CONHECIMENTOS DE SAÚDE, QUALIDADE DE VIDA E PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA ADQUIRIDOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR



O presente trabalho tem como objetivo analisar como as questões promotoras de saúde, qualidade de vida e da atividade física, estão sendo orientadas pelos professores de educação física, aos alunos do ensino médio das escolas. Justifica-se este trabalho por ser o referido tema um convite à reflexão dos alunos para a prática de atividade física no ambiente escolar, além de ser útil para os mesmos obterem conhecimentos de como as questões referentes à saúde, qualidade de vida e atividade física, irão contribuir para sua inserção e desenvolvimento da sua vida social. A fundamentação teórica apóia os principais aspectos influenciadores da saúde e qualidade de vida através da educação física, assim, foram abordados os itens a educação física na escola, o esporte com caráter educacional,saúde e qualidade de vida:uma perspectiva pedagógica, entre outros. A pesquisa utilizada neste trabalho foi descritiva, exploratória e de campo. Como técnica de coleta de dados utilizou-se um questionário. A população do nosso estudo constituiu-se de alunos de escolas da rede particular de ensino da cidade de Aracaju. E a amostra pelos alunos da 3ª série do ensino médio do colégio Purificação e Salesiano. Verificou-se através da análise dos resultados que mais da metade do percentual dos entrevistados classificaram como “médio” os benefícios proporcionados pela educação física na sua saúde e qualidade de vida. Como, também, mais da metade do percentual dos pesquisados classificaram como “sim” a preocupação dos professores de educação física em oferecer conhecimentos sobre saúde e qualidade de vida em suas aulas. Conclui-se que as questões promotoras de saúde e qualidade de vida estão sendo transmitidas aos alunos, pelos professores de educação física, em suas aulas, de forma satisfatória.

Palavras-chave: Saúde. Qualidade de Vida. Atividade Física. Educação Física.

ABSTRACT

The present work has as objective to analyze as the promotional questions of health, quality of life and of the physical activity, they are being guided for the professors of physical education, to the pupils of the average education of the schools. This work for being is justified the related subject an invitation to the reflection of the pupils for the conquest of a clean, safe pertaining to school environment and harmonic, beyond to be useful them students to have knowledge of as the referring questions to the health, quality of life and physical activity, will go to contribute for its insertion and development in its social life. The apóia theoretical recital the main aspects influenciadores of the health and quality of life through the physical education, thus, had been boarded the item the physical education in the school, the sport with educational character, health and quality of life: a pedagogical perspective, among others. The research used in this work was descriptive, exploratória and of field. As technique of collection of data used a questionnaire. The population of our study consisted of pupils of schools of the particular net of education of the city of Aracaju. E the sample for the pupils of 3ª series of the average education of the college Purificação and Salesiano. It was verified through the analysis of the results that the half of the percentage of the interviewed ones had more than classified as “average” the proportionate benefits for the physical education in its health and quality of life. As, also, the half of the percentage of the searched ones had more than classified as “yes” the concern of the professors of physical education in offering to knowledge on health and quality of life in its lessons. It is concluded that the promotional questions of health and quality of life are being transmitted the pupils, for the professors of physical education, in its lessons, of satisfactory form.

Word-key: Health. Quality of Life. Physical activity. Physical education

INTRODUÇÃO

Para muitas pessoas, a primeira coisa que vêm à mente ao pensar em saúde é a prevenção e cura de doenças. Mas o conceito é mais amplo do que isso, e mudou ao longo dos tempos. "Saúde é um direito fundamental do homem, sendo reconhecida como o maior e o melhor recurso para o desenvolvimento social, econômico e pessoal, como também uma das mais importantes dimensões da qualidade de vida "(BUSS, 2003, p. 34).

Saúde e a qualidade de vida são termos que estão estritamente relacionados no cotidiano dos sujeitos, entretanto, ainda se apresentam revestidos de relevantes dúvidas, refletindo, sobretudo entre as diversas áreas de atuação profissional como professores e as de interesse pela saúde.

Diante da importância de viver com qualidade e, conseqüentemente, ter saúde, através de questões promotoras de saúde no ambiente escolar e ações positivas que contribuam para o desenvolvimento e bem estar dos alunos é que surge a situação problema desta pesquisa. Assim, a questão problematizadora que despertou a realização deste trabalho foi: Qual o conhecimento adquirido pelos alunos sobre saúde, qualidade de vida e da prática de atividade física a partir das aulas de educação física?

Atualmente, o conceito "qualidade de vida" suscita uma variedade de opiniões a respeito deste tema tão em voga. Conceito este, que acompanha a evolução das novas tecnologias e ciências do mundo moderno. Conforme a Organização Mundial de Saúde, qualidade de vida "é a percepção individual de um completo bem estar físico, mental e social" (Minayo et. al. 2000, p. 6)

Minayo et. al.(2000, p. 7) afirmam, "qualidade de vida é uma representação social criada a partir de parâmetros subjetivos (bem-estar, felicidade, amor, prazer, realização pessoal), e também objetivos, cujas referências são a satisfação dasnecessidades básicas e das necessidades econômico e social de determinada sociedade. "

Coelho e Almeida Filho (2002, p. 106) ao fazerem um estudo da epistemologia de Canguilhem e Foucault sobre saúde, a distinguem em três níveis: o primário, secundário e terciário.

A saúde primária corresponde ao padrão científico de saúde considerado como universal. A secundária é o padrão do senso comum de um dado grupo social. A saúde terciária, por seu turno, corresponde à expressão singular das novas normas instituídas pelo indivíduo, que podem ser de naturezas diversas, envolvendo os signos e os significados individuais e diferenciados de saúde.

