) não vai fazer deste mundo um lugar mais saudável. A menos que se faça algo, talvez o que tenhamos seja um inferno (Hell), em vez de saúde (Health) para todos até o ano 2.000. As providências têm que ser imediatas. O sistema dos médicos de pés descalços, na China, é um bom exemplo de uma medicina prática sendo levada até o povo. Os programas de paramédicos nos Estados Unidos é outro. Infelizmente, muitos dos países do Terceiro Mundo ficam “macaqueando” o conluio médico dos países desenvolvidos, possivelmente para atenuar seu complexo de inferioridade. Cuba é um bom exemplo disso, pois seguia a via da Medicina hightech, enquanto ignorava, por mais de um quarto de século, as alternativas. Atualmente, a Homeopatia e a Acupuntura são ensinadas a todos os médicos em Cuba (O autor é professor visitante sênior, em Havana, para ensinar Medicinas complementares a médicos em Cuba).
Faz sentido, portanto, aproveitar a experiência dos praticantes das artes terapêuticas naturais e tradicionais que existem na maioria das sociedades, não importa como sejam chamados: manipulados de articulações, mamãs, curandeiros, médiuns, pajés, vedas, acupuntores, homeopatas, parteiras, rezadeiras, feiticeiros ou mães-de-santo. A maioria da população dos países em desenvolvimento (e, curiosamente, algumas pessoas nos países desenvolvidos também) recorre a esses curadores em primeiro lugar, quando adoecem. Muitas vezes, a clínica ou hospital alopático parecem impessoais, assustadores e os profissionais com seus trajes brancos são vistos como estranhos, arrogantes e frios. Os curadores tradicionais são descendentes de curadores que lhe ensinaram; suas práticas e habilidades são familiares à população local, que, portanto, tem toda a confiança neles, pelo tempo e pela herança,
A Medicina Alternativa acredita que a Medicina tradicional é rica em sabedoria milenar. Passado de geração em geração, este cabedal de conhecimento empírico vai desde complexos sistemas como: Ayurveda, Siddha, Unani, Acupuntura, Homeopatia e Fitoterapia tradicional chinesa, até os remédios caseiros baseados em plantas e minerais locais. Hoje, esforçamo-nos para compreender como algumas dessas práticas antigas podem ser bem sucedidas, quando a Medicina “moderna” falha, e para analisar os ingredientes ativos de decocções e ungüentos vegetais que apresentam propriedades curativas ou preventivas em tais casos.
Existe um outro motivo para se levarem a sério as formas tradicionais de Medicina atualmente. O Dr. R. H. Bannerman, da OMS, escreveu no World Health Forum (Vol. 3, nº 1, 1982): “Parece paradoxal que, num momento em que a moderna Medicina Científica parece caminhar a passos tão largos e goza de um prestígio sem paralelos, surja tanto interesse nas Medicinas Naturais, tanto em países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. O principal motivo por trás deste interesse é que as Medicinas Tradicionais definem a vida como a união de corpo, sentidos, mente e espírito, e descrevem a saúde como a combinação do bem-estar físico, mental, social, moral e espiritual”.
Mas, contra o pano de fundo deste cenário, podemos ver alguns aspectos menos atraentes das diversas associações e instituições profissionais da Medicina Alopática, como uma profunda desconfiança enraizada dos praticantes tradicionais ou não convencionais, ou até mesmo uma hostilidade aberta. É inevitável que algo ou alguém que seja diferente desperte sentimentos fortes por parte de uma elite profissional, cuja sabedoria de cristaleira esteja sendo contestada, ou num sentido mais social, cuja maneira de agir e pensar esteja sendo insultada por algo um tanto alienígena ou “intelectualmente inferior”. A Medicina científica moderna é influenciada pela influenciada pela idéia de que o corpo é uma máquina, de que a doença ocorre porque a máquina quebra, e de que o papel do médico é consertar a máquina. Concentrando-se em fragmentos cada vez menores do corpo e seguindo o paradigma newtoniano-cartesiano, a Medicina científica moderna geralmente, perde a visão global do paciente como um organismo, e, ao reduzir a saúde ao funcionamento mecânico de uma máquina, perde a oportunidade de lidar com o fenômeno da cura em seu sentido mais amplo. E, menos ainda, há espaço para empatia com aspectos afetivos da doença. A moderna Medicina científica perdeu, portanto, muito de seu humanismo. Não é a doença que precisa ser curada e, sim, o paciente. Nas Medicinas tradicionais é mais importante saber quem é a pessoa que tem a doença do que qual a doença que a pessoa tem. A pessoa é que precisa ser curada. Na Alopatia, a ênfase recai sobre a cura da doença (muitas vezes, iatrogenicamente, em detrimento do paciente!).














PATOLOGIAS DE CABEÇA E PESCOÇO


Acupuntura, uma pérola brilhante na Medicina Chinesa, tem se expandido pelo mundo nos últimos anos. O resto do mundo está começando a ver o valor da Acupuntura, que os chineses já conhecem há milhares de anos. Ao contrário dos tratamentos médicos ocidentais, a Acupuntura utiliza ferramentas simples e orgulha-se de ter um baixo índice de efeitos colaterais. Associada a uma eficiência marcante, tem sido largamente aceita por ambos, médicos e pacientes.
A seleção dos pontos de Acupuntura é um dos fatores decisivos da terapia e a experiência acumulada pelos acupunturistas chineses em tempos remotos e atuais é importante para o sucesso de sua prática. Muito desse conhecimento é difundido através da Acupuntura clássica, livros modernos e revistas ou é possuído por médicos praticantes.
Este trabalho apresenta algumas patologias de cabeça e pescoço e seus principais métodos de tratamento pela Medicina Tradicional Chinesa.

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CEFALÉIA (FARBER3, 1997)


Pontos principais - Baihui (VG 20), Taiyang (Extra), Fengchi (VB 20)

Método - Fengchi (VB 20) é perfurado primeiro. Deixe a sensação de inserção da agulha estender-se à têmpora. As agulhas permanecem por 20 a 30 min com manipulação periódica. Trate diariamente. Dez tratamentos constituem 1 curso.

