POSSIBILIDADES APORTADAS PELA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA



Maria José de Azevedo Araujo

Sônia Maria de Azevedo Viana

RESUMO:

O artigo tem por objetivo apresentar um resumido panorama da EAD na atualidade, no contexto da globalização, destacando aspectos importantes da legislação brasileira vigente. A modernização tecnológica provocou mudanças inimagináveis em poucas décadas. Com o avanço dos processos de industrialização, o surgimento do paradigma da globalização e sob a égide da revolução tecnológica que ampara novos modos de produção, cria-se uma nova ordem mundial e internacionalizam-se as economias das nações que passam a investir num novo sistema de produção, agora baseado na parceria, na negociação, na aliança entre as empresas, interligando-se pelo manejo cada vez mais fácil e ágil da informação.Transformações radicais movidas pelas novas formas de produzir e socializar o conhecimento influencia não só a economia mundial, mas, sobretudo redimensionam os paradigmas que orientam a cultura, o trabalho e a educação. Assim, questões relativas à transposição didática de conhecimentos mediados pela tecnologia, a interação dialógica entre o professor e o aluno, a nova relação tempo-espaço, a autonomia do aluno resultante da aprendizagem individualizada, são elementos importantes que deverão ser ainda analisados à luz das novas possibilidades trazidas pela EAD como uma modalidade especial de ensino-aprendizagem. Educar sob uma nova ótica e para um novo mundo é o grande desafio hoje da Educação a Distância, que renasce como uma modalidade de ensino que não se atém a servir como alternativa visando à universalização do ensino, mas se institui com a finalidade de democratizar as oportunidades de conhecimento, devendo se consolidar a partir das lições aprendidas com a própria história.

PALAVRAS-CHAVE: Globalização. Educação a Distância. Legislação.

INTRODUÇÃO:

A visão de futuro de curto alcance compromete e reduz os horizontes possíveis do educador e dos educandos, uma vez que os processos formativos têm em conta campos e postos de trabalho que passam a sofrer rápidas transformações. Alguns deixam de existir, abrindo espaço para o surgimento de novas atividades e profissões. Esse novo modo de produção empresarial que se institui através de redes de conhecimento e informação baseia-se, sobretudo, na descentralização, na participação e, portanto, novas competências serão necessárias para responder às demandas da sociedade denominada como sociedade do conhecimento.

Nesse contexto de mudanças radicais a escola assume posição estratégica fundamental para permitir uma formação adequada às novas referências da sociedade globalizada. Nota-se que há uma grande pluralidade de opções. O mercado de trabalho expande-se e as exigências se ampliam face à grande competitividade. Exclusão e inclusão são pilares fundamentais que envolvem as discussões sobre a viabilidade e perenidade da escola como instituição que deve oportunizar inserção social, cidadania, acesso ao mundo do trabalho. Para Linhares,

É possível fazer da escola, criada nos moldes da sociedade moderna, um espaço onde os ideais iluministas de democracia, liberdade e igualdade possam ser atingidos, principalmente, se pudermos trazer para seu interior todas as manifestações e produções culturais, as novas formas de comunicação, organização e negociação dos sentidos, produzidas pelo homem na era da informação, comunicação e imagem. (2007, p.48)

Assim, novas competências e habilidades serão requeridas pela nova escola, com capacidade de acessar e processar informações, espírito de equipe, autonomia. Enfim, pode-se dizer que polivalência e flexibilidade são elementos insubstituíveis para superar a crise da escola e torná-la uma instituição social plenamente adaptada à sua época.

Então, não mais é possível subsistir uma única forma de abordagem da realidade, pois um pensamento único não abre espaço à crítica, ao contrário, tudo que se coloca de forma dogmática se torna uma barreira para o avanço, a mudança e a transformação – categorias insubstituíveis no século XXI.Alguns estudiosos do pensamento pós-moderno nos dizem que será preciso desaprender para de fato reaprender, incorporar o espírito desse novo modo de existir.

O novo grande desafio é exatamente perceber, com clareza e equilíbrio, o lugar das novas tecnologias na escola – seus usos, benefícios e limitações – no âmbito da educação sem, porém, esquecermos das tradições, aqui pensadas em seu sentido positivo, como lições que nos tornaram tudo que somos, senão estaremos contribuindo para fortalecer a exclusão social, a discriminação e o fracasso da educação.

Portanto, é necessário entender a complexidade presente no contexto fundador das experiências, pesquisas e práticas que envolvem os estudos relativos à Educação a Distância. A abordagem das múltiplas perspectivas, conceituais, políticas e normativas que envolveram o processo evolutivo da EAD no Brasil e no mundo, situando-a contextualmente face aos condicionamentos sociais, científicos e econômicos refletidos por suas circunstâncias, nos proporcionaram uma visão mais ampla e crítica do itinerário histórico percorrido até a atualidade.

Retrata-se a educação a distância, na perspectiva histórica, situando-a numa jornada mundial de desenvolvimento através de uma cronologia de fatos importantes para consolidação dessa modalidade de ensino, desde 1829. Também se destaca o quadro conceitual e sua perspectiva evolutiva, no contexto das três gerações que marcam o desenvolvimento da EAD.

Assim, a produção desse artigo oportuniza esclarecimento e crítica a partir de um novo olhar, como nos ensina o Fernando Pessoa, "o meu olhar é nítido como um girassol." mais atento ao todo, sem esquecer a parte que se conecta ao cenário, expondo, com propriedade, um breve panorama da educação a distância - primeiro passo para iluminar os novos horizontes que compõem já, a partir desse momento, outros importantes recortes dessa mesma realidade.

As autoras, na qualidade de pesquisadoras, analisaram alguns aspectos que julgaram mais relevantes na prática da Educação a Distância, tendo em vista o contexto da relação teoria e prática, através de textos reflexivos e de tópicos apresentados, compreendidos como eixos norteadores e guias para iluminar nosso olhar sobre a experiência investigada.

O MUNDO ENCOLHEU, OU SERÁ QUE SE ALARGOU?

A verdade é que o mundo se transformou no contexto atual da globalização sob a égide do imperativo científico e tecnológico que revolucionou a sociedade e especialmente o mundo do trabalho. A revolução tecnológica reinventou a economia em escala mundial, flexibilizou intercâmbios entre grupos e setores produtivos devido à eficácia das telecomunicações e de outros aparatos que permitiram a comunicação transnacional promovendo o desenraizamento das pessoas e das coisas.

O processo de globalização da sociedade, do ponto de vista da desterritorialização, segundo Ianni, trouxe para todos nós a certeza da quebra de barreiras, encurtando distâncias, vencendo os limites postos pela geografia, "aos poucos, ou de repente, o mundo se torna grande e pequeno, homogêneo e plural, articulado e multiplicado" (1997, p.89).

Esse novo contexto altera as noções de espaço e tempo. Altera as referências conceituais, liquefazendo antigas certezas paradigmáticas pela imposição de novas categorias que orientam a organização da sociedade e a gestão da educação e do trabalho.

Institui-se assim, com o advento da terceira revolução um novo modo de ver e pensar a realidade, guiando o pensamento através da flexibilidade, da descentralização e do universalismo como estratégias próprias da globalização na pós-modernidade. Instalam-se nas empresas novas relações comerciais pautadas na busca de vantagens competitivas conforme Correia, (2007), possibilitadas pelo domínio das inovações tecnológicas que também propiciam o controle mais efetivo e minucioso por meio do monitoramento do ritmo de trabalho e das informações colhidas em diferentes instituições sobre cada cidadão.

