TEMPESTADE E PAZ (soneto)



Um vento forte ruge no deserto,
rasga montanhas  lívidas de areia,
indo atingir, envolta em fina teia,
a aranha negra que se esconde perto.

A tempestade cai, no chão semeia,
entre pirâmides, traçado incerto,
num Egito distante, entreaberto
a sonhos e visões em que se enleia.

Mas a sombra desfaz-se por completo.
Logo a paisagem plúmbea de concreto
desaparece, e surge, longe, o Sol.

Livres, sobreviventes, caminhamos,
contrariando o sábio Nostradamus,
sob a luz desse esplêndido arrebol.

Autor: Antônio Manoel ALVES RANGEL


Artigos Relacionados


Longe De Ti

Índio Urbano

País De Duas Faces

Verde-azul Verde-mar

Dar O Passo

O Brilho Da Liberdade

Dedos Entre Dedos