Pontos complementares:
• Cefaléia frontal: Shangxing (VG 23), Touwei (E 8), Yintang (Extra), Hegu (IG 4).
• Cefaléia parietal: Qianding (VG 21), Taichong (F 3), Yongquan (R 1).
• Cefaléia unilateral: Shuaigu (VB 8), Zhongzhu-Mão (ID 3), Taiyang (Extra junto ao Shuaigu (VB 8).
• Cefaléia occipital: Houding (VG 19), Tianzhu (B 10), Houxi (ID 3).

Invasão por fatores patogênicos externos: Hegu (IG 4), Lieque (P 7).

Deficiência de Qi e Sangue: Zusanli (E 36), Xuehai (BP 10).

Distúrbio ascendente de Vento-Mucosidade: Fenglong (E 40), Taichong (F 3), Taixi (R 3).

Estagnação Sangüínea: Hegu (IG 4), Sanyinjiao (BP 6).

Outras Terapias:
1. Acupuntura cutânea
Pontos: Taiyang (Extra), Yintang (Extra), Pontos Ashi.
Métodos: Use agulhas cutâneas para estímulos leves, até que a pele local se torne congestionada. Aplique então a ventosa. Esse método é aplicável no tratamento de cefaléias devidas a invasão de vento externo patogênico ou hiperfunção do Yang do Fígado.

2. Auriculoterapia
Pontos: Occipúcio, Frontal, Cérebro e Shenmen.
Método: 2 a 3 pontos são usualmente escolhidos em uma sessão. Use agulhas filiformes, aplicando estimulação moderada. As agulhas permanecem por 20 a 30 minutos, com manipulação periódica uma vez a cada 5 min. A permanência de agulhas também pode ser de 3 a 7 dias. Quanto à cefaléia persistente, o sangramento venoso no dorso da orelha pode ser aplicado.

3. Hidroacupuntura
Ponto: Fengchi (VB 20)
Método: Para a cefaléia persistente, 3,5 ml de procaína a 0,25% e 0,5 ml de solução de cafeína são injetados no Fengchi (VB 20), (0,5 a 1 ml de solução em cada aplicação), ou 0,1 ml injetado no Ponto Ashi.

OBSERVAÇÕES: Acupuntura é bastante efetiva no alívio da dor no tratamento das cefaléias.


NEVRALGIA DO TRIGÊMIO (SCILIPOTI5, 1996)


Pontos:
Dor no primeiro ramo: Zanzhu (B 2), Taiyang (Extra), Yangbai (VB 14), Fengchi (VB 20), Yifeng (TA 17), Zhiyin (B 67).
Dor no segundo ramo: Sibai (E 2), Yingxiang (IG 20), Juliao do Nartz (E 3), Xiaguan (E7), Neiting (E 44), Yifeng (TA 17).

Método: Aplique Zanzhu (B 2) com a ponta da agulha na direção lateral e inferior. Deixe a sensação de inserção da agulha estender-se à testa. Aplique Sibai (E 2) com a ponta da agulha na direção lateral e superior. Deixe a sensação de inserção irradiar-se para o lábio superior. Aplique Jiachengjang (Extra) com inserção medial e inferior. Deixe a sensação de inserção irradiar-se para o lábio inferior. Todos os pontos são aplicados com estimulação moderada. Mantenha as agulhas no lugar por 15 a 30 min com manipulação periódica.

Outras Terapias:
1. Auriculoterapia
Pontos: Bochecha, Fronte, Shenmen
Método: Escolha 2 a 3 pontos por sessão. Insira com estimulação forte. As agulhas permanecem por 20 a 30 min com manipulação por sessão. Insira com estimulação forte. As agulhas permanecem por 20 a 30 min com manipulação a cada 5 min, ou o embutimento da agulha pode ser usado.

2. Hidroacupuntura
Pontos: Pontos sensíveis na face.
Método: Injete Vitamina B1 ou solução de Vitamina B12 nos pontos sensíveis. Escolha 1 a 2 pontos sensíveis por sessão. Injetar 0,5 ml em cada ponto. Tratar a cada 2 a 3 dias.

3. Acupuntura craniana
Pontos: Área Sensorial oposta.
Método: Usar os procedimentos de rotina para Acupuntura craniana.

OBSERVAÇÕES: Terapia por Acupuntura é completamente efetiva para reduzir dor associada a nevralgia do trigêmio primária, no entanto, se a nevralgia do trigêmio é secundária, a causa deve ser descoberta e tratada.

ESPASMO FACIAL (MAIKE4, 1995)


Pontos principais: Sibai (E2), Xiaguan (E7), Jiache (E 6), Dicang (E 4), Taiyang (Extra), Hegu (IG 4), Taichong (F 3).

Método - Aplicar estimulação suave e mesmo método nos pontos. Deixar as agulhas inseridas por 30 min. Tratar diariamente ou em dias alternados. Dez tratamentos constituem 1 curso.

Pontos complementares e método:
Invasão por Vento Externo e Frio: Waiguan (TA 5). Aplicar uma agulha morna ou moxibustão com bastão de moxa nos pontos da face.
Deficiência de Qi e Sangue: Zusanli (E 36), Sanyinjiao (BP 6), Qihai (VC 6). Agulhar com método de reforço.
Deficiência de Yin do Fígado e Rim: Taixi (R 3), Fengchi (VB 20).
Mucosidade e Fogo: Zhongwan (VC 12), Yanglingquan (VB 34), Fenglong (E 40).

