Por Uma "água" Diferente



1.Introdução

“Quando, pois, o Senhor veio a saber que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João (se bem que Jesus mesmo não batizava e, sim, os seus discípulos), deixou a Judéia, retirando-se outra vez para a Galiléia.
E era-lhe necessário atravessar a província de Samaria.
Chegou, pois, a uma cidade samaritana, chamada Sicar, perto das terras que Jacó dera a seu filho José.
Estava ali a fonte de Jacó. Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte, por volta da hora sexta. Nisto veio uma mulher samaritana para tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.
Pois seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos.
Então lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)?
Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
És tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu e, bem, assim, seus filhos e seu gado?
Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede; para sempre; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.
Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui busca-la.
Acudiu-lhe Jesus: Vai, chama teu marido e vem cá; ao que lhe respondeu a mulher: Não tenho marido. Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e este que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade.
Senhor, disse-lhe a mulher: Vejo que tu és profeta. Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.
Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me, que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.
Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.
Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.
Deus é espírito; e importa que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.
Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier nos anunciará todas as coisas.
Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo.
Neste ponto chegaram os seus discípulos e se admiraram de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe disse: Que perguntas? Ou: Por que falas com ela?
Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: Vinde comigo, e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura o Cristo?!
Saíram, pois, da cidade e foram ter com ele. (...)
Muitos outros creram nele, por causa da sua palavra e diziam à mulher: Já agora não é pelo que disseste que nós cremos; mas porque nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo.” (Jo 4:1-30;41-42).
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O propósito da vida e ministério de Jesus Cristo foi trazer e revelar a Si mesmo, a presença e a dinâmica de Seu próprio Ser divino para aqueles que crêem Nele. Suas palavras proferidas há cerca de dois mil anos ainda suscitam as mais diferentes reações por parte daqueles que a ouvem.
Suas atitudes registradas pelos evangelistas, chocam e escandalizam, ainda hoje, até aqueles que se chamam cristãos.
De qualquer modo, o mundo e a história não são mais os mesmos depois da inconfundível presença de Jesus de Nazaré.
Assim, no presente texto, tentaremos apresentar um exemplo do impacto que tal Evangelho (Boa Notícia) causa na vida de homens e mulheres que se dispõem a ouvi-lo e a seguí-lo. Trata-se do encontro de Jesus com a mulher samaritana, registrado no Evangelho segundo João (cap.4), no qual o elemento água é o fator que os aproxima.



2.A FONTE DE JACÓ

Jesus havia encontrado a mulher samaritana nas proximidades de uma antiga fonte que Jacó dera a seu filho José[1]. Esse fato nos remete imediatamente à questão da importância da água para todos nós que dela precisamos, bem como à importância do ser humano e dos demais seres como sendo carentes do cuidado de Deus[2].
Com efeito, é cada vez mais pertinente notar que a água é muito importante para a vida no planeta e que discorrer sobre tal importância nunca é dizer algo de definitivo.
De igual modo, nem mesmo o mais erudito entre os biólogos poderia definir o que é vida.
Neste sentido, água e vida são realidades que se misturam, se amalgamam e se imiscuem de tal forma que não se pode separá-las. O que não significa que não se possa discorrer sobre água sem remeter-se à vida ou vice-versa. Isto é possível, mas só até certo ponto, a partir do qual será inevitável fazê-lo.
Desse modo, o máximo que se pode fazer quando se quer suscitar alguma reflexão acerca da água, sobretudo, a potável, imprescindível à vida humana, é enfatizar que sua capacidade para suportar poluições e absorver contaminações certamente não é infinita.
Semelhantemente, ao pensar sobre a (nossa) vida, é sempre bom trazer à mente o fato irrefutável de que um dia ela terá fim. Vale ressaltar que, no caso da vida do/a homem/mulher, faz- se necessário que este/a, antes de tudo, exista, para só depois aperceber-se do caráter finito de sua própria existência e/ou do fenômeno vida como um todo.
Daí concluir que só pode ser importante aquilo que existe.
Diante de tais questões (a da finitude e do valor intrínseco dos seres criados.) lançamos nosso olhar para o momento desse encontro entre Jesus e a samaritana no qual vemos o Mestre oferecê-la muito mais que preciosas lições sobre água, vida, suas relações ou o melhor meio de conservá-las. Na verdade, Cristo ofereceu-lhe a “água viva”.
Quanto a nós, podemos apenas partilhar algumas dessas lições e procurar apreendê-las, bebê-las e comê-las como se fosse a melhor parte numa festa de amor, num banquete de vida.