O conceito de saúde entrou nas escolas reduzido a questões de higiene como lavar as mãos, escovar os dentes e manter o ambiente limpo, o que serviam para prevenir doenças. Nada muito além disso. Hoje, fala-se em promoção em saúde, que consiste num processo educativo em que os conhecimentos dos alunos e da comunidade. (BUSS, 2003, p. 35)

A escola como centro importante de ensino-aprendizagem, convivência, crescimento e de formação de valores fundamentais, constitui, um lugar ideal para a aplicação de programas de promoção da saúde, ou seja, ela pode oferecer aos alunos, procedimentos e atividades capazes de desenvolver nos mesmos, hábitos extremamente saudáveis que elevem a sua qualidade de vida. (COELHO E ALMEIDAFILHO,2002, p. 107)

Assim, a saúde torna-se uma questão didático-pedagógica, quando os conhecimentos transmitidos, formalmente na escola ou informalmente na comunidade, tendem a fazer com que pessoas assumam atitudes que levem a uma melhor qualidade de vida, desenvolvendo sua auto-capacitação.

Já o bem-estar, ou seja, a saúde integral do aluno, depende do conjunto de hábitos e dos projetos capazes de promover ao mesmo, uma competência intelectual, perspectivas voltadas a longevidade e, principalmente, a formação de hábitos e conhecimentos que o capacitem a potencializar sua saúde e qualidade de vida.

A Educação Física e a prática esportiva têm a possibilidade de ampliar o alcance de seus conteúdos, ao buscar discutir aspectos relacionados à educação para a saúde, através da aquisição, por alunos, de estilos de vida ativos e hábitos saudáveis. Esse estilo de vida deve ir além da idéia de adesão à prática regular de exercícios físicos, deve se referir à aquisição de hábitos que otimizem o seu status de saúde. (Coelho e Almeida Filho, 2002, p. 107)

È importante se propor uma abordagem de uma educação física que,legitime no espaço escolar, a ampliação da questão da sua relação com a saúde e qualidade de vida, para que venha contribuir na conquista de uma forma melhor de se viver.

Portanto, o objetivo deste trabalho é analisar como as questões promotoras de saúde, qualidade de vida e da prática de atividade física estão sendo orientadas pelos professores de educação física, aos alunos do ensino médio das escolas. E compreende como objetivo específico: conhecer a influência que as questões promotoras de saúde, qualidade de vida e da prática de atividade física estão provocando no dia a dia dos alunos.

A concretização deste trabalho se justifica por ser o mesmo um convite à reflexão dos alunos para a conquista de um ambiente escolar harmônico e seguro, a fim de que intervenha, de maneira positiva, na educação dos mesmos.

Além de ser útil para os estudantes terem conhecimento de como as questões referentes à saúde, qualidade de vida e práticas esportivas, irão contribuir para sua inserção e desenvolvimento numa vida social fraterna e solidária.

E também a vontade de despertar no aluno o conhecimento pelo próprio corpo e o cuidado com ele, valorizando e adotando hábitos saudáveis, como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e saúde.

As propostas educacionais na Educação Física e no esporte apresentaram-se, ao longo da história, sob diferentes denominações, que, de algum modo, ainda hoje, influenciam a formação do profissional e suas práticas pedagógicas.

A pesquisa utilizada neste trabalho será descritiva, exploratória e de campo. Quanto a sua abordagem ela será qualitativa, tendo como técnica de coleta de dados, o questionário.

Como o foco deste trabalho é a saúde, qualidade de vida e práticas esportivas divulgadas na escola, pelos professores de educação física, os elementos que serão estudados no próximo item são: educação física na escola, saúde, qualidade de vida, a promoção á saúde e a atividade física, entre outros.

A EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA

Entende-se que a Educação Física Escolar é uma prática cultural, com uma tradição respaldada em certos valores e que ela ocorre historicamente num determinado cenário, com um certo enredo e para um referido público, que demanda uma expectativa, pode-se concluir, que isso é que faz a Educação Física Escolar ser uma prática tradicional. (DARIDO, 2005, p. 24)

Para Darido (2005, p. 24),

A educação física pode ser compreendida de três diferentes maneiras: como um componente curricular das escolas, como uma profissão caracterizada por uma prática pedagógica no interior das escolas ou fora delas, e como uma área em que são realizados estudos científicos."

Como parte integrante do currículo escolar, nada mais natural do que entendê-la como um direito de todos que passam pela escola. Nem sempre essa igualdade de oportunidades permite aos alunos participarem das aulas de educação física, sejam por motivos como falta de espaço, falta de material, de habilidade motora do aluno, entre outros. A busca pelos seus direitos e a não exclusão deve ser buscado pelos alunos e cobrado aos professores, diretores de escolas e outras autoridades competentes.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998, p.28) " A Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento como seres humanos."

A educação física, como prática pedagógica escolar, trata de assuntos relativos a cultura do movimento humano, aborda no seu corpo de conteúdos, assuntos relacionados à saúde, valores éticos, sociais, políticos, da atividade física e do esporte, bem como a própria prática dos esportes, das danças, das lutas e dos jogos.

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998, p.29): Entende-se a Educação Física como uma área do conhecimento da cultura corporal do movimento e a Educação Física Escolar como uma disciplina que introduz e integra o aluno na cultura corporal do movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida.

O movimento é percebido como uma linguagem, o que implica uma cultura corporal, definida como tudo que o homem pode expressar através do corpo.