Outras Terapias:
1. Terapia com agulhas intradérmicas
Pontos: Xiaguan (E 7), Sibai (E 2), Dicang (E 4), Tongziliao (VB 1), Quanliao (ID 18), Jiache (E 6), Pontos Ashi.
Método: Escolher 2 a 3 pontos na área afetada por cada sessão. Usar agulhas intradérmicas para aplicar em ângulo de 90º até que a sensação de inserção seja obtida. Depois retirar a agulha à região subcutânea para implantação, fixando com fita adesiva. Limitar a duração de implantação para 1 a 3 dias. Durante a segunda implantação, mudar os pontos. Cinco a dez tratamentos constituem 1 curso.

2. Hidroacupuntura
Pontos: Xiaguan (E 7), Jiache (E 6), Taiyang (Extra), Fengchi (VB 20), Yifeng (TA 17), Hegu (IG 4), Fenglong (E 40), Zhigou (TA 6), Xuanzhong (VB 39).
Método: Adicione 2 ml de Vitamina B12 300g a 2 ml de solução de hidroclorato de procaína. Injetar 1 ml em cada ponto. Escolher 2 a 3 pontos na hemiface afetada e combinar cada ponto com um nos membros superior e inferior opostos. Manipular de acordo com a rotina de procedimento da hidroacupuntura. Tratar diariamente. Dez tratamentos constituem 1 curso. Começar nova aplicação após um descanso de dez dias.

3. Laserterapia
Pontos: Sibai (E 2), Dicang (E 4), Jiache (E 6), Chengqi (E 1), Hegu (IG 4).
Método: Usar aparelho laser He-Ne para aplicação nos pontos da região do espasmo facial assim como Hegu (IG 4). Escolher 2 a 5 pontos por sessão. Estimular cada ponto por 3 min. Tratar diariamente. Dez tratamentos constituem 1 curso.

4. Auriculoterapia
Pontos: Boca, Bochecha, Occipúcio, Olho, Cérebro, Fígado.
Método: Escolher 2 a 4 pontos para cada sessão. Perfurar com agulhas filiformes e aplicar estimulação moderada. Manter as agulhar inseridas por 30 min. Tratar diariamente. O embutimento das agulhar também pode ser usada.

OBSERVAÇÕES: Terapias de Acupuntura e moxibustão são muito efetivas no tratamento do espasmo facial.

PARALISIA FACIAL (MAIKE4, 1995)


Pontos principais - Yangbai (VB 14), Sibai (E 2), Dicang (E 4), Jiache (E 6), Hegu (IG 4), Xiaguan (E 7), Quanliao (ID 18).

Método - Um método de junção pode ser adotado na aplicação de pontos na face. Assim: Dicang (E 4) junto ao Jiache (E 6), Yangbai (VB 14) ao Yuyao (Extra) e Sibai (E 2) junto ao Juliao-Nariz (E 3). Durante o estágio inicial, é aconselhável agulhar superficialmente com estimulação suave. No entanto, devem-se agulhar os pontos afastados com estimulação moderada. Mantenha as agulhas inseridas por 10 a 20 min. Após retirá-las, aplicar moxibustão com bastão de moxa nos pontos faciais até que apareça congestão. Pontos no lado afetado, exceto Hegu (IG 4), são freqüentemente selecionados para tratamento. Tratar diariamente ou em dias alternados.

Pontos Complementares:
Philtrum liso: Yingxiang (IG 20)
Desvio do philtrum: Renzhong (VG 26)
Desvio do sulco maxilar labial: Chengjiang (VC 24)
Dor na região do mastóide: Yifeng (TA 17)
Dificuldade em franzir a testa e elevar a sobrancelha: Zanzhu (B 2)
Cefaléia occipital: Fengchi (VB 20)
Adormecimento da língua e diminuição do paladar: Lianquan (VC 23)
Fechamento incompleto do olho: Zanzhu (B 2), Sizhukong (TA 23)
Zumbido e surdez: Tinghui (VB 2)

Outras Terapias:

1. Acupuntura Cutânea
Pontos - Yangbai (VB 14), Sibai (E 2), Dicang (E 4), Jiache (E 6), Hegu (IG 4)
Método - Batidas nos pontos do lado afetado, exceto Hegu (IG 4), usando agulhas cutâneas, até que a pele local fique vermelha. Tratar diariamente ou em dias alternados. Dez tratamentos constituem 1 curso. Este método deve ser aplicado durante a fase de recuperação ou nas seqüelas.

2. Moxibustão
Pontos - Taiyang (Extra), Jiache (E 6), Dicang (E 4), Juliao-Nariz (E 3), Xiaguan (E 7)
Método - Aplique a moxibustão com cones de moxa 1 vez a cada 3 a 5 dias. São necessários 3 a 7 cones de moxa para cada ponto. Esse método deve ser aplicado em casos crônicos.

3. Eletroacupuntura
Pontos - Dicang (E 4), Jiache (E 6), Yangbai (VB 14), Sibai (E 2), Hegu (IG 4).
Métodos - Aplicar corrente tolerável para o paciente por 5 a 10 min, e que produza contração do músculo facial. Se houver cerramento intenso dos dentes, significa que as agulhas foram inseridas muito profundamente no músculo masseter, devendo ser retiradas e posteriormente reinseridas.
4. Ventosa
Pontos - No lado afetado
Método - Considerar como tratamento complementar. Aplicar pequenas ventosas 1 vez a cada 3 a 5 dias.

5. Hidroacupuntura
Pontos - Qianzhen (Extra), Taiyang (Extra), Dicang (E 4), Yifeng (TA 17), Yingxiang (IG 20).
Método - Inserir e manter as agulhas por 5 a 10 min até que a sensação de inserção seja obtida. Injetar 0,5 a 1 ml de solução de Vitamina B1 de 100 mg em cada ponto. Trate diariamente ou em dias alternados. Esses pontos podem ser usados em rotação.

6. Acupuntura Craniana
Pontos - Área Motora Facial do lado afetado ou lado oposto do crânio.
Método - Trate diariamente ou em dias alternados de acordo com o procedimento de rotina da Acupuntura craniana. Dez tratamentos constituem 1 curso.