3.A IMPORTÂNCIA DE SER E ESTAR NO MUNDO

A primeira lição que Jesus nos dá ao aproximar-se daquela mulher foi considerá-la importante, apesar de todos os pesares, a saber:
• Ela era mulher;
Foge a nossos propósitos fazer uma análise profunda da condição da mulher na sociedade daqueles dias. Vale ressaltar, todavia, que tratava-se de uma condição de profunda e humilhante discriminação e que por isso ali restava-lhe o “papel menor”. Ora, a mulher era considerada, antes de tudo, como uma “propriedade”! [3]
• Ela era samaritana;
Havia uma histórica inimizade entre os judeus e os israelitas por motivos político-religiosos que não discutiremos aqui e Israel era o povo ao qual ela estava ligada por laços genealógicos e culturais.
Tal fato constituía-se um verdadeiro fenômeno distanciador no sentido de que não existia nenhuma possibilidade de haver sentimento de tolerância ou de compaixão para com ela por parte daqueles judeus mais exclusivistas e legalistas. Por isso, o “estranhamento” da mulher em relação a Jesus quando este havia lhe dirigido a palavra, o que mostra que ela mesma havia internalizado o preconceito de que era vítima (v.9);
• Apesar de viver fora dos padrões morais e religiosos estabelecidos por aqueles que vieram antes dela, padrões estes forjados por homens, aliás;
Talvez este seja o aspecto mais delicado da vida e do caráter daquela mulher, sobre o qual podemos especular apenas, uma vez que o texto nada informa sobre as razões pelas quais a samaritana vivia uma estranha “matemática” na qual estar junto significava estar sozinha. (v.18).
Às vezes, 5+1= 0. Todavia, Jesus, ao indagá-la sobre sua intimidade, o faz com a sabedoria de seu amor e, por isso, toca-lhe justamente onde dói, fazendo-lhe refletir sobre sua condição de pecadora. Esta condição consistia em separação e solidão em relação ao amor de Deus por meio de suas uniões contaminadas com os mesmos homens que não mantinham com ela uma relação única e duradoura de amor mútuo;
Ao se ver tão “nua” diante de Jesus e com sua alma tão exatamente “radiografada” pelo seu olhar, restou à mulher concluir que se encontrara, não com mais um judeu pretensiosamente superior, mas com um “profeta” (v.19).

• Apesar de sua finitude e não por causa dela;

Embora tenhamos fortes razões para crer que Jesus importava-se e muito com aquela mulher e com o fato de que sua vida teria um fim, algum dia, este fato, contudo, não contava a seu favor, pois denunciava sua mortalidade, portanto, sua pecaminosidade.[4]
O estranho “profeta” estava diante de uma pecadora, mas não lhe foi hostil. Não usou nenhum tipo de julgamento sumário baseado em “leis imutáveis de condenação” do tipo: pecado implica morte, ou adultério implica apedrejamento. Pelo contrário, a despeito de todos os fatores mencionados acima, Jesus aproximou-se da mulher samaritana e a considerou importante simplesmente porque ela existia e porque seu amor não conhece barreiras.

4.A DITADURA DA MAIORIA

A segunda lição que o texto nos dá diz respeito àquela sociedade. Por que razão tal sociedade não dava a mesma importância concedida por Jesus à mulher?
Para além das querelas político-religiosas e da própria estrutura sócio-cultural em questão, havia o fato de que se aquela mulher morresse, nem por isso a sociedade estaria correndo risco de extinção.
Antes, continuaria existindo com todas as suas características castrantes.
Isto nos faz lembrar de uma característica básica de todo grupo social, a saber, que este é sempre mais forte em relação ao indivíduo que o constitui, já que pode sobreviver mesmo na ausência de um ou de alguns de seus membros.
Todos os indivíduos e grupos que influenciaram e/ou influenciam de determinadas formas um contingente maior de pessoas, só comprovam o que acabamos de dizer. Isto porque tal poder de influência sugere a necessidade de influenciar e, portanto, a própria vulnerabilidade e dependência relativas da minoria em relação à maioria.
Jesus, porém, ao mostrar a importância da mulher estabelecendo um diálogo com ela, não só denunciava o seu “des-valor” por parte daqueles com quem partilhava uma certa visão de mundo, mas também interferia nesta, introduzindo um novo modo de ver a mulher naquele contexto, sugerindo, portanto, que os relacionamentos poderiam e deveriam seguir uma outra lógica. Tal lógica era difícil – talvez impossível – de ser compreendida segundo os padrões vigentes naquela cultura.

