Inclusão Digital



Luciano Bastos Monteiro
Prof. Orientador Herminio Kloch
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
HID0601 – Disciplina Informática Básica e Tecnologias da Educação
25/09/07

Resumo

Quando se fala de inclusão digital, se esta referindo apenas a introdução da informática, isso não difere quando se refere a inclusão digital nas escolas. Mas o que é  visto hoje essa inclusão ainda é utópica, pois apenas os conceitos básicos de informática são repassados aos alunos, e os professores, quando utilizam tão ferramenta  ficam restritos a editores de texto, planilhas eletrônicas, entre outros.é necessário capacitar os educadores e desenvolver softwares com propósitos pedagógicos, baseados na metodologia de ensino adotado pelas instituições educacionais.

Palavras-chave: Inclusão Digital;          Softwares educacionais;          Capacitação.

1. Introdução

Hoje, quando se fala de inclusão digital, na verdade se está referindo à utilização dos recursos oferecidos pela informática a todas as pessoas, sem distinção de sua classe socioeconômica, seja na utilização das ferramentas primárias como: editor de texto, planilha eletrônica, entre outros; como opção de comunicação ou mesmo para se tirar alguma rentabilidade pessoal, dos inúmeros aplicativos disponíveis.

Na educação, a inclusão digital consiste na utilização dos recursos tecnológicos, propiciados pela informática, como mais um instrumento que auxilie no processo da educação. A informática traz para a educação de dupla via, ou seja, ao mesmo tempo em que ela auxilia, o educador, no processo pedagógico, ela traz a possibilidade do próprio profissional de se educar, se aprimorar, de descobrir, entre outros.

Este paper tem por finalidade, realizar um levantamento literário sobre a inclusão digital na educação.

2. INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO: UTOPIA OU REALIDADE

A inclusão digital na educação, atualmente, ainda é utópico devido a vários motivos, dentre eles, se destacam a utilização de técnicos em informática, que são contratados com a função de ensinar a utilização correta do computador1, e os aplicativos (programas) educacionais, não serem desenvolvidos pelos educadores, e sim por profissionais de informática (programadores), que apresentam os aplicativos de uma forma generalizada, e em sua maioria sem adequação as particularidades dos diversos métodos pedagógicos existentes, ou simplesmente traduzem, para língua portuguesa, os softwares de uma outra realidade educacional, como exemplo os softwares desenvolvidos para educação norte americana, onde o natal tem neve, o dia de ação de graças, o 4 de julho, totalmente fora da cultura brasileira.

Koefender et. al (2006), descreve que, independente do fator público ou privado, todas as instituições educacionais tem certa dificuldade em equilibrar receita e despesas, mas as instituições de caráter público é que sentem maior dificuldade em realizar a inclusão digital, seja na aquisição de equipamentos, ou mesmo na capacitação de seu corpo docente para lidar com essa tecnologia.

Os autores continuam que não basta disponibilizar os computadores e ensinar como operá-los, faz necessário realizar capacitação continuada aos educadores, no sentido de desenvolver ferramentas práticas para enriquecimento do conteúdo ministrado em sala.

Pietro et. al. (2005, p. 6) coloca que:

As atividades digitais multimídia, na sua maioria, possuem grande apelo visual, acabam encantando pelo layout com cores vibrantes, som e movimento e fascinando até o professor que muitas vezes tem um conhecimento limitado de computação e se impressiona com a interface colorida, o áudio e os vídeos, principalmente nos produtos direcionados às crianças. 

Outro ponto importante para que haja, efetivamente, a inclusão digital na educação é desenvolvimento de softwares capazes de realmente motivar tanto alunos como professor. Koefender et. al (2006), esclarece que os poucos educadores que utilizam o computador como instrumento educacional, estão limitados na utilização das ferramentas básicas da informática, como editores de textos, planilhas eletrônicas e projetores eletrônicos de slides. Isso ocorre por vários fatores, à falta de capacitação específica ao educador e falta de aplicativos direcionados ao material didático adotado.

Pietro et. al. (2005), coloca que os softwares educacionais devem se adequar as necessidades pedagógicas, baseados na metodologia educacional, facilitando o processo de aprendizagem do conteúdo curricular.

A maioria dos softwares educacionais2, são desenvolvidos para o ensino fundamental, mas precisamente para as series iniciais, de plataforma fechada3, utilizando de recursos áudio visuais, através de jogos e recreação, de forma repetitiva e generalizada, sem base pedagógica, dificultando sua aplicabilidade no dia a dia do educador.

Foi realizado entrevista com educadores da rede pública e privada, abrangendo os níveis fundamental e médio, se levantou que o responsável pelo laboratório de informática, na sua maioria eram professores oriundos de outras disciplinas, que foram capacitados ao ensino de informática, mas apenas com operações básicas do computador (como já descrito acima), o processo de continuidade educacional, entre a tecnologia da informática e o conteúdo ministrado em sala de aula, é intermediado pelo "professor de informática", que apenas utiliza os recursos primários como questionários no editor de texto, pesquisa na internet de determinado conteúdo ou utilizar o Paint do Windows para as aula de artes.

Nas instituições de ensino superior, os recursos tecnológicos estão presentes em maior quantidade, disponibilizando ao acadêmico acesso a esses recursos. Mas verificando a grade curriculares de varias instituições superiores, o ensino da informática, está voltado as operações básicas, mesmo cursos que exijam softwares específicos4, é o acadêmico que procura se capacitar na utilização desta ferramenta, a exceção está no cursos da graduações especificas em informática, onde as ferramenta de aprendizagem é o próprio computador.

3. Conclusão

O grande desafio da inclusão digital na educação não se reside apenas na aquisição de dos equipamentos e recursos tecnológicos, se faz necessário realizar uma capacitação com o educador, para que o mesmo possa desenvolver, ele próprio, a utilização da informática como ferramenta didática, sem necessitar de intermediários.

Outro fator que necessita ser desenvolvido é os softwares educacionais voltados ao processo pedagógico, embasados na metodologia adotada de cada região. Para tanto, é preciso realizar uma simbiose entre o educador, o programador e os editores didáticos, para que a inclusão digital realmente aconteça.

4. referências

KOEFENDER Julia; et. al. A experiência do projeto de software livre educativo. Revista Novas Tecnologias da Educação, Porto Alegre, v.4, n. 1, p. 1-9, junho de 2006. Disponível em: http://www.cinted.ufrgs.br/renote/jul2006/artigosrenote. acesso em 19/09/2007.
PRIETO, Lilian Medianeira et al. Uso das tecnologias digitais em atividades didáticas nas séries iniciais. Revista Novas Tecnologias da Educação, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p.1-11, maio 2005. Disponível em: http://www.cinted.ufrgs.br/renote/maio2005/artigos/a6. Acesso em: 15/09/2007

Autor: Luciano Monteiro


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