OBSERVAÇÕES - A condição de paralisia facial do sistema nervoso central ou periférico devem ser distinguidas. Se for relacionada ao sistema nervoso central, o tratamento deve proceder de acordo com o método usado para acidente vascular cerebral.
Acupuntura é relativamente efetiva no tratamento dessa doença. No entanto, resultados mais rápidos serão obtidos, se a Acupuntura for combinada a massagem, compressas quentes ou medicação chinesa ou ocidental..

ESPONDILOSE CERVICAL (YAMAMURA6, 1993)


Pontos Principais - Pontos Jiaji (Extra, paralelos à vértebra afetada), Yanglao (ID 6), Dazhui (VG 14), Jianjing (VB 21).

Método - Para inserir Pontos Jiaji (Extra), posicione a ponta da agulha obliquamente à espinha. Puncionar Dazhui (VG 14) com a agulha deslizando suavemente para o lado afetado a fim de obter propagação da sensação de inserção abaixo do ombro e braço. Estimulação forte é necessária no Yanglao (ID 6) enquanto estimulação moderada é necessária para Jianjing (VB 21). As agulhas devem ser mantidas mantidas no local por 20 a 30 min e moxibustão com agulhas aquecidas ou moxibustão suspensa sobre o ponto, com bastão de moxa, podem ser aplicadas. Tratar diariamente e 10 tratamentos constituem 1 curso.

Pontos Complementares
Ombro e braço doloridos: Jianyu (IG 15), Quchi (IG 11)
Adormecimento dos dedos: Waiguan (TA 5), Baxie (Extra)
Dor localizada na fossa subescapular: Tiazong (ID 11)
Dor localizada na região anterior do ombro: Jianneiling (Extra)
Cefaléia e vertigem: Fengchi (VB 20)

Outras Terapias
1. Auriculoterapia
Pontos - Pescoço, Vértebra Cervical, Ombro, Fim da Helix Crus Inferior.
Método - Aplicar estimulação forte com agulhas filiformes e mantê-las por 20 a 30 min. Tratar diariamente ou em dias alternados.

2. Eletroacupuntura
Pontos - Pontos Jigji (Extra, paralelos a vértebra afetada), Dazhui (VG 14), Dazhu (B11), Tianzong (ID 11), Jianzhongshu (ID 15).
Método - Selecionar 2 a 3 pares de pontos para cada tratamento. Após a chegada do Qi, conectar o aparelho de eletroacupuntura às agulhas para estimular com corrente impulsionada por 20 a 30 min. Tratar diariamente ou em dias alternados.

3. Sangria combinada com ventosa
Pontos - Dazhui (VG 14), Dazhu (B 11), Jianzhongshu (ID 15), Jianwaishu (ID 14).
Método - Dar batidas com agulhas cutâneas até a pele tornar-se ruborizada com pequenos pontos de sangramento na área local, sobre os quais as ventosas são aplicadas.

4. Hidroacupuntura
Pontos - Dazhu (B 11), Jianzhongshu (ID 15), Jianwaishu (ID 14), Tianzong (ID 11).
Método - Selecionar 2 a 3 pontos para cada tratamento. Injetar 0,5 a 1 ml de solução de procaína a 1% em cada ponto em dias alternados.

OBSERVAÇÕES - Acupuntura é muito efetiva no alívio dos sintomas dessa doença. Se tração, massagem e desenvolvimento do controle voluntário puderem ser incorporados, a efetividade aumentará.

TORCICOLO (SCILIPOTI5, 1996)


Pontos principais - Laozhenxue (Extra), Xuanzhong (VB 39), Houxi (ID 3), Pontos Ashi, Yanglao (ID 6).

Método - Todos os pontos são agulhados no lado afetado. Geralmente, Laozhenxue (Extra), Xuanzhong (VB 39) ou Yanglao (ID 6) é o primeiro a ser agulhado com estimulação moderada ou forte. Quando rotacionar a agulha, pedir ao paciente que gire o pescoço. Inserir Houxi (ID 3) e pontos sensíveis na região quando a dor for aliviada. Manter as agulhas por 15 a 30 min e manipulá-las 1 ou 2 vezes, durante esse período. Moxibustão também pode ser aplicada ao mesmo tempo, e, após remoção das agulhas, ventosas podem ser feitas no ombro e região escapular, bem como nos pontos sensíveis. Tratar diariamente.

Pontos complementares -
Cefaléia: Fengchi (VB 20), Waiguan (TA 5)
Costas e ombros doloridos: Quyuan (ID 13), Dazhu (B 11), Jianwaishu (ID 14)
Incapacidade de erguer ou abaixar a cabeça: Lieque (P 7) ou Dazhu (B 11), e Jinggu (B64)
Incapacidade de olhar para trás: Zhizheng (ID 7), Jianwaishu (ID 14)

Outras Terapias
1. Auriculoterapia
Ponto - Pontos Ashi
Método - Dar batidas com agulha cutânea, a princípio na área rígida e dolorida da nuca até que a pele se torne ruborizada, e depois nos pontos sensíveis do ombro e costas.

2. Auriculoterapia
Pontos - Pescoço, Vértebra Cervical e pontos sensíveis.
Método - Produzir estimulação forte com agulhas filiformes. Enquanto rotacionar a agulha, pedir ao paciente para virar sua cabeça lentamente por alguns minutos. Manter as agulhas por 30 min. Tratar diariamente.

3. Sangria e ventosa
Pontos - Pontos sensíveis no pescoço.
Método - Dar batidas com agulhas cutâneas nos pontos sensíveis, a fim de causar sangramento, aplicar então as ventosas.

OBSERVAÇÕES - Acupuntura é muito boa no tratamento de torcicolo. Tais casos podem ser curados com 1 a 3 tratamentos. O efeito será mais satisfatório se compressas quentes e massagem seguirem a aplicação.

SIALORRÉIA INFANTIL (CHENG2, 1994)


Pontos principais - Jiache (E 6), Dicang (E 4), Chengjiang (VC 24), Hegu (IG 4).