5.A LÓGICA “LOUCA” DO AMOR DE DEUS

A terceira lição que Jesus nos dá é acerca do conteúdo de suas palavras dirigidas à samaritana.
Jesus exercia seu ministério segundo sua livre e soberana vontade, durante horas e horas. A todo instante via-se envolvido em polêmicas teológicas, conflitos e confrontos de toda ordem que resultavam sempre em liberdade, cura e salvação para aqueles de quem soberanamente se compadecia e perdoava, e jamais frustrava-se nos seus intentos.
Foi nesse contexto, pois, que ele aproximou-se da fonte onde encontraria a mulher a quem ofereceria uma água diferente, embora estivesse tomado pela realidade humana da sede, da fome e do cansaço. (v.6-8).
Ora, ele pediu quando quis dar. (v. 10). Isto explica por que suas palavras não foram compreendidas[5]. Tal incompreensão, porém, só aumentava a curiosidade e interesse da mulher.
Não há dúvida, portanto, de que foram as indagações da samaritana, sua perplexidade diante daquelas estranhas palavras que lhe abriu a possibilidade de ser uma nova mulher, transformada pelo poder e sabedoria do amor de Deus, senão vejamos:
1. Primeiro ela ignora; (v.11)
a) Qual o dom de Deus?
Conforme, afirma o Dr. McNair (1983), há, hoje sabemos, três notáveis dons aos quais se refere o Novo Testamento:
• O Filho de Deus (JO 3:16)
• A vida eterna (Rm 6:23)
• O Espírito Santo (JO 7: 37-39)
b) Qual é a água viva?
• Algo que ele dá (v.10)
• A água, na Bíblia, é símbolo do Espírito Santo (JO 7: 37-39)
c) Qual é a fonte de água que salta para a vida eterna?
Sem dúvida é o amor de Deus derramado nos corações sedentos pelo próprio Espírito, o qual também é liberdade ( Rm 8:2; Rm 5:5; 2Co 3:17).


2. Depois ela passa a conhecer ;
Jesus a ensinou, com suas atitudes, que amar era fazer a vontade do Pai[6]. Era, pois, necessário conhecer a lógica desse amor para poder fazer o mesmo. Tratava-se de deixar-se invadir por essa água que seria saciadora das almas sedentas de algo “novo”, mesmo estando elas imersas numa atmosfera de religiosidades, regulamentos e obsessão pelo tema “pecado-punição” e, talvez, por isso mesmo.
Assim, Jesus estava oferecendo àquela mulher a liberdade para amar segundo seu Espírito, uma vontade irreprimível de viver abundantemente em obediência ao Deus Pai. Obediência esta semelhante àquela que existe entre o Pai e o Filho, desprovida de qualquer sentido de dominação, coação ou sujeição. Isto porque o Filho é livre para obedecer ao Pai, a quem ama[7] e, por isso é também amado pelo Pai[8].
Esse tipo de relacionamento que se estabelece quando somos livres para amar, é mais importante que o suprir temporário das nossas necessidades humanas. Por isso, a samartiana logo pediu: “Senhor, dá-me dessa água para que eu não tenha mais sede, nem precise vir aqui busca-la” (v.15). Ela sabia que faria toda a diferença sair do “reino da necessidade” para o “reino da liberdade” onde nossas mais profundas necessidades podem ser supridas de uma vez por todas.
Todavia, a água viva que ela realmente precisava era justamente aquela que a faria dispensar os “meios” pelos quais a busca do amor e do afeto se concretizava e que a impedia de relacionar-se com Deus, como veremos a seguir, quando tratarmos das características da verdadeira adoração.
Os “maridos alheios” eram esses meios que ela precisava abandonar se quisesse ter acesso àquela “água viva”.
É bastante interessante notar o que está acontecendo neste nível do diálogo. Pois Jesus usa o raciocínio da samaritana de modo completamente inverso, no que se refere aos meios que se deve usar para ter acesso a esses dois tipos de recurso: o recurso finito natural (água da fonte de Jacó) e o recurso infinito sobrenatural (água viva).
Repare que, ao ouvir Jesus falar sobre a água viva, a samaritana, ainda sem compreender que se tratava de algo sobrenatural, duvida que Jesus pudesse lhe dar dessa água visto que ele não tinha os “meios” naturais de obtê-la: “(...) Senhor, tu não tens com que a tirar e o poço é fundo;(...)” (v.11).
Entretanto, ao ouvir a samaritana pedir que lhe desse da água viva, Jesus, lhe responde: ”Vai chama teu marido e vem cá” (v.16). Jesus sabia que ela também não tinha os meios para ter acesso à água viva. O que não significa que toda mulher deva ser casada para para ter acesso ao(s) dom (ns) que aqui são representados pela expressão “água viva”, mas que, ao contrário, ela devia deixar de querer suprir suas necessidades mais profundas (de amor, de afeto e de comunhão com Deus) pelos seus próprios meios, pela via do esforço próprio). Senão vejamos:
“(...). Replicou-lhe Jesus: Bem disseste não tenho marido; porque cinco já tiveste e esse que agora tens não é teu marido;(...)” (v.18).
Diante daquelas palavras, restou à mulher concluir:”Senhor vejo que tu és profeta” (v.19).
Ela sabia que Jesus falava da parte de Deus como um verdadeiro profeta e passou-lhe a indagar sobre questões religiosas, mostrando assim que preocupava-se com a sua vida diante de Deus.



