SUSTENTABILIDADE NA PERSPECTIVA SOCIAL, POLÍTICA E CULTURAL



 

1.       INTRODUÇÃO

O objetivo principal deste trabalho reside na proposta básica de discutir a questão da sustentabilidade na premissa de que é sempre social. Tem-se que política social é explicada pela gestão social. Há autonomia de valores sociais. Tem-se clara a premissa articulada em anotações pessoais de aula desta disciplina, que o desenvolvimento é um estágio econômico, social e político de uma comunidade caracterizado por capital, trabalho, recursos naturais e tecnologia. A articulação das estruturas sociais promovem o bem-estar.

2.       FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Observa-se neste sentido, a presença de cultural de contraponto, no sentido de definir aquilo que é urbano, direcionado à cidade e o que é rural, voltado ao campo. Em ambos os casos há sempre aglomeração humana definida pela cultura que embora heterogênea tem como critério fundamental a sua função. Interpretações sobre este ponto de vista, nos levam à questão do ambiente constituído, pois que sustentabilidade é a qualidade de algo que conserva a mesma posição equilibradamente( FERREIRA, 1986).

 

 

3.       DESENVOLVIMENTO

Há nitidamente que se destacar por intermédio de notas de aula (12/03/2003)  a questão dos estágios principais do relacionamento do homem com o meio ambiente com preocupação específica voltada para as forças da natureza, questões históricas e paradigmas de construção histórica. Obtem-se nesta linha de análise o endereçamento a questões fundamentais como o planejamento, através de planos e programas com objetivos bem definidos. Segundo a Carta dos Andes sustentabilidade é o método de aplicação contínuo e permanente destinado a reaver racionalmente os problemas que afetam uma sociedade situada em determinado espaço em determinada época, através de uma perspectiva ordenada, capaz de antecipar suas ulteriores consequencias. Trata-se de um processo de continuidade. Quando é descontínuo há uma quebra de planejamento. Esta questão pode ser intensificada através de inter, multi ou transdisciplinariedade das relações entre os inúmeros atores que decidem a vida da cidade, através dos processos desencadeados por novos fatos.

