Santo Sudário - O Mistério do Sudário de Turim



O Santo Sudário, ou Sudário de Turim, é o pano de linho puro, que foi supostamente utilizado para envolver o corpo de Jesus Cristo após sua crucificação. Mede 4,36 metros de comprimento por 1,10 de largura, ou 8 x 2 cúbitos sírios, e 0,34 mm de espessura, que eram as medidas de lençóis para se envolver cadáveres em Israel antigo e ainda empregado em rituais judaicos. Está guardado na Cappella della Sacra Sindone do Palácio Real de Turim, na Itália, desde 1578. Em 1983 foi doado ao Vaticano pelos proprietários da casa de Saboia. A última exibição pública do manto foi no ano 2000.

No tecido encontram-se a imagem de um homem, manchas de sangue humano, com marcas de flagelo e crucifixão, a pena de morte aplicada pelos romanos até o fim do império.

 

A primeira fotografia tirada do Santo Sudário ocorreu em 1898, pelo fotógrafo Secondo Pia. Ao terminar o processo de revelação, de susto, ele quase deixou cair a chapa do negativo fotográfico quando viu claramente a imagem de uma pessoa no manto. O negativo da foto do Sudário é mais nítido que a foto original. Desde então, ficou mais fácil estudá-lo à luz da ciência, devido à nitidez da figura surpreendente que aparece de frente e de costas. O assunto passou a ser discutido acaloradamente sem o apoio exclusivo da fé, facilitando a aceitação por qualquer pessoa, de qualquer raça ou religião. É, sem dúvida, uma relíquia que tem muito a esclarecer sobre a História da Humanidade e de Jesus Cristo.

 

O Sudário de Turim é uma peça de linho que mostra a imagem de um homem que sofreu traumatismos físicos provenientes da flagelação (castigo que os romanos aplicavam em criminosos) e da crucificação. Muitos católicos acreditam que seja o tecido que cobriu o corpo de Jesus Cristo no momento de seu sepultamento.

 

O sudário é tema de intenso debate entre cientistas, pessoas crentes, historiadores e escritores com respeito ao local, à data e à maneira como esta imagem foi criada. De um ponto de vista religioso, em 1958 o Papa Pio XII aprovou a associação da imagem e a celebração anual em sua homenagem na "terça-feira do Sudário", com a devoção à Sagrada Face de Jesus dentro da fé Católica Apostólica Romana.

Alguns acreditam que a imagem gravada nas fibras do Sudário se produziu no momento do sepultamento do corpo de Jesus ou pouco antes do que se acredita ter sido a sua ressurreição. Céticos, entretanto, alegam que o sudário consiste em uma falsificação medieval; outros atribuem a formação da imagem às reações químicas e outros processos naturais. Nos últimos anos foram feitos numerosos ensaios químicos e de outras naturezas com pequeninos fragmentos do tecido. A conclusão geral é de que a imagem não foi pintada no tecido por qualquer método convencional, embora não se possa dizer, exatamente, como foi impressa.

Em 1931, trabalhando com a melhor tecnologia da época, o Santo Sudário voltou a ser fotografado por Giuseppe Enrie. Foi quando puderam estudar os ferimentos do corpo impressos no tecido. Ao ser revelada a fotografia, apareceu no negativo, como já foi dito, a figura de um homem de frente e de costas. Esta foi a primeira inversão negativo-positivo de uma fotografia, ou seja, ao se observar a imagem no negativo, vê-se, na verdade, o “positivo fotográfico” da imagem. As manchas de sangue são nítidas. Tem-se a impressão de que as marcas foram feitas por contato direto. O mais importante desse estudo é a revelação da forma humana de um homem de 1,80m com uma expressão que, apesar das chagas, é serena e com um ar de majestade.

O lençol apresenta uma imagem dupla, ventral e dorsal, de um homem nu, em tamanho natural. Os pesquisadores americanos, Kenneth Stevenson e Gary Habermas, calculam sua idade entre 30 e 35 anos, aproximadamente 1,80 m de altura e 79 kg de peso. Dale Stewart, do Museu Smithsoniano de História Natural, dos EUA, diz que a barba, o cabelo e os traços faciais são característicos do grupo racial semita.