6.O MITO DA “GEOGRAFIA” DA ADORAÇÃO

A quarta lição de fundamental importância que Jesus nos dá, tem relação com a verdadeira adoração. Para a samaritana, a verdadeira adoração tinha a ver com o “lugar” onde ela deveria ocorrer.
Entretanto, Jesus, ao respondê-la, diz a que veio:
Primeiro confunde:
Ao relativizar a questão do “lugar”, transformando-a numa questão de “tempo”:
“... a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém ...” (v.21).
Depois, revela: “Mas vem a hora, e já chegou, ...” (v. 23).
Ora, o tempo da religião e suas contendas havia passado.
Com a revelação de Si mesmo, Jesus inaugura o tempo da Graça , tornando o aqui ou ali, uma questão de somenos importância para o verdadeiro adorador.
Assim, até o “vós adorais o que não conheceis” endereçado aos samaritanos, é completamente aplicável também aos de Jerusalém (JO 1:11; 12: 37-43). Isto porque a verdadeira adoração implica o verdadeiro conhecimento de Deus.
Ora, qual o verdadeiro conhecimento de Deus?
Será aquele expresso por questões acerca do que se pode julgar segundo a vista dos olhos e segundo o ouvir dos ouvidos?
Será que Jesus estava pensando em algo como “forma” ou “liturgia” ao tratar dessa questão? Será que Jesus estava sugerindo que havia um conhecimento “teo –lógico” exato, ortodoxo,a ser adquirido pela mulher? Ou, pelo contrário, pensava em revelar a importância do “conteúdo” do coração[9]? Para Jesus, o que é mais importante, o “vinho novo” do Seu Evangelho ou o “odre velho” do judaísmo, e das religiões de um modo geral?
A experiência de fé do evangelista João com Jesus Cristo, nos permite concordar que, sem dúvida, o amor é o verdadeiro conhecimento de Deus:

“Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.” (1JO 4: 8).
O mesmo amor com que Jesus havia libertado a samaritana das falsas adorações, das falsas questões, dos preconceitos e dos desprezos, era o amor de que ela precisava conhecer para adorar a Deus em qualquer lugar que se encontrasse, inclusive, longe e fora dos montes e dos templos de Samaria ou de Jerusalém[10].