Método - Inserir rapidamente uma agulha filiforme de calibre 30 (0,32 mm de diâmetro) com 1 cun de comprimento no ponto. A inserção deve ser superficial. Aplicar então o método de vibração, elevando e empurrando a agulha por 1 min e removê-la logo depois. Tratar diariamente e 6 tratamentos constituem 1 curso. Reter as agulhas por 10 a 20 min se a criança aceitá-las.

Outras Terapias
1. Auriculoterapia
Pontos - Boca, Língua, Baço, Ápice Inferior do Trago
Método - Selecionar 2 pontos em 1 das orelhas e empurrar com agulhas filiformes. Rotacionar por aproximadamente 1 min. Não retê-las. Tratar diariamente, alternando as orelhas. Cinco tratamentos constituem 1 curso, sendo necessário um intervalo de 5 dias se houver necessidade de um novo curso. Se a criança está apreensiva com as agulhas, o método de pressão auricular com sementes também é aplicável. Neste caso as sementes devem ser trocadas a cada 3 a 5 dias.

2. Hidroacupuntura
Pontos - Jiache (E 6), Dicang (E 4), Chengjiang (VC 24), Hegu (IG 4).
Método - Selecionar 2 a 3 pontos por tratamento. Injetar 0,2 a 0,3 ml de Vitamina B1 (10 mg/ml) em cada ponto, em dias alternados. Dez tratamentos constituem 1 curso.
OBSERVAÇÕES - Os métodos anteriormente mencionados têm efeito certo no tratamento da sialorréia infantil, mas a efetividade é insatisfatória para sialorréia conseqüente à disgenesia cerebral. Se houver uma doença explícita primária, as medidas ativas deverão ser tomadas simultaneamente.

PAROTIDITE (FARBER3, 1997)


Pontos Principais - Yifeng (TA 17), Jiache (E 6), Hegu (IG 4).

Método - Aplicar estimulação moderada aos 2 primeiros pontos enquanto os últimos são intensamente estimulados a fim de conduzir a sensação de inserção para cima e para baixo. Reter as agulhas por 20 a 30 min e tratar diariamente.

Pontos complementares -
Febre - Dazhui (VG 14), Quchi (IG 11)
Dor e edema na garganta - Shaoshang (P 11), sangrar Shangyang (IG 1) com uma agulha de 3 pontas.
Cefaléia: Fengchi (VB 20), Taiyang (Extra), Tauwei (E 8)
Complicação de orquite: Xuehai (BP 10), Ququan (F 8), Xingjian (F 2), Sanyinjiao (BP6), Qugu (VC 2), Wuli (F 10).

Outras Terapias
1. Moxibustão com medula de junco
Ponto - Jiaosun (TA 20)
Método - Cortar os cabelos da região do Jiaosun (TA 20) no lado afetado. Após a anti-sepsia da pele, queimar a medula de junco embebida em óleo vegetal e passá-la rapidamente após ouvir um estalo, quando o fogo tocar a pele. Geralmente o edema pode ser resolvido com um único tratamento por moxibustão. No entanto, este procedimento poderá ser repetido no dia seguinte se o edema não for totalmente resolvido. Haverá uma ferida semelhante a painço no local devido à moxibustão, que deve ser mantida limpa a fim de evitar infecções. Geralmente essa ferida cicatrizará automaticamente em poucos dias sem necessidade de qualquer tratamento especial.

2. Acupuntura Cutânea
Pontos - Jiache (E 6), Yifeng (TA 17), Hegu (IG 4), Waiguan (TA 5), Lieque (P 7), Pontos Jiaji (Extra), da primeira à quarta vértebra torácica, Erijan (IG 2).
Método - Golpear suave e moderadamente com uma agulha cutânea até que a pele se torne avermelhada no local. Tratar diariamente ou em dias alternados.

3. Auriculoterapia
Pontos - Glândula Parótida, Bochecha, Cérebro, Ponto Ashi
Método - Aplicar estimulação forte com agulhas filiformes. Retê-las por 20 min com manipulação periódica. Tratar diariamente.

OBSERVAÇÕES - Acupuntura é efetiva no tratamento desta doença. Para usar moxibustão com medula de junco, o ponto deve ser precisamente localizado, o preparo em óleo vegetal deve ser apropriado e a operação precisa, caso contrário o resultado será insatisfatório e o paciente sofrerá. Durante epidemias desta doença, a inserção do Hegu (IG 4) nas crianças saudáveis pode auxiliar na prevenção.

TONSILITE AGUDA (YAMAMURA6, 1993)


Pontos Principais - Shaoshang (P 11), Hegu (IG 4), Biantaoti (Extra).

Método - Agulhar Shaoshang (P 11) com agulha filiforme espessa, causando ligeiro sangramento. Agulhar Hegu (IG 4) com manipulação periódica, a fim de fortalecer a sensação de inserção. Reter as agulhas por 30 min. Tratar diariamente.

Pontos Complementares -
Febre: Dazhui (VG 14), Quchi (IG 11)
Dor de garganta severa: Yuji (P 10), Shaoze (ID 1)

Outras Terapias
1. Moxibustão
Ponto - Jiaosun (TA 20)
Método - Aplicar moxibustão com óleo quente, rápida e diretamente sobre o ponto. Pêlos ao redor do ponto devem ser retirados e o mesmo deve estar completamente exposto. Em geral, pode-se obter a cura com 1 tratamento.

2. Auriculoterapia
Pontos - Faringe e Laringe, Hélice 4, Hélice 6, Ápice da Orelha, veias atrás da orelha.
Método - Ao agulhar as veias atrás da orelha, massagear a aurícula a fim de causar dilatação dos vasos. Usar uma agulha filiforme espessa para agulhar 1 a 2 vezes deixando verter 2 ou 3 gotas de sangue e também picar o Ápice da Orelha para que o mesmo ocorra. Tratar diariamente. Ou selecionar Faringe e Laringe, Hélice 4 e Hélice 6 usando agulhas filiformes com estimulação forte. Reter as agulhas por 30 a 60 min. Tratar 1 a 2 vezes/dia.

