A Educação Moral com os Jovens



Tivemos oportunidade muito gratificante de trabalhar mais de uma vez com jovens adolescentes na faixa etária de 14 a 16 anos, participantes de trabalho profisionalizante realizado por organização não governamental que gentilmente nos convidou para realização de uma palestra e, posteriormente, uma oficina de vivências.

Na primeira oportunidade o tema foi "Educação da Sexualidade", e na segunda vez em que lá estivemos desenvolvemos uma oficina de vivências sobre "Técnicas de Sensibilização dos Sentimentos".

Ao realizar uma atividade bastante diferenciada do que convencionalmente se entende por uma palestra, de certa forma surpreendemos os jovens e os coordenadores do trabalho, pois sempre partimos do princípio que o jovem possui amplas potencialidades, e que eles mais necessitam de apoio, de estímulo, de reforço à auto-estima, do que sermões e disciplinas rígidas. Assim, convidamos a uma atividade de integração para estimular a afetividade.

Surpresos, no início demostraram um pouco de má vontade, deixando que estereótipos e preconceitos aflorassem, mas, estimulados, incentivados, levaram a bom termo a proposta da atividade, o que facilitou a sequência da palestra, ou seja, fazê-los pensar, chegar a uma tomada de consciência, individual e social, sobre o assunto, por si mesmos. Foi gratificante. E assim também aconteceu com a oficina de vivências.

O educador deve ser, sempre, um facilitador do processo educacional, e deve acreditar nas finalidades e resultados da educação, assim como acreditar nas potencialidades do educando. E não temer fazer abordagens que levem à reflexão moral do assunto, ou seja, sobrepor-se a preconceitos de ordem pessoal, religiosa, etc., e fazer com que todos pensem e atuem no campo da ética e dos valores.

Contudo, não basta fazer pensar e atuar dentro de uma sala de aula. É necessário também fazer com que se coloquem no lugar do outro, invertendo papéis sociais, e, igualmente, fazer com que transportem o pensar e atuar para o coletivo social ao qual pertencem, desde o núcleo familiar ao contexto maior da nacionalidade e da humanidade.

E o jovem adora fazer isso. Pensar, questionar, dialogar, interpretar, encontrar soluções, mostrar o que pensa e o que pode fazer. E está à procura de bons exemplos, de parâmetros seguros para construção de sua vida com objetivos superiores à mediocridade reinante.

Esse é o papel da educação moral. Mas isso depende da ação do educador. E nada melhor do que colocar-se no lugar dos jovens que estão à sua frente, compreendê-los e, então, mostrar-lhes um novo caminho, possível de ser construído e trilhado.

Mas, e a disciplina? Como eles vão aprender a respeitar limites? Como vão saber respeitar o educador? Tudo isso acontece de forma sólida se deixarmos que eles discutam as regras, as compreendam e acatem. Se fizermos com que se sensibilizem para o outro e para a vida, deixando que despertem para objetivos e ideais maiores, e fiquem conscientes de si mesmos, da vida e de Deus.

Porque moralizar não é um processo de fora para dentro, e sim de dentro para fora. Exatamente como o é o processo da educação.

Pensemos nisso.
Autor: Marcus De Mario


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