O uso da tecnologia no ensino da história



1.0 – O papel e as características do Professor universitário

Segundo Antônio Carlos Gil, é do conhecimento de muitos profissionais da área de educação que professores possuem uma formação precária e às vezes inexistente para poderem atuar em instituições de Ensino superior. E isso muitas vezes é uma deficiência das próprias instituições, que permitem que docentes com formação incorreta, lecionem para graduandos, talvez devido à fiscalização, e dos próprios cursos de pedagogia e e demais outras graduações e licenciaturas que pelo Brasil existem.Muitos partem do principio que adultos não necessitam de acompanhamento especifico de profissionais titulados e especializados, , acreditando que a Andragogia respira e vive por si. O que não é verdade, pois sabemos quais são os resultados das avaliações de cursos superiores pelo Brasil, sendo que o MEC adverte várias faculdades e universidades para melhorarem a qualidade de seus cursos.
O sistema capitalista, em sua fome por lucros e sede por renda rápida, imediata, muitas vezes influencia negativamente o pensamento das pessoas e a prática de trabalho de muitos profissionais, inclusive dos da área educacional, onde mais vale o imediatismo do que a busca pela qualidade de ensino, o primor pela docência de categoria.
Será que todos os adultos sabem realmente o que querem? Não seria necessário docentes especializados em ensino de adultos para que uma triagem fosse feita já na matrícula?
É importante destacar o caráter elitista das nossas primeiras instituições de ensino Superior. Segundo o historiador Boris Fausto, quando a Família Real chegou ao Brasil em 1808, D.João VI, logo tratou de fundar escolas de medicina, direito e academias, visando o bem estar da corte lusitana e a sua devida defesa, seja jurídica e militar, o interesse era que uma parcela ínfima da população concentrasse direitos básicos enquanto a população do Brasil recém nascido, estava a seu próprio destino, com exceção da iniciativa da Igreja Católica, com os jesuítas, no séc. XVI, que mantinham uma rede de escolas de ensino equivalente ao ensino fundamental, hoje em dia .
Conforme Thomas Skidmore, a criação da USP em 1934, no governo Vargas, foi um marco no ensino superior no Brasil, não só pela criação em si, mas pela chegada de vários professores europeus, experiente e conceituados em suas áreas, para ministrarem suas aulas para classes exclusivíssimas, de acesso absolutamente complicado e difícil, pois alem das poucas vagas, (que são poucas ainda hoje, como nos cursos de pós Graduação strictu sensu) , eram disputadas pelos filhos da elite paulista/paulistana de forma intensa e acirrada, pois ter um certificado de conclusão daquela Universidade, nos anos 30, era sinônimo de estar no topo de uma cultura que nascia e manter-se no ápice de um sistema excludente, que privilegiava uma parcela ínfima da população, assim como D. João VI fez quando criou cursos de Medicina no Brasil, restringindo o acesso a poucos abençoados filhos de latifundiários , grandes comerciantes, irmãos e sobrinhos de religiosos do alto escalão.Hoje, o papel do Professor é transmitir dados atualizados , compreensíveis , para poder serem filtrados e assimilados e produzirem informação útil, consistente, ou seja fazer com os alunos tenham recursos e ferramentas para lutar /agir /produzir e gerar conhecimento parar transformar e aperfeiçoar a si mesmo, e se possível, contribuir para que o próximo também possa encontrar meios para sobreviver em nossa sociedade,que se mostra excludente, preconceituosa , consumista e que não respeita o meio ambiente como deveria .
O professor deve ter visão de mundo, ampla e clara, expor a sua sabedoria das ruías de e toda a sua capacidade intelectual, buscar ser um exemplo de meta cognição, facilitando o acesso cultura , a arte e ao saber, ser um especialista em conseguir extrair o melhor de cada aluno, usar sua autoridade para elevar o moral dos desanimados .