Quem domina o poder tecnológico controla a situação. Nasce o "desemprego estrutural" que deposita créditos na tecnologia e na capacidade de especialização do trabalhador, alijando grandes contingentes que seguem à margem da vida econômica, sem oportunidade de aperfeiçoamento e requalificação.

É nesse contexto mutacional que radicaliza o conhecimento técnico-científico como eixo condutor do mercado globalizado que se justifica a necessidade de formação continuada do cidadão e o uso de novas tecnologias como ferramenta adequada para democratização dos saberes e experiências, garantindo o acesso universal às informações e ao conhecimento. Corrêia cita Pierre Lévy para indicar uma posição otimista ou tecnofílica, ao considerar "a sociedade da informação como a possibilidade de concretização da tecnodemocracia, na qual o peão da fábrica e o empresário estariam em pé de igualdade, acessando informações no ciberespaço." (2007, p. 14).

Esse posicionamento não reflete outros condicionamentos sociais, culturais e econômicos próprios de países como o Brasil, cuja desigualdade de acesso aos bens socialmente produzidos pela nação, certamente não será resolvida com um simples toque possibilitado pela magia fetchizante da moderna tecnologia. Em contrapartida, segue o exemplo de Nicolas Negroponte, também citado por Corrêia, que:

Numa posição tecnofóbica, de total aversão às inovações tecnológicas – considera a Sociedade da Informação a consumação do totalitarismo, devido ao controle dos processos de produção e distribuição da informação, que ocasiona a supremacia de uma determinada fonte de informação sobre as demais. (2007, p.14).

Vencendo o radicalismo dessas posições que consideram a tecnologia apenas como uma ferramenta, autores como Aparici e Santos (1999), citados por Correa, em Ianni (1997, p. 105) assumem uma posição mais equilibrada, embora não menos crítica, mostrando que talvez se possa descobrir que a emergência da sociedade global abre outras possibilidades para a realização do modo de ser da modernidade.

Nesse horizonte, as universalidades presentes na imaginação filosófica, científica e artística talvez possam impregnar as metamorfoses da história. Enfim, percebe-se que o fenômeno da globalização propõe novos desafios à humanidade, entre eles a busca de uma sociedade produtiva, que seja justa para a coletividade, e a formação de um novo cidadão que seja capaz não só de acessar a informação, sobretudo, seja capaz de produzir, selecionar e socializar um saber que agora resulta de uma cultura internacionalizada, exigindo, portanto, novas formas de se educar para o desenvolvimento do pensamento plural, complexo e universal.

PANORAMA DA EAD

A partir do conhecimento possibilitado pela exposição da jornada histórica se aprende que a EAD surge, especialmente, com a finalidade de contribuir para o alargamento do processo de democratização da educação com ênfase para ampliação do acesso. Diversas formas de ensino a distância foram elencadas evidenciando seu caráter de flexibilidade e adaptação para responder às diferentes demandas sociais.

Assim, do tradicional ensino por correspondência ao acesso ilimitado às fontes de informação através da internet – via web - a EAD consagra-se como uma forma alternativa de educação. No Brasil, quase um século depois da primeira experiência na Suécia no Instituto Librer Hermodes, registram-se as primeiras experiências radiofônicas em 1923. Além dos cursos por correspondência o uso do Rádio e da TV Educativa marcam o início da experiência brasileira. Projetos relevantes são desenvolvidos mais recentemente, no âmbito da terceira geração, destacando-se os Cursos da Fundação Roberto Marinho, a produção da TV Escola que socializam uma programação didática bastante variada, ao lado de outras instâncias - públicas e privadas -, que investem na oferta de cursos de capacitação continuada para aperfeiçoamento e atualização profissional.

Vê-se, dessa forma, que a conceituação da Educação a Distância não é empreendimento fácil uma vez que o rótulo de modalidade assistencialista e compensatória, a caracterização pelo tipo de tecnologia adotada e a sua compreensão por oposição ao sistema educativo presencial integram as diferentes concepções apresentadas. Há quem a destaque como um método de instrução, um método de distribuir conhecimentos, habilidades e atitudes, uma estratégia operacional para viabilizar os fins da educação permanente... Constata-se que essas características, de fato relevantes, não esgotam todas as potencialidades inerentes a essa nova forma de ensinar e aprender, ao contrário, minimiza seu alcance e sua eficácia.

Algumas questões são fundamentais para ampliar o entendimento conceitual de EAD. Nessa perspectiva podem-se pontuar inovações e, ao mesmo tempo dificuldades que surgem a partir dos conhecimentos trazidos pela evolução tecnológica aliado aos avanços das teorias sócio-interacionistas para se definir melhor as propostas educativas no seio da EAD.

INSTRUMENTOS DE REGULAÇÃO PARA OFERTA DA EAD

Desde 1996, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº. 9394/96, espera-se a regulamentação do artigo 80 que já distingue a EAD como uma possibilidade educativa diferenciada, abrangendo todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada.

O artigo 80 constituiu-se ao mesmo tempo como uma vitória e um desafio, assumindo-se aí a sua valorização e a sua peculiaridade, carecendo de regras para fazer avançar a sua incipiente visibilidade pública. Daí em diante, o Decreto-Lei n.º. 494/98 e outras portarias normativas, vão abordar a Educação a Distância como uma forma de educação fundada no caráter de flexibilidade para admissão de alunos, elaboração de calendários, duração de cursos, produção de mediações tecnológicas etc., identificando os níveis de ensino que poderão ser oferecidos sob essa nova modalidade de ensino.

Destaca-se de certa forma, a permanência do caráter de atendimento emergencial e complementar da EAD, uma vez que a sua regulamentação se apresenta ainda com restrições para oferta dos cursos de graduação e pós-graduação, preocupando-se sobremaneira com as modalidades marginalizadas pelo sistema de ensino, como é o caso da educação de jovens e adultos. Percebe-se que a política brasileira de Educação a Distância ainda está em processo de construção, necessitando regulamentações e, principalmente, maior participação dos profissionais envolvidos com a formação profissional a distância.

É nesse clima de confronto teoria-prática que suscita a necessidade de se ampliar e regulamentar melhor as competências e vantagens proporcionadas pela Educação a Distância, que se recepciona o Decreto-Lei 5.622/2005, como uma legislação capaz de estabelecer em seus seis capítulos e trinta e sete artigos, uma regulamentação mais sólida e compatível com as expectativas geradas pelas possibilidades da EAD na atualidade.

Limites e críticas ainda são feitos, porque não tivemos um tempo de maturação necessário para avaliar sua eficácia no processo de regulação, monitoramento e avaliação das experiências em andamento. No entanto, o mais importante é saber reconhecer a relevância social e política dessa nova história da educação que se escreve a partir do reconhecimento da educação a distância, não como panacéia, fetiche, milagre, mas, como uma herança política recente que implica na capacidade cooperativa das instituições para estabelecer parcerias que culminem no seu pleno desenvolvimento das suas potencialidades beneficiando o povo brasileiro.

OS MITOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Sabe-se, pela observação baseada no curso da história, que a EAD vem se constituindo como uma referência de ensino capaz de promover a educação para todos quando utilizada adequadamente. Isto é, quando se desenvolve aliada a determinadas condições sociais e pedagógicas, sem as quais, as suas possibilidades educativas não se tornam de fato efetivas, ao contrário, podem gerar uma distância ainda maior entre incluídos e excluídos do acesso a educação de qualidade.

