UMA REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO VOTO



Depois de ler o texto "A Ilusão do Sufrágio Universal" do pensador anarquista Mikhail Bakunin, comecei a pensar na utilidade do voto. Fazendo uma rápida retrospectiva na História percebemos que ele não era destinado a todo mundo.

Na Grécia, o berço da democracia, o voto se restringia somente àquelas pessoas que detinham alguma riqueza, enquanto a grande maioria ficava fora das discussões políticas. Em Roma não foi diferente. Somente os homens originários na antiga nobreza romana participavam do Senado. Com a queda do Império Romano, o Senado definha e deixa de existir para dar lugar a outro panorama.

Durante a Idade Média não houve nada parecido com o Senado Romano ou com a Democracia Ateniense. A estrutura social estava dividida em três classes; o clero, a nobreza e os vassalos. Onde cada um fazia sua parte. O voto, se existiu, destinava-se apenas aos nobres e ao clero, deixando o povo de lado. Isso continuou até mesmo quando a burguesia começou a reivindicar seus direitos comerciais. Em vez de se aliar ao povo preferiu buscar o apoio dos nobres dispostos a derrubar os reis que obstruíam o comércio. Ao povo restou duas saídas. Trabalhar nas oficinas dos burgos ou continuar sobre o domínio dos feudos. Mesmo olhando outros momentos da História percebemos que o voto do povo serviu apenas para trocar uma elite pela outra.

Antes de ser crucificado pelos defensores do voto; quero deixar claro que, independente, das conquistas que ele trouxe, o povo continuou sendo marginalizado pelos seus representantes. Essa afirmação é baseada na História. Qualquer um pode confirmar lendo os acontecimentos históricos. Não estou negando as conquistas alcançadas por ele. Apenas quero provocar uma reflexão a respeito dele. Ao pinçar os fatos históricos ilustrei meu argumento. Independentemente de o voto existir o povo sempre ocupou um lugar de coadjuvante na História.

Hoje ele se estende a um número muito maior de pessoas do que na Grécia Antiga, em Roma, na Idade Média, na transição do Feudalismo para o Capitalismo, ou ainda na Revolução de 1917. Mas durante todo esse tempo serviu apenas para eleger os representantes de uma pequena elite.

É! Meus amigos, a verdade é dura; mas, infelizmente, quem não estiver disposto a brigar pelo seu naco nesse mundo vai trabalhar até morrer. A História nos mostra como o povo sempre foi deixado de lado quando não servia mais "a causa".

O voto representa o direito do cidadão eleger seu representante. Mas e aqueles que não elegeram seu representante? Esses são obrigados a se submeter ao outro candidato eleito? Isso é estranho. Ser representado por quem não nos representa não é certo. Para ilustrar meu raciocínio veja o caso do Presidente. Ele foi eleito por uma parte da população. Ele não tem 100% de aprovação. Como fica a outra parte?

Seguindo o raciocínio concluo que a Democracia não é um sistema tão democrático assim. Ela representa o domínio de uma parte da sociedade sobre a outra. A que elege seu representante comanda a que não conseguiu eleger o seu representante. É tudo uma questão de ideologia política. Todos querem a mesma coisa mas ninguém resolve o problema. Por que isso?

Por que se submeter à vontade dos outros?


Autor: Psidium Guajava


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