Não viva à revelia!



Escolhas na vida

É lógico que todos nós sabemos que precisamos fazer escolhas na vida, porém muitos têm receio ou medo de optar. Trocar o “velho pelo novo” não é uma tarefa fácil - principalmente quando tememos o desconhecido. E o que fazer nesse momento?

Ora, por mais que o ‘desconhecido’ muitas vezes lhe apavore, não tema em seguir adiante. Permita-se a pôr em prática sua escolha, não deixando que sentimentos sabotadores lhe atormentem durante o percurso.

Isso não significa dizer que deva ser um inconseqüente mortal. Faça escolhas, porém, prudentes e conscientes, mostrando sua capacidade de viver e de ir muito mais além.

Se algo há tempo não lhe satisfaz, talvez seja a hora propícia para mudanças; talvez seja o momento certo para escolher algo diferente - ainda que desconhecido.

Não se torne vítima das circunstâncias! Tome escolhas visando a fazer o melhor do que propôs para si.

Você não precisa aceitar de braços cruzados o que está acontecendo em sua vida. Você é dono do seu destino! Se o momento lhe desagrada, tome uma escolha consciente, objetivando o melhor para si.

Muitos ficam desapontados quando aquilo que ambicionam não acontece, todavia não se atêm que há tempo vêm preterindo a fé.

A fé “move montanhas”! Não há mortal desacreditado que consiga lograr êxito em seus propósitos.

Não podemos viver à revelia! Na sombra!

Quando algo ocorre em desacordo com as nossas predileções, normalmente sentimos raiva e indignação. Afinal, somos humanos. Mas será que devemos nos permitir a sentir a todo o momento esses sentimentos ruins? É lógico que não!

O sentimento de raiva ou de indignação é inevitável em determinadas situações, porém sua continuidade pode ser evitada, dependendo unicamente de sua capacidade de escolha.

Imagine você, caro leitor, numa divertida pescaria, rodeado de familiares e de bons amigos. É óbvio não irá se importar com botucas que eventualmente venham a sentar-se sobre sua pele. Afinal, elas têm todo direito de estar ali – curtindo plenamente seu habitat natural. Entretanto, isso não significa dizer que você irá se expor a todo momento ao inseto invasor, oferecendo-lhe passivamente seu pescoço, seus braços e suas pernas.

Ora, uma ferroada é bastante dolorida e pode trazer conseqüências desagradáveis.

Caro leitor, se “botucas” da vida lhe incomodam, a ponto de fazê-lo desistir de algo prazeroso, o momento é de mudanças. Mas para que estas efetivamente possam ocorrer, mister se faz a tomada de escolhas conscientes - trocando velhos hábitos!
O velho hábito de se permitir a tudo, de permitir que invadam sua privacidade, que lhe machuquem e magoem deve ser abandonado – e às pressas.

Produza felicidade para si!

Não se consome felicidade sem produzi-la, e para tanto, a primeira coisa a se fazer é mentalizar os seus propósitos. Quando fazemos metas na vida já condicionamos nosso cérebro de que ali, logo à frente, uma atitude pró-ativa deverá ser tomada. É o afastamento do comodismo; é você se permitindo a mudar, a trocar o “velho pelo novo”, o “duvidoso pelo certo”.

O derrotado repete sempre as mesmas atitudes, os mesmos atos, por isso não obtém a almejada vitória. Repete sempre as mesmas “falas” e por mais infelizes que sejam, insiste em propalá-las, crente que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.

É de se “tirar o chapéu” para aqueles que acreditam e persistem nos seus sonhos, crentes que um dia serão, de fato, concretizados. Entretanto, a vida não é um mar de rosas. Muitas vezes se transforma num mar de desapontamentos! Afinal, há coisas que não nos pertence; há pessoas que não foram criadas para conviverem conosco, seja qual for a relação que venhamos a ambicionar.

Portanto, se “botucas” lhe incomodam, de hoje em diante seja rápido na tomada de suas decisões. Adquira rapidamente alguns eficientes “repelentes” e use-os prudentemente em suas “pescarias” ou em outras atividades que lhe dão imenso prazer.

Se a sua atividade diária não é prazerosa, tente, ao menos, não transformá-la num verdadeiro inferno.

Muitos dizem por aí: “Quem espera sempre alcança”. Eu, sinceramente, não acredito nisso. Para mim, e tenho certeza que para muitos, quem espera se desespera (raramente alcança).

Até quando você precisa esperar que aquela incômoda “botuca” resolva lhe dar uma trégua? Será que é preciso que o “infeliz inseto” sugue todo o seu sangue para só então você se sentir motivado a tomar uma escolha consciente, visando a estancar de vez as “ferroadas da vida”.

É preciso ter em mente que a vida não nos deve nada e que devemos fazer por merecer. Querer não é poder e nunca foi! Muitos querem uma casa própria, mas por alguma infelicidade da vida, não conseguem nem mesmo construir um simples barraco – vivendo eternamente nos guetos da perseguição social. Muitos querem um carrão zero quilômetro na garagem, porém não conseguem nem mesmo comprar um Corcel 73. Isso é uma triste realidade que atesta que querer não é poder.

