Atenção e Suas Variações



Dicionário:

Atenção: Acréscimo de atividade intelectual sobre um objeto; por consideração.

Na Psicologia:

Atenção: É umas das funções cognitivas. Um fenômeno pelo qual o ser humano processa ativamente uma quantidade limitada de informações disponíveis através dos órgãos dos sentidos.

Ao fixar-se em um determinado objeto ou pensamento, a atenção opera uma seleção, pois, deixa de lado uma série de outros pensamentos possíveis, seria como colocar um foco de luz sobre algo, em quanto que os outros estariam a sombra.

As noções de seletividade, interesse, focalização e concentração articulam-se para capturar a atenção. Podemos ressaltar principalmente o interesse pois, este esta ligado ai sistema límbico, por isso, são importantes os estímulos emitidos no espaço, assim como as características intrínsecas do objeto.È também orientada pelo interesses,que a atenção operará a seletividade, ou seja, selecionará o objeto que é interessante; é o mesmo que afirmar que aquele objeto ou pensamento excita a atenção.

Atenção é posse de um objeto entre vários ou série de pensamentos possíveis. Ela esta ligada à aprendizagem e / ou aquisição de conhecimento, é uma maneira importante pela qual a percepção se torna consciente. A atenção parece criar a própria consciência.

O que estimula a atenção é: sensação, percepção, representação, afeto ou desejo

Para que a atenção atue são necessários três fatores básicos:

- Fator Fisiológico: onde depende de condições neurológicas e também da situação material em que o individuo se encontra;

- Fator motivacional: depende da forma como o estímulo se apresenta e provoca interesse;

- Concentração: depende do grau de solicitação e atuação do estimulo, lendo a uma melhor focalização da fonte de estimulo.

Na escola, no trabalho a atenção é tomada precondição para o bom desempenho. Focalização é diferente de sustentação; A atenção cria um campo no qual evoluções do pensamento são possíveis sem que se percam; estas são possíveis mediante a unificação do velho ao novo.

Atenção sensorial: Objetos sentidos (sons, cores)

Atenção intelectual: Idealismo

Atenção involuntária: Sentimento de esforço

Atenção dividida: Estou dirigindo mas estou ouvindo o rádio.

Anormalidades da atenção

Hipoprosexia: diminuição global da atenção.

Aprosexia: total abolição da capacidade de atenção, independente dos estímulos.

Distração: sinal de superconcentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos e objetos.
Distraibilidade: estado patológico que se exprime por instabilidade marcante e dificuldade ou incapacidade para se fixar ou se manter em qualquer coisa que implique esforço produtivo.

Incapacidade de concentração

Atenção Voluntaria

A atenção voluntária envolve a seleção ativa e deliberada do indivíduo em uma determinada atividade, ou seja, está diretamente ligada às motivações, interesses e expectativas (Dalgalarrondo, 2000). Segundo Macar (2001), a atenção voluntária é mediada pelo processamento controlado das informações, no qual os efeitos facilitadores da tarefa desempenhada são acompanhados pelos efeitos inibidores sobre as atividades concorrentes. Desse modo, se atentamos à uma modalidade (exemplo: leitura), outras modalidades podem ficar inibidas (exemplo: insensíveis aos sons que chegam) (Bear e colaboradores, 2002).

Atenção Involuntária

A atenção involuntária com a qual nascemos e está fortemente presente na primeira infância (LURIA, 1979). Os estímulos externos continuam presentes em nosso dia-a-dia: uma buzina repentina pode nos chamar atenção, ou o ruído de um trovão pode nos despertar para a chuva lá fora; ou seja, quando há estímulos fortes, a atenção é dirigida a eles.

Ainda assim, percebemos que a atenção, mesmo involuntária, pode ser também mediada pelos signos adquiridos (LURIA, 1979). Por exemplo, reagimos "instintivamente" ao ouvirmos o som de nosso nome. Nossa reação é imediata, involuntária, mas só o fazemos porque associamos um signo a esta linguagem específica que é o nosso nome. Assim, temos uma atenção involuntária mediada por significados aprendidos.

A Atenção involuntária ou espontânea refere-se a casos em que a pessoa parece menos o agente de escolha da direção de sua Atenção do que um joguete nas mãos de forças que a obrigam a atentar para isso ou aquilo. Numa narração folclórica e acaboclada de um contador de casos goiano, é cômica a passagem onde diz, diante da censura de sua mulher por ter olhado demais para outra mulher: "- eu não queria olhar, mas os olhos queriam...".

A seletividade da atenção

Embora o atentar seja, essencialmente, uma disposição para perceber ou agir, essa disposição não é indiscriminado; a atenção é um processo altamente seletivo. O individuo está sendo continuamente sujeito a uma corrente de estímulos que mudam sem cessar, mas atenta para um número relativamente pequeno desses estímulos.

