CONTROLE DOS MECANISMOS DE DANOS TECIDUAIS ATRAVÉS DE PROTOCÓLOS FISIOTERAPÊUTICOS NO PÓS-OPERATÓRIO DO CÂNCER DE MAMA



A cirurgia do CM está associada a seqüelas e complicações em até 70% dos casos, afetando negativamente a qualidade de vida das pacientes.Esta alta morbidade faz com que cada vez mais se intensifiquem as pesquisas para tornar o procedimento menos agressivo (GUIRRO,2005).Os tratamentos para o CM são : cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Embora haja outros tratamentos, a cirurgia ainda é o processo mais utilizado para prevenir sua disseminação (GUIRRO,2005).As técnicas cirúrgicas compreendem a quadrantectomia, mastectomia radical modificada de Madden onde são removidos a mama, a aponeurose anterior e posterior do músculo peitoral maior e esvaziamento axilar e Patey onde são removidos todas as estruturas anteriormente descritas além do músculo peitoral menor e mastectomia radical (Halsted) onde são extirpados a mama, músculos peitorais maior e menor e esvaziamento axilar radical (CAMARGO,2000).As complicações pós-operatórias são dor, diminuição da expansibilidade torácica, aderências cicatriciais, adesões na parede torácica, limitação articular do ombro, fraqueza muscular do ombro superior, parestesia, alterações posturais além dos transtornos linfáticos como linfocele. seroma e mais comumente, o linfedema (KISNER,2005). Com relação a limitação funcional do membro superior podemos identificar vários fatores que contribuem para tal : tensionamento da musculatura da região escapular, já ocorrendo desde o diagnóstico da doença; imagem corporal alterada no pós-operatório; área da manipulação cirúrgica contendo vários músculos e a lâmina celuloadiposa da axila removida, o tratamento adjuvante, seja ele radioterápico, sobrepõe às seqüelas cirúrgicas, aumentando os riscos de complicações (BERGMANN,2006).O programa de fisioterapia deve ser realizado em todas as fases do CM, em cada uma dessas fases é necessário conhecer e identificar as necessidades do paciente para se traçar a conduta fisioterapêutica. A pesquisa objetiva comparar os protocolos de fisioterapia para a recuperação funcional do membro superior em pacientes pós-cirurgia de CM. Foi realizada a revisão da literatura e bancos de dados (PUBMED, LILACS e MEDLINE) entre os anos de 2000 e 2006. Camargo (2000) preconiza que os exercícios para o membro superior homolateral, em especial a articulação do ombro não devem ultrapassar 90 graus de flexão e abdução enquanto a paciente estiver com o dreno e a sutura ( até ao redor de 15 graus P.O). No passado, alguns cirurgiões visando favorecer a aderência das bordas cirúrgicas diminuindo assim a incidência de linfoceles e seroma, preconizavam imobilização total do membro superior, mais tarde verificou-se que essa conduta levava a grandes retrações limitando a amplitude de movimento e contribuindo para o surgimento de linfedema (CAMARGO,2000). Kisner (200%) preconiza exercícios de ombro leves e progressivos sem limita-los nos primeiros quinze dias de pós-operatório. Para Bergmann (2006) os movimentos do ombro homolateral à cirugia também devem ser limitados a 90 graus enquanto a paciente estiver com dreno e sutura afim de evitar a formação de seroma e a ocorrência de deiscência da cicatriz cirúrgica. Kisner (2005) preconiza, em nível ambulatorial, até exercícios resistidos com carga de até 1 kg. Esta orientação não é dada por nenhum outro autor. Todos os autores descrevem exercícios respiratórios, exercícios para as demais articulações do membro superior e exercícios posturais. Podemos concluir que a fisioterapia ,quando iniciada precocemente, desempenha um importante papel na busca da prevenção das complicações advindas do tratamento do CM, favorecendo o retorno às atividades da vida diária e melhor qualidade de vida.

BERGMANN,A e cols. Fisioterapia em mastologia oncológica : rotinas do Hospital do Câncer III/ INCA. Ver Bras de Cancerologia,v52,n1,p97-109, 2006.
CAMARGO,M;MARX, A Reabilitação Física no Câncer de Mama. São Paulo:ROCA,2000.
GUIRRO,E. Efeitos da estimulação de alta voltagem no linfedema. Ver Brás de Fisioterapia, v9,n1, 243-248,2005.
KISNER,c;COLBY,la. Exercícios Terapêuticos.São Paulo:Manole,2005.

Autor: EDSON COSTA


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