2.0 – Aspirações e atuais preocupações
O professor deseja o progresso dos alunos e a superação de suas dificuldades de aprendizagem, ele aspira ser uma ponte que conduz para outros horizontes, uma fonte para todos poderem consultar e basicamente, preocupa-se em atualizar-se, em entender a globalização como um todo construtivo, apesar de muitas vezes ser injusta. Também deve ser ressaltada a questão sobre o meio ambiente, e o docente pode/deve ser um agente ecológico dentro da sala de aula, buscando ligar o corpo discente e seus interesses com o desenvolvimento da consciência ambiental para preservarmos recursos hídricos, combater a poluição atmosférica, visual e sonora.
Uma outra preocupação é que o professor deve ser um elemento humanizador, para transmitir este exemplo para os alunos e fazer com eles se espelhem em condutas solidárias, pois a robótica importa para as empresas que possuem linhas de produção, e não existem máquinas para ouvir os anseios e preocupações das pessoas e oferecer calor humano.
Um outro lado das preocupações dos docentes e manter-se atualizados, acompanhando a bibliografia, filmografia e participando de congressos, seminários, fazendo pesquisas em sua área, tentando conseguir verbas/patrocínio e se possível publicar e distribuir seus escritos. Deve-se prosseguir com a formação acadêmica, realizando Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado, em instituições bem conceituadas, no Brasil ou no exterior, e alem disso , harmonizar sua vida profissional e acadêmica com a familiar e social .
Os professores de História buscam usar tecnologia para poder facilitar o acesso a cultura e o saber para o aluno, expressando aulas e transmitindo dados de forma inovadora tornando a matéria atraente, em harmonia com a tecnologia que o aluno usa em seu dia a dia , como o celulares e vídeo games de ultima geração.

3.0 - Quais as novas tecnologias que podem ser empregadas e seus benefícios?

3.1 – Retro projetor: recurso que exige tempo para preparação da transparência que vão ser projetadas em uma tela, e cuidados com o manuseio, nem sempre projeta o texto com eficiência, possui alto custo.
3.2 – Filmes: boa alternativa para se aprofundar um assunto, possui grande variedade de títulos, baixo custo, fácil manuseio, pode ser revisto e adiantado caso necessário , envolve cativa e informa, mostra novos horizonte e transmite e informa a ideologia dos atores e do diretor da produção.
3.3 – Computador: excelente recurso, muitas escolas já o possuem, os alunos e professores em geral usam com facilidade, a internet oferece inúmeros recursos para tornar a aula descontraída e atualizada, pode ser portátil, possui custo alto, nem todos possuem em casa, por exemplo, Professores de História podem usar vários sites a respeito da sua matéria com informações atualizadas. O Datashow é um recurso inovador, é uma lousa eletrônica onde podemos produzir aulas interativas com alunos e com outras escolas, serve para ilustrar, e envolver os alunos, mas possui alto custo, exige boas noções de informática.

3.4 – Telefone celular: apesar de proibido em salas de aulas por lei estadual, poderia ser um recurso diferente e inovador para o processo de aprendizagem dos alunos, pois estes poderiam filmar as aulas, e tirar suas duvidas posteriormente, podem enviar os chamados torpedos para os professores e solucionarem suas dificuldades a distancia, apesar de que os comunicadores instantâneos, como o MSN, podem também realizar isso.

4.0 – Onde podem ser empregadas
As tecnologias citadas podem ser usadas desde a educação Básica até a formação dos docentes na Pós-graduação. Segundo Edith Litwin, “é preciso deixar claro que a aplicação da tecnologia na Educação impõe uma série de complexidades a se ter em conta na hora de analisá-la, já que não se pode fazer de maneira isolada”. Tecnologia é um meio, uma ferramenta indispensável para fazer com que nossos objetivos sejam alcançados de uma forma mais eficiente e com mais qualidade e inovação. A rede pública de ensino, seja na esfera municipal, estadual e federal, de caráter regular ou técnico, deve proporcionar aos docentes estes equipamentos e realizar a sua manutenção, pois o uso constante e o manuseio incorreto podem causar danos. Evidente que as instituições particulares também devem prover seus docentes com estes recursos, e investindo também em seu devido treinamento, pois não adianta comprar máquina sofisticada para quem não sabe utiliza-la. Capacitações devem ser constantes, tanto na área pedagógica como na tecnológica, pois os alunos, muitas vezes, estão à frente dos professores na questão atualização, muitos possuem tempo sobrando, só vão para a escola de manhã e passam a tarde em lanhouses ou em casa, conectados e conversando com pessoas do mundo inteiro e se informando sobre o que há de melhor em jogos , comunicadores instantâneos , sites de busca, equipamentos e hardware em geral.
Da infância até a maturidade (observando que, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a expectativa de vida do brasileiro aumentou e vamos viver mais que na década de 70 e 80, podendo chegar até os 80 anos), vamos ter muitos caminhos para percorrer em questão de tecnologia educacional, e muitas crises e oportunidades surgirão no capitalismo globalizado que vivemos.