3. Terapia da Sangria
Pontos - Shaoshang (P 11), Shangyang (IG 1)
Método - Usar uma agulha de 3 pontas ou agulha filiforme espessa para agulhar e deixar verter algumas gotas de sangue. Tratar diariamente, e 2 a 3 tratamentos constituem 1 curso.

OBSERVAÇÕES - Acupuntura e moxibustão podem obter resultados relativamente bons no tratamento da tonsilite aguda. A terapia da sangria, especialmente, pode conseguir resultados rápidos no tratamento. Em casos de tonsilite crônica durante crises agudas, Acupuntura e moxibustão também são muito eficazes na eliminação dos sintomas, mas a recuperação completa requer tratamentos prolongados.

LARINGOFARINGITE (AUTEROCHE & NAVAILH1, 1992)


Pontos principais - Lianquan (VC 23), Tiantu (VC 22), Hegu (IG 4).

Método - Quando da inserção do Lianquan (VC 23). Inserir a agulha em direção à raiz da língua a uma profundidade de 0,5 a 0,89 cun. Primeiro, inseri-la perpendicularmente a uma profundidade de 0,2 cun no Tiantu (VC 22). Então direcionar a ponta da agulha para baixo ao longo do lado posterior do manúbrio esternal, a uma profundidade de 1 a 1,5 cun. Não agulhar muito profundamente ou com inclinação para a esquerda ou direita. Não reter as agulhas. Agulhar Hegu (IG 4) por 30 a 60 min. Tratar diariamente. Em casos de laringofaringite aguda, tratar 2 vezes/dia.

Pontos complementares -
Invasão de Vento e Calor externos: Shaoshang (P 11), Sangyang (IG 1), sangrando com agulha de 3 pontas ou agulha filiforme espessa.
Calor excessivo no Pulmão e Estômago: Neiting (E 44), Yuji(P 10), Xuanji (VC 21).
Laringofaringite crônica devido a Deficiência de Yin no Pulmão e Rim: Taixi (R 3), Zhaohai (R 6), Feishu (B 13).
Estagnação de Qi e estase de Sangue: Jianshi (CS 5), Sanjian (IG 3), Lieque (P 7), Tongli (C 5).
Cefaléia: Shangxing (VG 23), Taiyang (Extra).
Tosse: Chize (P 5), Lieque (P 7).
Coriza e obstrução nasal: Yingxiang (IG 20), Heliao-Nariz (IG 19).
Outras Terapias -
1. Auriculoterapia
Pontos - Faringe e Laringe, Pulmão, Traquéia, Pescoço.
Método - Para um caso agudo, agulhar com estimulação moderada e rotacionar por 2 a 3 min. Reter as agulhas por 1 h. Tratar diariamente. Para um caso crônico, agulhar com estimulação suave. Reter as agulhas por 30 a 60 min. Tratar diariamente. Dez tratamentos constituem 1 curso.

2. Acupuntura a laser
Ponto - Zengyin (Extra, na depressão lateral da cartilagem tireoideana);
Método - Selecionar Zengyin (Extra) bilateral e conectá-lo a um aparelho de laser He-Ne em posição ereta. Selecionar a potência efetiva do laser em 1,5 mW., diâmetro da luz vermelha em 0,5 cm e suprimento de potência em 0 a 10 mA. O paciente deve estar em posição de repouso. A distância entre a fonte de luz e o ponto deve ser de aproximadamente 20 cm. Irradiar cada ponto por 1 min. Tratar diariamente. Dez tratamentos constituem 1 curso. O intervalo entre os cursos é de 3 a 5 dias. Este método é aplicável em pacientes com laringofaringite crônica.

OBSERVAÇÕES - Acupuntura é muito efetiva no tratamento da laringofaringite aguda. Quanto à laringofaringite crônica, tem um efeito razoável. Acupuntura a laser poderá ter um efeito bem melhor, mas será necessário um número maior de cursos.

ROUQUIDÃO (YAMAMURA6, 1993)


Pontos Principais - Lianquan (VC 23), Tianding (IG 17), Daying (E 5), Futu-Pescoço (IG 18), Yuji (P 10).

Método - Agulhar com estimulação moderada, aplicando método de redução ou método uniforme. Reter as agulhas por 20 a 30 min. Tratar diariamente ou dias alternados. Dez tratamentos constituem 1 curso.

Pontos Complementares -
Dor de garganta: Erijian (IG 2)
Febre: Hegu (IG 4), Quchi (IG 11)
Febre por Deficiência de Yin:: Taixi (R 3), Zhaohai (R 6)
Invasão de Vento externo: Fengchi (VB 20), Waiguan (TA 5)
Fogo proveniente da estagnação de Qi: Taichong (F 3)
Perda de voz repentina: Tangli (C 5)

Outras Terapias:
1. Auriculoterapia
Pontos - Pulmão, Faringe e Laringe, Pescoço, Traquéia, Rim
Método - Usar 2 a 3 pontos por sessão. Agulhar com estimulação suave. Tratar diariamente.

2. Hidroacupuntura
Pontos - Lianquan (VC 23), Qiangyiang (Extra, 2 cun lateral ao pomo de Adão)
Método - Inserir uma agulha hipodérmica de calibre 5 no Lianquan (VC 23) a uma profundidade de 0,5 cm. Após obter a sensação de inserção, injetar 2 ml de solução salina normal no ponto. Tratar diariamente. Ou inserir uma agulha hipodérmica de calibre 6 no Qiangying (Extra) em direção ao pomo de Adão, a uma profundidade de 1,5 cm. Após obter a sensação de inserção, injetar 3 ml de solução de hidrocloreto de procaína a 1% no ponto. Tratar diariamente.