Assim, compromisso político, rigor metodológico, ética pedagógica e responsabilidade social, são elementos que deverão ser considerados para que a EAD não seja utilizada apenas como uma modalidade alternativa, constituída à parte do sistema de ensino, direcionada para os menos favorecidos. É necessário que se compreendam as vantagens e limitações próprias dessa modalidade ainda recente entre nós, considerando-se o percurso das três gerações[1] através das quais a experiência de EAD se consolida.

Nesse percurso fomos criando mitos através dos quais enxergamos a EAD, muitas vezes de forma equivocada, o que dificulta muitas vezes a sua expansão qualitativa e a sua aceitação. Entre os mitos assimilados pode-se destacar:

  • O mito da universalização da educação pela redução das barreiras geográficas;
  • O mito do baixo custo pela alta capilaridade dos programas;
  • O mito da liberdade e independência do estudante;
  • O mito da inovação pela diversidade metodológica;
  • O mito da personalização pela satisfação de demandas peculiares;
  • O mito da substituição do professor pela máquina;
  • O mito do currículo totalmente aberto;
  • O mito da qualidade pelo uso dos recursos tecnológicos.

A listagem desses mitos mostra bem que fazer EAD não é tarefa fácil. Primeiro porque os ganhos em relação à ampliação das possibilidades de acesso a educação, não prescindem de investimentos em estruturas específicas e políticas que garantam a eficácia da mediação tecnológica. Um grande número dos excluídos da educação sobrevive ainda à margem de determinados avanços científicos e tecnológicos.

Há dados reveladores que retratam bem a carência tecnológica generalizada, mesmo entre os brasileiros com status econômico, social e cultural superior à população mais carente,[2] portanto, é possível entender hoje, de forma mais crítica e equilibrada, que não há uma relação simples e direta entre o uso da EAD e a democratização do ensino. É preciso que se invista seriamente numa política de inclusão digital, criando-se oportunidades para que a população aprenda a utilizar esses recursos no seu cotidiano, vençam o medo e a insegurança que ainda existe, especialmente entre aqueles que sobrevivem mais afastados dos avanços tecnológicos da atualidade.

Falar sobre cada um dos mitos aqui relacionados seria o ideal. Porém, nesse momento, apresentam-se algumas considerações de forma ainda bastante geral, sobre três dos mitos citados anteriormente.

O MITO DA PERSONALIZAÇÃO E INDEPENDÊNCIA

Já é possível dizer que a EAD transforma a relação pedagógica que se estabelece entre o professor e os alunos como a conhecemos, numa classe tradicional. Afetividade, empatia, presença comprometedora dão lugar a autonomia dos estudantes promovendo uma maior independência - quanto ao uso do tempo/espaço para realização dos estudos; quanto ao ritmo individual; quanto às escolhas mais afinadas de conteúdos que complementem a aprendizagem e atendam aos interesses imediatos de cada aluno; quanto à liberdade maior para interagir em face de um novo conceito de grupo, compreendido como uma inteligência coletiva, atuando num espaço que pode ser ocupado, por opção, por todos os envolvidos no processo, indiscriminadamente.

O MITO DA INOVAÇÃO

Há realmente algo novo e revolucionário no ensino a distância? Porque será que muitos alunos – especialmente nos processos de formação inicial não se sentem motivados para continuar aprendendo? As hipóteses que se pode apresentar se constroem em torno de determinadas carências das equipes formadoras cuja experiência de aprendizagem oriunda de uma escola tradicional, se torna parte do habitus profissional, oferecendo uma resistência passiva aos avanços pedagógicos que vão sendo conquistados.

Novos saberes e novas posturas são necessários para se garantir um ensino inovador, o que exige tempo e capacitação para desestabilizar um modo de saber-fazer que impregnou a educação e está entranhado pela força do habitus[3] e da cultura escolar como mecanismos que impulsionam e automatizam nossas ações, difíceis, portanto, de modificar rapidamente.

Somos fruto da cultura da repetição, do copismo imobilizador da criatividade e da ousadia necessária para questionar o mundo real. Vivemos a pedagogia descolada do contexto e cindida de significado.Por isso é preciso tempo e investimento em processos de qualificação profissional que sejam capazes de orientar mudanças significativas na prática docente.

O MITO DO CURRÍCULO ABERTO

Os que lidam com planejamento de ensino sabem o quanto é difícil construir um currículo aberto, caracterizado pela flexibilidade de adaptação às circunstâncias e peculiaridades de cada segmento social, de cada comunidade, de cada realidade a ser atendida. Com certeza já é possível superar a noção de currículo preso a uma grade hermeticamente fechada sobre conteúdos previamente estabelecidos pelos especialistas com seu olhar de "fora" sem considerar as demandas e especificidades de "dentro". Não dá mais para continuar atrás das grades.

Temos a chave (teoria) que nos libertará desse imobilismo prévio que nos submeteu, durante décadas, a programações desconexas, que não contemplavam interesses e expectativas diversificados. Hoje, pode-se dizer não à padronização curricular e tirar, enfim, essa camisa-de-força feita de maneira exógena as nossas necessidades. Para isso temos que aprender a adequar equilibradamente duas importantes e conflituosas dimensões do planejamento educacional, privilegiando o acesso ao conhecimento global sem perder de vista as peculiaridades do conhecimento localizado, que responde, naturalmente, às perspectivas individuais presentes em cada comunidade. Ainda não temos receitas prontas e, mesmo que a tivéssemos, não seria conveniente adotá-las, especialmente no âmbito da EAD, onde o risco de se perder na rede de comunicação é bem maior.

A DINÂMICA DAS AÇÕES PEDAGÓGICAS

As analises realizadas através da educação a distância na prática, exigem reconhecer, um conjunto de procedimentos metodológicos inovadores, que têm como objetivo propiciar a interação entre o aluno e o seu objeto específico de conhecimento. É importante apreciar dessa perspectiva, (visão de tutoria), a dinâmica organizadora das ações pedagógicas promotoras de integração e compromisso.

Assim, procuramos analisar, como ocorrem, de fato, as experiências de Educação a Distância em andamento no contexto que nos é próximo. Para tanto, buscamos as informações necessárias para identificar vantagens, limitações e peculiaridades existentes no âmbito das ações implementadas através da EAD.

A instituição escolhida como foco de análise e avaliação – Universidade Tiradentes – UNIT/SE[4], caracteriza-se por ampliar sua oferta através dessa modalidade de ensino, constituindo uma organização capaz de garantir, a necessária credibilidade da comunidade sergipana em sua oferta de cursos a distância ou disciplinas semi-presenciais. Com experiência precedente e uma Pró-Reitoria de Educação a Distância, a qual congrega a participação de profissionais com créditos nessa área, a UNIT propõe um modelo de educação a distância que favorece a procura dos que almejam qualificação e aperfeiçoamento.

