Uma praga a ser combatida



Confesso que já pensei muito na possibilidade de abandonar as veredas educacionais e partir rumo a um novo caminho, mas o amor a esse objetivo maior impede-me de assentar-me ou optar por um percurso novo. Tenho muito a contribuir. E não serão esses espinhos quem causarão a minha desistência.

            O apoio dado à escola pelos pais é simplesmente aquele em que passa os direitos paternos que possuía sobre o filho para o colégio, ou seja, agora o pupilo é seu (colégio). E lá vamos nós, professores, coordenadores, gestores, funcionários, comunidade escolar cuidar das funções antes atribuídas aos pais. Fomos os culpados sim, pois acabamos aceitando um fardo que não caberia a nossa profissão. O professor ensina, os pais educam! Mas não, os professores ensinam, educam e os pais? Reclamam das notas baixas retiradas pelos filhos ao final de cada bimestre como se a culpa competisse apenas ao docente. Isso quando resolvem aparecer para pedir alguma explicação. Isso é coisa de brasileiro, deixam para obterem respostas ao final, quando não há mais solução.

            A preocupação deve ser constante, diária, com o suspiro à noite do dever cumprido e do amor emanado ao filho. E nós docentes levarmos mais a sério o nosso ofício, esquecermos que os pais se esqueceram de seus filhos, mas o docente não se esqueceu do seu ofício, da sua preocupação, da sua profissão. A chama deve se manter acesa, demonstrando o fogaréu de outrora, onde os lentes eram considerados essenciais na formação de nossa sociedade. Hoje a desvalorização da profissão docente contribuiu para esse caos, levando a juventude e os seus gestores a um olhar de descaso e desvalorização desses bens – a escola, o professor, a educação. E a mídia não se fez inimiga dessa barbaridade, pelo contrário, contribuiu para que a profissão fosse desvalorizada. A tecnologia, também. Pode ter ajudado no início quando ainda era novidade, mas hoje, faz-se amiga dos rebeldes. Aliada dos desocupados e inimiga do progresso educacional. Falo da utilização do orkut, MSN, twitter, blogs etc. para o mal. Para a agressão, para o denominado cyberbulling – a hostilização através dos computadores, através das páginas de recados. E não pensem que seus filhos não estão envolvidos, podem estar atuando como feitores realizadores desse processo ou estar sofrendo as agruras dessa discriminação. Então, vigiem, restrinjam os passos de seus pupilos na Internet. Comecem por aí, fiscalizem. Façam pelo menos a tarefa de casa, pois o restante, conseqüentemente, faremos nós, professores, pois a família encontra-se dilacerada! Vocês não me encontrarão mais no orkut, essa praga da tecnologia. Até mais!

           


Autor: Sergio Sant'Anna


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