Gestão Escolar: Uma Questão De Inclusão Social.



Gestão Escolar: Uma Questão de Inclusão Social.

O Brasil é um país de contrastes. Desde o seu descobrimento ou porque não dizer sua invasão, já que por aqui existiam indígenas que já eram os verdadeiros donos da terra. Somos um povo de diferenças sociais e estratos sociais também diferentes. Com o advento do descobrimento (invasão), começou no país que estava se formando, o processo de separação social que iria mais tarde alcançar seu ápice com o processo desumano e cruel da escravatura imposta por nossos patrícios.
Nossos direitos como cidadãos já desde este momento começaram a ser tolhidos em nome de um aparente progresso que se passava no momento. Com a instalação do colonialismo e com o comercio dos negros, nossos irmãos, podemos ver nitidamente como o homem pode ser cruel e insensível as causas humanas.
Em nome das classes mais abastadas, das elites fomos escravizados todos nós como povo nos direitos que são inerentes a todo ser humano que é sua liberdade. E liberdade só pode ser entendida quando podemos fazer as nossas escolhas e ser respeitados por elas. A própria escola sofreu os efeitos deste sistema quando diante deste quadro sempre trataram os diferentes os menos favorecidos com preconceito e desdém. A própria educação já nos seus primórdios não foi capaz de discernir que é preciso respeitar todos os povos, suas culturas, e aceitar que todos os indivíduos agem e reagem de forma diferente.
A escola, portanto pecou durante muito tempo quando foi incapaz de dizer um basta a esta situação caótica que se instalou no sistema educacional brasileiro. No entanto houve muitos movimentos que buscaram erradicar do sistema estas discrepâncias. Podemos citar o movimento contra o analfabetismo, as escolas técnicas e por ai vai. Mas não basta apenas algumas ações esparsas é preciso ações profundas que visem acabar com toda a intolerância que ainda existe em nosso país.
Muito já caminhamos na direção de resolver estas mazelas tão profundas do país. Muitos programas voltados para o corpo docente têm sido intensificados com o intuito de conscientizar que é possível mudar, basta apenas nos dispor a querer cada um de nós profissionais da educação colocar a mão no arado e fazer nossa parte.
Com a abertura da economia e com a necessidade de modernização o Brasil acordou para a sua realidade. A globalização mostrou que para ser competitivo o país precisa ter uma base educacional, para formar profissionais com visão de mundo, afim de que possam se inserir na sociedade de forma transformadora e mudar a realidade dos indivíduos.
Todos os paises que foram destruídos pela segunda guerra mundial tiveram êxito na sua reestruturação pela educação. Coréia, Japão, Alemanha conseguiram se reerguer, devido a investimentos maciços na educação e hoje podemos ver paises com sociedades fortes, pessoas fortes, economia forte e prosperidade para todos.
No Brasil ainda muito pouco tem se feito com relação a esta questão. Para nos educadores é preciso entender que na verdade tudo passa pelo pressuposto básico que é na mais tenra idade que vamos incutir em nossas crianças estes valores, como cidadania, ética, honestidade, moral, que são os temas transversais embutidos nos parâmetros curriculares nacionais.
Quando analisamos esta problemática observamos estas verdades. Pois um país só se faz grande se educarmos nossos Alunos de maneira crítica. Ao gestor escolar compete a grande tarefa de contextualizar todas estas verdades e buscar no seu cotidiano acadêmico formaliza projetos que visem acabar com este estado de coisas.
Mudar o presente de nossos educandos não significa mudar o passado mas transformar o futuro dos docentes e consequentemente da nação. Ao Pedagogo, este incansável profissional do saber, cabe sair do papel que tanto se padronizou nas escolas o de chefe, dono da verdade, eu falo vocês fazem. Como Freire teorizou como educação bancaria, onde saber é depositado sem um aprofundamento critico de suas verdades. Apartir do momento que isto acontece a mente dos alunos se abre como uma flor e a realidade a nossa volta começa a mudar.
O gestor escolar deve então capitanear este grande projeto que deve ser nacional para iniciar o processo de inclusão de todos na sociedade, deve participar das discussões, deve estar no corpo a corpo com os alunos para sentir e refletir a realidade de cada indivíduo.
O gestor deve então ser o agente catalisador de todos os envolvidos na questão escolar, seja do mais humilde ao mais “importante”. O gestor é aquela mente privilegiada que olha em todas direções em busca de soluções que visem o bem estar social de todos. Muito se espera desse profissional que deve procurar se capacitar com todas as ferramentas necessárias para realizar seu sacerdócio. Sua missão é levar todos a fazer a escola dos sonhos em a escola das realizações.
Muito se pode fazer para alcançar estas metas. Envolvimento com a comunidade. Projetos Sociais, Esportivos, Processos de inclusão digital. Mais acima de tudo é preciso se importar com as pessoas. O que chama a atenção hoje é a dicotomia entre o tratar com respeito aceitando as deficiência no momento existentes e num outro extremo dar as condições para que través da educação seja possível uma transformação radical da realidade em que vivemos.
Considerações finais
Como vimos anteriormente o Brasil desde os seus primórdios tem sido um país que pratica a exclusão dos diferentes na sociedade. A educação nos mostra justamente o contrario, que se formos profissionais voltados para a construção de mentes estaremos dando um golpe fatal nos que pensam que por terem mais oportunidades na vida são melhores que os outros.
O dever de acabar com este estado de coisas é de todos. Todos somos responsáveis por isso, principalmente os educadores que tem em suas mãos as ferramentas de transformação social. Ainda que não valorizados, com baixos salários, sem condições materiais, temos a nosso favor a força de vontade, nossa inteligência, criatividade, patriotismo, e acima de tudo o amor por nossos alunos.
Alunos que aprendemos a amar e a nos preocupar, pois e com interesse genuíno que vamos a cada passo mudando a realidade das comunidades, da sociedade e dos indivíduos.

Referências

Cunha, Aldeneia S. da; Oliveira; Ana Cecília de; Araújo, Leina A. (Org). A Supervisão no contexto escolar: Reflexões Pedagógicas. Manaus. UNINORTE; 2006.
FELTRIN, Antonio Efro. Inclusão Social na Escola: quando a pedagogia se encontra com a diferença. São Paulo: Paulinas, 2004.
GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. 14ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.
Hunter, C. James. O Monge e o Executivo. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
VASCONCELOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político pedagógico ao cotidiano da sala de aula.São Paulo: Libertad. 2002.
SARAIVA, Emerson; SOUZA, Kelly Christiane de. Eu, Tu, nós: Olhares sobre a educação. Manaus: Editora Valer / Foppi, 2006.

Autor: Regis Machado


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