Estas relações são determinadas especialmente pela força de trabalho, e há sempre premissas como as articuladas pelos atores em seus discursos de que não querem, não encontram ou não conseguem. Em verdade não ha outro meio de sustentar-se senão pela caridade das instituições ou da sociedade produtiva, questão esta tão bem discutida na Convenção Mundial do Meio Ambiente (Power Community Future). Neste sentido há posicionamentos relevantes quanto às decisões no desenvolvimento das cidades visto que requerem planejamento, processo e continuidade e há sempre um mesmo discurso de falta de criatividade e de informações como esclarece a ilustre professora Letícia Hardt, em notas de aula. Acrescenta ainda que há um suporte natural com relação às agressões e conquistas nas cidades, requerendo então planejamento cultural, ambiente constituído, desconstruído e reconstruído e que este planejamento propicia a definição de prognósticos e cenários, que requerem implementação, resolução, acompanhamento, aplicação e decisão. Seria a participação popular algo a ser considerado? Certamente que se a resposta for positiva, pela tendência neo-liberal das democracias emergentes a perspectiva não seria outra que olhar a questão pela ótica da sustentabilidade no sentido de conservar, conter e mudar as realidades moldadas de acordo com perspectivas estabelecidas. E este fato se dá pela definição de indicadores. Na visão tradicional da arquitetura clássica, a ilústre professora, transcorre um fio discursivo amarrado nos aspectos históricos da construção das cidades a exemplo dos jardins suspensos da Babilonia , perpassando pelas qgandes revoluções, Industrial e Francesa, onde aspectos antrópicos foram relevantes da mesma forma como todos os espaços construídos e imaginados absorvem o modus vivendi dos sujeitos diaspóricos em suas fronteiras ou fora delas, destacadamente posicionando a transformação dos mesmos pela acomodação e transformação social nas razões intrínsecas de impor mudanças. Neste sentido, emenda a Ilustre Professora, Dra. Samira Kauchakje, que na produção Social do Espaço há determinações na produção da vida social, nas suas relações e contribuições, principalmente na perspectiva pós-moderna como forma de superar a realidade, isto porque a sustentabilidade do sistema social não pode ser considerada independentemente da sociedade que constrói e ocupa. O ambiente construído reflete as relações sociais e ao mesmo tempo participa de sua produção (influencia as relações sociais e é influenciado por elas) sendo ainda objeto e agente de permanências e mudanças sociais (Notas de aula em 05/05/2004). Argumenta seu ponto de vista com o paradigma de Castells: “Não existe teoria do espaço que não seja parte integrante de uma teoria social”. Em sua perspectiva de realidade acadêmica, a professora segue seu discurso, abordando a problemática do multiculturalismo, nos liames das diferenças e desigualdades , do liberalismo como patamar da construção social, usufruindo as riquezas produzidas com respeito às diferenças constitutivas, sejam elas sociais, políticas e/ou culturais. Aponta a importância das religiões exemplificando com o Cristianismo que como ideologia, constitui-se numa forma de pensar sobre o conceito de igualdade, no prisma transcedental – todos somos filhos de Deus – ou igualdade institucional – todos somos iguais perante a lei- e  ainda a  Igualdade Biológica – Natural, bem como a Social – organização. Acrescenta que a igualdade depende de projeto social diferenciado com relações as concepções de pobreza, no que diz respeito aos meios de eliminá-la. Recorre ao conceito de escassez, porque em sua concepção pobreza é um indicador apenas, sendo relevante verificar a forma como a riqueza é distribuída em sociedade. Logo, as cidades dependem da produção social.  Logo, a relação sustentabilidade se estabelece entre sociedade pelo entendimento objetivo do estabelecimento dos padrões culturais e formas de convivência, até arquitetônicas com as classes sociais, considerando que “na vida de rodas as obras, a sociedade global vive apenas pelas sociedades localmente enraizadas”, e importante seria, revisitar a história, conhecer seu cotidiano, o universo cultural da população que vive em dados territórios, quando entende-se por ele aquele ocupado além do espaço físico, e sim o espaço material das relações, porque partir do local não significa negar o aspecto universal ou de uma perspectiva global de realidade. Ocorre sim, como explica Kauchakje, a indissociabilidade dos fatores sócio-econômicos e políticos, a exemplo da poluição ambiental que se soma ao conceito mundial de pobreza. A sustentabilidade sócio-cultural e política depende da legitimação do Estado, pela oferta de seus serviços e equipamentos, no definir das políticas públicas, amarradas à legislação referente e mecanismos de regulação da sociedade. Isto segunda a mestra, depende de treinamewnto de atitudes pelas competências que as instituições podem fornecer em forma de políticas públicas e a legitimidade das mesmas. Há então constituído um sistema protetivo e um sistema de políticas públicas, adotado em países diversos com Escandinávia, USA, Brasil, Itália, França entre outros, mas que principalmente mantem-se como sistema pela ligação ao trabalho e não à cidadania, donde se abstari a interpretação de que o motivo da imigração é o direcionamento a melhores condições de ganho e a resposta do Estado não pode ser outra senão com polícia e política. Cita ainda em seus ensinamentos, os equipamentos em rede, definidos pelo substrato de direitos oriundos das políticas públicas, trajetos e traçados na população, malha institucional e solo de conformismo e resistência. Admite a segregação urbana, reforça a necessidade de homegeneidade social o que requer a moldura da marginalidade. Há em seu entender segregação sócio-espacial, estabelecida pelas relações de trabalho e espoliação urbana e o uso dos benefícios ofertados pelo estado, dependem da compensação destes processos de desigualdade dependentes da reprodução social e assistência. Logo, a sustentabilidade da cidade esbarra nestes ambientes. A formação sócio-histórica fortalecido por direitos universais e a transfiguração de direitos em benefícios não deve se amarrar aos conceitos de caridade, apradinhamento, clientelismo, vínculos, benesse, ajuda ou refilantropização (processos históricos que reafirmam direitos constitutivos de cidadania). Neste sentido, afirma Kauchakje, “A população brasileira é submissa e violenta nas suas relações”. O mito da cordialidade entre nós, não existe, por ser isto apenas um mito. Destaca igualmente o carater da subalternidade entre dominantes e dominados, fovernantes e governados sendo a sociedade heterogênea em seu traço social, com gestão patrimonial e tecnocrática, gestão empresarial vinculada ao neo-liberalismo e a reforma do Estado, gestão democrático participativa num ensaio experimental e histórico, o que na verdade é bastante maniqueista, provocando fluxos e refluxos movimentalistas, tão bem esclarecidos por Max Weber no sentido da força e da ideologia. 