7.ELES E NÓS

A quinta e última lição diz respeito às semelhanças entre aquela sociedade e a nossa, as quais são por demais evidentes para que não se deva notar.
Para além do medo de cometer anacronismos está o nosso interesse em perscrutar as mesmas posturas egoístas do ser humano, tanto individual quanto coletivamente, quer sejam homens, quer sejam mulheres, em diferentes épocas e lugares.
Assim, ao longo da história humana, homens e mulheres têm demonstrado uma grande capacidade de cometer os mesmos erros do passado e este fato parece ser usado por muitos como uma justificativa para a adesão de um fatalismo cínico, imobilizante e extremamente individualista, segundo o qual devemos cruzar os braços diante das desgraças que atingem a humanidade, pois nada podemos fazer a respeito, uma vez que tudo que ocorre no mundo é por “vontade de Deus”.
Todavia, este argumento não só é ingênuo, mas também perigoso. Ingênuo, porque poderíamos argumentar, por exemplo, que se tudo que ocorre no mundo é vontade de Deus, logo, todo o esforço que se fizer para provar o contrário é igualmente vontade de Deus. Perigoso, por negar o fato de que Deus, sendo Todo-Poderoso, não poderia estar limitado à coisa alguma, sendo, portanto, livre e soberano, inclusive, para modificar os destinos, contrariar previsões fatalistas e promover surpreendentes novidades, na vida e na história de indivíduos e grupos.
Nesse contexto, também nós vivemos numa sociedade onde o valor da pessoa e das coisas está ligado a uma perspectiva utilitária e a uma moral de causa e efeito pelas quais determina-se quem e o que “serve” para nós. Esta é a razão pela qual, vemos com certa facilidade uma inversão de valores tal, que pessoas são tratadas como se fossem lixo, enquanto outras - e até animais, que, embora mereçam ser humanamente tratados – vivem rodeados de luxo. Mas não é só isso, objetos são considerados “sonhos de consumo” para muitos e, por que não dizer, objetos de adoração.
Outra característica desse tipo de sociedade, na qual vivemos e morremos é a questão da obsolescência da mercadoria. Os produtos perdem seu valor muito rapidamente. Em questão de semanas, um produto que era “de última moda” transforma-se em algo inútil e cafona. O que está em questão já não é o que se deseja, mas a pseudo-satisfação de conseguir o que se deseja e ser reconhecido por isso. Trata-se da conversão do ser em ter. Tenho, logo, sou.
Isto significa que, em comparação com a samaritana e seu povo, também somos preconceituosos, com o “outro”, o diferente. Somos profundamente influenciados por nossos valores, nossas crenças e pelo grupo ou cultura na qual estamos inseridos, em detrimento de outras formas de ser e viver.
Como fez a samaritana, tentamos suprir as nossas necessidades, nem sempre levando em consideração os meios que empregamos para tal, e, principalmente, o que Deus pensa a respeito e, às vezes, ignoramos as pessoas que de nós se aproximam e nos tratam de modo especial, nos enxergam de um modo diferente e trazem palavras de amor e libertação, quando nos vemos cansado de buscar satisfação na vida; mas que, lamentavelmente, não lhes damos importância e atenção!
Qual a conseqüência de se viver numa sociedade assim?
Antes de responder a essa questão, podemos dividir essa sociedade em dois grupos básicos que, vale ressaltar, não é um privilégio dessa sociedade em particular:
O primeiro grupo poderia ser chamado de “A turma do Carpe Diem”. Esta expressão latina poderia ser traduzida como “aproveitar o dia” ou ”colher o dia” e reflete bem o espírito da nossa época, na qual as liberdades individuais têm sido hipervalorizadas. Ele é formado por aqueles que, ao pensar na finitude da (sua própria) vida, decide que o melhor meio de conservá-la, isto é, utilizá-la de modo racional, é viver intensamente, como que numa ânsia de não querer desperdiçar um só minuto. Talvez, porque assim mostram que valorizam a vida. Entregues ao hedonismo como valor supremo, ao culto ao corpo e à imagem, estes tornam-se consumidores ávidos de “vida” e são estes que, pouco a pouco, vão preenchendo suas existências com todo tipo de mercadorias, experiências e sensações com as quais possam sentir-se bem, saciados, felizes. Por isso tais pessoas evitam o contato com pessoas que pensam, agem e vivem de modo diferente do deles, pessoas que não o bajulam e que, portanto, não têm nada a “acrescentar”.
Talvez, seja o caso de um patrão que vê seu funcionário como mais uma das máquinas que possui, sendo que este funcionário sempre pode contestar e lutar contra a exploração. Sua secretária, ele trata como escrava e o capitalismo como sendo inexoravelmente indestrutível, ao qual devemos todos – patrões e empregados – nos dobrar porque assim são as “regras do jogo”.
Talvez, este mesmo patrão seja em casa, um marido cheio de si – e de outras ?! – que confunde a esposa com sua secretária-escrava, inclusive sexualmente.
Também fazem parte desse grupo muitos jovens inteligentes que, diante da hipocrisia de seus modelos que ditam as regras de cima para baixo, acerca do modo de vestir, pensar e viver da juventude; acabam vestindo a camisa de seus heróis e ídolos do cinema e do rock, por exemplo, porque estes, ao menos, são autênticos em relação ao que acreditam e vivem de modo coerente com as suas filosofias de destruição e gozo da própria vida. Ou entram para um partido político de esquerda, começam a ler os clássicos do pensamento revolucionário e passam a lutar para que seu partido “tome o poder”. Eles querem mudar o mundo. São ousados e corajosos e, geralmente, vão perdendo o gás, à medida que vão galgando melhores posições na sociedade altamente hierarquizada e corrompida em que vivemos.
Há também os jovens religiosos, um subgrupo que vem crescendo bastante. Mau-humorados ou otimistas, eles são quase sempre bem engajados, assimilam rapidamente as propostas de seus líderes, as doutrinas e as verdades filtradas pelos “guardiães da ortodoxia” caso existam. Mas, com o mesmo pique e a mesma fidelidade com que se entregam á religião, também a abandonam quando são contrariados em seus caprichos ou, quando, deliberadamente, cansam do jugo que carregavam, ao menos, publicamente. Esses são os que, geralmente, serão os novos rebanhos que inflamarão com vigor e coragem as novas “visões megalomaníacas” de outros pastores, no caso do segmento evangélico. Há ainda aqueles que, não tendo jamais experimentado uma conversão em Cristo, simplesmente abandonam o Caminho para tatear nas trevas do esoterismo ou do materialismo caduco.

De qualquer modo, são poucos os que conseguem chegar em termos de sucesso e fama, onde os seus ídolos chegaram. Por isso, alguns se mostram talentosos e espertos o suficiente para detonar o sistema, sem, contudo, ter a mesma sorte.
Dentre estes, há os que também morrem como seus ídolos (de overdose, por exemplo.), mas não viram manchetes dos principais jornais no dia seguinte e nem recebem a visita solidária dos seus “gurus” quando dizem adeus à vida, certos de que vão embora lamentando tudo que poderia ter sido e que não foi, porque viveram num mundo de injustiças e hipocrisias sem limites.
O rock, porém, continua como um dos mais poderosos segmentos da indústria cultural, “fazendo a cabeça” de uma multidão de jovens que não suportam viver a realidade cotidiana regida por aqueles que lucram com a rebeldia deles, com cujo way of life[11]- contribuem - consciente ou inconscientemente - para alimentar e reproduzir esse sistema caído e suas instituições apodrecidas, as quais são controladas por suas próprias elites, os mais ricos,e quase sempre, mais brancos. O mesmo pode ser dito sobre a política partidária e as religiões. Ressalte-se, porém, que tudo que acabamos de dizer sobre o rock, os partidos, as religiões não quer sugerir que estes sejam necessariamente “corruptores da juventude”, principalmente porque a força simbólica da televisão, do rádio e do cinema, por exemplo, através de todo o lixo cultural que costumam veicular, têm mil vezes o poder de produzir e reproduzir valores e idéias que ajudam a garantir atitudes, comportamentos e condutas muito mais nefastas à massa de incautos, que consomem acriticamente tudo que lhes oferecem. Além disso, o engajamento no partido, nas igrejas cristãs ou o envolvimento sadio com a cultura rocker pode ser bastante saudável do ponto de vista, cultural, social e psicológico, desde que a eles não se dê o que somente a Deus é devido.
Seja como for, é mais ou menos assim que os mais bem-intencionados vivem procurando “colher o dia”.

