Rios da vida, quem não navegou?



Só quem nasce na Amazônia pode perceber o valor desta estrada d'água que conduz, que reduz e alimenta o homem do beiradão o verdadeiro herói embrenhado neste sertão de tantas agonias esposado com a mata segue sem temor defendendo cada palmo deste chão caboclo prostituido  na miseria  por vezes esfregada na cara queimada de sol a sol do meio dia de fome gritada sobre a fartura que rema e que por pena  permite... 

A imposição da vida do beiradão perdida na imensidão que vai além das necessidade. Passa pela miséria dos que não estão habituados com a fartura das calhas na ausência do luxo que gera o lixo da ação humana confortada.

As razões  pelas quais essa passividade se manifesta na ingenuidade brava do dia-a-dia prevaricada no bordéis insones da incompreensão humana, postulada nos lábios desesperados da hipocrisia não relatada no velorio do silêncio soturno.

Quem não desceu esse rio, não navegou nessa vida de prazeres tantos de idas e vindas, de entras e saidas decoro de responsabilidades desatadas no chape-chape da canoa alagada de tanto balançar. Embalo de corpos suados e posições ardente queimando na gente esse excesso de gordura que o homem da cidade não sabe queimar.

Navega esse rio com a intensidade cabocla e desespera-te no orgasmo provocado pela cunhatã ainda tenra desprovida de qualquer vergonha que tudo que deseja é engravidar.

Vamos subir esse rio de agua barrenta, de barranca caida no leito do rio.


Autor: Alberto Silva


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