A Viagem do Pensar



A Viagem do Pensar

 

   O Ser, tomado por fúria incontrolável, não podendo conter a necessidade de expor os pensamentos, o intelecto não cansa, mas por necessidade de conhecimento, se afasta do melhor da inteligência – a escrita dos sentimentos, das vontades, das razões, do desequilíbrio, da emoção, do ilusório, do conforto, da esperança, do imaginário. Agora afobada em novas sensações, explodam todos! O universo é do Ser!

   Dona novamente do destino, desintoxicada dos apegos passados, o Ser transpira aliviada, os pensamentos fluem como correnteza, não a calmaria, nunca senti e nem deseja sentir. Preferi o constante movimento, as tormentas e os furacões. – Dessa forma, ver o quanto estar viva, o quanto respira, o quanto deseja e pode voar.

   O Ser montará no Pégaso e voará ao Egito, em busca do conforto da musa inspiradora – a sedutora Cleópatra. Que nos sonhos imortais exala a pura sensualidade da beleza e onipotência, a procura de sondar com lamentações e através dos conselhos ressurgirá como uma Fênix. Passara pela Grécia a fortalecer o intelecto com os mestres ‘Amigos da sabedoria’ – que em juventude fez aprender ‘Só sei que nada sei’ e ‘Conheci a ti mesmo’ ou nos ‘Diálogos’, em que desenvolve a ‘Teoria das idéias’, assim mostram o interesse pela forma ideal de ‘Política’. – Os queridos Mestres que ensinaram que ‘Os poderosos tem medo do pensamento, pois o poder é mais forte se ninguém pensar, se todo mundo aceitar as coisas como elas são, ou melhor, como dizem e fazem acreditar que são’. Mestres queridos, imortalizados em sabedoria e verdade: Sócrates, Platão e Aristóteles reafirmam a vontade de querer cada vez mais, sem menosprezar os demais filósofos da história, a eles se deve o respeito e o retorno à Grécia.

   Transbordante em conhecimento renovado e reafirmado voará novamente ao Egito, ao Cairo em especial, onde passará a noite – a ouvir o som do sol ao deitar sobre as águas do Nilo, visão esplendorosa. – A única infelicidade do agora é a falta de sentir ao lado, na entrega do corpo a se embriagar em prazeres no gozo e aos toques dos lábios, sendo assim, seria perfeito! Tudo bem! Ficará para a próxima viagem. Antes do amanhecer seguirá viagem em direção a Europa – que infortúnio na chegada o desprazer de presenciar tantos cadáveres expostos, empilhados a decomposição. Momento impróprio a uma visita as memórias de Filipe – o Belo. – Sabemos aonde essa epidemia levará – a fome.

   Não desmerecendo as desgraças alheias, deve continuar viagem. Ser livre a voar, sentir o vento no rosto, a brisa das águas, à noite, o dia se confunde em liberdade. – Será que chegara a tempo a apagar a fogueira da Inquisição e trocar algumas idéias com Joana, segue Pégaso, contorna o vento!


Autor: Eliane Maria da Silva Souza


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