A calma calama



A calma Calama

 

Ao cair

Ao levantar

Adormecer a dor

 Acamar o adoecer

Acalmar o mar

Distantes do sal

 Perto do doce

Águas, águas

Turvas águas a esconder

O verde cristalino translúcido

Que veste o madeira taciturno

Como todo rio deve ser

 

Já amanhecer o sol

E a cidade lentamente

Dá o sinal de vidas viventes

Abrem-se algumas portas

Crianças saem a comercializar

O pão nosso! Deles de cada dia

O cheiro verde e as especiarias

 

As aves agourentas

Foram as primeiras a limpar o chão

Alçaram vôo ao verme

Verme urbanóide de primeira viagem

Marcas na arquitetura registram o quão antes

O ser homem adentrou as águas da floresta

Tatuando no solo virgem as suas obras

Mas, bem antes

Soldados do látex morreram à toa

No descaso das suas futuras memórias

 

A metade da lua

Paira no céu acima de mim

Mas, já amanheceu, lembro-me bem!

Do sol queimando o rosto

Homens, crianças, animais, aves

E a esperança sem pressa nenhuma

Na calma Calama.

 

Hoje é visível

Aos olhos do mundo

Mundo de sonhos estéreis

Desconfortados em poltronas

De fino tecido humano

Oh! Guerras!

Que houveram.

Ah! Promessas feitas!
Autor: carlos mettal


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