OBSERVAÇÕES - Acupuntura é muito efetiva no tratamento da rouquidão aguda, mas é pobre no tratamento da rouquidão crônica.

ODONTALGIA (SCILIPOTI5, 1996)


Pontos Principais - Hegu (IG 4), Xiaguan (E 7), Jiache (E 6), Yifeng (TA 17)

Método - Agulhar Yifeng (TA 17) e Hegu (IG 4) com estimulação moderada. Reter as agulhas por 10 a 15 min. Se a dor permanecer, adicionar Xiaguan (E 7) para dor nos dentes superiores, Jiache (E 6) para dor nos dentes inferiores. Reter a agulha por 10 a 15 min com manipulação periódica. Tratar 1 ou vezes/dia.

Pontos Complementares -
Odontalgia por Vento-Calor: Waiguan (TA 5), Fengchi (VB 20)
Odontalgia por ataque ascendente de Fogo no Estômago: Neiting (E 44)
Odontalgia causada por Fogo excessivo conseqüentemente à Deficiência de Yin: Taixi (R 3), Rangu (R 2)
Cefaléia: Taiyang (Extra), inserção inclinada para baixo a uma profundidade de 1,5 cun
Febre: Dazhui (VG 14), Quchi (IG 11), picando com agulha de 3 pontas a fim de verter algumas gotas de sangue.

Outras Terapias -
1. Auriculoterapia
Pontos - Mandíbula, Bochecha, Ápice Superior do Trago
Método - Usar agulhas filiformes com estimulação forte. Retê-las por 20 a 30 min. Ou usar embutimento de agulhas por 2 a 3 dias.
2. Hidroacupuntura
Pontos - Hegu (IG 4), Taiyang (Extra), Xiaguan (E 7), Jiache (E 6)
Método - Selecionar Hegu (IG 4) e Taiyang (Extra) para dor nos dentes superiores. Escolher Xiaguan (E 7) e Jiache (E 6) para dor nos dentes inferiores. De acordo com os procedimentos de rotina da hidroacupuntura, injetar 0,5 a 1 ml de solução de hidrocloreto de procaína a 0,5% em cada ponto. As injeções começam pelo ponto Hegu (IG 4) no lado saudável ou lado afetado, ou bilateralmente. Tratar 1 a 2 vezes/dia.

OBSERVAÇÕES - Acupuntura é muito efetiva no alívio da dor de dente. Mas a causa da dor deve ser determinada e tratada por outros meios.

NASOSSINUSITE (CHENG2, 1994)


Pontos Principais - Yingxiang (IG 20), Yintang (Extra), Lieque (P 7), Hegu (IG 4)

Método - Usar agulhas filiformes com estimulação moderada e método de redução. Reter as agulhas por 15 a 20 min. Tratar diariamente ou em dias alternados, e 10 a 15 tratamentos constituem 1 curso.

Pontos Complementares -
Gosto amargo na boca e dor no hipocôndrio: Linqi-Pé (VB 41), Xingjian (F 2)
Cefaléia unilateral: Fengchi (VB 20)
Sinusite frontal: Shangxing (VG 23), Zanzhu (B 2)
Sinusite maxilar: Juliao-Nariz (E 3)
Sinusite etmóide: Quanliao (ID 18)
Deficiência de olfação: Tongtian (B 7), Tianzhu (B 10)

Outras Terapias
1. Auriculoterapia
Pontos - Pulmão, Nariz Interno, Ápice Inferior do Trago, Fronte, Shenmen
Método - Agulhar com estimulação forte. Reter as agulhas por 20 a 30 min. Tratar diariamente ou usar método de embutimento de agulha.


2. Método de embutimento de agulha
Pontos - Zanzhu (B 2), Taiyang (Extra), Sizhulcong (TA 23), Yangbai (VB 14), Dazhui (VG 14), Yuyao (Extra)
Método - Usar agulhas filiformes para agulhar na região subcutânea. Agulhar Dazhui (VG 14) em direção descendente a uma profundidade de 1 a 2 cm. Associar Yangbai (VB 14) ao Yuyao (Extra). Após obter a sensação de inserção, retrair um pouco a agulha e deixá-la com inserção de 1 cm. Associar Taiyang (Extra) ao Sizhukong (TA 23). Após obter a sensação de inserção, retrair um pouco a agulha e deixá-la com inserção de 0,5 cm. Fixar as agulhas embutidas com fita adesiva. Retê-las por 20 h. Se a doença não for curada, tentar novamente.

3. Agulha de aço inoxidável
Pontos - Pontos Jiaji (Extra) no pescoço, Fengchi (VB 20), Yingxiang (IG 20), Pontos Ashi (na região temporal e fronte).
Método - Golpear com uma agulha de aço inoxidável até que a região se torne avermelhada. Tratar diariamente.

4. Moxibustão
Pontos - Yintang (Extra), Baihui (VG 20), Shangxing (VG 23), Yingxiang (IG 20)
Método - Para casos crônicos, usar moxibustão com 5 a 7 cones de moxa pequenos em cada ponto. Tratar diariamente.

5. Acupuntura de Punho-Tornozelo
Pontos - Superior 1, bilateral.
Método - Usar a manipulação de rotina da Acupuntura de Punho-Tornozelo.

OBSERVAÇÕES - Acupuntura e moxibustão têm efeito certo no tratamento da nasossinusite. OS cursos poderão ser encurtados se antibióticos forem associados.


RINITE (FARBER3, 1997)


Pontos Principais - Yingxiang (IG 20), Yintang (Extra), Hegu (IG 4)

Método - Ao inserir Yinxiang (IG 20), direcionar a ponta da agulha para a asa nasal e deixar a sensação de inserção estender-se à cavidade nasal. Agulhar Yintang (Extra) com a ponta da agulha direcionada para baixo a uma profundidade de 1 cun, então inclinar para os dois lados do nariz, deixando a sensação de inserção estender-se à cavidade nasal. Aplicar estimulação moderada ao Hegu (IG 4). Reter as agulhas por 15 a 30 min com manipulação periódica. Tratar diariamente ou em dias alternados.