5.0 – Qual o impacto esperado com o uso das mesmas?
Utilizando os recursos propostos acima e relacionando-os com os tradicionais, como lousa e giz, flipchart e cartazes, a aula , seja na Educação Básica, ou no Ensino Superior , terá um clima de vanguarda educacional, de contato intimo e estreito, com o moderno, com o atualizado, com o que há de mais recente em termos de apresentação, aquela certeza de que o velho, o arcaico foi descartado, superado, e isso faz com que os alunos e os professores se sintam mais conectados com o real , em sintonia com a globalização , com as infovias que circulam ao redor do mundo e apresentam possibilidades ilimitadas. E se formos analisar de perto, tudo é muito simples, talvez, mais do que esperávamos, e mais fácil e pratico irá ficar, pois o caráter, a essência da coisa e promover tudo para o maior numeram de pessoas possíveis, e isso não é caridade, há interesses econômicos por trás de tudo isso, mas isso gera empregos também e faz a economia se movimentar de forma mais intensa , apesar das crises que chegam, perdem força e se retraem se escondem, para depois, mostrar-se com mais ou menos intensidade.
Combater o verbalismo, a falação cansativa e monótona na aula, é um dos objetivos esperados e promoverá um impacto positivo na produtividade da aula , o professor deve ser um orientador, conduzir competências, fornecer dados , direcionar habilidades e competência e não ficar falando sem parar , se isso fosse realmente necessária , era só colocarmos um DVD com a aula gravada e pronto. Alias, muitos alunos podem dormir em sala de aula, por esta ser monótona e extremamente cansativa, e outro gravar com o celular e colocar no You Tube, com a legenda “ exemplo de aula chata “.
O Professor pode também não esperar impacto e deve se preparar para isso, pois existem alunos que são totalmente apáticos e difíceis de motivar e indisciplinados e nem com tecnologia você pode fazê-los prestar atenção, e depois da aula ainda farão críticas destrutivas. O Professor é o profissional que mais deve saber ser flexível entre todos no mercado de trabalho. A arvore verde é flexível e se mantêm de pé durante um vendaval, mas a seca se parte em vários pedaços.
Espera-se também que os alunos criem motivação dentro de si, após terem visto uma aula inovadora, bem apresentada, que se animem para fazer algo semelhante, ilustrando melhor, acrescentando citações, trechos de filmes, poemas, artigos, gráficos, tabelas, imagens, seja na própria escola ou na escola que um dia for, seja militar, religiosa ou uma Universidade no exterior, e conseqüentemente, que sejam um reprodutor de inovações, um pólo irradiador de novas idéias, que escreva em jornais, que realizem peças de teatro, que façam palestras e cursos em suas associações de moradores, que façam pelo bem e pelo progresso, pois em um país como o Brasil, oportunidade é que não faltar.

6.0 - Bibliografia
Didática do ensino superior, Antonio Carlos Gil, Atlas, 2009.
História do Brasil, Boris Fausto, Edusp, 1995.
Uma História do Brasil, Thomas Skidmore , Paz e terra , 1998
Tecnologia educacional: política, historias e propostas, Edith Litwin, Artes Médicas, 1997

Autor: Oswaldo Henrique Nicolielo Maia


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