A SOJA PREJUDICIAL



A soja prejudicial

 

 

A produção brasileira de soja tem crescido nos últimos anos, tanto em produtividade como em área plantada e esses aumentos passaram a exigir maior qualidade e rapidez na colheita. A colheita mecanizada é ferramenta fundamental no processo produtivo das grandes culturas, mas quando realizada incorretamente, acarreta perdas consideráveis, diminuindo a produtividade e o lucro dos produtores.

As plantas voluntárias e/ou plantas daninhas que germinam por si só  na lavoura, a partir de grãos perdidos na colheita e assim tornam-se grandes hospedeiras de doenças, são denominadas por “soja tiguera” ou “soja guaxa”

Medidas de controle como a eliminação dessas plantas aliadas a outros cuidados como a aplicação de fungicidas recomendados e o monitoramento de plantas que atuam como hospedeiros, faz com que diminua significativamente a incidência de pragas e doenças.

“No Brasil, os primeiros estudos sobre perdas na colheita de soja foram realizados por Dall’Agnol et al. (1973) em oito localidades no Rio Grande do Sul, estimando a perda média em 11,85%.”

A maioria dos patógenos é transmitida através das sementes e, portanto, o uso de sementes sadias ou o tratamento das sementes é essencial para a prevenção ou a redução das perdas. Os exemplos mais evidentes de doenças que são disseminadas através das sementes são a antracnose (Colletotrichum dematium var. truncata), a seca da haste e vagem (Phomopsis spp.), a mancha púrpura da semente e o crestamento foliar de Cercospora (Cercospora kikuchii), a mancha "olho-de-rã" (Cercospora sojina), a mancha parda (Septoria glycines) e o cancro da haste (Diaporthe phaseolorum f.sp. meridionalis), entre eles tambem os mais temidos, o mofo branco e a ferrugem asiatica.

A ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd, foi constatada pela primeira vez no Continente Americano, em março de 2001, no Paraguai e em maio de 2001, no Oeste do Paraná (Yorinori et al., 2002). As perdas em lavouras onde não é realizado o controle têm sido bastante severas, sendo observadas nas situações mais críticas reduções acima de 70% na produtividade. Apesar de ter sido descrita pela primeira vez no Japão em 1903 (Henning, 1903), a agressividade da doença no Brasil mostrou níveis nunca antes relatados e isso se deve ao fato do fungo ter encontrado neste País uma condição climática muito favorável ao seu desenvolvimento, principalmente no Cerrado, a presença de hospedeiro durante todo o ano e uma grande extensão de área cultivada com soja.

O fungo causador da ferrugem é considerado um patógeno biotrófico, ou seja, só sobrevive e se multiplica em hospedeiro vivo. A entressafra deveria servir para diminuir a quantidade de uredosporos presente no ambiente e desta forma os primeiros plantios estariam sujeitos a uma menor quantidade de inóculo inicial. Pela mesma razão, os plantios realizados mais cedo deveriam estar sujeitos a uma menor pressão do patógeno, servindo, porém para multiplicar o fungo para os plantios tardios.

Essa situação de redução de inóculo ocorre nas condições dos Estados Unidos, onde o fungo foi relatado em 2004. Nos EUA, o inverno rigoroso não permite a sobrevivência de P. pachyrhizi na principal região produtora (meio oeste), mas o fungo tem sobrevivido na região sul, onde o inverno é menos rigoroso. Com os primeiros plantios, o inóculo começa a aumentar no Sul atingindo a principal região produtora no final da safra. Nas duas safras com a presença dessa doença nos EUA os danos foram insignificantes.

O vazio sanitário não tem como objetivo resolver o problema da ferrugem. Essa medida é uma estratégia a mais de manejo que visa reduzir o inoculo nos primeiros plantios, diminuindo assim a possibilidade de incidência da doença no período vegetativo e conseqüentemente reduzindo o número de aplicações de fungicida para controle e o custo de produção. Atualmente a única forma de evitar reduções de produtividade na presença da ferrugem é  por meio da realização do controle químico.

Entre os principais fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos em soja estão as doenças. Aproximadamente 40 doenças causadas por fungos, bactérias, nematóides e vírus já foram identificadas no Brasil. Esse número continua aumentando com a expansão da soja para novas áreas e como conseqüência da monocultura. A importância econômica de cada doença varia de ano para ano e de região para região, dependendo das condições climáticas de cada safra. Portanto, a convivência econômica com as doenças depende da ação de vários fatores de um sistema integrado de manejo da cultura.

