INFORMAÇÃO PARA CIDADANIA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL



1.       RESUMO DO TEMA

Coloca-se em tela os vários posicionamentos de Ladislau Dowbor, em “Informação para a cidadania e o desenvolvimento sustentável” sendo que o autor revela especial destaque para a questão da organização da informação  como forma de racionalizar as atividades sociais, e de melhor aproveitar o que já existe neste sentido, em esclarecimentos de seu resumo inicial. Diretrizes podem ser traçadas a partir da estruturação de seu pensamento, quando busca nos ensinamentos de Hazel Henderson fundamento teórico-explicativo para ilustrar sua argumentação em torno do assunto em pauta, iniciando com um simples fato que é o engarrafamento do trânsito, apontando o planejamento indicativo, qual seja a possibilidade do cidadão fazer sua opção com transparência de soluções, levando em consideração igualmente o comportamento dos outros, apontando opções que vão desde a tomada de decisão concorrente, e uma segunda de planejamento centralizado proporcionando perda de iniciativa por parte do cidadão, tornando-se necessário que a sociedade tenha uma visão de conjunto do que está realmente acontecendo. Segundo o autor, o dilúvio de informações ocorre devido a ação unilateral de sistemas de informação serem organizados  para a participação cidadã, não por ausência da informação, mas de sua irracionalidade como esclarece, com o bombardear de fotos de crimes ocorridos na cidade, crianças evadidas, entre outras não mencionadas.

Neste sentido, destaca a importância da institucionalização das residências pelo mapeamento das empresas, para facilitar sua disponibilidade em termos de localização, reclama pelo mal uso dos recursos naturais dilapidados pela ação humana, agrotóxicos, sendo que nenhuma cidade realmente oferece possibilidade que os cidadãos exerçam sua cidadania, embora a responsabilidade social e ambiental já possa ser avaliada, afirma Dowbor, que a articulação da informação entre entidades da sociedade civil são incipientes. Alternativas existem, a informação passa a ter um valor agregado, mas se é realmente um benefício público, porque razão deve ser de graça? Por outro lado, afirma existirem muitas fontes de informação que são absolutamente inúteis. Preocupações constantes da questão urbana, é o conhecimento de suas áreas de atuação, e isso o geoprocessamento para estar resolvendo na medida em que permite aos estrategistas, a visão do progresso contínuo e dinâmico, mas, segundo ele, nunca estivemos tão confusos.  Mas por que razão? Segundo ele, a informação existe: trata-se de organizá-la. As fontes são variadas. IBGE, SEADE, DIEESE, de forma a assumir a existência de um universo já bastante amplo, sendo o maior benefício o reconhecimento de que a informação contribui sobre maneira na tomada de decisão.  Sua metáfora, sobre a questão da lanterna em plena escuridão parece encerrar exatamente a angustia que se sente ao procurar informação e tudo parecer realmente uma imensidão. Logo, é preciso objetividade de fontes de informação e facilidade de acesso.

Num próximo momento, o autor destaca a importância da qualidade de vida, o que tem sido reduzida a capacidade de renda per capita, mas há de se convir que é demasiadamente simplificada como indicador de qualidade de vida, conclui. Segundo Henderson,  existem doze indicadores básicos de qualidade de vida, que se constituem num horizonte, entre eles, a Educação, Emprego, Energia, Meio Ambiente, Saúde, Direitos Humanos, Renda, Infra-estrutura, Segurança Nacional, Segurança Pública, Lazer, Habilitação, da mesma forma que destaca o assinalado na Agenda XXI, distribuídos em 16 princípios, mas que de nada servem se os contrapontos absurdos ainda continuarem a denegrir a ação social e governamental, quando se sabe que deixa-se morrer 11 milhões de crianças de fome anualmente. Como se lê em recorte do Boletim de Informação Mundial da Unesco, “há uma grande diferença entre ter um direito e poder exercê-lo... Destaca o papel a ser exercido pelos atores sociais, organizadoras de informações para guiar a ação do governo, não obstante se saiba, que os sistemas não são completos e que por vezes não levam a lugar algum quando se busca dados para tomar decisões, por ausência de foco, quantidade diluviana, articulação, acompanhamento, atualidade, procedência, interesse, na formação de redes locais de informação. Neste sentido tanto a mídia como a universidade possuem especial lugar.

Conclui, que pelo fato da qualidade de vida ser um processo integral, percebe-se carência de debate intenso com envolvimento dos cidadãos e as perspectivas de desenvolvimento sustentável de forma a possibilitar processos que embora complexos por natureza, possam ser conduzidos de forma responsável como um desafio vital, onde todos independente de suas diferenças são convidados a participar.