Desta forma, apresentamos aspectos da Educação a Distância na Universidade Tiradentes - UNIT, em Aracaju, concluindo-se que houve avanços e amadurecimentos consideráveis, no modo de trabalhar, após breve análise sob o olhar de quem pesquisa o tema e faz atualmente um curso de especialização em Educação a Distância, promovido pelo SENAC, e a vivência de quem atua na área específica e participa constantemente de cursos de capacitação e atualização promovidos pela Pró-Reitoria da Educação a Distância – PROEAD - UNIT. Nesse sentido podemos destacar:

Perfil do público alvo da EAD

  • Pessoas que trabalham e cujos horários não se adequam aos horários tradicionais;
  • Aqueles que precisam de atualização de conhecimento relativos à sua prática profissional;
  • Alunos de graduação e de pós-graduação dos vários cursos ofertados pela Instituição.
  • Pessoas capazes de refletir e criticar seus próprios conhecimentos, com capacidade de interagir com outros saberes, aptos a assimilar os preceitos da ética em tempos de globalização e tecnologia cada vez mais avançada.
  • Os que buscam transformação social e o desenvolvimento regional.

Quanto ao Perfil dos Alunos – É importante perceber que não só a questão da indisponibilidade de um tempo tradicional, comumente desenvolvido nos cursos presenciais que se constituem de segunda-feira a sexta-feira, manhã, tarde ou noite, reconhecida como uma das características específicas do perfil daqueles que escolhem estudar através da educação a distância, mas, sobretudo é importante verificar o nível de compromisso exigido nesses cursos, ao solicitar da sua clientela determinadas competências e habilidades difíceis de adquirir por qualquer indivíduo.

Esse compromisso se revela quando ressalta-se que os cursos de EAD se destinam a pessoas capazes de refletir e criticar seus próprios conhecimentos, com capacidade de interagir com outros saberes, aptos a assimilar os preceitos da ética em tempos de globalização e tecnologia cada vez mais avançada;isso demonstra que não é qualquer indivíduo que consegue obter sucesso ao optar por essa modalidade de estudos.

Aspectos do Financiamento da Educação a Distância da UNIT

  • Esta é uma questão institucional.
  • O aluno é o responsável pela manutenção financeira através do pagamento das mensalidades
  • Percebe-se que é uma das prioridades inclusive de aplicação de recursos, do gerenciamento da Instituição de Ensino Superior, nos tempos atuais, implantar e privilegiar disciplinas on-line, semi-presencial, em todos os cursos e implantar novos cursos completamente a distância, de graduação e de pós-graduação.

Quanto aos Recursos Financeiros - Sabe-se que, um dos pontos fundamentais para as instituições que oferecem EAD é o barateamento dos custos, uma vez que se pretende conquistar um público cada vez maior entre aqueles que têm baixo poder aquisitivo e vivem de certa forma, à margem dos processos educativos regulares, exatamente pelo alto custo, além da questão do tempo, já citado no item anterior. Se pudéssemos analisar com mais profundidade essa questão, poderíamos concluir, com mais argumentos indicativos as contradições existentes entre a redução dos custos e a qualidade da educação a distância, uma vez, que para se fazer Educação a Distância com qualidade, é necessário investir não só em prédios e equipamento adequados, mas na disponibilidade de uma estrutura diferenciada em termos de recursos tecnológicos, materiais e humanos, que de fato elevam bastante os custos, pelo menos num primeiro momento para implantação das ações.

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Disponibilidade de tempo

  • Para o aluno – 50% presencial e 50% de auto-estudo.
  • Para o professor - 50% presencial e 50% de orientação de auto-estudo.
  • Parte do tempo da disciplina acontece on-line, com educandos e educadores acessando à distância, e incide através de avisos virtuais, e-mails, correções de tarefas virtuais, chats, fóruns, seminários virtuais, atendimento aos contatos telefônicos e atendimentos presenciais individuais ou em pequenos grupos.
  • São seis encontros presenciais, sendo quatro encontros de revisão e dois encontros para aplicação de avaliação, com o tempo de duas horas-aula cada um. Há ainda uma nova oportunidade de aplicação de avaliação para quem solicitar formalmente ao Departamento de Assuntos Acadêmicos da UNIT, atendendo às exigências legais.

Quanto ao Tempo - Há uma divisão de tempo entre o presencial e a distância, que se faz sob a forma de auto-estudo. Acreditamos que essa forma híbrida, contribui para facilitar a entrada daqueles que ainda não estão familiarizados com o uso das modernas tecnologias. Observa-se que, especialmente nos cursos de graduação, há um risco maior de fracasso, para os alunos que não possuem o hábito de estudos e de fazer a auto-avaliação, uma vez que alguns alunos ingressam no nível superior sem os conhecimentos tecnológicos exigidos para atuação eficiente e eficaz nas disciplinas on-line. Outros ingressam no nível superior, ainda bastante inseguros para encarar o novo, e com uma bagagem de conhecimentos bastante limitada, o que, exige presença viva de tutores e de técnicos da PROEAD-UNIT para ajudá-los a sanar dificuldades pedagógicas e técnicas.

Recursos Humanos Necessários

  • A composição de recursos humanos que está vinculada à Pró - Reitoria de EAD da UNIT está constituída por diferentes cargos e funções a saber:

·Coordenação Geral – constituído por um professor da instituição. Tem como competências:

-Definir, estratégias de implantação da modalidade de EAD na UNIT, através da elaboração de Projetos de cursos, proposta técnico-financeira, da articulação política e institucional, do monitoramento e avaliação dos cursos;

-Buscar parcerias de organismos e instituições que tenham interesse na capacitação de seus profissionais, cabendo-lhes o papel de garantir as condições necessárias ao pleno funcionamento dos cursos, desde o espaço físico aos recursos financeiros e humanos;

·Tutoria – Professores ou profissionais de áreas específicas nos cursos ministrados, selecionados pela Coordenação Geral. Tem como competência básica o acompanhamento pedagógico, individual ou coletivo dos alunos, auxiliando-os na interação com os materiais no sentido de que as informações sejam convertidas em conhecimentos;

·Assessoria Pedagógica - Professores ou profissionais de áreas específicas nos cursos ministrados e com comprovada experiência pedagógica, selecionados pela Coordenação Geral. Tem como responsabilidade, monitoramento e avaliação do sistema, acompanhamento de todos os cursos, com o objetivo de avaliar a qualidade, não só do processo de implementação, como dos materiais instrucionais e os resultados junto à comunidade atingida por eles;

·Assessoria Técnica - Professores ou profissionais de áreas específicas nos cursos ministrados e com comprovada experiência Técnica, selecionados pela Coordenação Geral. Tem como responsabilidade, monitoramento e avaliação do sistema, suporte tecnológico, com o objetivo de avaliar a qualidade, não só do processo de implementação, como do sistema.

·Suporte Técnico – Profissionais qualificados e habilitados para atuar na área técnica específica, dando apoio aos professores e alunos, inclusive esclarecendo as dúvidas presencialmente ou por telefone.

Equipe de Pessoal - Destaca-se que há uma equipe bem formada para organizar e conduzir as ações de EAD. Claro que não poderia ser diferente em se tratando de uma Universidade que valoriza essa forma de educação como uma metodologia capaz de garantir inclusão pela expansão do ensino, o que garante a matrícula de um grande contingente de pessoas ávidas por qualificação profissional, seja sob a forma de atualização, seja sob a forma de graduação e até sob a forma de pós-graduação. Esse é de fato o ponto chave: a disponibilidade de uma boa equipe, hierarquicamente organizada, com funções e competências bem distribuídas. Observa-se também que cada um tem competências bem definidas, que perpassam pela função do outro. Há uma interligação de objetivos que responsabiliza a todos numa rede de atribuições que favorece a administração dos cursos ofertados.

