LEILÃO DE AMORES



Tem uma música que diz assim: “Eu vou fazer um leilão, quem dá mais pelo meu coração...”.

Que coisa, não? “Me arremate pra você!”.

Meu Deus, como as pessoas se expõem nas vitrines da vida, não? E em momento algum se dão conta que o “outro” está à procura, principalmente, do “menor preço”. Pergunto: Quanto você vale? Já enumerou suas qualidades e defeitos? Por quanto tem se oferecido nesse “leilão de amores”? Tem pedido muito? Pouco? Ou o suficiente para se manter alegre e satisfeito (a) no processo da vida? Afinal, quem não gosta de um paparico, ou de um singelo flerte (“adoro ver-te”), ainda que as intenções sejam diversas (os olhinhos brilham, não?).

Se notar bem, fiz referência à canção “Leilão”, interpretada por César Menotti e Fabiano. Num determinado trecho da música, lemos o seguinte: “Mas meu amor não dá mais, pra você tanto faz, eu me entrego eu já fui. Eu quero a felicidade, saber na verdade quem gosta de mim”.

Que coisa, não? O sujeito ambiciona uma liberdade visando à felicidade, mas se expõe de imediato a um “leilão”. Ou seja, esperar pra quê? “Quem sabe faz a hora não espera acontecer?”.

Que é isso!? “STOP”!!! Até quando você se permitirá colocar-se em liquidação? Não deixe sua vida virar um piquenique do dia pra noite (“Entrem e sirvam-se à vontade. Se não for demais, um beijinho na saída”).

Às vezes é bom ficarmos sós. Você e Deus somente... Que dupla não? Já pensou nisso, caro leitor? E olha, não estou desejando a sua morte, viu? Muito pelo contrário!!!

Muitas vezes queremos aquilo que não podemos ter – e aí que está o grande perigo. Muitas vezes nos projetamos para algo que não estamos capacitados, e a tendência é que nos frustremos no seguimento da vida.

Lembre-se: no processo de escolha podemos errar, mas insistir no erro é burrice.

“Cachorro, desgraçado, galinha, vai tomando nota, vagabundo!!!”. Você já ouviu isso, caro leitor?

Pois é... Dois dias depois a ira passa e...: “Benzinho, amor, desculpa vai...”.

Pobres criaturas... (estou me referindo ao cachorro e à galinha citados no xingamento).

Até quando, meu caro, minha cara? Até quando arrumará desculpas para não se livrar do fardo que lhe atormenta? E você, mulher, vai esperar até quando? A fruta apodrece, sabia?

Agora... Se tomou uma escolha, calma! Respira fundo... Leiloar-se por quê? Está coçando? Assopra! O leilão de amores é complicado: tem muita fraude! E não se iluda: a noite é madrasta! Sua cara-metade pode estar no “dia”!

Preserve-se! Estude bem o terreno - sem se aventurar.

Quantos já não leram esta frase: “Antes só do que mal acompanhado”. É a pura verdade!

Mas veja, amigo (a), não precisa levar isso “a ferro e fogo”. Prudência é bom, mas sem exageros.

Sentar-se no “trono” de seu apartamento, “com a boca escancarada, cheia de dentes”, “esperando a morte chegar”, também não é o caminho!!! A fila anda, companheiro (a)! E quando se perde o “gosto pela coisa”, nada irá demovê-lo (a) da inércia. Você estará condenado (a) à solidão - um dos principais sintomas do fracasso humano.

Eu acredito, sinceramente, que o seu príncipe está prestes a chegar, mas não montado num cavalo branco (num jumento, talvez). Da mesma forma creio que a sua princesa não demorará a aparecer, ainda que de bobes no cabelo e com uma anágua do tempo de sua avó.

Agora, se você é um brincalhão ou uma brincalhona, que ainda acredita em contos de fadas, sinto muito. Vai esperar sentado (a), até assar.

Amigo (a), deixo meu último recado: o amor de sua vida aparecerá, mas não creio que será tudo aquilo que você realmente espera. Contudo, se seus guias lhe dizem o contrário, não custa acreditar. Afinal, “a esperança é a última que morre” (triste realidade é que você morrerá antes, não?).

Agora é sério: não se leiloe. Não se torne uma mercadoria de troca. Preserve-se, pois ninguém fará isso por você. Tenha certeza disso.

Boa sorte!!!

(http://proftesseroli.blogspot.com/)



Autor: Nourmirio Bittencourt Tesseroli Filho


Artigos Relacionados


Você Tem Jogo De Cintura?

O Que é “levar A Vida”?

A Caixinha De Beijos

Narciso & Seu Auto-retrato - Afinal...quem Sou Eu ?!

‘paquetá’ E Os Seus Homônimos

Da Sensação Do Místico

Carolina - A 'baiana' De Paquetá