O pano, produzido em tear manual, é muito rústico. E as técnicas de fiação e tecelagem nele utilizadas eram amplamente difundidas no Oriente Médio, no ano 30 da nossa era, tendo sido encontrados vários similares. A celulose das fibras apresenta-se degradada. E o tecido, originalmente branco-marfim, exibe uma coloração amarelo-palha, por efeito de oxidação. Além do linho, o tecido contém vestígios de fibras de um tipo de algodão do Oriente Médio, o Gossypium herbaceum. Isso leva a crer que o pano tenha sido tecido num tear previamente utilizado na confecção de peças de algodão. O que é mais um argumento a favor da origem oriental do Sudário, pois, como lembra John Tyrer, pesquisador do Instituto Têxtil de Manchester, Inglaterra, o algodão não era cultivado na Europa durante a Idade Média.

Uri Baruch, botânico israelense, analisou o pólen achado no Sudário e concluiu que ele provém de plantas que só podem ser encontradas numa única localidade do mundo: a região de Jerusalém. E numa única época do ano: os meses de março e abril, tempo da Páscoa. Um desses polens corresponde à espécie Gundelia tournefortii, que, segundo especialistas, teria sido utilizada na confecção da coroa de espinhos.

Em 1973, o criminologista suíço Max Frei, estudou diversas amostras do pó acumulado entre as fibras do Sudário e constatou a existência de polens de 58 variedades diferentes de plantas. Algumas dessas plantas são comuns na França e na Itália - o que não causa surpresa, já que durante muito tempo o lençol ficou abrigado nessas regiões. Mas há também polens de plantas características da Turquia oriental, confirmando a tradição de que, antes de chegar à Europa, o Sudário permaneceu durante séculos em terras bizantinas. Mais importante ainda: em sua lista, Max Frei identificou polens de várias espécies de plantas que são típicas da região de Jerusalém ou em outras áreas dos territórios israelense e palestino.

  • Santo Sudário – A ciência explica o mito.

Os responsáveis pelos estudos de sangue no Sudário John Heller e Baima Bollone, comprovaram a presença de hemoglobina, ferro, proteínas, porfirina, albumina e sangue tipo AB, fator RH positivo na trama do Linho. Esta comprovação anula a hipótese de que a imagem possa ter sido feita por um artista, pois nem mesmo o melhor dos pintores plásticos seria capaz de utilizar 5 litros de sangue humano e, constituir a imagem que é vista no Sudário. Além disso, o linho possui diversas camadas, e o estudo do sangue existente nas fibras comprova ter sido absorvido por contato, pois nem todas as camadas estão impregnadas. Essa técnica é impossível de se conseguir em uma fraude.

O historiador inglês Ian Wilson foi o primeiro a chamar a atenção para o formato da longa mecha de cabelo que cai sobre as costas. Ela assemelha-se muito a uma trança desmanchada. Trançar os cabelos atrás do pescoço era uma moda comum entre os homens judeus do tempo de Jesus.

As numerosas marcas de ferimentos que aparecem no homem do Sudário revelam que ele foi brutalmente açoitado, coroado com espinhos, crucificado e perfurado com lança do lado direito do tórax. Pierre Barbet, cirurgião do hospital Saint-Joseph, de Paris, e outros especialistas em anatomia e medicina legal, estudaram exaustivamente essas marcas e concluíram que elas correspondem, nos mínimos detalhes, às narrativas sobre a flagelação, morte e sepultamento de Jesus que aparecem nos Evangelhos e acrescentaram informações desconhecidas pela tradição cristã, mas confirmadas pela recente pesquisa histórica e arqueológica.

A coroa de espinhos era um artefato que cobria a cabeça toda e não só a testa, como muitos artistas pintaram. Os espinhos, com 5 centímetros de comprimento, causaram 72 perfurações na cabeça. A flagelação foi tão brutal que, por si só, teria matado uma pessoa mais frágil. Ela acelerou a morte do homem do Sudário, abreviando sua permanência na cruz. Foram contados 117 ferimentos causados pelo açoite. A forma das feridas corresponde às produzidas pelo flagrum, o chicote romano. E o número 117, corresponde ao castigo romano também utilizado pelos judeus de “40 chicotadas menos uma”, ou seja, 39. O flagrum, ao bater na pele, causa três ferimentos, pois tem três pontas de osso de carneiro altamente cortantes. Assim, 39 x 3 = 117.