Pontos Complementares -
Rinite aguda por invasão de Vento externo e Frio: Fengchi (VB 20), Lieque (P 7)/ Adicionar moxibustão após agulhar os pontos.
Rinite aguda por invasão de Vento e Calor externos: Quchi (IG 11), Waiguan (TA 5)
Rinite crônica: Feishu (B 13), Taiyuan (P 9), Zusanli (E 36). Adicionar moxibustão após a inserção ou usar agulhas aquecidas.
Rinite atrófica: Shangxing (VG 23), Taiyang (Extra), Heliao-Nariz (IG 19). Aplicar inserção superficial no Shangxing (VG 23) para causar sangramento leve.
Rinite atrófica com nariz seco: Taiyuan (P 9), Taixi (R 3)
Rinite alérgica: Fengchi (VB 20), Feishu (B 13), Taiyuan (P 9). Adicionar moxibustão após inserção/
Cefaléia severa: Taiyang (Extra).
Outras Terapias
1. Auriculoterapia
Pontos - Nariz interno, Fronte, Pulmão, Ápice Inferior do Trago
Método - Usar agulhas filiformes com estimulação moderada. Reter as agulhas por 20 a 30 min com manipulação periódica de giro e rotação. Tratar diariamente ou em dias alternados.

2. Moxibustão
Ponto - Feishu (B 13)
Método - Usar moxibustão com bastão de moxa por 20 a 30 min por sessão. Tratar 1 ou 2 vezes/dia.

3. Hidroacupuntura
Pontos - Yingxiang (IG 20), Hegu (IG 4)
Método - Usar um ponto por tratamento. Os dois pontos são usados alternadamente. Injetar 0,2 a 0,5 ml de complexo de Vitamina B1 no ponto. Tratar em dias alternados.

OBSERVAÇÕES - Acupuntura e moxibustão têm certo efeito no tratamento de várias formas de rinite, mas são efetivas na rinite alérgica.

SÍNDROME DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (MAIKE4,1995)


Pontos Principais - Xiaguan (E 7), Jiache (E 6), Shangguan (VB 3), Ermen (TA 21), Hegu (IG4)

Método - Inserir diretamente no Ermen (TA 21) a uma profundidade de 1 cun, com a boca do paciente aberta. Tentar fazer com que a sensação de inserção se estenda à bochecha. Com a boca fechada, agulhar Xiaguan (E 7) com a ponta da agulha direcionada posteriormente com profundidade de 1 cun. A sensação de inserção deve estender-se a todo o conjunto da articulação temporomandibular. Inserir no Shangguan (VB 3) a uma profundidade de 0,5 a 1 cun, dispersando a sensação de inserção. Quando da inserção do Jiache (E 6), inclinar a ponta da agulha para cima e deixar a sensação de inserção estender-se à bochecha. Agulhar Hegu (IG 4) com estimulação forte. Reter as agulhas por 20 a 30 min com manipulação periódica. Quanto à síndrome da articulação temporomandibular sem febre, aplicar agulha aquecida da articulação com bastão de moxa na região. Tratar diariamente ou em dias alternados. Dez tratamentos constituem 1 curso.

Pontos Complementares -
Lesão traumática: Ponto Ashi
Cefaléia: Fengchi (VB 20), Taiyang (Extra)
Oscilação de som ao abrir e fechar a boca devido ao afrouxamento do ligamento: Quanliao (ID 8), combinado com agulha aquecida ou moxibustão com bastão de moxa.
Outras Terapias
1. Hidroacupuntura
Ponto - Xiaguan (E 7)
Método - Posicionar o paciente sentado com um lado da cabeça repousando sobre a mesa ou em posição recumbente. Injetar 1 ml de dexametasona 0,5 mg misturado com 1 ml de solução de hidrocloreto de procaína a 0,5% no ponto de acordo com os procedimentos de rotina da hidroacupuntura. Tratar 1 vez a cada 3 a 5 dias. Cinco tratamentos constituem 1 curso. Parar com as injeções se não for observado nenhum efeito após 2 cursos de tratamento.

2. Eletroacupuntura
Pontos - Xiaguan (E 7), Jiache (E 6), Hegu (IG 4)
Método - Após obter a sensação de inserção, conectar as agulhas a um eletroestimulador. Usar vibração contínua ou esparsa intensa e selecionar a freqüência de acordo com a tolerância do paciente. Tratar em dias alternados. Cada sessão deve durar 15 a 30 min.

OBSERVAÇÕES - Esta doença é muito comum em clínicas. Um resultado satisfatório pode ser obtido através de Acupuntura e moxibustão no tratamento da síndrome da articulação temporomandibular em estágios primários. Em casos crônicos ou casos com manifestações de Frio ou Deficiência, é melhor combinar moxibustão ao tratamento.
BIBLIOGRAFIA


1. AUTEROCHE, B. & NAVAILH, P. - O Diagnóstico na Medicina Chinesa. São Paulo: Andrei Editora, 1992, pgs. 347-354.
2. CHENG, L.D. - Atlas de Semiologia da Língua São Paulo: ROCA, 1994 pgs 15, 28, 93, 127 e 191.
3. FARBER, P.L. - A Medicina do Século XXI São Paulo: Roca, 1997 pags 85-95
4. MAIKE, S. R. L. - Fundamentos Essenciais da Acupuntura Chinesa. São Paulo: ICONE, 1995, pgs 351, 363, 367, 385, 400, 415 e 425.
5. SCILIPOTI, D. - Aplicações de Moxibustão em Terapia Médica. São Paulo: ICONE, 1996, pgs 63, 69, 73, 80 e 115
6. YAMAMURA, Y. - Acupuntura Tradicional - A arte de inserir. São Paulo: Roca, 1993, pgs 590-597.


Autor: EDSON COSTA


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