Educação - De quem é a culpa?



Brasil, 24 anos de democracia e o que se vê? Um futuro inexistentes, visto o descaso com a educação do nosso país. Nossos índices são comparados com países como Congo e Burundi , países destruídos política e socialmente por causa de conflitos internos. O Prof° Célio da Cunha da uma explicação pelo fracasso com a educação no país dizendo o seguinte: “O alto índice de fracasso é a falta de condições para o professor. Eles não estão preparados para ensinar alunos com dificuldades socioeconômicas.” Sua opinião vem para complementar a de Aldous Huxley que em sua obra Bravo ele acreditava que tudo no mundo iria mudar, mas acreditava que a escola permaneceria imutável; um professor, alunos e um quadro negro. Infelizmente o único quadro negro que temos hoje é o quadro da educação como um todo.

A constituição de 1988 estabeleceu o direito à educação, como um preceito legal, tendo o Estado brasileiro o dever de garantir o acesso a todos indistintamente. O acesso de todos ao ensino fundamental, somente hoje, após 18 anos de promulgada a carta magna, está tornando-se realidade, mas a educação de nível médio e superior está longe de estar acessível à maioria da população brasileira. Isso ocorre pela falta de seriedade e organização dos nossos representantes, vale ressaltar que infelizmente no Brasil a palavra organizado só é usada para o crime: crime organizado. É muita bala perdida! Há brasileiros perdidos também! Brasileiros perdidos sem futuro, indo na contra-mão do aprendizado.

Esse descaso com a educação no Brasil está à mostra para todo o mundo através do Banco de Dados da UNESCO. Um dos dados mais vergonhosos ao país é o qual a UNESCO considera 45 países, cujos índices de repetência são superiores a 10%, o Brasil, com taxa de 21% está entre 15 países, a maioria da África e do Caribe. Alem da UNESCO o MEC , órgão nacional, diga-se de passagem, já faz às contas dos prejuízos financeiros que essa “educação” está trazendo, com a atual taxa de repetência, 24% no ensino fundamental, a nação brasileira tem que desembolsar R$ 7 bilhões por ano para cobrir o descaso com o futuro da nação.

No ano de 2000 sobre pressão de parte da população, foi criado o Plano Nacional de Educação – PNE, que tinha como o objetivo, obrigar que o Brasil disponibiliza-se 10% do seu PIB anualmente até 2010 para melhorias na educação. Mas quando todos pensavam que a educação iria para frente, veio FHC e seu o velho ‘jeitinho brasileiro’ e simplesmente vetou os 10% do PIB, e mais uma vez viu se o futuro do país ser engavetado. Com o decorrer dos anos a situação está piorando, um exemplo disso é que segundo o MEC em 2005 o valor para garantir a educação universal pública e de qualidade equivaleria, no ano de 2005, a R$ 180 bilhões, mas cálculos do MEC afirmam que foram destinados à Educação, em 2005, aproximadamente R$ 79,92 bilhões.

Com tanto descaso com a educação, os alunos não se veem motivados a ir às escolas, prova disso é a taxa que evasão escolar que a cada ano vem aumentando, em 1997 ela estava em 5,2, aumentou para 8,3% em 2001. Nos cursos noturnos, essa proporção chega a 35%.

Essa foi a ‘gota d’agua para os trabalhadores em educação, apesar de não ser muito divulgado, eles fizeram um movimento audaz onde eles defendem a “conversão do pagamento da dívida externa em investimentos para educação”, por entender que se trata de uma dívida, em grande parte, imoral, ilegítima e impagável, visto que o povo brasileiro não teve qualquer direito de opinar sobre a necessidade de se contrair esses empréstimos, nem sobre o destino que esse dinheiro deveria ter e teve. É mais uma alternativa inovadora de aumentar os recursos para a educação. Há países que deixaram de pagar a divida, com a concordância dos credores, e nem por isso foram prejudicados, como dizem os que são contra a essa ação, isso só vem a mostrar a crescente consciência da comunidade internacional para a educação.

Esse descaso com a educação não é por acaso, pelo contrario os políticos sabem muito bem que uma população “ignorante” é mais fácil de ser manipulada, com isso eles insistem em subestimar a inteligência das grandes massas e também porque, mantendo grande parte das pessoas ignorantes, mais abusos poderão cometer nas esferas de poder e manter seus índices de popularidade elevados, em que pesem o tempo de duração de seus poderes.

CONCLUSÃO

Não precisa ser pedagogo ou mesmo um profissional da educação para saber o quanto grande parte das ações no Brasil, voltadas à educação, está na contramão da história. As economias de primeiro mundo ao contrario do Brasil, coloca como seu principal produto a educação, sabendo ela que estão a formar cidadãos mais críticos e exigentes perante ao governo de sua pátria. Os políticos e governantes brasileiros deveriam ter a consciência de que a educação é o melhor investimento para tirar o país do atraso em que se encontra, rumo ao progresso cultural, social e econômico desejado.

REFERÊNCIAS

•Site da UNESCO: www.brasilia.unesco.org
•Site do MEC: www.mec.gov.br
•Site do O Globo on-line: WWW.oglobo.globo.com
•Site Diário da manhã: www.dm.com.br
•Site Pagina 20: www.pagina20.com.br
Autor: Lucas Queiroz


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