Por ser o atentar um processo unitário e supor uma orientação de todo o organismo, no ato de experimentar o indivíduo só atenta para uns poucos estímulos escolhidos dentro as centenas de estímulos que entram em contato com os seus órgãos dos sentidos. É possível conceber a atenção como um mecanismo de filtração, que muda constantemente, interposto entre os receptores e o córtex cerebral - um mecanismo de filtração que escolhe e acentua certas entradas sensoriais e bloqueia ou abafa as restantes. O processo de prestar atenção - como processo de filtração - "programa" as entradas sensoriais em função não só das características do estímulo externo (intensidade, tamanho, etc.), mas também das características pessoais adquiridas do indivíduo.

Mesmo quando a criança não ignora propositadamente a informação que chega, a criança mais velha é mais capaz de responder somente aos aspectos da estimulação que são importantes para a solução de um problema. Estas habilidades aumentam com a idade.

Se considerarmos o processo de atentar como resposta persistente, que prepara seletivamente o indivíduo para agir ou perceber, é mais procedente perguntar em que consiste, do ponto de vista do comportamento, o processo de prestar atenção. Podem diferenciar-se cinco componentes distintos da atenção, relativos ao comportamento: (1) a orientação dos órgãos dos sentidos, (2) o ajustamento da postura, (3) o aumento da tensão muscular, (4) as mudanças no funcionamento das vísceras e (5) as atividades do sistema nervoso central.

Os ajustamentos dos órgãos dos sentidos

Quando se atenta para estímulos visuais, os olhos se voltam de maneira a focalizar a imagem sobre a fóvea da retina, para uma percepção mais eficaz. Quando vemos um grupo de pessoas olhando para algum objeto, presumimos que todas estejam atentando para o objeto.

Quando prestam atenção a um som, as pessoas voltam a cabeça de modo a colocar os ouvidos na melhor posição para a recepção do som. Isto se evidencia sobretudo quando o som não é claramente audível.

Dois pequeninos músculos no ouvido médio ajustam a tensão sobre o estribo e o tímpano, de acordo com a intensidade do som, de forma a facilitar a audição e impedir que o delicado mecanismo do ouvido venha a ser lesado.. A contração desses músculos é produzida pela vigorosa estimulação acústica e pela antecipação de um som intenso ( Djupesland, 1965). Tais ajustamentos fazem parte do processo atentivo.

Os ajustamentos da postura

Faz ajustamentos da postura a pessoa que se inclina para a frente, na direção da fonte de um som, e o corredor ou o nadador que se agacham, à espera do tiro de largada. Grande parte da "leitura de pensamentos" não passa, na realidade, de "leitura de músculos" em que o "leitor de pensamentos" interpreta os movimentos involuntários e os ajustamentos de postura feitos pela pessoa que "concentra os seus pensamentos em"(atenta para) algum objeto.

O aumento da tensão muscular

As mudanças da tensão muscular, que fazem parte da resposta atentiva, são flagrantes ou sutis. O aumento da tensão muscular acha-se implícito na inclinação da pessoa na direção do estímulo para o qual atenta, mas também pode estar presente sem um flagrante ajustamento da postura. Quando uma pessoa, depois de prestar firmemente atenção durante algum tempo, deixa de fazê-lo, relaxa-se acomoda-se na cadeira, à medida que diminui a tensão muscular.

As mudanças viscerais

Como parte do processo atentivo, as mudanças viscerais não são muito pronunciadas, nem óbvias. Não obstante, a atenção envolve ligeiras alterações da pulsação e pressão sanguínea. Dentre essas mudanças, as que se observam com maior facilidade são a respiração superficial durante um período de atenção profunda, e a respiração presa por breves intervalos, quando a atenção está no auge.

As atividades do sistema nervoso central

Existem correlativos nervosos da atenção.

O fato de possuir a formação reticular funções não só inibidoras mas também ativadoras explicará, porventura, a natureza seletiva da atenção, que requer que a reação a estímulos competidores seja regulada ou suprimida

Os determinantes da atenção

Eles se dividem em dois grupos: (1) os fatores externos, objetivos ou inatos, e (2) os fatores internos, subjetivos ou adquiridos.

Quando uma pessoa presta atenção, a sua resposta é o produto da interação (1) do que ela é como consequência de fatores herdados e adquiridos, e (2) dos estimulam que entram em contato com os seus órgãos dos sentidos.

Determinantes inatos (objetivos, externos) da atenção

A intensidade da estimulação é o mais óbvio determinante da atenção. O clarão fulgurante,, o estímulo intensamente doloroso, o cheiro ativo, o estímulo gustativo altamente concentrado - todos possuem um poder de provocar a atenção maior do que estímulos semelhantes, porém menos intenso.

O tamanho, ou extensão, é outro fator determinante da atenção.

A cor, por si mesma, provoca atenção, pois a sua eficácia é devido as associações adquiridas através da experiência.

O movimento de uma folha "nos prende atenção", ao mesmo passo que as folhas imóveis permanecem inobservadas.

