TRAGÉDIA.(16/05/1985)



Maria não queria aquele filho,então resolveu abortar.
Comprou uma erva venenosa,fez um chá e bebeu,querendo somente matar o filho,mas o inesperado aconteceu, e ela também morreu.
Logo que tomou a beberagem,sentiu umas dores estranhas,era seu filho que se contorcia em suas entranhas.
Maria estava pálida, tudo girava em sua volta,andando com
esforço chegou até a porta,porém, mal conseguiu abri-la, pôs a mão no coração e caiu dura no chão.
-Isso não pode ter acontecido!
-Maria não pode ter morrido!
Gritava desesperado o marido, quando lhe contaram o ocorrido.
Voltou correndo para casa,e ao chegar junto do corpo estirado,caiu ajoelhado.Completamente fora de si balbuciou no seu ouvido, coisas sem sentidos.
Dizia João desnorteado:
-você está viva!
-Você ainda não morreu!
-Eu vou chamar o doutor pra salvar você amor!
Ficou abraçado ao corpo inerte,durante quase uma hora,implorando ao seu amor que não fosse embora.Como se um milagre pudesse acontecer e ela voltasse a viver.
Mas ela continuava ali pálida e fria.Então, João compreendeu que tinha perdido para sempre a sua Maria.
Levantou cambaleante,e no auge do desespero, pegou seu revolver atrás dos livros da estante e trancou-se no banheiro.
As pessoas que estavam na casa ouviram um estampido,era João que tinha se suicidado com um tiro no ouvido.
Autor: Marlene Santos


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