CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS MENTAIS PSICOLÓGICOS



Está ligado a teoria do processo das informações, aos Processos Mentais Superiores da Construção dos Conhecimentos.Os processos pelos quais as crianças passam para compreender uma situação nova é o objeto de discussão para estudiosos da cognição. Corresponde a uma visão das etapas de construção da aprendizagem na criança.

Desde sua concepção a criança obedece a uma ordem seqüencial em seu desenvolvimento, por isso, a cognição abrange toda a capacidade de processar informações, de reagir ao que percebemos no mundo e em nós mesmos. É um processo de conhecer, que envolve a atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem até lhes possibilitar transformá-los em conceitos científicos.

Nesta análise discutiremos criticamente alguns aspectos da memória como um processo de retenção de informações no qual as experiências vividas pela criança são arquivadas e recuperadas quando lhes são necessárias.Buscando nesse processo mostrar como se dá a compreensão dentro das etapas das concepções da criança, dentro de um esquema geral que lhes permitem relacioná-las e ao mesmo tempo diferenciá-las dos conceitos científicos apreendidos na escola.

Durante muito tempo o pensamento da criança permanece dominado por impressões e ela é incapaz de analisar, de diferenciar as relações existentes entre as coisas. Como sua percepção é inicialmente afetiva, a criança confunde imagem e objeto. No momento em que a percepção infantil torna-se mais discriminadora, aparece uma certa oposição entre a representação e a intuição afetiva. Quando pode comparar, escolher e rejeitar o que não lhe agrada, a criança aprende a diferenciar o objeto de sua representação. A possibilidade de fazer diferenciações reduz o sincretismo, permite a formação de categorias de pensamento, a distinção entre sujeito e objeto, qualidade e coisa.

A linguagem presente no ambiente oferece os meios para a representação, favorece o desenvolvimento da simpatia, garante a harmonia entre os membros do grupo social e sua expressão revela o nível do desenvolvimento infantil. Antes do desenvolvimento da representação simbólica pela criança, a afetividade manifesta-se mais pelo contato físico, pelo toque, pelo abraço ou pela voz do parceiro da relação. No momento em que o pensamento já se desenvolveu, a atenção, o cuidado e a compreensão da professora podem ser percebidos como manifestações de afeto.

Por exemplo, quando as crianças antes do desenvolvimento da representação simbólica pela criança, a afetividade manifesta-se mais pelo contato físico, pelo toque, pelo abraço ou pela voz do parceiro da relação. Por exemplo, quando as crianças falam: "deixava ir ao banheiro", "dava coisa legal", "dava brinquedo pra gente brincar", "brincava com a gente", ajudava nas lições "...

O gostar como reciprocidade, gera o respeito mútuo, seria um nível mais elevado, mais maduro, de compreensão: o gostar por causa de alguma coisa ou o fazer algo em benefício de outra pessoa

Essa noção permite entender a evolução das suas idéias até chegar à sala de aula, não como uma substituição de idéias alternativas por idéias científicas, mas como a evolução do seu desenvolvimento mental, em que as novas idéias adquiridas no processo desse ensino passam a incorporar conhecimentos anteriores, sendo que cada uma delas lhes permitem chegar a uma aprendizagem significativa.

O desenvolvimento cognitivo e de linguagem expressiva, refere-se ao período sensório motor, é o período de pensamento onde a criança estrutura seu desenvolvimento através da ação motriz. A conduta motriz se refere uma organização do comportamento motor com seus significados, constituindo uma série de fatos que dão significados as ações auditivas e visuais da linguagem e da escrita, instrumentalizando-as para compreensão do mundo.

A atenção é um processo cognitivo pelo qual o intelecto focaliza e seleciona estímulos, estabelecendo relação entre eles, mediante o qual concentramos a nossa atividade psíquica sobre o estímulo, seja ele a sensação, percepção, representação, afeto ou desejo. Que compreende uma organização interna (proprioceptiva tatilquinestésica) e uma organização externa (exteroceptiva, visual e auditiva), cuja criança deverá interpretar a codificação, decodificando de acordo com seu significado, a fim de fixar, definir e selecionar as percepções, as representações, os conceitos e elaborar seus próprios pensamentos.

A orientação é o processo perceptivo e está relacionado à forma de interação da recepção transmitida, ou seja, a capacidade de situar a criança em relação a si mesma e ao mundo no tempo e no espaço. Percebe-se de imediato que se faz necessário usar de ações interativas permeadas pela afetividade para construção e reconstrução de conhecimentos. É concebida aos alunos pela via da conscientização, cooperação, autonomia e equilíbrio, uma moral altruísta.

A prática educativa tem sua origem e se justifica pela permanente necessidade que o ser humano tem de superar obstáculos com vistas ao alcance de um desejo de atingir um objetivo.

A interação professor-aluno que ocorre em sala de aula é um processo relacional perpassado pela afetividade, por sentimentos e emoções que afetam as crianças e podem favorecer ou não as aprendizagens. Por exemplo: a criança que brinca de ser um caixa de supermercado e não aceita que seu colega leve as mercadorias sem pagar durante a brincadeira, já sabe como funciona essa ação social. Através dessa imitação ela faz uma ligação com a realidade.

A criança não sabe ainda dá explicações coerentes a respeito das coisas, pois a fantasia ainda é mais forte que a capacidade de explicar. Mas através do lúdico a criança desenvolve sua capacidade de pensar, passando a representar, simbolicamente, suas ações e também suas atividades motoras, porque neste período, já corre, salta, enfim, realiza inúmeras atividades que propiciam desenvolvimento a essas habilidades. O uso da imaginação, e outras atividades lúdicas, são de grande importância porque influenciam no desenvolvimento cognitivo e, também, o equilíbrio emocional, são assimilados conceitos do mundo real e das relações concretas, e então, a criança passa da individualidade para a socialização.

O professor, enquanto mediador do conhecimento poderá criar situações oportunas para poder observar os indicadores que cada criança dá e, a partir disso, trabalhar, o desenvolvimento de cada um. Através de atividades próprias para cada período do desenvolvimento da criança, o professor poderá auxiliá-lo a desenvolver sua capacidade de criar hipóteses de inferir, lembrando aqui, que esse é um dos requisitos básicos para o sucesso na educação infantil. A brincadeira espontânea da criança já estimula seu desenvolvimento por si só e muito mais, far-se-á por ela se o professor estiver preparado para auxiliá-la nesse momento de grande importância.

É também responsabilidade dos educadores alertarem os pais, informando-os da importância do brincar, para que compreendam esse momento de seus filhos, não como um passatempo, mas como puro desenvolvimento. É direito da criança o brincar e muito mais que isso, é nesse momento que estarão se formando futuros cidadãos, que conduzidos de maneira correta e consciente, com certeza serão pessoas com valores morais, que sabem respeitar regras, participativos, sociáveis, e também, autônomos e conscientes.


Autor: MATILDE LUZ


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