A Educação Física deve contribuir também para a formação da consciência crítica, para o exercício da cidadania e para o desenvolvimento da consciência corporal, já que "o conhecimento do corpo precede a descoberta e integração do mundo exterior" (MARCO, 1995, p. 33). Algumas reflexões são oportunas para fazer uma análise crítica do que ocorre nas aulas de educação física, e que devem ser tomadas como exemplos para tornar o aluno mais autônomo e crítico.

Outra discussão sobre as práticas corporais na escola, remete a questões relativas às práticas esportivas. São práticas determinadas culturalmente, que podem fazer parte de um programa de Educação Física, enriquecendo, assim, o acervo cultural dos alunos. Entretanto, a aprendizagem dos gestos esportivos não deve se limitar aos movimentos padronizados ensinados pelo professor, mas devem contemplar a experiência dos alunos e incentivar a sua criatividade e capacidade de exploração. (MARCO, 1995, p. 35)

O professor de Educação Física deve auxiliar o aluno a compreender o seu sentir, o seu relacionar-se na esfera da cultura corporal de movimento, além de estimulá-los a questionar-se. (MARCO, 1995, p. 35)

Além disso, a educação física deve proporcionar informações e estimular os estudantes à adoção de comportamentos favoráveis para a manutenção ou aprimoramento de componentes do estilo de vida relacionados à saúde. Para isso, utiliza-se do processo de ensino-aprendizagem através de vivências sistematizadas de diversas dimensões da cultura do movimento humano.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998, p,36):


As relações que se estabelecem entre Saúde e Educação Física são perceptíveis ao considerar-se a similaridade de objetos de conhecimento envolvidos e relevantes em ambas às abordagens. Dessa forma, a preocupação e a responsabilidade na valorização de conhecimentos relativos à construção da auto-estima e da identidade pessoal, ao cuidado do corpo, à consecução de amplitudes gestuais, à valorização dos vínculos afetivos e a negociação de atitudes e todas as implicações relativas à saúde da coletividade, são compartilhadas e constituem um campo de interação na atuação escolar.

A Educação Física é um processo de Educação em Saúde, seja por vias formais ou não formais, pois ao promover uma educação efetiva para a saúde e uma ocupação saudável do tempo livre de lazer, constitui-se em um meio efetivo para a conquista de um estilo de vida ativo e, em conseqüência, favorece a obtenção de qualidade de vida. (DARIDO, 2005, p. 18)

Nahas apud Darido (2005, p. 17) propõe que a atividade física escolar deveria:

Propiciar a elaboração de conhecimentos sobre atividade física para o bem-estar e a saúde; estimular atitudes positivas em relação aos exercícios físicos; proporcionar oportunidades para a escolha e a prática regular de atividades que possam ser continuadas após os anos escolares; promover independência na escolha de programas de atividades físicas relacionadas á saúde.

A Educação Física tem a possibilidade de ampliar o alcance de seus conteúdos, se em alguns casos, buscar discutir aspectos relacionados à educação para a saúde, através da aquisição, por alunos, de estilos de vida ativos e hábitos saudáveis. (DEVIDE, 1996, p. 26)

Esse estilo de vida extrapola a idéia de adesão à prática regular de exercícios físicos; deve se referir à aquisição de hábitos que otimizem o seu status de saúde e de sua comunidade, pois "a participação da comunidade amplia a concepção de estilos de vida do nível individual para o coletivo, e exige da educação física novas responsabilidades, papel e ações interativas" (DEVIDE 1996 , p. 26).

Uma Educação Física compromissada com a melhoria da qualidade de vida deve levar os alunos a se exercitarem, a desenvolverem conhecimentos sobre a prática física, e, sobretudo, a se conscientizarem da sua importância e benefícios para a vida.

O ESPORTE COM CARÁTER EDUCACIONAL

O esporte está presente no nosso dia a dia, entramos em contato com ele através da transmissão de jogos pela televisão, programas esportivos, jornais escritos, rádio, na escola ou mesmo por nos defrontarmos com praças esportivas e clubes, onde existe um grande número de pessoas vivenciando práticas de diferentesmodalidades.

Betti apud Darido (2005, p. 179) conceitua o esporte como:

Uma ação social institucionalizada, composta por regras, que se desenvolve com base lúdica, em forma de competição entre dois ou mais oponentes ou contra a natureza, cujo objetivo é, por meio de comparação de desempenhos, determinar o vencedor ou registrar o recorde. Os resultados alcançados pelos praticantes são resultantes das habilidades ou estratégias utilizadas por esses, e podem ser intrínsecas ou extrinsecamente gratificantes.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998, p. 70) considera-se esporte as práticas em que são adotadas regras de caráter oficial e competitivo, organizadas em federações regionais, nacionais e internacionais que regulamentam a atuação amadora e a profissional.

Observa-se que o esporte prevê relações com a sociedade sob as forma de participação, educacional e rendimento. Outras possibilidades do esporte podem ser percebidas ao se tratar de pessoas portadoras de necessidades especiais, reabilitação fisioterapêutica ou terapêutica.

Darido (2005, p. 180) diz sobre o esporte-educação:

Focalizado na escola, tem por finalidade democratizar e gerar cultura pelo movimento de expressão do indivíduo em ação como manifestação social e de exercício crítico da cidadania, evitando a exclusão e a competitividade exacerbada.

Ao se referir ao esporte educacional, é importante atentar-se que o mesmo proporcione aos praticantes condições para verem a si mesmos e aos outros como seres humanos igualmente valiosos, tanto na vitória como na derrota, caracterizando assim, o coletivismo e a interação entre os participantes.

