APELANDO AOS GRITOS



É estranho que com tanto espaço no universo, repleto de suas galáxias e estrelas solitárias, tenha sido aqui, neste pequeno planeta azul que surgiu a vida. Sorte nossa termos um planeta tão magnífico e maravilhoso que reuniu condições inimagináveis para que possamos, em nosso jeito egoísta, respirarmos, nos alimentarmos, nos desenvolvermos e procriarmos, vivendo assim para aproveitarmos de todas as bênçãos do universo.

Planeta, coberto pelo líquido primordial - tanto aclamado por Nietzsche e tantos outros filósofos, que da cor azul ao universo tão calado pela sua escuridão e imensidão. Planeta o qual chamamos de Terra, a que carinhosamente, chamamos de lar.

Lar, no qual vivemos amontoados em nossas ambições humanas, tão pouco nobres que por elas, escravizamos nossos semelhantes, fechando os olhos para nossas condutas covardes, ignorando a quem tem fome, ignorando as crianças que choram caladas, suplicando pela inocência perdida, pelos pais que se esquecem que o trabalho espera, mas não o por do Sol.

Lar, que manchamos de negro, em descuido profundo, não apenas por maltratarmos uns aos outros, mas pelas terras que são queimadas, pela água que se vai, pela fumaça que sai de nossos carros, derretendo nossas geleiras, esquentando o nosso dia, trazendo doença e miséria.

Assim vivemos, infectando a Terra, corrompendo aquilo que chamamos de lar, sem pensar nos descendentes que ainda semearemos. Vivemos sem culpa, sem medo, ignorando aquilo que nos cerca, sem abrir os olhos para o futuro, vendo somente o presente.

Mas é tempo de mudar, tempo de abrir os olhos e perceber. Olhemos o ambiente a nossa volta, a água já não é questão futura, vemos, ouvimos, noticiamos a cada dia sobre a miséria na África. Tantas são as crianças sem a oportunidade com um corpo desnutridos e secas, carregando na alma a mazela da miséria, problema este, que não vemos apenas distantes, vemos ao nosso lado, no pedinte, no racionamento de água, nos preços abusivos.

Devemos mudar, devemos agradecer por poder respirar, agirmos com a consciência que nos foi dada, retirando da rua as chaminés criminosas, que esquenta o nosso mundo, tornado evidente os mais temíveis cânceres, derretendo nossas calotas polares, evaporando nossa água sagrada.

Quebremos os tratores destrutivos que transformam florestas em desertos, plantemos nossas arvores, limpemos nossa alma, dando vida a terra e a terra a vida.  Cuidamos e preservarmos todos os seres vivos, e os presenteados será nós mesmos, pois temos que salvar e os homens sentem-se mais competente ao defender o lar onde habitam, oferecendo com este gesto o direito de viver e não de sobreviver.

Não podemos, porém, nos esquecer que o Meio Ambiente não se restringe apenas as matas, águas e animais, mas a tudo o que nos cerca. Então, façamos pelos outros o que faríamos por nós, elevemos a nobreza humana mostrando que não somos agentes apenas da destruição. Com os olhos que temos, enxergamos os irmãos que choram, mas estendamos as mãos para os que precisam?

Sejamos tomados pela paz, esquecendo assim a violência e transformando o metal das armas em colunas que elevarão as escolas e hospitais. Não precisamos de guerra, precisamos cuidar dos doentes, cicatrizarem as feridas, ensinar aos que não sabem ler, dar companhia aos solitários, educar nossas crianças, lembrar de nossos idosos, plantando sempre o futuro e o bem estar.

Brasil, terra majestosa, de filhos pátrios, amados, que abriga a Amazônia, o Pantanal, que é banhada por rios e bronzeada pelo sol dourado. Sou filho e seu berço, banhado em seu mar, por ti e por tudo que me cerca grito, esperando que não apenas brasileiros escutem, mas todos aqueles que respiram, grito para que protejam nossas matas e nossas águas, grito pedindo a solidariedade da preservação, do cuidado, do amor e da compaixão. Esgoelo-me para que doem mais órgãos, para dizer não a violência, para cuidar dos oprimidos, pala levar água a quem tem sede, comida a quem tem fome, ajuda a quem precisa, pois apenas assim o mundo será mais verde, vivo, tranqüilo, apenas através do cuidado com o nosso Meio Ambiente poderemos progredir.


Autor: Felipo Bellini Souza


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