Conflitos, debates, rupturas e criação.



Uma palavra  que nos incomoda quando pronunciada é conflito, pois vamos encontrar nos dicionários sinônimos como luta, combate e guerra.

Quando analisamos a palavra como estado de tensão, desconforto com a situação, podemos perceber que as definições acima estão mais ligadas a uma das resoluções do conflito que a este propriamente.

Quando você tem um conceito sobre uma situação e eu outro  entramos em conflito, o que não quer dizer que  vamos pegar em armas e nos fuzilarmos.

Podemos considerar três hipóteses:

1) Entrar em guerra e nos agredirmos;

2)Entrar em negociação e chegarmos a um acordo;

3) Reformularmos tudo,  criando uma nova situação.

O homem explora o fundo do mar, voa pelos céus e viaja pelo espaço, não sem antes ter entrado em conflito com seus semelhantes, com os conceitos vigentes e consigo mesmo.

Tomemos como exemplo  um dos maiores conflitos em que o homem se envolveu,  gerando uma das mais extraordinárias invenções que mudou a história da humanidade, a superação da gravidade.

Em 1709 um jesuíta brasileiro, Bartolomeu de Gusmão,  fez ensaios com pequenos balões de ar quente mostrando que seria possível voar; alguns anos depois Julio Cezar Ribeiro de Souza, nascido no estado do Pará  fez avanços na questão da dirigibilidade dos balões, datam as informações como 1880, posteriormente Santos Dumont em 1901 com seu dirigível contornou a Torre Eifel.

O homem não contente continuou desafiando a gravidade e  tomando um dos fatos mais conhecidos, o  alfaiate Franz Reichelt, em 1912, saltou da torre Eifel com uma capa parecida com a  do batman, acreditando que esta o sustentaria e flutuaria, alguns segundos depois perderia a vida tentando resolver o conflito em que estava. Sua crença em poder superar a gravidade.

Hoje além dos aviões, foguetes, temos   pára-quedas e asas delta, sem que esse conflito esteja totalmente resolvido, pois o homem continua a desafiar a gravidade.

Todo processo criativo é um processo de ruptura, como nova cor, nova forma, novo jeito, novo sabor.

Lembra da introdução do cinto de segurança nos carros?

Dá para negar que foi uma quebra de conceito, de padrão de comportamento, geração de conflito?

Um conflito que leva ao debate, a rupturas de conceitos,  gera tensão necessária  para criação.

Felizmente hoje ninguém precisa , como Galileu Galilei, negar que a terra é redonda para não ser condenado à fogueira pela inquisição.Demorou , mas sua reabilitação oficial aconteceu em 1.992, com  o papa João Paulo II, lembrando   que sua  condenação ocorreu em  22 de junho de 1633.

A questão positiva, mantida a ordem dos fatos , conflito, debates, geração de tensão criativa  e  ruptura leva ao processo de criação e implementação de mudanças.

O lado negativo do processo se dá quando os debates levam ao conflito e rupturas, reduzindo substancialmente as chances de criação e mudanças.

Não é incomum situações negativas serem revertidas, mas o preço a ser pago e os danos são infinitamente maiores.

Muitos estudiosos de administração defendem a geração e administração de conflitos como forma de gerar  energia necessária para mudanças, contudo não há nada  que incomode mais um bom número de  gestores do que confrontos de idéias.

Não são poucas  as empresas despreparadas para  gerenciar o otimizar o lado positivo dos conflitos, basta acompanhar as áreas de criação, desenvolvimento e engenharia  de produtos  e as áreas produtivas.

Sempre que tiver que administra-los  lembre-se que é a queda d’água que gera energia.

 

 

Ivan Postigo

Economista,  Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP

Autor do livro: Por que não? Técnicas para  estruturação de carreira na área de vendas

Postigo Consultoria de Gestão Empresarial

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Autor: Ivan Postigo


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