Além dessa equipe citada: Coordenação geral, que são os articuladores de parcerias e propostas; os tutores – responsáveis pelo acompanhamento pedagógico permanente; os assessores pedagógicos que avaliam a qualidade do sistema e dos materiais; os assessores técnicos que dão suporte tecnológico constata-se que há um bom número de especialistas e que são contratados para produzir o material necessário sob a forma de livros que irão subsidiar os estudos durante os módulos específicos de cada curso. Essa é também uma das características mais importantes presentes na oferta de EAD. Portanto, sem bons profissionais não se faz bem a EAD, como não se faz bem o ensino presencial, ou qualquer outro tipo de atividade educativa. O fator humano é fundamental e insubstituível.

Relação professor x aluno - Observa-se que a cada turma e cada disciplina trabalhada, novos desafios são apresentados, abrindo-se diferentes possibilidades para composição de um conhecimento cada vez mais complexo e surpreendente. O uso da tecnologia na educação superior tem o impacto de inovar a prática pedagógica e, em conseqüência, têm desafiado os docentes e os discentes no sentido de descobrir um jeito novo de ensinar e de aprender.

Os desafios a encarar e os problemas a suplantar são inúmeros. Além disto, alguns alunos não possuem o computador em casa, e em alguns casos, não sabem usar a internet e alguns nem se comprometem a acessar apenas para atender às exigências das disciplinas. É natural que se acredite que num curso ou disciplina a distância tudo se torne mais difícil e limitado. O educador precisa estabelecer um clima de confiança e de respeito com os docentes ou, corre o risco de perder parte dos alunos pela ausência de empatia.

Percebe-se que é preciso ter, além da maturidade intelectual para refletir, criticar e aceitar críticas, a capacidade de auto-conhecimento, o gosto pelo estudo independente, competência para leitura e escrita, capacidade interativa e disciplina, como valores que promoverão a qualidade dos estudos, facilitando a vida do estudante e do professor de EAD. Todos que tenham compromisso são capazes de acompanhar as atividades propostas e de compreender a metodologia inovadora que é adotada.

No entanto, sem acompanhamento e orientação adequada, o aluno poderá perder-se na rede de informações disponíveis, desviando-se dos seus objetivos. Nesse sentido o papel do tutor é fundamental, não como um marcador/cobrador de tarefas pré-determinadas, mas como articulador do conhecimento disponível, mobilizador das relações, e elo motivador capaz de manter o interesse do aluno focado nos aspectos mais relevantes da experiência em curso. Mais liberdade para conduzir a aprendizagem sim, porém, sem prescindir da insubstituível orientação docente, necessária para que o aluno não perca de vista o horizonte e o rumo a ser seguido. Para confirmar as reflexões citamos Linhares, quando afirma que,

Entender as relações sociais cotidianas desenvolvidas na escola como um processo de comunicação é ampliar a compreensão do espaço escolar. Este esforço requer de nossa parte uma reflexão sobre como é percebido hoje o ambiente escolar enquanto espaço de produção do conhecimento, qual sua relação com a comunicação, com seus suportes tecnológicos e com as outras formas sociais de produção de saberes, e como devem ser as relações comunicacionais desenvolvidas em sala de aula com a presença dos meios de comunicação audiovisuais. (2007, p.22),

O fato de sentirmos na pele, como aluna de EAD e como tutora, o nível de exigência de cursos dessa natureza, ajuda a desmistificar a visão equivocada dos que pensam imediatamente em facilidades e vantagens, em tempo livre e liberdade sem limites, quando se trata de EAD.

Competências aguardadas do educador do século XXI

A pós modernidade tem sido identificada com o progresso, a ciência e a tecnologia, as revoluções sociais e políticas. O momento que estamos vivenciando atualmente caracteriza-se pelo surgimento de novos paradigmas em todos os campos do saber, propiciando aos envolvidos nas questões da educação em todos os níveis, a compreensão de que é urgente e inadiável estabelecer uma nova condição de trabalho para o educador que realiza a sua prática docente numa sociedade onde o conhecimento adquire um caráter dialético, amplo e aberto à incorporação de novos conteúdos culturais e novos paradigmas sociais e pedagógicos.

Para atuar com confiabilidade na educação a distância é preciso que o educador possua a visão mais atualizada e compreenda a importância da construção e adequação dos novos currículos; possua preparação tecnológica, e que busque a formação atualizada, alcançando o papel teórico - político no processo pedagógico. Nesse sentido, percebe-se que o professor é mais que um informante, um instrutor, um tutor; ele é também um aprendiz e deve estabelecer uma relação de parceria, mais horizontal e menos hierárquica para garantir a aprendizagem colaborativa entre professor e alunos, alunos-alunos; aluno-comunidade. Essa é uma maestria difícil de exercitar.

Como já vimos não temos histórico cultural que facilite esse percurso. O ensino e a aprendizagem passam a ser considerados no âmbito de uma sociedade que qualificamos como educativa e pedagógica, isto é, uma sociedade que agrega comunidades de ensinantes e aprendentes em todos os espaços públicos e privados de onde é possível a convivência social e profissional.

As principais competências esperadas do educador do século XXI são: Autonomia no conhecimento dos conteúdos propostos; Dar direcionamento às ações pedagógicas de acordo com as necessidades dos alunos; Ser capaz de fazer a auto-avaliação antes de avaliar seus alunos; Buscar a formação continuada, que permite aos profissionais a compreensão das mudanças sociais, políticas, técnicas e pedagógicas que vêm ocorrendo em acelerados processos temporais; Compreender que o objetivo central da formação continuada é desenvolver o educador/ pesquisador; Preparar-se para assumir uma nova competência pedagógicae ser um profissional que recria constantemente sua prática a partir da ação-reflexão-ação.

A URGÊNCIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA

Atualização constante, uso seletivo da informação e multiplicidade de perspectivas são pontos-chave de uma sociedade em freqüente transição econômica, social, cultural e política.  Nesse contexto, a emergência de modalidades de ensino não-presenciais e mediadas pela tecnologia justifica-se como forma de equacionar a diferença entre o número restrito de vagas da rede de ensino e a necessidade de incluir socialmente maior parcela da população, e de integrar as exigências individuais e sociais às novas demandas do mundo do trabalho, da comunicação e da informação. Hoje, é sobre o conhecimento que repousam a riqueza das nações e a força das empresas. É por suas competências que os indivíduos adquirem um reconhecimento social, um emprego, uma cidadania real... Mas o saber não é somente a riqueza primeira do mundo contemporâneo. Vivendo de invenção coletiva, de transmissão, de interpretação e de partilha, o conhecimento é um dos lugares em que a solidariedade entre os homens pode ter mais sentido, um dos elos mais fortes entre os membros de nossa espécie. (Pierre Lévy)Parte superior do formulário

As mudanças sociais e tecnológicas cada vez mais aceleradas, as novas demandas e exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n.º 9394/96, o surgimento de novas modalidades de ensino, amparadas pela criação tecnológica, desafiam escolas e universidades para realizarem transformações por vezes radicais na estrutura política, administrativa e pedagógica.Tais transformações nas instituições de ensino devem favorecer a construção de um novo perfil acadêmico, mais compatível com a vocação científica dessas instituições, revelando a marca da nossa época, potencializando os avanços conquistados nesse novo contexto político, social e econômico da sociedade em que vivemos. Citando Linhares, concordamos que:

Enquanto espaço público, a escola é também um espaço demarcador de normas e regras de negociação social importantes para a compreensão da realidade no espaço da vida vivida. É sua função possibilitar ao homem não somente o acesso às competências necessárias para decifrar os códigos e sentidos fundamentais para consenso social, para definir marcadores, não somente espaço - temporais, mas também políticos para que esse consenso seja fruto de uma reflexão-ação crítica, de uma opinião pública sobre a realidade social. Além disso, a presença do meio de comunicação nesse espaço, enriquece as relações do educando com o mundo e a sociedade que o cerca, ampliando as possibilidades de aprendizagem e a melhoria da relação comunicacional no espaço de sala de aula. (2007, p. 52)

Na escola e nas salas de aula, visões, imagens, sons desse novo mundo habitado por uma cultura fotocêntrica, auditiva e televisual, devem se articular aos conteúdos e metodologias viabilizados pelos diferentes currículos e programas – entendidos estes dois últimos como formas de política cultural solicitando dos educadores uma competência permanentemente atualizada e reconstruída à luz das inovações culturais e técnico-pedagógicas, favorecendo a tradução dos novos códigos que permeiam as diferentes linguagens criadas pelo homem.