O esporte educacional, além de possibilitar a convivência e o comportamento social, ele deve também conservar sua qualidade lúdica, sua espontaneidade e seu poder de iniciativa, desmistificado, principalmente, daquele promovido pela mídia (esporte de alto rendimento). Assim, permite aos praticantes criticá-lo dentro de um determinado contexto sócio-econômico-político-cultural, em busca de uma educação emancipatória.

Prado apud Brotto (2001, p.77) contribui no esclarecimento das características do esporte educacional:

a)Esporte em forma de jogos – reproduzindo aprendizagens culturais;

b) Pedagogia do espaço e do ambiente – implicando em menor dependência de tecnologias sofisticadas e mais poli valentes em relação às idades;

c) Alfabetização esportiva – centrada no desenvolvimento de grupos, para criar e autogerir suas próprias atividades esportivas;

d) Comunicação aplicada à educação – utilizada para recriar de forma crítica, novos valores de comportamento do corpo e esporte para um conjunto maior da sociedade;

e) Realização de eventos de difusão cultural – com o objetivo de reforçar a leitura crítica da cultura do corpo e do espetáculo esportivo.

Percebe-se que o esporte é uma atividade situada muito além do fortalecimento, funcionalidade e expressividade do corpo, ou seja, ele é um instrumento importante para a formação do caráter moral, da educação da atitude e da educação em valores dos indivíduos

Para a INDESP (1996) os princípios do esporte educacional são:

Totalidade - Fortalecimento da unidade do homem (consigo, com o outro e com o mundo), considerando a emoção, a sensação, o pensamento e a intuição como elementos indissociáveis desta mesma unidade, favorecendo o desenvolvimento do processo de auto-conhecimento, auto-estima e auto-superação, visando a preservação de sua individualidade em relação às diversas outras individualidades, tendo em vista o contexto uno e diverso no qual está inserido.

Co-Educação - Concepção da Educação que, como um processo unitário de integração e modificação recíproca, considerando a heterogeneidade (sexo, idade, nível sócio-econômico, condição física, etc.) dos atores sociais envolvidos e, fundamentando-se nas experiências vividas de cada um dos participantes e estruturando a atuação pedagógica apoiada na ação e reflexão, tem na relação mestre-aprendiz, como o encontro entre dois educadores, o seu alicerce.

Emancipação - Busca da independência, autonomia e liberdade do homem, fundamentando-se nos princípios da educação trans-pessoal, pelo qual o aprendiz "é encorajado a despertar, a se tornar autônomo, a indagar, a explorar todos os cantos e frestas da experiência consciente, a procurar o significado, a testar os limites exteriores, a verificar as fronteiras e as profundidades do próprio eu" oportunizando assim, o desenvolvimento por intermédio da criatividade e da autenticidade, da capacidade de discernir criticamente e elaborar genuinamente as suas próprias razões de Existir.

Participação - Valorização do processo de interferência do homem na realidade na qual está inserido, fundamentado nos princípios de co-gestão, co-responsabilidade e integração e favorecendo seu comprometimento, como ator-construtor dessa mesma realidade, propicia o gerenciamento das questões de seu interesse, tendo em vista o processo de organização social decorrente do exercício de seus direitos e responsabilidades.

Cooperação - União de esforços no exercício constante da busca do desenvolvimento de ações conjuntas para a realização de objetivos comuns, fundamentada no potencial cooperativo e no sentimento comunitário de cada um dos participantes do processo, estreitando, assim, os laços de solidariedade, parceria e confiança mútua, de forma a fortalecer as habilidades em perseverar, em compartilhar sucessos e insucessos, em compreender e aceitar o outro, como elementos constitutivos do processo de co-evolução do homem.

Regionalismo - Respeito, proteção e valorização das raízes e heranças culturais , como sinergias constitutivas do todo, considerando a singularidade inerente aos diversos mundos culturais, surgidos da relação intrínseca entre seus elementos, de forma a resgatar e preservar a sua identidade cultural, no processo de construção do coletivo.

Tais características parecem se perder quando os professores da escola buscam referência em alguns valores do esporte profissional, ou seja, a busca por uma performance obrigatória, formação de atletas e a busca de resultados em detrimento da preocupação com a formação social do aluno.

Para Korsakas (2002, p. 42),

O educador deve oferecer aos alunos possibilidades para a construção de conhecimentos e atuar mais como um facilitador dessa situação. Portanto, a possibilidade do esporte ser utilizado como meio de educação está relacionada às concepções que o educador utiliza em suas aulas, pois se o professor não trabalha o pedagógico do conteúdo específico este pode perder a sua contribuição civilizatória.

Ressaltam, ainda, Galatti e Paes (2005, p.128)

[...] o professor deve estar atento em promover intervenções positivas; ter a participação, a cooperação, a co-educação, a emancipação e a totalidade como princípios; buscando, assim, valer-se da pedagogia do esporte já discutida e não da simples administração da prática esportivizada.

Daí a responsabilidade dos profissionais da área de educação física escolar em resgatarem os princípios educativos do esporte, através de ações pedagógicas, e que estas possam contribuir para a formação de verdadeiros cidadãos.

SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA: UMA PERSPECTIVA PEDAGÓGICA

O que é saúde?

A mais clássica definição de saúde é a adotada pela Organização Mundial de Saúde em 1948 que declara saúde como "estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças", (IN MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, 1987). Tambellini apud Mataruna dos Santos (2000) complementa esta definição, conceitualizando saúde como um bem coletivo que é compartido individualmente por todos os cidadãos.

