A MORTE DOS GARIMPOS DE MATO GROSSO



Mato Grosso é muito rico em mineração, entretanto a maioria das jazidas minerais ainda está por descobrir. Porém vamos ver o que aconteceu com os garimpos que foram descobertos.

Cuiabá cresceu e prosperou graças ao outro de Miguel Sutil. Antigamente havia mais ouro que gente em Cuiabá. As minas esgotaram e em lugar do ouro nasceu a capital de Mato Grosso.

No norte foram descobertos muito ouro e diamante em Diamantino, Alto Paraguai, Nortelândia, Arenápolis, Santo Afonso, Nova Marilândia. Todas foram cidades criadas a partir do garimpo. Estes garimpos estão quase chegando ao fim. Não porque esgotaram os diamantes, mas porque os proprietários das terras fecharam as frentes de trabalho. Bilhões de reais foram tirados dali em outro, diamante, carbonato e hoje é o que é. As cidades que ora cresciam constantemente, hoje paralisaram e o progresso vai sendo definhando cada vez mais. Os garimpos tornaram-se pastos de fazendeiros que não criam gado.Quem sai perdendo não é o povo, nem os fazendeiros, mas o progresso das cidades que vão diminuindo.

Dizem os ambientalistas que os garimpeiros vão poluir os rios, cavar imensos buracos. Na verdade o que precisa ser feito é um planejamento, como trazer a água até os locais dos garimpos para que se lave o cascalho aí mesmo, sem ter que levá-lo ao rio. Quanto aos buracos basta apenas que sejam soterrados novamente assim que terminar a procura do metal. No mesmo momento em que se vai cavando um buraco, já pode ir tapando os outros. A maioria dos garimpos existe nos cerrados e não nas florestas o que não atrapalha muito a vegetação.

Outra coisa que se deveria fazer são pequenas agriculturas na região, seja de arroz, de milho, de mandioca, de banana e produtos hortifrutigranjeiros. Uma cidade não se pode viver exclusivamente do garimpo, pois o metal acaba e a cidade vai à falência.

Como exemplo disto temos Nortelândia, aliás, a mais prejudicada. O povo vivia do garimpo, pois as terras do município são propriedades privadas da Camargo Correa. Lá na tal fazenda é permitido explorar as minas de ouro, diamante e urânio e levar toda a produção para os Estados Unidos sem pagar um centavo de imposto ao município.

Fechados os pequenos garimpos da cidade e como não há outra atividade a executar, nada mais resta fazer nestas pequenas cidades a não ser abandoná-las. Os garimpeiros dessa região foram para outras plagas como Batovi, Paranatinga, Peixoto Azevedo, Sinop, Rondônia e outros. Os que ficaram, sofrem as conseqüências.

Os donos dos garimpos de Nortelândia não querem mais que furem buracos nas fazendas deles. O manchão velho da cidade foi fechado bem como a Lagínha, Deserto e outros. Roça não cresce em pedras e indústrias não têm. O que resta mesmo é deixar o local e procurar melhora em outro município.

Outra coisa que se deveria fazer no garimpo é o aproveitamento do cascalho que poderia ser vendido como Brita, pedrisco, areia lavada, fabricação de tubos, manilhas e aproveitados para asfalto. Traria uma boa renda à cidade.

Alguma medida deveria ser tomada para reabrir os garimpos para o povo, porém de maneira inteligente, conscientizada. Para que serve o diamante lá no chão? Como o dinheiro dele poderia dar emprego a muita gente e trazer o progresso para as pobres cidades.

E assim em todo o Mato Grosso os garimpos estão sendo fechados. Não devemos deixar isto acontecer. Devemos tratar de buscar outros e não fechar os que têm.

Outra coisa que deveria ser evitado é o trabalho com dragas, estas sim, acabam com a terra em pouco tempo, fazendo o mesmo com os rios. Os trabalhos deveriam ser como antigamente: manualmente.

Devemos pensar nisto. Devemos pensar no povo. Vamos trabalhar consciente e as coisas melhoram. Ficar sem trabalho é que não podemos, pois as conseqüências serão gravíssimas.


Autor: Henrique Araújo


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