PESQUISA EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO



Pesquisa é um "[...] conjunto de atividades orientadas e planejadas para a busca de um determinado conhecimento." (MARTINS; CAMPOS, 2003, p. 13)

Assim como todo trabalho criativo, a pesquisa exige métodos específicos e não pode ser feita ao acaso. Ela está cercada de ritos especiais e a metodologia auxilia nessa tarefa.

Pesquisa científica não são indagações superficiais, ela tem por finalidade conhecer e explicar fenômenos, conhecer a natureza dos problemas. Isso se aplica com bastante freqüência em unidades de informação. Ela pode ser usada, por exemplo, para se conhecer melhor o usuário real ou potencial, identificar suas necessidades, proporcionando dessa forma uma oferta de serviços realmente importantes e não algo escolhido de forma intuitiva ou aleatória.

Para se realizar um planejamento eficiente é necessário que seja analisado o ambiente externo e interno das unidades. A falta desse conhecimento afetará diretamente o desempenho das unidades de informação. Ao se realizar uma pesquisa poderão ser identificados pontos fortes e fracos do setor que foi alvo da pesquisa. (BARBALHO; BERAQUET, 1995, p.37)

Existem roteiros para sua realização: são as diversas fases do método, que são indicadores de um caminho a seguir.

Segundo Ruiz: "Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência." (RUIZ, 1996, p. 48)

Cada pesquisa exige um tipo de procedimento. Martins e Campos nos mostram que é necessário determinar a abordagem metodológica que se irá trabalhar, conforme abaixo: (MARTINS; CAMPOS, 2003, p. 13)

Pesquisa Quantitativa - Objetiva: busca desvendar o que está evidente, busca o resultado.

Pesquisa Qualitativa - Subjetiva: busca desvendar o que não está evidente, busca o processo.

Avaliar uma pesquisa qualitativa é uma tarefa difícil, pois tem que ser colocada a importância real da questão abordada. Na sua análise é fundamental que seja cuidada a objetividade, para que o trabalho tenha valor. Por isso também a escolha dos termos é um fator determinante no momento da elaboração dos recursos utilizados para a pesquisa.

Também na pesquisa quantitativa deve-se observar a terminologia adequada, pois se não for definida com clareza pode comprometer o resultado. Os termos adotados devem oferecer condições de quantificação e mensuração.

Utilizando-se critérios quantitativos acredita-se que o risco de manipulação dos dados é menor, favorecendo uma visão mais próxima da realidade.

Na pesquisa qualitativa usam-se palavras para descrever os resultados obtidos, já na quantitativa são utilizados os símbolos numéricos.

Segundo Lüdke, as características básicas da pesquisa qualitativa são:

1. a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. [...]

2. os dados coletados são predominantemente descritivos.[...]

3. a preocupação com o processo é muito maior do que com o produto.[...]

4. o 'significado' que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador.[...]

5. a análise dos dados tende a seguir um processo indutivo. (LUDKE, 1986, p. 11-13)

Nessa mesma linha Martins e Campos nos dizem que pesquisa qualitativa "[...] é aquela que envolve a obtenção de dados descritivos, colhidos no contato direto do investigador com a situação estudada."(MARTINS; CAMPOS, 2003, p. 18)

Salienta também que nela o pesquisador tem uma preocupação maior com o processo do que com o produto, e seu objetivo é melhor compreender o comportamento humano.

Ao analisar os dados de uma pesquisa quantitativa são aplicados princípios, técnicas e métodos das ciências matemáticas, através de processos estatísticos. São atribuídos números de forma que tenha utilidade para os resultados. Por possuírem informações mais acuradas tal pesquisa é considerada mais objetiva.

As principais técnicas para coleta de dados quantitativos são: observação, questionário com perguntas pré-determinadas e entrevista.

A pesquisa qualitativa é analisada através da descrição precisa e rigorosa do que foi percebido. Nela uma questão metodológica importante é a que se refere ao fato de que não se pode insistir em procedimentos sistemáticos que possam ser previstos. Os aspectos observados não são mensuráveis nem numéricos.

As principais técnicas para coleta de dados qualitativos são: observação participante, questionário e entrevista elaborada a partir do contato direto com o entrevistado.

Ao se proceder a análise dos dados coletados, deve-se ter um cuidado especial, pois, conforme diz Wojcicki:

Sem um entendimento correto do comportamento de consumo do segmento atendido, corre-se o risco de perda do usuário real, da perda dos usuários potenciais que, sabendo do problema, evitam a organização sem ao menos terem experimentado. (2009, p. 13)

Independente do método adotado a pesquisa contribui para que o profissional bibliotecário se torne pleno em sua atividade, pois ao realizá-la está constantemente avaliando seus usuários reais e potenciais, enriquecendo os serviços oferecidos ou mesmo adequando-os as suas necessidades. Além disso, a busca de subsídios para que o ambiente físico torne-se melhor também pode se utilizar dessa ferramentatão rica que é a pesquisa.

Em vista disso, o estímulo à pesquisa e o compromisso com ela, deve ser incentivado para que cada vez mais se tenha no mercado profissionais (bibliotecários ou não) inovadores e criativos.

BIBLIOGRAFIA

BARBALHO, Célia Regina Simonetti; BERAQUET, Vera Silvia Marão. Planejamento estratégico para unidades de informação. São Paulo: Polis/APB, 1995.

DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1997.

FAZENDA, Ivani (org.) Metodologia da Pesquisa Educacional. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1997.

FERRARI, Alfonso Trujillo. Metodologia da Pesquisa Científica. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982.

LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

MARTINS, Rosana Maria; CAMPOS, Valéria Cristina. Guia Prático para Pesquisa Científica. Rondonópolis: Unir, 2003.

RUDIO, Franz Victor. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 1986.

RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996, p. 48.

WOJCICKI, Andréia. Marketing em bibliotecas e centros de documentação. Apostila do curso. Rio Grande, 2009.


Autor: Roseli Prestes


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