O segundo grupo, pelo contrário, diante do fato de que morrerão um dia, é formado por pessoas que se fecham para a vida e não ousam jamais correr perigo. São pessoas que perceberam que não têm muito valor porque existir não é suficiente para que elas se sintam amadas e valorizadas, ao menos, por elas mesmas. E o resultado é que elas internalizam o “des-valor” dos outros em relação a elas e acabam por concluir que todos estão certos e somente elas, erradas.
É o caso de mulheres, por exemplo, que de tão maltratadas que foram pelos seus próprios pais e parentes, entendem que não será nada demais se o forem também pelos seus maridos. Quem sabe alguém semelhante ao que me referi, há pouco.
São pessoas que carregam marcas profundas da vida a ponto de achar que elas nada mais são além dessas marcas, porque assim foram “ensinadas.”[12] E, por isso, se tornam temerosas e inseguras quanto à possibilidade de intervir e tentar modificar o que quer que seja no mundo em que vivem.
Ora, viver numa sociedade como essa implica perceber-se como parte constituinte dela.
Todos nós, os que a criticamos e os que dela tiramos vantagem, somos co-responsáveis pelo que nela acontece, na medida em que a reproduzimos através do nosso trabalho e do nosso esforço próprio em busca de felicidade, segurança e de tudo que puder nos dar mais do mesmo.
Temos que admitir que, se não fazemos parte de um desses grupos, ao menos temos um pé em cada um, sendo uma mistura dos dois, mas é sempre de nós mesmos que estamos falando e não de marcianos!
Entretanto, vale indagar: será que, de algum modo, esses dois grupos a que nos referimos poderiam ter algo em comum?
Certamente eles possuem muita coisa em comum, mas uma em especial; um único e absoluto fato une esses dois grupos e toda a humanidade em todos os tempos e lugares de modo bastante peculiar: a morte!
Se vivemos a vida como se cada minuto fosse o último, se enchemo-nos de quinquilharias sofisticadas e demais brinquedos que nos acariciam o ego e nos faz sentir “deuses”, o fato é que as pessoas morrem. Por outro lado, não importa se temos medo da vida e nos acovardamos para evitar cometer erros, ainda que por respeito à vida, pois a morte não respeita as nossas percepções acerca da do valor da vida, ela apenas nos tira daqui.
Quando vivemos numa sociedade assim, mais cedo ou mais tarde, admitimos que ela não reflete o mundo perfeito que gostaríamos que fosse e que ninguém mais, se não nós, somos os seus “criadores”. Nós os racionais, os bem-intencionados, e os “administradores” da vida estamos destruindo-a, religiosa e sistematicamente.
Essa sensação de que o material não nos satisfaz, de que a razão não nos convence e de que os prazeres são por demais efêmeros, impele a muitos a penetrar nas areias movediças do mundo espiritual, nas atmosferas sombrias das religiões, dos ocultismos e das superstições, em busca de segurança, de poder e, em última análise, da “certeza” de que suas vidas só terão valor se elas se esforçarem bastante para merecer a ajuda dos deuses, ou dos seres evoluídos, ou mesmo do Deus de Israel, numa espécie de jogo de “toma-lá-dá-cá”, baseado numa moral de causa e conseqüência.
Todavia, a liberdade tão cobiçada e tão negada do mundo materialista, acaba se tornando, para muitos, o mesmo “ópio” que anestesia a consciência e escraviza a alma, no plano das religiões.
E o que digo das religiões, não exclui as ideologias políticas que tomam, no coração de muitos intelectuais bem-intencionados, o lugar de Deus.
Diante desta dura realidade, o que podemos fazer?

