Desafios maiores: inovação com velocidade



Para dar continuidade ao meu ultimo artigo – "Vender: um estímulo ao esforço criativo" onde procuro contrapor a motivação necessária ao dia-a-dia da força de vendas ao relacioná-la com a geração de um ambiente que estimule a criatividade do grupo, eu vou me concentrar neste artigo naquilo que passa a compor o resultado de um ambiente sinérgico onde a criatividade individual é estimulada. É o que costumamos nos referir como o derradeiro diferencial competitivo: inovação aliada a respostas rápidas.

"No futuro, só existirão dois tipos de empresas: as rápidas e as mortas." Essa afirmação de autoria de Peter Drucker, considerado o maior guru da administração do século XX, resume de forma brilhante o dilema vivido pelas corporações de diferentes ramos de atividade, mas volto a ressaltar que os impactos são sempre maiores nas empresas que essencialmente tem como core business a prestação de serviços.

No caso específico das empresas de prestação de serviços não basta apenas ser criativo e conseguir inovar, mas é fundamental ser extremamente rápido. Por quê? Porque um ambiente que propicie o desenvolvimento do esforço criativo por parte do grupo gera boas idéias, e boas idéias podem ser rapidamente copiadas. Hoje em dia, muitas empresas investem em benchmarking, que é visto como um processo positivo e pró-ativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função específica a fim de melhorar como realizar a mesma ou uma função semelhante. Ou seja, concorrentes antenados no que fazemos de novo e melhor é o que não falta. Além de inovar, portanto, a velocidade é o único modo que existe para se ganhar competitividade. É o que dá o fôlego para que a empresa consiga se manter até surgir a próxima idéia inovadora.

Sob esse ângulo, as prestadoras de serviço de menor porte apresentam uma vantagem sobre as grandes companhias e mais ainda sobre empresas de outros setores. E é fácil entender a razão. Os próprios sócios da empresa podem ter uma idéia maravilhosa bem no momento em que está tomando uma água de coco junto aos amigos em um domingo, e rapidamente conseguir passar isso para a sua equipe na manhã seguinte e implementar ações efetivas no período da tarde. Em uma multinacional, por exemplo, o mesmo processo demandaria semanas de incansáveis reuniões de brainstorms para ser concluído meses depois e com risco de o projeto em questão ter perdido metade do impacto em termos de inovação.

E falo isso com conhecimento de causa. A empresa onde atuo, dentro da área de atuação a que pertence, é considerada de pequeno porte e eu e minha equipe de colaboradores tínhamos a exata consciência de que precisávamos focar toda a atividade criativa não na venda do serviço em si, mas sim em um modelo de negócios diferenciado, porque nada tem um alcance maior do que isso. E os resultados obtidos comprovam que estamos no caminho certo.

Modelos de negócio não são facilmente imitados, porque requerem grande capacidade de abstração e uma boa dose de business intelligence. Com isso é possível visualizar as tendências e oportunidades que a maioria dos concorrentes não consegue enxergar.

De outro lado, as pequenas empresas sofrem da desvantagem de não dispor, na maioria das vezes, de uma estrutura adequada que lhes possibilite implementar as inovações com o impacto necessário. É importante contar com recursos financeiros para poder fazer o marketing e empacotar a idéia da melhor maneira possível para torná-la visível para o seu público alvo. Na falta desse importante trampolim, a única saída é, voltando ao artigo anterior, caprichar na criatividade e acima de tudo, saber agitar o networking, ou seja, empresariar a rede. É necessário ter sempre em mente que as fronteiras do seu business ultrapassam as paredes da sua empresa. Caso contrário, não haverá como romper as barreiras e superar os obstáculos. A empresa que sabe usar a sua cadeia de relacionamentos, se conectará a ela de tal forma que conseguirá absorver os valores de cada elo e assim suprir suas próprias deficiências. E a força da rede estará atuando a seu favor, permitindo-lhe suplantar, inclusive, o poder das grandes concorrentes.

E como se tudo isso não bastasse, os gestores da pequena empresa ainda precisam ter muita coragem e acreditar com todas as suas forças nas novas idéias que surgem, o que nem sempre ocorre na prática. O know-how dos grandes líderes sugere que os gestores devem investir em ampliar a sua mente e a de seu staff. O grande diferencial das pessoas que pensam dentro da empresa é a inteligência e a criatividade, e estas só podem se desenvolver em mentes que estão em constante processo de expansão. E o interessante é que esse processo de expansão do conhecimento não precisa e não deve necessariamente ter relação com a atividade fim da empresa.

O grande diferencial é criar sinapses cruzadas. Num primeiro momento isso pode parecer sem sentido, mas, na prática o exercício mental com foco em áreas díspares resultará numa multiplicidade em escala geométrica de idéias altamente criativas e inovadoras. Continua sem fazer sentido? Então que tal experimentar?
Autor: Rodrigo Lellis


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