Naquela época, os condenados não carregavam as cruzes completas, mas apenas as barras horizontais. Os mastros ficavam pré-fixados no local de execução. Mesmo assim, o transporte da trave provocou grandes hematomas nas costas do homem do Sudário. E quedas ao longo do percurso machucaram seus joelhos e rosto. A rótula esquerda e o nariz apresentam contusões graves com a provável separação da cartilagem nasal.

Os pregos não foram fixados no meio das mãos, como se pensa, mas numa parte do pulso conhecida pelos anatomistas como "espaço de Destot". Se o transpassamento tivesse ocorrido no meio das mãos, estas teriam se rasgado com o peso do corpo. Ao passo que, no "espaço de Destot", a introdução dos pregos assegurava uma fixação firme à cruz. A perfuração dos pulsos seccionou os nervos medianos, provocando a retração dos polegares. Na figura do Sudário, estes estão dobrados para o interior das mãos.

O poste da cruz não era alto. E a barra horizontal se encaixava nele por meio de uma fenda. O estudo dos rastros de sangue mostra que o homem foi pregado à barra sobre o chão, sendo depois alçado até o topo do mastro. Seus pés - o esquerdo sobre o direito - foram fixados ao poste por um único prego, com cerca de 18 centímetros.

A imagem tridimensional, produzida por computador, trouxe um argumento espetacular a favor da autenticidade do Sudário. Sobre as pálpebras do homem foram descobertos dois objetos arredondados, que não são visíveis a olho nu, nem no negativo fotográfico. O pesquisador americano Francis Filas, da Universidade Loyola, de Chicago, identificou um dos artefatos: trata-se de uma moeda, o dilepton lituus, produzida na Palestina, sob o governo de Pôncio Pilatos, entre os anos 29 e 32 d.C. O segundo objeto foi identificado pouco depois: outra moeda, cunhada por Pilatos em homenagem a Júlia, mãe do imperador romano, Tibério, em 29 d.C. Colocar moedas sobre os olhos do morto, para manter as pálpebras fechadas, fazia parte dos ritos funerários judaicos da época de Jesus.

A morte na cruz era causada por lenta asfixia, provocada pela posição dos braços. A imagem do Sudário mostra que o homem se ergueu várias vezes para tomar ar. Visando acelerar a morte, era costume quebrar as pernas dos condenados, impedindo tal movimentação. Isso não ocorreu com o homem do Sudário, o que ajuda a confirmar uma profecia citada nos Evangelhos: "nenhum de seus ossos foi quebrado".

Ainda confirmando os relatos evangélicos, o homem do Sudário apresenta um grande ferimento do lado direito do peito. Os estudos indicam que foi um ferimento causado por um objeto pontiagudo, cortante. O Evangelho de São João diz que um soldado perfurou o lado direito de Jesus com uma lança, quando Ele já estava morto. O ferimento de lança, era um golpe utilizado pelos romanos para assegurar que o condenado estava morto. E no homem do Sudário, os estudos revelam que tal golpe ocorreu quando o homem já se encontrava morto. O Sudário mostra que ela produziu um forte jato de hemácias (a parte vermelha do sangue), seguido de um fluxo de plasma (a parte clara que é como água) - prova de que grande quantidade de sangue se acumulou e decantou no pericárdio. São João diz que “Do peito de Jesus perfurado pela lança, jorraram sangue e água”.

Com o fim de determinar o modo como a imagem se imprimiu no manto, mais de 1000 investigações científicas das mais diversas especialidades já foram realizadas. Foram tiradas 32.000 fotografias. Estas investigações têm feito do Santo Sudário a relíquia mais estudada da história. E quanto mais se estuda o sudário e quanto mais técnicas se desenvolvem para estudá-lo, mais se comprova a sua autenticidade.
Autor: Vicente Paulo


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