“A produção brasileira tem crescido nos últimos anos, tanto em produtividade como em área semeada, e estes aumentos passaram a exigir maior qualidade e rapidez na colheita que, quando realizada indevidamente, no estágio de maturação inadequado, sem o devido preparo dos proprietários e operadores, com indevida manutenção e regulagem das colhedoras, dentre outros fatores, acarreta perdas consideráveis, diminuindo a produtividade e o lucro dos produtores. Estudos da Embrapa Soja indicam que, durante a colheita mecânica, as perdas chegam a ultrapassar dois sacos por hectare, enquanto o referencial de tolerância é de apenas um saco por hectare.” (COSTA e TAVARES, 1995).

As perdas podem ser parcialmente evitadas, tomando-se alguns cuidados, tais como: monitoramento rigoroso das velocidades de trabalho da colhedora e aferição regular dos mecanismos de trilha, limpeza e separação. As evidências têm mostrado que na colheita mecanizada, os lucros têm sido influenciados adversamente pela perda de grãos. Uma perda de 10% do total produzido pode representar redução de 40% a 50% no lucro total do produtor.

Para obtermos um bom resultado na colheita, a colheitadeira deverá estar em boas condições de manutenção, revisá-las periodicamente nas oficinas/concessionárias autorizados, antes do inicio da safra.

Ao iniciar a colheita deve-se operar com uma velocidade baixa para sentir e dominar melhor a colheitadeira. Gradualmente, aumenta-se a velocidade de deslocamento, porém, sempre verificando os resultados até encontrar a velocidade ideal.

Existem vários métodos para se calcular perdas na lavoura, um deles pode se fazer manualmente com o auxilio de um quadro de madeira sem fundo com 1,00 m²  de área, para obter os resultados se escolhe aleatoriamente pontos da lavoura, o quadro deve ser posto em qualquer ponto onde há  colheita foi realizada, então conta-se o numero de grãos no solo. Este processo é repetido em vários pontos, então se tira a media de perdas, desta forma encontraremos a perda total, incluindo perdas espontâneas e perdas oriundas do sistema de corte e trilha da máquina.

 

 

 

Os dados abaixo foram retirados de pesquisas realizadas no campo, na região oeste da Bahia.

 

Explicando em números podemos dizer que, é considerável a perda de 20kg/ha.

 

Sabemos que:

 

20kg =   20.000 gramas,

1ha = 10.000m²,

Logo podemos entender que 20.000g/10.000m² = 2 g/m², então o peso médio de 1000 sementes é 140g. Se em 140g temos 1000 plantas, em 2 gramas teremos 14,28 sementes/m².

 

Sendo assim, teremos uma perda média de 14,28 sementes/m², considerando que teremos 90% de germinação, teremos cerca de 128.520 plantas “tigüera” por hectare.


A EMBRAPA Soja, admite uma perca média de 48kg/ha, a perca média atual Brasil é de aproximadamente 132kg/ha, sendo que os estados produtores que mais perdem são: Maranhão 210kg/ha; Mato Grosso 163kg/ha; Bahia 158kg/ha e Goiás 149kg/ha. O que nos leva a crer que serão áreas com maior incidência de soja “Tigüera” e conseqüentemente maiores índices de pragas e doenças, dentre as doenças as mais temidas como é o caso do mofo branco e ferrugem asiática.

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Acredita-se que uma das pratica mais viáveis para o produtor, é manter uma perda baixa na colheita, colhendo no ponto certo e com uma máquina bem regulada com boa manutenção, porém apenas isso não resolve, as plantas que por ventura vierem a nascer devem ser eliminadas para diminuir a pressão de pragas e de doenças, a aplicação de multa no período do vazio sanitário é um dos fatores que incentivam o controle, e este problema não vem a afetar somente a lavoura que tenha tigüera, e sim as lavouras vizinhas também, a consciência é chave deste problema, e este é um dever de todos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referencias:

OCEPAR, 1985.

EMBRAPA SOJA

(COSTA e TAVARES, 1995).

WWW.AGRONEGOCIO.GOIAS.GOV.BR


Autor: monique pizatto


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