8.CONCLUSÃO COMO PONTO DE PARTIDA

Se considerarmos Jesus como Aquele que nos ama, e o Mestre da vida, podemos transformar suas lições em um “estilo de vida”. Portanto, sugerimos que:
Em primeiro lugar, creia que Jesus quer aproximar-se de você e promover uma mudança tão radical na sua forma de ver o mundo e a si mesmo[13], que você desejará que outros O conheçam e experimente o mesmo (v.v.29,42).
Em segundo lugar, reconheça que a vida tem valor, inclusive a sua. Não se deixe ludibriar pelas forças das circunstâncias, pelas coerções do ambiente social em que você vive. Não internalize os preconceitos da maioria a seu respeito, eles podem estar errados.
Em terceiro lugar, abra seu coração com o único que pode lhe oferecer, de graça, a “água viva” que satisfaz suas necessidades mais profundas, de um modo tal que o liberta da necessidade de conformar-se à ditadura da maioria, quer seja a família, o grupo religioso, político etc.
Em quarto lugar, confesse a Ele qual a sua “estranha matemática”, o problema que você jamais poderá solucionar, o seu pecado. E depois, aceitando-o como seu ÚNICO SENHOR e SALVADOR , passe a adorá-lo, não aqui ou ali, mas agora, no tempo que se chama hoje. E o faça seguindo o Caminho (JO 14:6), buscando conhecê-lo, pois isto é amá-lo.
Agir assim certamente, implicará confrontar, lutar e, às vezes, transgredir as regras dos sistemas humanos (a moral, a religião, o poder, a cultura etc.).
Mas, você será um vencedor, se agir com e por amor. O contrário também se dará. Haverá necessidade de se submeter e de obedecer, pois não há amor que não implique submissão. Todavia, a questão é: A quem devo obedecer e por quê? É possível servir a dois senhores? Podemos viver divididos em dois pensamentos?
Para obter as respostas a tais questões, é preciso saber que mais importa obedecer a Deus do que aos homens. Foi exatamente isto que Jesus fez em toda sua vida terrena e naquele encontro com a samaritana. Obedeceu a seu Pai, porque O amava sobre todas as coisas e isto se evidenciava no modo como se comportava com aqueles que só eram percebidos como objeto de ódio, desprezo ou dos amores fingidos de uma sociedade justa aos seus próprios olhos. Este também era o caso da mulher de Samaria em relação à sociedade de seus dias.
Assim, vemos o amor de Deus como vontade de Deus a ser realizada no palco da história; primeiramente por Cristo e, depois, por homens e mulheres que apreenderam sua lógica e que já não se interessam em comandar ou ser comandado ou em acumular e concentrar, mas em doar, partilhar e servir (Mt 20:20-28; Atos 2: 42-47). Viver assim, não é pecado!
De qualquer modo, é e sempre foi profundamente ameaçador para alguns, qualquer tentativa de implementar tais princípios ou, sequer, mencioná-los.
Todavia, o amor segue apenas suas próprias leis, sendo ele mesmo a Lei Superior[14] para aqueles que preferem ver a vida numa perspectiva jurídica. Desse modo, mesmo aqueles que se negam a vivê-lo por livre e espontânea vontade, será obrigado a vivê-lo por dever[15].

Neste sentido, vale dizer, quem ama não está sob jugo algum, pois cumpre o mandamento maior e realiza, portanto, a vontade de Deus. Ora, quem liga para as leis humanas quando estas contribuem para o ódio, as injustiças, as guerras e a destruição da vida?
Em quinto e último lugar, lute contra todas as forças que obrigam as pessoas a viverem reduzidas à condição de “coisas” ou propriedade de homens ou instituições. Nada pode ser mais “espiritual” do que perceber o caráter diabólico e desumanizante da nossa sociedade materialista, embora mística e consumidora até mesmo de milagres e de crenças várias, oferecidas como mercadoria nos shows da fé.
Esta é, portanto, uma sociedade do espetáculo religioso, baseada em relações de poder e altamente hostil para com aqueles que buscam estabelecer relações de não-poder, de partilha e de serviço. Estas atitudes cristãs, anti-oficiais, incanonizáveis e, quase sempre, anônimas na história, são a expressão - no aqui e agora - da fé dos cristãos em Jesus e tudo que ele ensinou e viveu[16].
Nosso desejo é que aprendamos a agir segundo a lógica do amor de Deus e que anunciemos sua mensagem “louca” que é Jesus Cristo, a Boa Nova de Deus para todos que Nele crêem.
Quem O ama, ama a seu próximo, ainda que seja ele o inimigo, pois percebe o caráter “construído” de qualquer inimizade entre pessoas, povos e nações e que, portanto, toda inimizade poderá ser des-construída.
É abrindo, pois, o coração para o diálogo com o diferente, que ousamos derrubar as barreiras (inimizades, xenofobias, sectarismos, nacionalismos, fundamentalismos, racismos, ódios e cegueiras) aparentemente intransponíveis, as quais se nos apresentam a todo instante e cada dia mais.
Não queremos, com isso, dizer que o Evangelho seja mais uma ideologia ou um projeto de sociedade perfeita, a ser oferecida como uma alternativa a mais em tempos de pós-modernidade. Pelo contrário, estamos afirmando a atualidade da “Boa Nova” revelada há dois mil anos na pessoa de Jesus, como capaz de criar esperança e fé nos corações daqueles que se dispuserem a viver no contexto adequado à manifestação do Reino de Deus, no cotidiano de cada um. Isto é amor em ação e são muitos os que o rejeitam. Mas, por quê?
Sua rejeição tem razões culturais, históricas, existenciais e espirituais profundas que não são fáceis de se identificar e que se encontram na alma daqueles que, consciente ou inconscientemente, ao rejeitarem-no, estão rejeitando a Deus e ao Seu governo, pois este parece não ter poder algum e riqueza alguma que possam ser úteis a uma sociedade cujas instituições funcionam sobre outras bases[17].
Ora, o amor de que falo, “nada é”, exatamente como nós, (não tem valor) na sociedade hiperindividualista, consumista e autoritária na qual vivemos e morremos.
Mas, à medida que formos incorporando-o e historicizando-o no modo como confrontamos as injustiças, as doenças e as perversidades da sociedade em que nos inserimos, saberemos que as coisas que não são podem reduzir a nada, as que são.[18]
Quem busca conhecer este amor, adora a Deus onde quer que esteja e contribui para destruir os mitos, as mentiras e os malabarismos “teo-lógicos” e políticos que tentam “aperfeiçoar”, embrulhar e esconder o puro e simples Evangelho da Graça.
Assim, todos que receberem a Cristo pela fé tornar-se-ão filhos de Deus[19] e viverão uma vida abundante[20], ainda que se encontre com os bolsos vazios e algumas contas a pagar! Esta vida abundante começa aqui na Terra e pode-se vivê-la à vontade, sem pressa, sem culpa e sem medo porque ela é gratuita, eterna e de valor inestimável.

