ALÉM DAS LENTES



Vejo tão distante o abrigo que me acolheria...

Me arremesso as lembranças como nuvem ao vento, com coração partido, ausentando-me da vida e da razão de viver.

Na distancia o sentimento é cruel, as lagrimas são as verdades que se ocultam no pôr de sol que se foi, na noite fria que esconde a beleza discreta e rara do luar.

Então, sinto brotar a saudade com as recordações como a nevoa fina, onde já não é permitido adormecer num leito solitário que a mim já não existe!

A realidade vaga pela vida sombria que gera o desespero, talvez seja a própria morte antecipada, na falta de teu colo que me aqueceria...

Torna-se necessário abrir os olhos e perceber o quanto é longa a vida dentro do espaço tão curto no tempo que nos separa simplesmente em ciclos, onde ando em círculos criando obstáculos dentro de um sonho surreal que limita-se sem o abrigo teu.

Ainda assim te sinto tocar-me perdido dentro de mim, com a magia de teu olhar, sussurrando o belo cântico que sopra no limitado coração eterno em mim.

De tua boca trago o gosto do mel que me revela o segredo, que fará reconhecer-te pelo sinal do rosto que já nem lembro de tantos desencontros pelos campos onde vago buscando a outra parte de mim, separados pelos deuses talvez numa aposta no tabuleiro real que nos rege num jogo sem fim.

Você se foi não a encontro como antes, quando de mim fez parte deixando o rastro apenas dentre as estrelas que vagam o céu em busca de seu espaço, guiadas apenas pelo brilho que se ofusca por de traz do luar...

Ah sorte, que traz a morte nos braços que vejo desabar no labirinto de teu nobre ser, já não causa medo, mas vou vivendo e no final de nossas vidas um encontro eterno, onde nos abrigaremos e construiremos nosso lar enfim.


Autor: jeferson silva


Artigos Relacionados


Meu Adeus...

Anelo

Não Sei O Que é Amar...

Via LÁctea (poesia)

Amor NÃo DÁ Em Árvore

O Amor Que Sinto

A Viagem