PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO EM MULHERES ASSISTIDAS EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE SÃO LUÍS-MA



1 INTRODUÇÃO

O câncer de colo uterino tem sido considerado um sério problema de saúde pública, decorrente da sua alta incidência, do seu progresso na taxa de morbidade e mortalidade. Com uma incidência em todo o mundo de aproximadamente meio milhão de casos por ano, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, que este câncer permanece como um dos mais temíveis e danosos cânceres da mulher (FREITAS, et al., 2006).

As estatísticas mostram que o câncer de colo uterino, é o sétimo câncer mais comum no mundo. Entre as mulheres, este câncer ocupa a segunda posição sendo superado pelos cânceres de pele e de mama, tornando-se responsável por 12% de todas as causa de morte no mundo, são seis milhões de óbitos/ano (PACHECO, et al, 2008).

No Brasil, as estimativas para o ano de 2009, apontam que ocorrerão 466.730 novos casos de câncer, sendo 234.870 somente para o sexo feminino, com um risco estimado de 19 casos de câncer do colo do útero a cada 100 mil mulheres, perfazendo um total de 18.680 novos casos esperados. A alta incidência de câncer de colo uterino sofre variações de acordo com a região e o estado, como por exemplo, em São Paulo 35/100.000, Recife 83/100.000 e Fortaleza 47/100.000, sendo atribuídas ao estilo de vida, ao comportamento sexual, e as medidas de saúde pública adotadas. No Nordeste, essa patologia é a segunda mais incidente, com aproximadamente 18 casos a cada 100 mil mulheres. O Maranhão possui uma taxa estimada de 19,67 casos para cada 100 mil mulheres (INCA, 2008; DIÓGENES, REZENDE & PASSOS, 2001).

De acordo com Otto (2002), o câncer não é um crescimento desordenado de células imaturas, mas um processo lógico coordenado, no qual uma célula normal sofre modificações e adquire capacidades especiais invadindo órgãos e tecidos.

O câncer de colo do útero desenvolve-se a partir de lesões potencialmente precursoras da doença conhecida como Neoplasias Intraepitelias Cervicais (NIC). São classificadas operacionalmente como NIC I (Displasia leve), NIC II (Displasia Moderada) e NIC III (Displasia grave e carcinoma in situ). Pesquisas indicam que quase todo câncer invasor progride de uma neoplasia intraepitelial cervical. Em média, um terço delas regridem, um terço permanecem estacionário e apenas um terço evoluem para câncer in situ, ou seja, invasor do colo uterino (KURMAN, 1997; BRASIL, 2002).

Sabe-se que o surgimento do câncer do colo do útero está relacionado ao comportamento sexual das mulheres e a transmissão de agentes infecciosos. Na maioria dos casos, a presença da infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV) é apontada como fator de risco desencadeante do câncer do colo do útero. Além disso, podem-se citar outros fatores como: o tabagismo, baixa ingestão de vitaminas, multiplicidade de parceiros sexuais, iniciação sexual precoce e uso de contraceptivos orais, predisposição genética, além do baixo nível socioeconômico (MURTA et al, 2008).

Segundo Lopes et al. (2002) a condição social está representada pelo baixo nível sócio-econômico, que conduz à baixa condição de higiene corporal e à higiene genital inadequada da mulher e dos parceiros, sendo esta a principal responsável pelo aumento do número de processos inflamatórios, especialmente por vírus e bactérias.

Vale ressaltar que os aspectos sócio-econômicos e a baixa escolaridade podem gerar barreiras de acesso à rede de serviços para detecção e tratamento precoce do câncer de colo uterino (BRASIL, 2008; JANUZZI, 2001).

O câncer de colo uterino pode ser evitado, através do exame de citologia oncótica, proposto por Dr.George Papanicolaou. Esse exame consiste em analisar as alterações celulares das regiões da cérvice e vagina, através da coleta de material celular, em busca da presença de qualquer doença que afete a região, como as DST's, papilomatose e o HPV, além das alterações apresentadas nas diferentes fases do ciclo menstrual (BRASIL, 2001; ZEFERINO e CATHARINO, 2000).

Por apresentar um dos mais altos potencias de prevenção e cura, chegando perto de 100%, quando diagnosticado precocemente,o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde têm implementado programas no combate ao câncer, destacando ações para os tumores de mama e de colo do útero nos agravos à saúde da mulher. Tais programas desenvolvem ações preventivas, de promoção e proteção à saúde, com medidas diagnósticas e terapêuticas, especialmente as de diagnóstico precoce de lesões precursoras do câncer cervical, através do exame citopatológico, chamado Papanicolau ou Prevenção do Cancer de Colo Uterino (PCCU) tornando-se este, a principal estratégia de rastreamento, visando reduzir cerca de 80% da mortalidade pelo câncer de colo do útero (BRASIL, 2001; NORONHA, et al, 2005) .

Considerando a elevada taxa de incidência e mortalidade de mulheres com câncer de colo do útero e difícil cura da doença quando diagnosticada tardiamente, este estudo teve como objetivo investigar o perfil de mulheres submetidas ao exame de colpocitologia oncótica e conhecimento da forma de prevenção do câncer de colo do útero em um hospital público em São Luis – MA.

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Autor: Hermaiza Angélica do Bonfim Loiola


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