Minayo (1992) acrescenta que "saúde é o resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde." Assim, segundo este autor, a saúde do indivíduo está relacionada à qualidade de vida que sua comunidade e família possuem, considerando qualidade de vida como um somatório dos fatores que interferem na vida do indivíduo, em suas múltiplas dimensões (física, mental, social, entre outras).

    A legislação brasileira declara que saúde é um direito de todos e um dever do estado garantido mediante políticas sociais e econômicas. Tais medidas visam a redução do risco de doença e de outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações e serviços, para sua promoção, proteção e recuperação da saúde. (ART. 196 DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, 1988).

O que é qualidade de vida?

 A idéia que se possui sobre qualidade de vida é que ela representa uma forma de explicar subjetivamente o que é viver bem, estar satisfeito ou feliz consigo mesmo e com o mundo ao seu redor. O fator principal que a determina é sem sombra de dúvidas o bem estar físico, mental e social.
    Porém não é fácil conceituar qualidade de vida, pois este termo ainda não foi estabelecido e também não tem sido empregado corretamente (Silva apud Silva et al, 2000).

Minayo et. al. (2000, p. 8), atesta que qualidade de vida é
uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrada na vida familiar, amorosa, social e na própria estética existência. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar.

Shin e Johnson apud Assumpção et. al. (2000) afirmam que a qualidade de vida para ser atingida, depende da satisfação de desejos individuais, auto-realização e uma compensação satisfatória consigo mesmo e com os outros

Segundo o Grupo para Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL, 1993), a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, dentro do contexto sócio-cultural em que vive é condição sine qua non para o alcance da qualidade de vida
Percebe-se que o termo qualidade de vida abrange muitos significados que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a eles se reportam em variadas épocas e histórias diferentes, sendo, portanto, uma construção social e cultural relativa.

PROMOÇÃO Á SAÚDE E A EDUCAÇÃO FÍSICA

A Educação Física e a saúde sempre tiveram uma relação histórica, influenciada ora por tendência militar, ora por tendência médica ou desportiva. Quanto à promoção da saúde, a influência médica é a que mais aparece no contexto da Educação Física, pois se dá através da aptidão física, baseando-se principalmente nos benefícios orgânicos causados pelo exercício visando à saúde.

No início de 1980, surgiu nos países como a Grã-Bretanha, Canadá, Estados Unidos e Austrália um movimento chamado "Aptidão Física Relacionada à Saúde (AFRS), o qual tinha como proposta contribuir na formulação das Diretrizes Curriculares Nacionais destes países, definindo que o currículo nacional de educação física objetivasse principalmente a aptidão física relacionada à saúde. (FERREIRA 2001, p. 43)

Para Ferreira (2001, p. 44), tal proposta tinha como intenção que a educação física escolar criasse nos alunos o prazer e o gosto pelo exercício e pelo desporto de forma a levá- los a adotar um estilo de vida saudável e ativa como meio de garantir a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

No Brasil, a proposta de educação física escolar que trabalha com promoção da saúde utiliza os mesmos métodos utilizados nos países de origem dessa proposta, ou seja, atribui-se à educação física um compromisso com a promoção à saúde, o qual deve ser de "educar" as pessoas a aderirem à prática regular de exercícios físicos e com isso, torná-las pessoas com estilo de vida ativo e hábitos de vida saudáveis. (FERREIRA, 2001, p. 45)

Segundo Gaya (2004), é responsabilidade da Educação Física a promoção da saúde através da educação para uma vida fisicamente ativa e esportivamente rica; desenvolver estratégias para que crianças e jovens criem o gosto pelas atividades da cultura corporal; desenvolver conhecimentos sobre as relações das práticas corporais com a saúde e proporcionar hábitos de lazer fisicamente ativos.

Uma Educação Física compromissada com a melhoria da Qualidade de Vida deve levar os alunos a se exercitarem, a desenvolverem conhecimentos sobre a prática física, e, sobretudo, a se conscientizarem da sua importância e benefícios para a vida.

Ferreira (2001, p. 45) ressalta que aqui no Brasil, o principal agente no binômio atividade física e saúde também é a aptidão física, e conteúdos como o exercício, o desporto e a aptidão física aparecem como conteúdos essenciais da Educação Física. Ferreira, complementa quando diz que: busca-se, através desses conteúdos, que os alunos pratiquem alguma atividade física, adotem um estilo de vida saudável, e gradualmente, adquiram autonomia (mesmo que mínima) para "praticar essas atividades por conta própria" .

Corbin (1986) idealizou a Escada da Aptidão para Toda a Vida (EATV), que descreve os objetivos da Educação Física no ambiente escolar.

Corbin (1986), através de sua proposta, corroborada por autores nacionais como Markus Nahas (1989) e Dartagnan Guedes (1994), sobre a relação da educação física com a saúde no espaço escolar, propõe como objetivo central da educação física escolar, a criação de um estilo de vida ativo e permanente, a partir do desenvolvimento dos componentes da aptidão física relacionada à saúde e da transmissão de conhecimentos sobre o exercício físico, visando a autonomia do aluno.

Segundo Corbin (1986), a proposta se desenvolve em fases, simbolizadas por degraus, a serem transpostos no decorrer dos anos.

O primeiro degrau é representado pelas atividades físicas e os exercícios. Tem como objetivo tornar os alunos ativos nos primeiros anos escolares, despertando o prazer pelo exercício.

O segundo diz respeito à aquisição de aptidão física, que só será desenvolvida caso o aluno seja fisicamente ativo.

No terceiro degrau, conhecimentos referentes à aptidão física e ao exercício devem ser transmitidos ao aluno, que inicia a construção do seu próprio esquema de exercícios, desenvolvendo certa autonomiaem relação à figura do professor.