Esse percurso inovador suscita, desperta e possibilita o exercício da autonomia enfatizando a capacidade criativa de educadores e educandos ansiosos e atentos às descobertas e mudanças que propõem um redirecionamento radical do processo educativo, considerando-se também as transformações do mercado de trabalho.

Assim, é necessário estabelecer uma nova síntese teórica, superadora das antigas concepções sobre a dinâmica do processo ensino-aprendizagem.Nesse sentido, uma nova pedagogia se desenvolve segundo Kellner, com o intuito de "estender as noções de leitura, escrita e textualidade a uma variedade de textos culturais, que vão de tratados filosóficos a filmes e romances populares" (1996:106), pois estamos numa sociedade semiúrgica que se caracteriza pela frenética proliferação de signos, símbolos e imagens exigindo dos educadores uma nova postura metodológica. Portanto, Moreira afirma que:

A participação efetiva na melhoria da escola demanda do/a futuro/a professor/a tanto a compreensão do processo de escolarização como competência no planejamento e desenvolvimento de currículos, aulas e demais atividades pedagógicas, assim como no estabelecimento de relações facilitadoras de um trabalho efetivo, práticas essas norteadoras pelo compromisso com a democracia e por considerações de ordem ética.Para isso, é importante que do/a futuro/a o professor/a possam vivenciar, na universidade, práticas norteadas pelos mesmos valores. (1995:14)

Defendendo com empenho a necessidade de se formar professores para atuarem como intelectuais transformadores e pesquisadores em ação, o autor acima citado, enfatiza que esse processo de mudanças radicais que deverá permear as práticas educativas poderá ser facilitado quando os professores que os formam também funcionarem como intelectuais, sobretudo quando for possível promover o desenvolvimento competente da formação continuada e em serviço.

Por isso, os sistemas de ensino não podem mais deixar de lado essas constatações. É urgente educar o professor para saber enfrentar os desafios que caracterizam essa nova época, preparando-o para saber pensar criticamente, aprender a aprender, reinterpretar a realidade, inovar, interferir, questionar, transformar.Há, porém, nessas considerações iniciais inúmeras questões que podem ser levantadas, conduzindo-nos a uma longa e essencial reflexão sobre as possibilidades aportadas pelas inovações pedagógicas que habitam hoje a esfera educativa, promovendo expansão e atualização do ensino.

A inovação constante do conhecimento exige da escola uma nova forma de organizar e transmitir os saberes acumulados pelas civilizações. Nesse sentido se compreende o papel e a importância das mediações tecnológicas e de outras formas metodológicas necessárias para garantir a agilidade do repasse de informações, bem como, para facilitar o acesso universal aos conhecimentos disponíveis, promovendo constante atualização.

As acertadas previsões de um dos mestres da comunicação na era da modernidade – o autor MC Luhan, citado por Lauro de Oliveira Lima ainda na década de 70 – no livro Mutações em Educação (1974), aponta as mudanças que deveriam ocorrer no âmbito dos sistemas de ensino, transformando radicalmente a forma de ensinar e aprender. A visão lúcida e, de fato extraordinária, sobre o fenômeno educativo e a instituição escolar apresentadas por Mc Luhan, não mais nos surpreende, uma vez que se concretizaram efetivamente todas as suas premissas e previsões.

Na época em que suas idéias revolucionárias foram publicadas ele já dizia que o processo de industrialização ainda não fora alcançado pela escola, que permanecia na era artesanal. Alertava ainda sobre os limites da relação pedagógica situada na bipolaridade professor-aluno num espaço físico peculiar, estruturado e conhecido como escola.Já falava da incompatibilidade da escola como ambiente fechado, impermeável à incorporação radical dos meios de comunicação que estavam surgindo e que poderiam potencializar a assimilação dos conhecimentos. A partir daqui já se tornam evidentes as contribuições da educação à distância, como uma forma inovadora de ensino caracterizada por uma nova relação entre mestres e aprendizes.

Fazendo um cotejo com os ritos presentes na educação indígena, Mc Luhan, (p. 8) indica a possibilidade de uma Retribalização – ou seja, um novo rito de passagem depois da iniciação, a ser vivido como um momento especial de saturação da comunicação, numa sociedade onde todos se educam mediatizados pelas inesgotáveis possibilidades do contexto social e tecnológico. Ele mostrava que:

Uma rede mundial de ordenadores tornará acessível em alguns minutos, qualquer tipo de informação aos estudantes do mundo inteiro" e, por isso mesmo, "os novos meios ultra-rápidos de comunicação a grande distância – rádio, telefone, televisão – estão a ponto de ligar o mundo inteiro numa ampla rede de circuitos elétricos, suscitando uma nova dimensão de engajamento do indivíduo face aos acontecimentos. (p.43).

Aprecia-se, já nessa ocasião, o protagonismo das idéias superadoras do anacronismo pedagógico de um tempo presente que já anunciava um futuro surpreendente e, pode-se até dizer, revolucionário. Entender que o mundo começava a se transformar veloz e ininterruptamente foi um passo importante para subsidiar o repensar da educação, seus processos e procedimentos e, especialmente seu modo de organizar os sistemas de ensino, abrindo-se um espaço importante para novas formas de ensinar e aprender, caracterizadas pelo ensino não presencial.

Esses fatos mostram, de forma bastante clara, a urgência da educação continuada como elemento insubstituível do processo de profissionalização dos professores, sob pena de tornar obsoletos os conhecimentos adquiridos no período da formação inicial. Portanto, concorda-se, unanimemente que a atualização permanente é solução inequívoca para se manter a qualidade profissional, garantindo-se a competitividade no mercado de trabalho, cada vez mais complexo e exigente.

Ainda em relação à perspectiva da atualização permanente, o autor Jacques Delors, em seu já tão conhecido Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional de Educação para o século XXI, explicita (p. 18) o conceito de educação ao longo de toda a vida como uma das chaves de acesso ao século XXI, uma vez que a educação permanente vem dar respostas aos desafios de um mundo em rápida transformação, considerando-se a criação da sociedade educativa baseada na aquisição, atualização e utilização dos conhecimentos.

