Tudo Passa



(by Lucia Czer)

Um belo dia, repentinamente, percebemos que perdemos. Pode ser um ente querido, o amor da nossa vida, a carreira, um bem material. Seja o que for, mais dia ou menos dia, sejamos nós quem formos, perdemos algo. E haja espaço para tanta dor! Aí nos fechamos em nós mesmas porque queremos sofrer tudo o que pudermos de um só golpe.

Umas reagem deixando a dor para ser vivida mais tarde, outras entregam-se imediatamente a ela. Contudo, esse sofrimento só a nós pertence e tomamos posse dele por inteiro, egoisticamente. Queremos que a dor chegue a tal clímax, que se imploda parecendo, assim, diluir-se nos ares.

Diziam nossas avós: Nada como um dia após o outro, e, acredite: Isso acontece mesmo. Porque na vida, tudo passa (hum, parece clichê), e é verdade. Tudo tem seu tempo certo, a infância, a juventude, o amor, a tristeza, a saudade, a dor da perda. O que precisamos saber é que essa dor vai se dar na medida exata do quanto podemos suportar.

Para evitar as decorrências de tanto sofrimento, temos que alimentar a crença de que nada é eterno e que somos passageiros do tempo, sem sermos nem termos donos.

Somos livres até para sentirmos quanta dor quisermos, e vai chegar a hora em que as lágrimas secarão por si próprias. Entretanto, é preciso não nos deixar secar por inteiro, guardar lá dentro de nós a nossa capacidade de nos emocionarmos.

Como os cactos nos desertos, não podemos secar para podermos sobreviver e novo dia virá, o sol vai nascer, e estaremos de volta à vida. Com certeza a ferida estará guardada no íntimo porque somos assim, registramos todas as passagens pelas nossas existências e é isso que nos traz força, sabedoria, esperança, capacidade de amar e amar infinitamente.

Somo fênix, renascemos diariamente para a vida, afinal, somos mulheres.

"...Enfim...

Um dia descobrimos que apesar de vivermos quase um século, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer o que tem que ser dito...

O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida, ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras. Quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação..."

(Mario Quintana)


Autor: lucia czer


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