O quarto degrau refere-se à auto-avaliação da aptidão física. Os alunos são sujeitos a testes, estabelecendo objetivos individuais, para avaliarem os componentes. (CORBIN, 1986)

Pressupõe-se que, quando se atinge o último degrau da EATV, o aluno está preparado para solucionar problemas e tomar decisõesa respeito de sua prática de exercícios; já experimentou diversas atividades; pode escolher a(s) que aprecia e incorpora-la(s) em seu quotidiano, tendo conhecimento suficiente para tornar-se um consumidor bem informado a respeito do exercício físico.

Outro ponto louvável desta proposta é a autonomia criada pelo aluno sobre o planejamento de seu programa de exercício, exercitando-se ciente dos seus benefícios para sua saúde. (CORBIN, 1996)

A grande tarefa da Educação Física Escolar, então, é unir os conhecimentos dos determinantes sociais, econômicos, políticos e ambientais (como a história, ecologia, política e sociologia) aos seus conteúdos (os da área biológica, como a anatomia, fisiologia, nutrição e biomecânica), com o objetivo de tornar as pessoas autônomas não só para a prática de exercícios físicos no decorrer de suas vidas, mas também com conhecimento para discernir sobre a realidade em que vivem (FERREIRA, 2001).

Guedes; Guedes (1996), entendem que as práticas de atividades físicas vivenciadas na infância e adolescência se caracterizam como importantes atributos no desenvolvimento de atitudes, habilidades, e hábitos que podem auxiliar na adoção de um estilo de vida ativo fisicamente na idade adulta.

E como proposta, os autores supra-citado, sugerem a redefinição do papel dos programas de Educação Física na escola, agora como meio de promoção da saúde, ou a indicação para um estilo de vida ativo. E, ainda, ressaltam a importância das informações e conceitos relacionados à aptidão física e saúde. A adoção dessas estratégias de ensino contempla não apenas os aspectos práticos, mas também, a abordagem de conceitos e princípios teóricos que proporcionem subsídios aos escolares, no sentido de tomarem decisões quanto à adoção de hábitos saudáveis de atividade física ao longo de toda vida.

Nahas (1997), sugere que o objetivo da Educação Física na escola de ensino médio é ensinar os conceitos básicos da relação entre atividade física, aptidão física e saúde. O autor observa que esta perspectiva procura atender a todos os alunos, principalmente os que mais necessitam, sedentários, baixa aptidão física, obesos e portadores de deficiências.

Estas considerações se aproximam daquelas explicitadas por Betti (1991) quando o autor faz referências à necessidade da não exclusão nas aulas de Educação Física.

MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia é a preocupação com a forma, planejamento, a execução e o instrumental para o desenvolvimento da pesquisa. Assim, neste tópico será apresentada a metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente trabalho.

TIPOS DE ESTUDO

A pesquisa utilizada neste trabalho, foi de campo, descritiva e exploratória.

Para Vergara (2006, p. 47)

A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação.

Uma das características da pesquisa descritiva é a técnica padronizada de coleta de dados, realizada, principalmente, através de questionários e da observação sistemática. Os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles.

Para Mattar (2001, p. 19)

Pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Pode ser usada para vários objetivos com clarificar conceitos, estabelecer prioridades, familiarizar e elevar o conhecimento e compreensão do problema, ajudar no delineamento do projeto final.

A pesquisa exploratória é realizada em área na qual tem pouco conhecimento, tornando-a mais clara ou que se possa construir hipóteses a partir dela.

Este trabalho realizará uma pesquisa de campo para obter informações sobre determinado problema, o qual, neste estudo, consiste na abordagem da saúde e qualidade de vida, no ambiente escolar, pela educação física.A pesquisa será descritiva e exploratória, pois busca conhecer melhor o fenômeno estudado e o ambiente em que está sendo realizada à pesquisa. Ou seja, visa dispor o pesquisador de maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa, ajudando-o a elevar seu conhecimento e compreensão sobre o tema. Neste trabalho o fenômeno é "como as questões promotoras de saúde e qualidade de vida estão sendo divulgadas através do esporte, na escola.

Esta pesquisa se classifica, quanto à sua abordagem, como qualitativa. Para Santos apud Beuren (2003, p. 39), na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado. A abordagem qualitativa visa destacar características não observadas por meio de um estudo quantitativo, haja vista a superficialidade deste último.

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Existem vários meios ou instrumentos de coleta de dados, como entrevistas, questionários, observação pessoal, formulários, etc. Entre as principais técnicas de coletas de dados, utilizou-se o questionário auxiliar à observação participante das autoras deste trabalho.

Para Fachin (2003, p. 147), o questionário consiste num elenco de questões que são apreciadas e submetidas a certo número de pessoas com o intuito de se obter respostas para a coleta de informações.

A elaboração de um questionário supõe a tradução dos objetivos específicos da pesquisa em itens bem definidos.

Conforme Vergara (2006, p. 54-55)

O questionário pode ser aberto, pouco ou não estruturado, ou fechado, estruturado. No questionário aberto, as respostas livres são dadas pelos respondentes; no fechado, o respondente faz escolhas, ou pondera, diante de alternativas apresentadas. Um questionário não deve ter mais do que três tipos de questões, para não confundir o respondente.

O questionário também precisa ter um número de questões que seja adequado à obtenção das respostas aos problemas específicos relacionados ao problema que se busca solucionar e que não canse o respondente.