É necessário que tenhamos consciência do nosso potencial, fazendo por merecer. Querer apenas não basta! É preciso agir! Movimentar o corpo! Funcionar a mente! Quantos estão trancados em seus apartamentos, com a boca escancarada, “esperando a morte chegar”? Muitos! Centenas! Todos acomodados, porque entendem que basta “querer” para que os seus sonhos se concretizem. Utopia, caro leitor! Nada cai do céu (a não ser chuva, granizo, neve, fezes de pássaros etc.).

Quantas oportunidades nos são ofertadas no dia-a-dia e nós, não raras vezes, não as apanhamos, deixando muita coisa boa para trás. Muitas vezes são momentos ímpares e nós não damos conta disso, e quando “cai a ficha”, já é tarde demais para tomar uma atitude diferente.

É lógico que “oportunidade” não é sinônimo de “felicidade”, pois muitas vezes recebemos verdadeiros “presentes de grego” - seja de um amigo, de um chefe, de um familiar ou de um estranho qualquer. O fato é que devemos estar espertos, “antenados” com as situações com as quais nos deparamos.

Nem tudo são “flores” e nem tudo são “espinhos”. A percepção é tudo! Não podemos deixar que o medo finque suas raízes em nossa vida, a ponto de estagnarmos.

Um estudante de Direito, ao tornar-se um bacharel, perceberá que não lhe faltará opções para se tornar um legítimo operador do Direito. Serão ‘n’ oportunidades, porém poucos terão tato para perceber o momento certo de agarrá-las com unhas e dentes. Muitos permanecerão inertes por opção - mas pelo menos terão consciência de que tomaram uma escolha na vida (permanecerem omissos). Sorte a eles! Outros tomarão a escolha de prestar o temido exame da Ordem dos Advogados do Brasil; outros prestarão concursos para a magistratura, ministério público, defensoria pública e tantos outros certames - sempre visando à cobiçada ‘estabilidade’.

Enfim, serão diversas e claras as oportunidades de emprego, somente à espera do primeiro passo. Aqueles que se prepararam com seriedade durante os cinco anos de faculdade, certamente terão ciência da capacidade de transformação. Aqueles que pouco fizeram na “escola”, também terão capacidade para consumir felicidade, porém provavelmente postergarão a concretização de seus sonhos. E por que razão protelarão? Porque no passado adiaram suas obrigações enquanto ainda eram estudantes.

Quem adia seus deveres, ao mesmo tempo está adiando suas realizações, suas conquistas. Isso é incontestável!

Quem nunca adiou um dever doméstico? Quem nunca deixou para depois a realização de um trabalho? Quem nunca postergou o casamento por medo de se decepcionar com a vida a dois? Quem nunca postergou uma “entrega” à pessoa amada? Quem jamais adiou sua “entrega” a um momento de lazer ou prazer?

Todos nós adiamos nossos compromissos, e muitas vezes por motivos banais. Isso é fato! Infelizmente, na maioria das vezes, não nos damos conta que nossas atitudes protelatórias poderão ser prejudiciais a nós mesmos – uma hora ou outra.

Mas frise-se, isso não significa dizer que “tudo está perdido”. Não mesmo!

Tenho comigo um relato de um amigo que adiara suas obrigações em diversas situações. Iniciou uma faculdade, porém, por entender que seu curso não lhe daria retorno financeiro, abandonou o “navio” no segundo período curricular. Cinco anos após foi saber que alguns de seus antigos colegas de turmas estavam muito bem empregados, graças ao esforço pessoal de cada um. Disse a si mesmo: “não faço mais dessas”. Um ano depois passou a cursar outra faculdade – outro curso. Arrumou uma confusão com um dos professores e logo pediu trancamento de matrícula, pois cansara de competir com o mestre. De uma hora pra outra percebera que ambos estavam em estágios diferentes e que não havia mais motivo para competições. Novamente achou melhor abandonar o “navio” e tomar outro rumo. Meses depois seu pai faleceu e assim também morreu a sua sede de procurar algo que lhe agradasse. Chegou à conclusão que sua vida estava perdida. “Fim da linha...”, pensou. Sentiu-se um “navio sem direção”; “um barco sem leme”. Embora tivesse pulado duas vezes da embarcação, sentiu-se como se ainda estivesse preso a ela, mas agora sem direção – sem rumo, sem perspectiva. Isso o fez mergulhar num mar de desapontamentos. Decepcionou-se consigo mesmo. Não havia outra pessoa para culpar - a não ser a si próprio. Só lhe restaram as lembranças de um tempo remoto que lhe parecia bastante presente – o que lhe incomodava diuturnamente. A depressão dominou-lhe por um bom tempo, até que, com ajuda médica, passou a sentir uma forte necessidade de transformação. Percebeu que era hora de tomar uma nova escolha, mas agora com consciência – sem esperar algo em troca, caso contrário, continuaria eternamente em estado vegetativo. Aceitou trabalhar ganhando pouco - o necessário para comer e pagar os alugueres. O dinheiro deixou de ser seu objetivo e passou a ser um meio para obter aquilo que tanto desejava. Procurou adquirir experiência, aprimorando-se em tarefas preteridas por muitos. Aos poucos foi se destacando naquilo que poucos ambicionavam, e tornou-se um diferencial na empresa – o que motivou seu chefe a promovê-lo. Conseguintemente, passou a receber mais pelo seu trabalho, que já não era o mesmo, pois assim como ele, estava sujeito a mutações. Novas escolhas foram tomadas, e a cada empreitada, uma nova ascensão na carreira. Enfim, lograra a tão sonhada realização pessoal e profissional. “Última parada”, muitos poderiam pensar. Ledo engano! Ele não parou por aí. Afinal, aqueles que o ajudaram enquanto se rotulava um “navio sem direção” não podiam ficar desamparados - embora não estivessem numa situação desesperadora. Viu-se no momento de tomar outras escolhas conscientes, mas agora não apenas em seu benefício. Ao assumir uma chefia, seu primeiro passo foi em direção aos antigos colegas de departamento. Fez com que todos se juntassem a ele e, numa só corrente, ampliaram os negócios empresariais. Indubitavelmente, suas realizações tardaram a acontecer, mas antes “tarde do que nunca”.