O Relatório da Educação para o século XXI mostra que "ao se multiplicarem as possibilidades de acesso a dados e fatos, a educação deve facultar a todosa possibilidade de terem ao seu dispor, recolherem, selecionarem, ordenarem, gerirem e utilizarem essa mesma informação." Assim, "a educação deve, pois, adaptar-se constantemente a estas transformações da sociedade sem deixar de transmitir as aquisições, os saberes básicos frutos da experiência humana." (p. 20)

O Relatório aborda freqüentemente tanto a questão da atualidade quanto a questão da adaptação dos sistemas de ensino visando sua expansão pela universalização da oferta através de redes de conhecimento que permitem através da educação à distância a formação educativa adequada, garantindo-se equidade de atendimento às diferentes demandas sociais. Justifica-se, pois, diante dessas considerações, a emergência da educação continuada, tanto para atender à necessidade de atualização face à visão futurista da educação e sua intencionalidade voltada para uma dimensão prospectiva da sociedade, quanto pela necessidade de revitalização permanente dos procedimentos e práticas educativas conectando-se às modernas tecnologias para ampliar a oferta educacional sem perda da qualidade.

Sobre a necessidade de se pensar o amanhã para educar as gerações de agora, Alvin Toffler (1977) nos diz com propriedade que:

Se não pudéssemos formar quadros mentais antecipadores do futuro, se não pudéssemos compará-los com as realidades que emergem e então corrigi-los, não poderíamos absolutamente aprender – a não ser no mais estreito sentido. Devemos pois investir e mobilizar essa capacidade de visualizar o futuro como tarefa primordial da educação, ajudando a formar o indivíduo mais sensível e responsivo à mudança. Devemos redefinir o próprio aprendizado.

Essas reflexões nos ajudam a compreender melhor a amplitude e a complexidade que envolve diferentes pensadores da nossa época em torno dessa importante temática: A Urgência da Formação Continuada e que pode ser traduzida sob diferentes perspectivas, sobretudo a partir dos termos explicitados na citação que deu origem a esse texto.

DESAFIOS E BENEFÍCIOS DAS TIC's NA EDUCAÇÃO

A perspectiva da evolução da ciência e da tecnologia e sua recente (últimas décadas do século XX) inserção no ambiente escolar, sem pretensão de revisão histórica, é preciso fazer isto apenas como uma forma de conceber o pensamento crítico sobre os avanços conquistados pela sociedade da informação, contextualizando as mudanças do ensino desde o seu entendimento como repasse de informação às comunidades de aprendizagem.

Pode-se começar esse percurso evidenciando que o crescimento industrial aporta mudanças significativas, que demarcam novas propostas de organização dos sistemas de ensino tomando como referência o taylorismo e a teoria do capital humano. A aprendizagem se estrutura então, sobre o pilar da fragmentação, do individualismo, do controle burocrático, da transmissão controlada de informações. Creio que é possível dizer que se institui aí, uma relação hierárquica, extremamente verticalizada, dualista e oposicionista entre os saberes - do mestre e do aprendiz.

O professor que tudo sabe e o discípulo-aprendiz – saco vazio a ser preenchido conforme as demandas e necessidades do sistema produtivo e hegemônico. Por isso, é importante refletir sobre esse passado recente para entender que é preciso:

Superar a educação que caracterizava a sociedade industrial e que se baseava em princípios como a vontade de libertar e ilustrar os meninos e meninas, socializando-s nos valores hegemônicos e nos conhecimentos apropriados ao ponto de vista da cultura dominante. (...) Insistir nessa concepção é caminhar para o fracasso e para a imposição de modelos obsoletos que só serão úteis para os grupos privilegiados e que condenarão os demais à exclusão. (TORTAJADA, 2000, p. 27)

Feitas estas considerações, pode-se de fato, ingressar nos questionamentos tomados como ponto de partida para criação desse texto, esclarecendo em primeiro lugar que é preciso assumir uma concepção abrangente e adequada do termo tecnologia educacional, aprendida nos estudos apostilados dessa segunda unidade de ensino que estamos percorrendo. Vimos que o termo tecnologia educacional não pode se resumir às aplicações puramente práticas que se esgotam na feitura das ações concretas.A tecnologia em seu sentido amplo tem implicações de caráter social e reflexivo; implica no ato de poder pensar – aprender a pensar (função primeira da escola hoje). É preciso ensinar o educando a pensar.

Esse é um desafio real da escola que introduz a tecnologia na educação não como um instrumento à parte, transportado teatralmente para "dinamizar" a aula tradicional – roupa velha com remendo novo. É preciso considerar o sentido social, simbólico, é preciso viver a tecnologia como parte do cotidiano da escola e não como um evento a se comemorar em dias especiais quando o professor utiliza a sala de multimeios – uma vez por semestre, quando os instrumentos estão em perfeito funcionamento.

Outro desafio que também se constitui como dificuldade é o da diversificação no uso da tecnologia educacional, uma vez que aprendemos como é importante valorizar e dispor de diferentes formas de comunicação onde o professor seja não mais o mestre como senhor do saber, mas aquele que arquiteta com o aluno novos percursos possíveis para aquisição do conhecimento cultural e socialmente relevante.

Não aprendemos a conhecer construindo redes – então como ensinar se nossa teia era, por assim dizer, "pré-fabricada"? E aí, pode-se também destacar as vantagens da multiplicidade de opções que o professor-arquiteto traz para os seus educandos a partir do reconhecimento do valor das tecnologias educacionais. A tecnologia se constitui (onde há condição para tal) de forma mais democrática, ela não impõe um conhecimento de mão única, mas oferece múltiplas alternativas, abre portas às novas informações, enseja, muda, mobiliza e, portanto potencializa sobremaneira a aprendizagem autônoma.

Creio que há muito pra se dizer sobre as questões levantadas e, se considerarmos a riqueza de opções postas (mídia sonora, escrita, audiovisual) esse texto ganharia uma dimensão bem maior. Penso ser importante destacar especificamente as dificuldades para o uso da Internet na educação – ainda bastante recente – cujo conteúdo e forma trazem possibilidades inexploradas e impensadas. Uma questão crucial que se estabelece inicialmente é a questão do acesso, considerando-se o baixo poder aquisitivo da grande maioria da população.

Estamos falando de um país com grandes desigualdades sociais, com democracia impermeável à maioria. Isso não é frase feita, é experiência que se sente na pele, especialmente quando se vive, por exemplo, o cotidiano das escolas públicas das periferias. As pessoas ainda não se sentem seguras para usar determinadas tecnologias e têm medo da internet, especialmente os adultos. Nas escolas, frise-se bem, muitos professores agora é que estão começando a adquirir, através de financiamentos do governo seus computadores, passando então a reconhecer esse poderoso meio de comunicação que pode transformar o processo de ensino-aprendizagem.

A necessidade de qualificação profissional é outro aspecto relevante se considerarmos que as instituições de nível superior ainda não assumiram de fato esse perfil necessário para formar o profissional para atuar na escola que almejamos. Vejam que nem mesmo os 20%, legalmente amparados e a que têm direito de uso curricular a distância está sendo posto em prática. É premente como um dos grandes desafios da educação face às possibilidades de uso das tecnologias, entre elas a internet, a criação de condições adequadas para por em prática essas novas experiências educativas.

É claro que sobre as vantagens da internet, em termos de reduzir distâncias, desmistificar o conceito de ensino presencial, adequação e flexibilidade do tempo de estudo, acesso às redes de conhecimentos, etc. muito já se falou e se registrou em textos anteriores nas abordagens feitas sobre a importância da Educação a Distância – e quando respondemos é fácil fazer EAD? Então, não será necessário repetir.

