Tipologia Para Discursos



Até que ponto o jornalismo é imparcial? Como se revela nele a subjetividade em meros relatos de acontecimentos? Há alguns anos, quando o Brasil era comandado por ditadores e a imprensa bastante restrita, algumas classificações para os discursos foram criadas, a fim de explicar e comprovar o grande efeito que uma simples seleção de verbos pode causar.

Dessa forma, "nasceram" o discurso do poder e o popular, sendo o primeiro subdividido em oficial, para-oficial e de oposição. Atualmente, porém, embora bem elaborada, tal classificação perde um pouco de seu sentido e coerência, visto que brasileiros não mais vivenciam uma ditadura, não há mais restrições à mídia e discursos de esquerda, por exemplo, não são mais punidos ou "abafados".

Na verdade, ainda que exista uma limitação ética – mesmo que raramente respeitada – cada meio de comunicação dá mais valor e visibilidade a idéias das quais são adeptos. Um exemplo claro e atual é a revista Veja, completa e popularmente reconhecida como esquerdista.

Sendo assim, surge a necessidade de uma nova organização dos discursos, de maneira a adequá-la às características sócio-políticas atuais do país. Tal classificação moderna é simples: há o discurso formal e o informal.

O discurso formal, quase sempre escrito, subdivide-se em político e jornalístico. Em suma, os dois objetivam persuadir, mesmo que sutilmente, o interlocutor. Porém, principalmente no primeiro caso, há um grande favorecimento da liberdade de expressão, podendo haver discursos de direita e de esquerda sem a necessidade de suavização ou amenização do que é dito por medo de repreensão por parte das autoridades.

O discurso informal, por sua vez, predominantemente oral, subdivide-se em popular e virtual. Embora ambos abdiquem do rigor ortográfico e semântico, o segundo merece certo destaque, pois, mesmo podendo ser escrito, ainda se utiliza de abreviações e caracteres além do alfabeto ou de regras gramaticais, mas que, no "mundo virtual", são perfeitamente compreendidos e assimilados.


Autor: Eduardo Donida


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