POPULAÇÃO /AMOSTRA

Todos os elementos do grupo a serem estudados constituem a população. A parte da população efetivamente examinada é chamada de amostra. A população do nosso estudo é constituída pelos alunos das escolas da rede particular de ensino e a amostra pelos alunos da 3ª série do ensino médio, com maior percentual do sexo masculino e idade de 17 anos.

TÉCNICA DE ANÁLISE

As informações obtidas com a aplicação do questionário, nesta pesquisa, foram analisadas de forma qualitativa.

O tratamento dos dados foi realizado através da análise do conteúdo. O conceito de análise de conteúdo definido por Roesch (1999, p. 169) é: "... essa análise significa organizar e interpretar os dados e informações coletadas por um pesquisador..." A análise dos dados procura evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e os outros fatores.

A principal finalidade da análise do conteúdo é de se efetuar deduções lógicas e justificadas a respeito do conteúdo das mensagens, ou seja, quem as emitiu, em que contexto, e/ou quais efeitos se pretende causar por meio delas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste item, foram abordados os dados do resultado da pesquisa aplicada com 40 alunos da 3ª série do ensino médio, do Colégio Purificação e Salesiano, que permitem conhecer a influência que as questões promotoras de saúde, qualidade de vida e das práticas esportivas estão provocando na vida dos alunos.

Conhecimentos

Saúde

Quanto à opinião de cada aluno a respeito de sua saúde, observou-se que

Um maior percentual possui "boa" saúde, conforme tabela 1.

Classificação

n

%

ótima

9

23%

boa

28

70%

ruim

3

7%

Tabela 1- Saúde

Enfatizando o resultado obtido,  Minayo (1992) acrescenta que saúde é o resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde.

Assim, segundo este autor, a saúde do indivíduo está relacionada à qualidade de vida que sua comunidade e família possuem, considerando qualidade de vida como um somatório dos fatores que interferem na vida do indivíduo, em suas múltiplas dimensões (física, mental, social, entre outras).

Avaliação da qualidade de vida

Quando questionados sobre a avaliação de sua qualidade de vida, percebeu-se que um maior percentual de alunos respondeu como "boa" sua qualidade de vida, mediante tabela 2.

Classificação

n

%

boa

29

73%

ótima

11

27%

Tabela 2 – Avaliação da qualidade de vida

Estes dados mostram a idéia que se possui sobre qualidade de vida é que ela representa uma forma de explicar subjetivamente o que é viver bem, estar satisfeito ou feliz consigo mesmo e com o mundo ao seu redor.Shin e Johnson apud Assumpção (2000) afirmam que a qualidade de vida para ser atingida, depende da satisfação de desejos individuais, auto-realização e uma compensação satisfatória consigo mesmo e com os outros.

Motivação para a prática da educação física

Quanto à freqüência com que os alunos se sentem motivados para a prática de educação física, foi percebida que o maior percentual dos entrevistados responderam "algumas vezes" , conforme tabela 3.

Classificação

n

%

algumas vezes

25

63%

frequentemente

9

22%

sempre

6

15%

Tabela 3 – Motivação para a prática da educação física

Diante destes dados,Gaya (2004) afirma que, é responsabilidade da Educação Física a promoção da saúde através da educação para uma vida fisicamente ativa e esportivamente rica; desenvolver estratégias para que crianças e jovens criem o gosto pelas atividades da cultura corporal; desenvolver conhecimentos sobre as relações das práticas corporais com a saúde e proporcionar hábitos de lazer fisicamente ativos.

Educação física proporciona hábitos saudáveis?

Quando questionados se a prática da educação física na escola proporciona hábitos e estilo de vida saudáveis, observou-se que metade dos entrevistados respondeu "sim", como mostra a tabela 4 abaixo.

Classificação

n

%

sim

20

50%

não

20

50%

Tabela 4 - Educação física proporciona hábitos saudáveis

Conforme estes dados, Ferreira (2001, p. 45) ressalta que aqui no Brasil, o principal agente no binômio atividade física e saúde também é a aptidão física, e conteúdos como o exercício, o desporto e a aptidão física aparecem como conteúdos essenciais da Educação Física. Ferreira, complementa quando diz que: busca-se, através desses conteúdos, que os alunos pratiquem alguma atividade física, adotem um estilo de vida saudável, e gradualmente, adquiram autonomia (mesmo que mínima) para "praticar essas atividades por conta própria" .

A educação física traz benefícios à saúde?

Quanto aos benefícios trazidos pelas aulas de educação física à saúde, o percentual dos entrevistados respondeu "médio e muito", conforme tabela 5.

Classificação

n

%

médio

17

42%

muito

17

42%

completamente

6

36%

Tabela 5 - A educação física traz benefícios à saúde

Segundo os dados acima, Corbin (1986), através de sua proposta, corroborada por autores nacionais como Markus Nahas (1989) e Dartagnan Guedes (1994), sobre a relação da educação física com a saúde no espaço escolar, propõe como objetivo central da educação física escolar, a criação de um estilo de vida ativo e permanente, a partir do desenvolvimento dos componentes da aptidão física relacionada à saúde e da transmissão de conhecimentos sobre o exercício físico, visando a autonomia do aluno.

A educação física traz benefícios a qualidade de vida

Quando perguntados se a educação física traz benefícios a sua qualidade de vida, percebeu-seque mais da metade dos entrevistados utilizou-se da opção "médio", segundo a tabela 6.

Classificação

n

%

médio

23

58%

muito

12

30%

completamente

5

12%

Tabela 6 -A educação física traz benefícios a qualidade de vida

Conforme os dados acima, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998, p.29): Entende-se a Educação Física como uma área do conhecimento da cultura corporal do movimento e a Educação Física Escolar como uma disciplina que introduz e integra o aluno na cultura corporal do movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida.