O exemplo acima deixa claro que por mais que tardemos nossas obrigações e, por conseqüência, nossas realizações, jamais podemos perder a esperança de fazer parte de um mundo melhor. Afinal, temos o direito de ser feliz, por mais que a vida nos crie obstáculos diuturnamente.

Poucos têm consciência que os obstáculos são imprescindíveis no processo da vida. Se tudo fosse fácil não haveria razão para nos aperfeiçoar. A vida seria sem graça, pois nada nos motivaria a mudar, a competir por um lugar ao sol.

É preciso que tenhamos paciência diante dos obstáculos. Aceitá-los é um sinal de coragem.

Nesse ponto, é importante perceber que alguns obstáculos são criados por nós mesmos. Não raras vezes queremos aquilo que não podemos ter. Ao nos colocarmos rumo às metas inatingíveis, seguidamente nos frustraremos.

É um erro querer aquilo que não podemos obter!

Uma lagarta, por exemplo, por mais dedicada que seja, jamais se transformará numa serpente. Não há dúvida que alguns seres, como as lagartas, podem sofrer transformações incríveis ao longo da vida, mas para tanto deverão estar capacitados.
Uma lagarta não tem capacidade para se transformar num réptil rastejante. Tem ela capacidade para se transformar numa borboleta, não numa serpente. É a metamorfose no reino animal!

Muitas vezes nos comportamos como lagartas sonhadoras. Temos consciência de que não poderemos ter tudo que ambicionamos e mesmo assim insistimos na busca da concretização dos nossos projetos mirabolantes. A tendência, nesse caso, é que nos frustremos seguidamente no processo da vida.

Não vale a pena desperdiçar força em busca daquilo que não podemos ter (é desgastante).

É necessário que estabeleçamos uma linha divisória, pondo de um lado as metas alcançáveis e de outro as metas inatingíveis. Ao tomarmos consciência dos nossos próprios limites, a tendência é que nos frustremos menos ao longo do caminho – o que é bastante salutar.

Se você entende que o momento é de mudanças, separe as metas possíveis das impossíveis.

Mas como saber se algo é impossível de alcançar sem nem mesmo tentar?

Não raras vezes chutamos o “pau da barraca”. Investimos em algo ou em alguém sem mensurar as conseqüências. Agimos atropelando tudo que vem pela frente, sem qualquer preparo prévio.

Algumas vezes somos movidos pela paixão, e o resultado é desastroso.

Temos que ter consciência que uma mudança radical, na maioria das vezes, acarretará problemas. Mudanças radicais levam, muitas vezes, a procurarmos coisas e pessoas impossíveis.

O segredo é respirar fundo e enumerar os prós e contras. Aquele que preponderar, será o fator motivador para a sua escolha. Se futuramente perceber que errou na escolha, não se sinta um fracassado, pois pelo menos tentou. Fracassado é aquele que nem mesmo tenta!

Como sempre digo: tente ao menos. Pelo menos uma vez faça por merecer. Não espere que os tesouros da vida venham até você. Lute para conquistá-los. Caso sucumba, visualize sua imagem no espelho e diga para si mesmo: “Errar é humano, cara”. “Não fica triste, não”. “Não se culpe”.

O importante é não se desfazer dos seus planos. Aprenda com seus erros e recomece. Na canção “20 e poucos anos”, Fábio Jr. diz o seguinte: “Nem por você, nem por ninguém, eu me desfaço dos meus planos. Quero saber bem mais dos meus vinte e poucos anos”.

Não importa a idade que tenha: vinte, trinta, quarenta, cinqüenta ou cem anos. Não desista jamais das suas metas, dos seus objetivos.

“Tudo é possível ao que crê” (Marcos, 9:23). Portanto, acredite. Tome uma escolha e a ponha em prática. E se não for demais, qualquer hora me conte o resultado.

Fé, amigo! Sucesso!

Um abraço!

Autor: Nourmirio Bittencourt Tesseroli Filho


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