2.       CONTEXTUALIZAÇÃO

Sabe-se da exposição humana contínua e constante a toda sorte de informações que constitui forte

traço da nova era iniciada com a virada do século, em que os cidadãos se vêem na posição de informar-se para não serem excluídos socialmente, das relações sociais em termos de compartilhar realidades e sentirem-se pertencentes a determinado grupo, com personalidade e objetivos comuns. O que Ladislau Dowbor parece desejar contornar, em seu trabalho resumido em página prévia, constitui-se em retrato de realidades vividas e perspectivas de futuro, sem perda de memória, pois ao perdê-las, raízes mais profundas de vinculações culturais, étnicas e históricas tendem a não dar sustentação a toda a identidade social construída em torno das cidades, especialmente da vida urbana, onde a dinâmica das ações sociais é mais intensa, pelos inúmeros canais de informação de que dispõem. Mas claro está que este entendimento varia de acordo com o grau de desenvolvimento de cada sociedade, de cada grupo social e de cada cidade em seus contornos múltiplos de acessibilidade à informação pela disponibilidade da mesma e pelo interesse dos governos em ter suas populações informadas dos acontecimentos sociais mais marcantes na ação estratégica das gestões governamentais.

                Neste sentido, considera-se que a cidade virtual acaba retalhando totalmente a cidade real, e os conflitos territoriais passam a ser minimizados, especialmente diminuindo distância entre pessoas que possuem áreas de interesse específicos, diferenças meramente lingüísticas, pela facilidade das conexões dos múltiplos canais de televisão, e de Internet, disponibilidade de uma sorte de materiais inúmeros de países diversos com tradutores simultâneos, por bibliotecas virtuais, visitação de lugares místicos de desejo, como os grandes museus do mundo todo, criação de redes sociais e ONG’s, que se propõem a exercer com mais propriedade a cidadania e garantir a participação na vida social por reivindicações que tenham alcance mais dinâmico e menos burocrático, pela facilidade dos serviços que a Internet disponibiliza, tanto de caráter privado como público, de maneira a permitir uma convivência mais pacífica num mundo de diversidade étnicas imperativas, que no dia a dia, acabam gerando embaraços dos mais diversos, especialmente os que se deslocam em direção ao mundo dos negócios, da mera informação, da educação como formadora de profissionais, da propriedade dos serviços oferecidos mas principalmente considerando a credibilidade e seguridade que muitos serviços oferecem. Há na verdade uma gama de interesses obtusos crescentes em meio as lindas intensões de se ter eletronicamente disponibilizada a informação por si só. Há sim, crimes bárbaros de fraude, uso de cartões, senhas eletrônicas, transações econômicas, tráfego de menores e mulheres, abuso sexual, exposição gratuita de crianças a toda sorte de práticas libidinosas vindas em forma de mídia, vendedores de serviços inexistentes, golpistas, armadores de “scams”, como dizem os americanos. São em verdade os americanos os maiores vendedores de cursos de mestrado, doutorado, MBA’s entre outros, que no final das contas, acabam sem reconhecimento no Brasil e extremamente dispendiosos para os seguidores, pelas diferenças da moeda em si, mas que além de tudo, terão que enfrentar academias com escopo tutelar e disciplinar totalmente desenhado para uma realidade absolutamente diferente da que se vive. E não é incomum os problemas étnicos gerados neste sentido, como muitos dos asiáticos que foram obrigados a abandonar os “campus” americanos, após os atentados. Da mesma forma, o mercado de vendas de serviços educacionais nos EUA esfriou-se. Aumentou-se a desconfiança dos americanos contra estrangeiros, como da mesma forma os estrangeiros passaram a vislumbrar a tão somente predominante idéia de lucro das instituições educacionais americanas, muitas vezes despreocupadas com um quesito básico da educação, qual seja o compromisso de informar cidadãos para o exercício de suas funções.

                Ao que parece, um mundo cor de rosa, não significa necessariamente um mundo informatizado. A informatização nos trás muitas limitações, entre elas, a limitada capacidade de “tecnologias” serem compatíveis com as possibilidades de usufruir os serviços ofertados pelas redes eletrônicas, já tendo sido muito pior. Redes de ensino a distância  iniciam sua jornada nos últimos anos, e tem ainda muito a ser desenvolvido. Especialmente no que diz respeito a capacitação do cidadão para fazer uso da máquina e colocá-la a seu serviço, o que parece ser ainda uma grande dificuldade num país onde os índices de pobreza e analfabetismo são graves, mas ainda há esperança de reverter tal quadro. Mas este é um fato que depende de ação governamental, cidadã e acima de tudo responsável, para que possamos dar identidade às nossas instituições de forma a harmonizar seus interesses, respeitar suas diferenças, sejam elas culturais, econômicas, políticas, morais ou religiosas, mas que sobretudo seja democrática e participativa, como característica mais marcante de um país que se diz democrático, e que abraça milhares de imigrantes, que nesta total diversidade, participam de norte a sul de uma realidade única :Um Brasil com muita vontade de crescer!  Sem utopias...

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

DOWBOR, Ladislau. Informação para a cidadania e o desenvolvimento sustentável. 8 de abril de 2003.

 


Autor: ANTONIO DOMINGOS CUNHA


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