Nebuloso



Nebuloso

 

Há três dias e três noites que o céu ilustra a face da alma; o semblante cansado, triste e decepcionado do rosto de traços belos, gentil e inteligente. – A tormenta que surge não passa; não desfigura no controle da aflição. A incerteza dos próximos acontecimentos; do surgir do maldito sol que queima os olhos; ou o luar de brilho intenso da noite e das estrelas. – Tudo escondido por trás das pesadas nuvens; que encobrem as dores da alma. Tantas dores no peito; num único peito de coração cansado e forte; sendo forte a manter o Ser vivo no decorrer da jornada; que jornada sem fim! – Tantos caminhos; estradas e direções de passadas pesadas; saltos e tropeços!

   A estrada da vida! Que vida? A vida da Razão! Que Razão? – A mesma que conduz os movimentos; as consequências e as ações! Tudo no emaranhado de teias, de laços e intrigas; tudo no conjunto harmonioso ou confuso aos ouvidos de percepções inúteis! Mesmo que as mãos pequenas desejem conduzir vidas; não serão as mesmas vidas de antes! – As dores causadas por uma simples palavra não dita, destruíram todas as importâncias das vidas. As direções não levam; não conduzem ao mesmo lugar do desejo das mãos pequenas! – O que farão as mãos pequenas a constituírem o novo caminho? – A resposta que devia ser entregue pela sabedoria dos olhos de antes; não podem ser alcançadas simplesmente pelas mãos!

   As náuseas constantes que gerada no decorrer dos três dias e das três noites; preenche, sufoca e maltrata o corpo; um enjôo que atormenta; provocando a recusa do alimento, do toque e do abraço amigo. As confusões geradas na mente de sublime inteligência do Ser não permitem que atitudes e ações sejam criadas e decididas. – A obscuridade aos olhos; a face escurecida da verdade consome as entranhas, no provocar das dores no baixo ventre.

   Que mão salvará, conduzirá e abraçará as palavras no auxílio das incertezas? – Quem possuirá a capacidade de devolver o poder das mãos pequenas, de permitir as criações no conduzir da palavra que deseja tornar fortes, viva e vista. O segredo do reviver das sombras que guarda em suspensão o tempo é exclusivo, de um único olhar! – Mesmo que existam olhos diversos, espalhados em direções; estradas e caminhos que levam a rosa dos ventos; nunca serão iguais aos olhos de antes!

   Se o poder do tempo existir de fato às mãos pequenas; contornar a verdade aos ouvidos, aos olhos e as percepções seriam o desejado do agora! – Porque maltratou as mãos pequenas! Porque não confiou nas mãos pequenas! Porque a indiferença! – Porque e por que! São tantos! Sem respostas; no silêncio do vazio, do espaço. Quantos espaços foram entregues a vivenciar as conturbadas vidas; nos amontoados de dúvidas, de caprichos e de vontades. – Uma guerra constante de ‘Eus’, contra ‘Eu’! – Agora o saber da verdade, mostra que nunca ouve um interesse aos olhos por nenhuma delas!

   A alma é a própria imagem do céu! No dia não importa! – Porque o sol; o mesmo que queima a pele; a mesma pele protegida com a camada delicada de fragrância adocicada que exala o desejo do provar do corpo. Na confusão do agora; as incertezas provocadas geram outras palavras; talvez, o cheiro da pele conduziu os olhos um enjôo; uma aversão às narinas que preferi nunca ter sentido; absorvido no respirar!

   No cair da noite; a proteção invisível, película fina. – Uma armadura das trevas a proteger o corpo e a alma. – Agora rompida na batalha, não reluz mais o brilho da lua e a intensidade das estrelas! – A nebulosidade criada pelos olhos do homem, tornaram o anoitecer um tormento a alma. As faces do rosto de traços desenhados nas mãos do artista mascaram a tristeza das profundezas dos olhos. – Olhos que não ver os olhos de antes! – Se afogam no automático do seu reflexo! Não consegue manter aberto e fixo! – A falta da compreensão da verdade! Tudo encobre as aflições da alma; o sombrio do céu em dia ou em noite causa as inseguranças do amanhã. – A jornada não presenciou as respostas do agora; na trajetória da Razão não foi dado às aflições do pesar do coração.

   O cessar das mãos pequenas involuntárias não governarão no sentido do passado das vidas; o agora da aflição amadureceu profundamente; dando um crescimento; uma força vital maior que as próprias mãos as descreve. A importância das palavras escritas não supre a gravidade das faladas; não permitindo que jamais pereçam no caminho; a necessidade de ouvir é igual às das escritas. – A brevidade da vida não anula a verdade; não deixa de ser um contrato formal com a serenidade, a igualdade e a honestidade. Da sabedoria, do conhecimento adquirido pelos olhos seria entregue a nova direção às mãos pequenas; agora conduz de volta a um caminho sem volta; o desejo suprido das mãos sempre foi sabido dos olhos; e ao alcance das mãos foi retirado. As mãos pequenas sentem a mutilação; não consegue estender a direção alguma; não sente os movimentos; a falência toma conta das forças, da coragem e dos desejos íntimos. – A salvação não chegou! E agora não permite que chegue. As dores que consomem por náuseas e enjôos subsequentes são provocados por não permitir do corpo que abortem; expulse das entranhas o mal estar. – Se o corpo vomitar tudo; com todas as vontades que remexe as vísceras, o alívio preencheria o Ser.

   O retorno do bem estar anestesiaria as aflições do agora, e perdida no tempo e no espaço ficaria; e o medo da entrega das mãos pequenas aos olhos do homem, não ressurgiria; e os segredos das sombras não seriam de outros olhares; o caminho a direção oposta não impediria que de volta fosse entregue. O controle do tempo aos olhos será entregue como guardião da verdade; os ouvidos se fecharão e os olhares do Ser não enxergarão; e as percepções não serão sentidas na alma. – São os desejos do continuar que reviva com as respostas do olhar do homem, que selará o retorno das mãos pequenas! E os olhos no pedido de desculpas as aflições causadas ao Ser, no decorrer de três dias e de três noites revelará o interesse por todas as ‘Eus’. – E o nebuloso saber da verdade, mostrará que o interesse dos olhos por todas as ‘Eus’, é maior do que pela ‘outra’. – E a confiança retornará as mãos pequenas que lutam contra o atrofiamento e a falta da direção a conduzir tantas ‘Eus’.


Autor: Eliane Maria da Silva Souza


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