A repetição tem eficácia limitada como determinante da atenção, pois uma repetição contínua resultará em adaptação sensorial, uma receptividade diminuída ao mesmo estímulo.

Os determinantes adquiridos da atenção

Os fatores que provocam atenção, mas que dependem da aprendizagem para serem eficazes classificam-se com menor facilidade do que os fatores determinados congenitamente. Os determinantes adquiridos consistem em hábitos de prestar atenção, hábitos que o indivíduo desenvolve no decorrer de sua existência.

Os determinantes temporários são pertinentes a uma dada ocasião. (1) uma pessoa procurando seu livro azul. (2) o indivíduo tende mais a detectar estímulos ameaçadores adicionais à sua volta quando está zangado do que estando calmo. A pessoa despertada para o medo é sensibilizada para prestar atenção a estímulos que desprezaria em outras circunstâncias. (3) A pessoa que está com fome sente-se particularmente atraída por estímulos que adquiriram pertinência ao comer. (4) o indivíduo sente saudades de casa reage exageradamente ao que quer que lhe recorde o lar.

Os determinantes permanentes da atenção adquirem-se aos poucos. São também continuamente modificados, fortalecidos ou enfraquecidos durante a vida da pessoa. Os interesses temporários podem ter a sua força e a sua permanência aumentadas, como podem crescer e minguar no decurso do tempo.

Como não existem duas pessoas que possuam repertórios idênticos de interesses, cada qual tem um conjunto único de tendências atentivas adquiridas. Isso quer dizer que é muito mais difícil utilizar fatores adquiridos de atenção em apelos ao público do que fazer uso dos determinantes inatos. A novidade e a mudança, por exemplo, embora sejam determinantes importantes da atenção, não são claramente inatas em aprendidas. Como fator na determinação da atenção, a mudança é um componente essencial de todos os outros determinantes

Atenção Motora

Atenção Motora é aquela em que a consciência está concentrada na execução de uma atividade física e muscular pré-programada.

Por exemplo: Quando a pessoa se inclina na direção para olhar um determinado objeto, o mecanismo ocular atua de forma que os olhos se dirijam ao objeto até que os músculos do cristalino se acomodem de forma que a imagem fique no foco mais claro.

Ao ouvir um som baixo a pessoa estica o pescoço para frente, coloca sua mão atrás da orelha, e pode fechar os olhos a fim de eliminar os estímulos visuais concorrentes na tentativa de selecionar um determinado objeto (sonoro) como foco de sua atenção.

Talvez seja por isso que algumas pessoas chegam até a tirar os óculos de sol para prestar mais atenção em sons e imagens.

A atenção motora se caracteriza também pela tensão dos músculos, juntamente com uma hiper vigilância da consciência.

O papel da eficiência de Atenção, nesses casos, consiste em privilegiar os elementos automáticos da psicomotricidade, ao mesmo tempo em que reduz os elementos intelectuais eventualmente atrelados ao movimento.

Atenção Motora representa uma espécie de alerta às atividades musculares que devem responder prontamente a determinada situação no sentido de favorecer a adaptação.

Atenção Dividida

É a idéia de uma situação cheia de informações que necessita de várias operações intelectuais ou de ordem perceptivo-motora.

Para avaliar o efeito de uma divisão de atenção utiliza-se de diversas informações, nem todas interessantes para o avaliado. Este procedimento é chamado de "tarefa dual" ou "tarefa dupla" e serve para medir a diminuição da precisão ou o atraso das respostas. Para tanto, utiliza-se de duas provas distintas, como, por exemplo, resolver adições e em seguida dizer se o som que se escutou é grave ou agudo. Em um segundo momento as duas atividades são realizadas ao mesmo tempo.

Geralmente a primeira situação é considerada mais simples, por outro lado, a realização das duas tarefas ao mesmo tempo causa uma redução ou um atraso considerável das respostas corretas, seja em qualquer uma das tarefas, pois a atenção esta dividida entre as duas. O atraso nas respostas está ligado às interferências entre as duas provas, já as baixas na eficácia ocorrem pela grande quantidade de esforço, que é citada como "recursos de tratamento" ou "recursos atencionais".

Segundo estudos sobre o desenvolvimento dos recursos atencionais, com a idade há uma redução da interferência. As crianças de dez a onze anos têm desenvolvimento superior na primeira tarefa e uma redução na segunda em relação às crianças menores de oito anos. Isto se da porque os mais velhos utilizam uma quantidade menor de esforço para as tarefas principais e uma redução nas secundarias. As crianças automatizam a tarefa principal, deixando disponível toda a sua atenção para a tarefa secundária.

Desta forma, chega-se a conclusão que apesar de ser difícil realizar mais de uma tarefa simultaneamente, com o aumento da pratica, pode-se manipular bem mais de uma tarefa ao mesmo tempo, mesmo que exijam compreensão e tomada de decisão.


Autor: Bruna Marchiori


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