Disponibilidade nas aulas de educação física sobre saúde e qualidade de vida

Quando questionados sobre a disponibilidade nas aulas de educação física quanto a assuntos referentes à saúde e qualidade de vida, observou-se que boa parte dos entrevistados respondeu "muito pouco", conforme tabela 7.

Classificação

n

%

muito pouco

17

42%

médio

12

30%

muito

11

28%

Tabela 7 - Disponibilidade nas aulas de educação física sobre saúde e qualidade de vida

Mediante estes dados, Guedes; Guedes (1996) sugerem a redefinição do papel dos programas de Educação Física na escola, agora como meio de promoção da saúde, ou a indicação para um estilo de vida ativo. E, ainda, ressaltam a importância das informações e conceitos relacionados à aptidão física e saúde. A adoção dessas estratégias de ensino contempla não apenas os aspectos práticos, mas também, a abordagem de conceitos e princípios teóricos que proporcionem subsídios aos escolares, no sentido de tomarem decisões quanto à adoção de hábitos saudáveis de atividade física ao longo de toda vida.

Classificação da saúde diante da prática da atividade física

Quanto à classificação da saúde com a prática de atividade física, percebeu-se que mais da metade dos entrevistados responderam "pouco melhor", como mostra a tabela 8 abaixo.

Classificação

n

%

Pouco melhor

27

68%

Muito melhor

13

32%

Tabela 8- Classificação da saúde diante da prática da atividade física

Conforme os dados supr-citado, Gaya (2004), é responsabilidade da Educação Física a promoção da saúde através da educação para uma vida fisicamente ativa e esportivamente rica; desenvolver estratégias para que crianças e jovens criem o gosto pelas atividades da cultura corporal; desenvolver conhecimentos sobre as relações das práticas corporais com a saúde e proporcionar hábitos de lazer fisicamente ativos.

Transformações no comportamento, valores e atitudes quanto a saúde com a educação física

Quando perguntados sobre as transformações no comportamento, valores e atitudes quanto à saúde com a prática da educação física, notou-se que a maioria respondeu "sim", conforme tabela 9.

Classificação

n

%

sim

26

65%

Não

14

35%

Tabela 9 - Transformações no comportamento, valores e atitudes quanto à saúde com a educação física

Diante destes dados, a grande tarefa da Educação Física Escolar, então, é unir os conhecimentos dos determinantes sociais, econômicos, políticos e ambientais (como a história, ecologia, política e sociologia) aos seus conteúdos (os da área biológica, como a anatomia, fisiologia, nutrição e biomecânica), com o objetivo de tornar as pessoas autônomas não só para a prática de exercícios físicos no decorrer de suas vidas, mas também com conhecimento para discernir sobre a realidade em que vivem (FERREIRA, 2001).

Preocupação dos professores de educação física em oferecer conhecimentos sobre saúde e qualidade de vida aos alunos

Quando questionados sobre a preocupação dos professores de educação física em oferecer conhecimentos sobre saúde e qualidade de vida, observou-se que mais da metade dos entrevistados responderam "sim",conforme tabela 10.

Classificação

n

%

sim

26

65%

não

14

35%

Tabela 10 - Preocupação dos professores de educação física em oferecer conhecimentos sobre saúde e qualidade de vida aos alunos

Diante dos dados acima, o professor de educação Física deve ter o compromisso com seus alunos de levar os mesmos a se exercitarem, conscientizá-los da importância e benefícios da atividade física para suas vidas.

CONCLUSÃO

 A par das evidências de que o homem contemporâneo utiliza-se cada vez menos de suas potencialidades corporais e de que o baixo nível de atividade física é fator decisivo no desenvolvimento de várias doenças, sustenta-se a hipótese da necessidade de se promoverem mudanças no seu estilo de vida, levando-o a incorporar a prática de atividades físicas ao seu cotidiano.

Nessa perspectiva, o interesse em conceitos como "atividade física", "saúde" e "qualidade de vida" vem adquirindo relevância e constituindo um movimento no sentido de valorizar ações voltadas para a determinação e operacionalização de variáveis que possam contribuir para a melhoria do bem-estar do indivíduo por meio do incremento do nível de atividade física.

Este trabalho, teve como objetivo analisar como as questões promotoras de saúde, qualidade de vida e da prática de atividade física estão sendo orientadas pelos professores de educação física, aos alunos do ensino médio das escolas. E, com base na revisão literária, dos dados coletados através do questionário e da observação, pode-se afirmar que os objetivos desta pesquisa foram alcançados.

Percebe-se, que os entrevistados possuem um certo conhecimento sobreos benefícios obtidos, através da educação física, para a saúde e qualidade de vida destes. Nota-se, também, satisfatória a preocupação dos professores de educação física em oferecer conhecimentos, aos seus alunos, sobre a importância das práticas corporais para suas vidas.

Observa-se, que o resultado obtido na pesquisa contribui de forma concreta e valiosa, tanto para melhorar a saúde e qualidade de vida dos alunos, quanto para incentivá-los a praticar alguma atividade física na escola.

Estas pesquisadoras esperam que este trabalho possa contribuir para a conscientização da necessidade da prática de atividade física pelos alunos nas escolas. E, que, os professores de educação física, motivem e desenvolvam em seus alunos o interesse, cada vez maior, pela melhoria da saúde e qualidade de vida dos mesmos.

REFERÊNCIAS

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Autor: Priscila Gonçalves Santos


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