9.REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Bíblia de Estudo Plenitude. Revista e Corrigida. Trad. João Ferreira de Almeida. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1995.
McNAIR, S.E. A Bíblia Explicada. 4ª ed.: Rio de Janeiro, Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1983.
FOWLER, James A. “Jesus Confronts Religion”. In: Gospel in Harmony Series, 1996. Disponível em: www.christinyou.com Acesso em: 27.08.2005.

NOTAS
[1] Gn. 33:19
[2] Sl. 104: 6-12.
[3] Cf. Dt 5:21.

[4] Rm 6: 23
[5] I Co. 1:21; 2:14
[6] (Cf. Jo 14:31; 15:10; 4:34)
[7] “Eu amo meu Pai e faço como o meu Pai me ordenou” (Jo 14:31).
[8] “Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. (...) (Jo 10:17s.)
[9] Sl. 51:16-17
[10] Está desautorizada, portanto, qualquer tentativa de legitimação de guerras e invasões de “solos sagrados” ou “terras santas”, por parte da “Igreja” e do Estado.
[11] “Estilo ou modo de vida”. A expressão é muito comum nos E.U.A. e entre os jovens consumidores da cultura pop rock. Por esta razão preferimos manter o termo em inglês.
[12] A palavra “ensinar” significa, etimologicamente, “pôr um sinal, uma marca. Além desses, podemos encontrar no Novo Aurélio, alguns sinônimos como “treinar, domesticar, doutrinar, castigar, punir”.
[13] JO 3:16; 14 5-6; Rm 6:20-23;10:9-13; Ef.1: 1-10.
[14] Com efeito, o Espírito Santo é, ao mesmo tempo, a lei de Deus e a liberdade filial: “A lei do Espírito da vida te libertou em Cristo Jesus” (Rm 8:2) E ainda: “Onde se acha o Espírito do Senhor aí está a liberdade” (2Co 3:17).
Dietrich Bonhoeffer, teólogo alemão, morto por confrontar a ligação nefasta da “igreja” com o Estado nazista, disse certa vez: “Para o Fariseu, Jesus é um niilista, um homem que conhece e respeita apenas sua própria lei, um egoísta e um blasfemo de Deus”. (apud Fowler,1996).
Entretanto, Jesus era livre para obedecer a Seu Pai e o fazia porque o amava (Jo 14:31).Esta obediência era amor filial em ação. O Pai, por sua vez, tem esse mesmo amor como vontade divina ou amor paternal e o exerce livremente (Jo 10:17). Assim, O Pai e o Filho são iguais no Espírito que é amor e liberdade.
[15](cf.Mt5:43;19:19;22:3440;Mc.7:31;12:33;Lc10:27;Jo.13:24;Rm13:9;Gl.5:14;Tg.2:8)

[16] Cf. Lc. 22: 24-26; Jo 15:10-15
[17] I Sm 8:7;10:19; Lc 22:25 -26; 23:2, 35 -38. Mt 20:20-28
[18] 1CO 1:28.
[19] Jo 1:11-12
[20] Jo 10:10

Autor: Adir Freire


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