Como bem esclarece o ilustre professor Dr. Carlos Garcias, que em sua doutrina compreende e interpreta a cidade no prisma do discurso ecológico, definido pela [ HARRY... ] “sustentabilidade do Sistema Natural e Antrópico”, ou seja, pela interferência humana, ou ainda [HARNS...] pela diversidade cultural. Neste sentido referem-se as cidades construídas próximas de mananciais, a exemplo de Pinhais, município situado na grande  Região Metropolitana de Curitiba, e ainda a análise objetiva da estrutura dos indicadores para análise da sustentabilidade do ambiente urbano, a exemplo de Quatro Barras – Pr. Ressaltam ainda que existem questões como o carater subjetivo da expressão matemática, tais como planejamento políticas públicas e autonomia dos municípios, diferenciando indicadores “aquela informação que explicita o atributo que permite a qualificação das condições dos serviços” e índices, como “parâmetros que medem os indicadores pela atribuição a eles de valores numéricos na formulação de índices de referência.  Apresenta-se igualmente o posicionamento da Dra. Fabiane, que aponta os sistemas visíveis e invisíveis em sociedade atribuídos em lei e outros que margeiam a sociedade, numa profusão de novidades característica da transcendência profana do homem, frisando que por este motivo, há que se ter olhos para a mediação na resolução de conflitos sociais, pela definição do poder delegado pela lei na definição daquilo que representa a “autonomia” na gestão pública, privada, jurídica ou física. Neste sentido, os indicadores funcionam como frações de desejo para a Administração Pública, no delinear de suas estratégias(GARCIAS, 2004). Para o professor Garcias, há tres relevantes tipos de indicadores, determinados pela qualidade Ambiental Urbana, quais sejam a Resistência, a Morbidade e a Agregação de informações. O primeiro destaca a medida ou habilidade, ou capacidade que tem um ecossistema de absorver pressão ambiental sem alterar seus padrões ambientais característicos. O segundo, como a cura de uma doença, e o último pela reunião de diversos indicadores ao mesmo tempo. Intuitividade segundo ele, não é isoladamente um bom instrumento.

 

 

4.       CONCLUSÃO

O objetivo principal deste trabalho reside na proposta básica de discutir a questão da sustentabilidade na premissa de que é sempre social. Tem-se que política social é explicada pela gestão social. Há autonomia de valores sociais. Tem-se clara a premissa articuada em anotações pessoais de aula desta disciplina, que o desenvolvimento é um estágio econômico, social e político de uma comunidade caracterizado por capital, trabalho, recursos naturais e tecnologia. A articulação das estruturas sociais promovem o bem-estar. Destaque-se aqui o posicionamento da Agenda 21, quanto ao aspecto social, na definição da qualidade de vida, o cultural no desenvolvimento da identidade e o político, na definição dos conceitos de cidadania e democracia.

 

5. REFERÊNCIAS

MIKHAILOVA, Irina. Modelos de gestão ambiental: modelos e perspectivas.

FREY, Klauss: A dimensão político-democrática nas teorias de desenvolvimento sustentável

 


Autor: ANTONIO DOMINGOS CUNHA


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