O Professor E A Internet



Cibercultura, ambiente comunicacional-cultural, iniciado pelo exército americano, passa por espaços profissionais, avança agora para as escolas e, em pouco tempo, estará em todo lugar. O mundo inteiro conectado em um mesmo ambiente que ganha dimensão imensurável. A educação, antes dentro de quatro paredes, agora se flexibiliza e interage através da Internet, promovendo ou provocando a inclusão dos alunos na cibercultura. A lógica da comunicação “supõe rede hipertextual, multiplicidade, interatividade, imaterialidade, virtualidade, tempo real, multissensorialidade e multidirecionalidade” (Lemos, 2002; Levi, 1999).

E nesse contexto, o professor deverá perceber a transição da mídia clássica, onde o indivíduo é apenas leitor-receptor-espectador, para a on-line, e passa a interagir-operar-participar na elaboração do conteúdo da comunicação e na criação do conhecimento. Deverá notar também que o texto agora se potencializa muitas vezes, tornando-se um hipertexto, em que existe a escritura não seqüencial, montagem de conexões em rede, gerando uma multiplicidade de recorrências, transformando continuadamente a leitura em escritura e vice-versa. O aluno deixa de ser o receptor de conhecimento apenas para ser também e, principalmente, o co-autor, o criador do próprio processo de comunicação e aprendizagem. E ainda: poderá potencializar conteúdos através das interfaces, como o Chat, o fórum, o blog, entre outras, dinamizando, ampliando e absorvendo mais rapidamente o que lhe foi ensinado.

Computadores e Internet na escola, por si sós, não garantem a inclusão dos alunos e professores à cibercultura e a tudo o que ela significa. Para que a interação aconteça, deve haver uma mudança de posicionamento do professor, que passará de transmissor para co-produtor das atividades que induzam ao conhecimento, pois nesse novo ambiente todos podem participar, organizar e modificar a estrutura da mensagem, transformando uma simples informação num hipertexto, que “supõe intertextualidade, intratextualidade, multivocalidade, navegabilidade, mixagem e multimídia”. (Santos,2003,p.225).

Sem duvida, este caminho não tem volta. Alguns professores podem protelar por mais tempo, mas, fatalmente, este novo espaço virtual entrará em nossas vidas, socializando, informando. Para isso, temos que adquirir e nos apropriarmos desse conhecimento com antecedência, pois neste novo contexto, deveremos modificar a nossa visão, nossa perspectiva e nossa conduta ao expressar o conhecimento. Segundo Marcos Silva, agora o professor passará a ser “um formulador de problemas, provocador de interrogações, coordenador de equipes de trabalho, sistematizador de experiências e memória viva de uma educação que, em lugar de prender-se à transmissão, valoriza e possibilita o diálogo e a colaboração”.
Autor: Alaides Joana Moisyn Segala


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