RESENHA: FERNÃO CAPELO GAIVOTA



Fernão Capelo Gaivota desafia desafia um olhar diferente para a realidade. Apesar de um filme simples, juvenil, mas tem profundidade de imensa de conteúdo, e nos coloca em um outro patamar da vida.

Foi escrito em 1970, havia sido recusado por diversas editoras, e contrariando as previsões, tornou-se um grande best-seller. Nele, Richard Bach, conta a história de uma gaivota, Fernão Capelo, que tenta superar os seus próprios limites e vai em busca da verdadeira liberdade, pautado no amor, e na compreensão do "outro". Ele, Fernão, a ave, não se contenta em voar apenas para conseguir o alimento que está à mão. Mas procura acima de tudo, ter prazer em voar, esforçando-se sempre em aprender tudo o que pode sobre o vôo.

Por ser diferente do bando, é expulso. Voa para bem longe, e encontra outras gaivotas que como ele, também foram expulsas de seus bandos, porque procuravam algo mais em suas vidas.

Quem assiste esse filme, logo se incorpora ao personagem, procurando, buscando e tentando aperfeiçoar-se para conquistar horizontes maiores. O é indicado para pessoas que realmente tem desejo de alcançar novos vôos.

Esse belo filme, também fala sobre a sociedade humana e nossos dogmas, conceitos, certezas absolutas, restrições, e o mais importante, a busca pela perfeição. Algumas pessoas, assim como Fernão, não se intimidam com a opinião e os conceitos coletivos, e partem em busca da sua verdade, testam seus limites e os superam. O maior problema é que essa busca sempre acontece seguindo o caminho contrário à correnteza, é um ser indo em sentido oposto a grande massa urbana. Fernão encontra apenas críticas a sua tentativa de voar mais alto e mais rápido do que as outras gaivotas, chegando a ser banido do grupo. Mas sua felicidade em superar os próprios limites fala mais alto e ele segue o seu próprio caminho, quebrando barreiras e tabus pré-estabelecidos pelo seu bando. Logo outras gaivotas começam a seguir o renegado Fernão, aprendendo suas técnicas de vôo, o que incomoda os anciões do bando. Mas assim é a vida, os velhos morrem um dia, e os novos que não se renderem a grande massa terão maior liberdade e reconhecimento pelos seus esforços. Em certa parte do livro, Fernão sofre um acidente e morre. Assim ele conhece o paraíso, conversa com a "Grande Gaivota" e volta ao nosso mundo para transmitir o que aprendeu aos seus semelhantes, passar uma mensagem de paz, amor e igualdade. Mas os velhos do bando, cegos pelo orgulho, acham que conhecem toda a verdade e não aceitam os ensinamentos de Fernão. Assim como na ficção do livro, na vida real sempre existem jovens abertos a novos conhecimentos, cientes de sua cegueira, que irão buscar a verdade e aceitar os bons ensinamentos que lhes são transmitidos.

Depois de assistir esse filme, é importante pararmos para analisar como está nossa vida, se estamos acomodados com o mundo, aceitando tudo que está errado simplesmente porque é assim. Se isso estiver acontecendo, então está na hora de acordar e lutar pelo que é certo, mesmo que tenha que ir contra o resto do mundo. Devemos lutar por nossos sonhos e seguir sempre nosso ideal, sem fazer mal a ninguém, amando a todos. O que é errado sempre será errado mesmo que todos façam, mas o que é certo sempre será certo mesmo que ninguém o faça.

REFERÊNCIAS

Fernão Capelo Gaivota: Filme,1973.


Autor: Osmir A. Cruz


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