No entanto, aqui, é imperioso ressaltar a questão da criatividade, da parceria, da cooperação que tão bem estamos aprendendo e, que até então não tínhamos essa visão. Portanto, percebo que uma das grandes dificuldades é constituir hoje o mestre do amanhã, como nos dizia em seu importante texto o mestre dos mestres - Anísio Teixeira – contra a pedagogia da transmissão de doses homeopáticas de informação, têm-se hoje alternativas impensáveis no contexto das novas tecnologias da informação e da comunicação e nenhuma delas poderá ser negligenciada pelos sistemas educativos, presenciais ou não, sob pena de se tornar obsoleto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Educação a Distância gera novas expectativas, reconceitualiza-se à luz dos novos paradigmas científicos, sociais e pedagógicos. As escolas futuristas – estruturadas para além dos espaços arquitetônicos limitados às salas de aula como ambientes restritos e fechados, se tornam uma realidade, com o nascimento das comunidades de aprendizagem, pelo uso de novas tecnologias adaptadas para servir melhor às necessidades educativas do século XXI. A legislação se apresenta como instrumento de regulação e monitoramento e avaliação dos sistemas educativos, distribuindo responsabilidades que passam a ser compartilhadas entre as três esferas públicas do poder constituído.

A Educação a Distância ganha projeção e valoriza-se à medida que responde mais efetivamente às demandas da sociedade e as especificidades do mundo do trabalho. Institui-se em todos os níveis e modalidades de ensino, regulamantando-se seus procedimentos, assegurando maior credibilidade e confiança. Novos questionamentos e desafios estão surgindo, implicando na necessidade de progressão de estudos e pesquisas que possibilitem novos avanços e recomeços, sempre destacando-se que a educação continua a ser o bem mais precioso e irrecusável de toda sociedade que almeja se estabelecer com justiça, democracia, ética e liberdade. É importante realçar a repercussão do processo de globalização sobre a educação e o trabalho, pela imposição de novos conceitos e valores que vão perfilar o contexto da pós-modernidade. A educação como um fenômeno central ao processo de globalização exige mudanças estruturais em sua forma de organização e gestão, em seus fins e meios. A tecnologia revolucionária cria a sociedade da informação e altera a ordem do mundo econômico; muda a face do trabalho e do trabalhador e contribui para transformar a educação, ampliando suas possibilidades de universalização.

Portanto, os desafios foram postos, aceitos e superados, às vezes com sacrifício maior, considerando-se a disponibilidade de tempo face ao acúmulo de obrigações, serviram de aperitivo, estimulando-nos para novos estudos e práticas que, com certeza nos trarão igual satisfação.

Analisar, ainda que brevemente, nossas experiências de EAD em desenvolvimento no contexto mais próximo, nos permitiu estabelecer de forma mais crítica, algumas importantes conexões entre o saber teórico e a prática concretamente vivenciada e compreendida, como uma realidade que pôde ser interpretada à luz dos conceitos construídos.

Assim, a escrita do artigo "Possibilidades aportadas pela educação a distância" também oportunizou um novo olhar sobre o contexto institucional promotor da Educação a Distância, destacando a importância da estrutura física, a forma de organização pedagógica, bem como a disponibilidade de uma equipe de profissionais hierarquicamente articulados em torno de atribuições que se integram para garantir a oferta de cursos ou apenas disciplinas sob a modalidade a distância.

Esse processo de observação crítica, oportunizado pelo contato direto com profissionais responsáveis pela organização dessa nova forma de ensino, evidenciou pontos positivos e aspectos mais delicados que ficaram ainda pouco revelados, como o item que tratou dos recursos financeiros. Por outro lado, foi notável a compreensão de dois pontos especiais: o papel da equipe de profissionais que organizam e programam a EAD, - uma vez que se percebeu o nível de complexidade das ações, a necessidade de articulação entre as funções distribuídas e a exigência de uma qualificação diferenciada e, o perfil dos alunos inscritos que, de fato se distancia um pouco do que se pensa cotidianamente. Constatou-se que as exigências dos estudos sob a forma de educação a distância impõem um perfil especial para sua clientela.

Assim, através dos itens analisados no âmbito da pesquisa, consolidou-se uma visão mais fidedigna da realidade da EAD, contribuindo para desmistificar tanto a relação de facilidade de estudos da EAD, quanto o benefício da redução de custos institucionais para atender a um elevado e diversificado contingente de jovens e adultos ansiosos por ocupar um espaço alternativo de aprendizagem e atualização.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005. De 13 de janeiro de 2005. Regulamenta o artigo 80 da LDB/96 e estabelece diretrizes e bases da educação nacional. Disponível no sítio eletrônico do Ministério da Educação/MEC/CNE. Acesso em 25 de novembro de 2007.

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RESUMO DOS CURRÍCULOS


Sônia Maria de Azevedo Viana

Pedagoga (UFS), especialista em Alfabetização (UNICAMP) e Mestre em Educação (UFS). Coordenadora do Curso de Pedagogia da Faculdade Amadeus. Leciona nos Cursos de Graduação e Pós-Graduação das Faculdades Pio Décimo e Amadeus. Integrante do NEPHES – Núcleo de Estudos e Pesquisas em História, Educação e Sociedade. Publicações: Os livros "Direito à Educação: Limites e possibilidades" e "Organização do Trabalho Pedagógico" – UNIT/SE; Co-autora do Manual de Monografia da FPD/SE; Artigos publicados na Revista Humanitas –"Comunicação de Monografias: a experiência da primeira turma de pedagogia – educação infantil"; Revista Hora de Estudo - A Superação da Violência no Convívio Escolar: Compromisso da Escola com os Projetos e a Cultura da Comunidade; Revista EDUCAR-SE - "Gestão Participativa, Avaliação e Organização Interdisciplinar. Organizou e publicou o livro pela mídia impressa: "Quem tem medo do TCC: Desatando os nós da pesquisa científica na prática acadêmica"


Maria José de Azevedo Araujo

Graduada em Pedagogia, Especialista e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe - UFS. Professora da Rede Pública Municipal de Ensino de Aracaju. Docente das disciplinas pedagógicas dos cursos de graduação e de pós-graduação das Instituições: Faculdade Pio Décimo, Universidade Tiradentes e da Faculdade Amadeus. Livros publicados pela mídia eletrônica da Universidade Tiradentes - UNIT/SE: "Prática Pedagógica Supervisionada III" e "Prática Pedagógica Supervisionada IV". Publicou pela mídia eletrônica e impressa o livro "Organização do Trabalho Pedagógico" pela UNIT/SE. Organizou e publicou o livro pela mídia impressa: "Quem tem medo do TCC: Desatando os nós da pesquisa científica na prática acadêmica" Responsável pela publicação do Boletim do CONMEA – AJU. Membro do corpo editorial dos cadernos pedagógicos "Escola Aberta – SEMED – AJU." Artigos publicados pela mídia impressa: "Pressupostos da educação infantil", na Revista Humanitas; "Reflexões sobre a educação infantil" e "Aconteceu na educação infantil", na Revista Hora de Estudo. Publicou on-line pelo site webartigos.com o artigo: "Do professor tradicional ao educador atual: desempenho, compromisso e qualificação" Líder do grupo de estudos GEPISTAE/UNIT - pesquisa dois eixos temáticos: o eixo de fundamentos teórico-metodológico-pedagógico da educação e o eixo da pesquisa científica na área do ensino religioso.




Autor: Maria José de Azevedo Araujo


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